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Imprensa repercute morte do jornalista Geneton Moraes Neto

O anúncio da morte do jornalista Geneton Moraes Neto rapidamente repercutiu nas redes sociais. O nome dele, que também era escritor e documentarista, figurou entre os assuntos mais comentados no Twitter, onde colegas de profissão lamentavam a perda e prestavam homenagens. Geneton tinha 60 anos e estava internado desde maio na Clínica São Vicente, na Gávea, Zona Sul do Rio. Ele sofreu um aneurisma na aorta e teve diversas complicações em seguida. O velório será quarta-feira (24) no Memorial do Carmo, Rio, onde o corpo será cremado.

Com mais de 40 anos de carreira, ele trabalhava na Globo desde o início dos anos de 1980. Foi editor do RJTV, editor-executivo e editor-chefe do Jornal da Globo, editor do Jornal Nacional, repórter e editor-chefe do Fantástico. Desde 2006, produzia reportagens especiais para a GloboNews. Em agosto de 2009, estreou um blog no G1, que manteve atualizado até abril de 2016, pouco antes de ser hospitalizado.

Foto: Blog Biografias da Comunicação
Foto: Blog Biografias da Comunicação

 

Pernambucano, nasceu, como gostava de enfatizar, “numa sexta-feira 13 (de julho), num beco sem saída, numa cidade pobre da América do Sul: Recife”. Saiu do referido beco sem saída para ganhar o mundo fazendo jornalismo. Seus primeiros passos na profissão foram dados aos 13 anos de idade, escrevendo artigos para o “Diário de Pernambuco” onde, poucos anos depois, conseguiu seu primeiro emprego.

Ganharia o Brasil e o mundo com uma visão original e eclética dos fatos e uma predileção pela convergência entre jornalismo e História. “Todo profissional precisa de uma bandeira. Escolhi uma: fazer jornalismo é produzir memória. É o que me move” — registrou, em entrevista para o acervo da TV Globo. Geneton colecionaria uma longa lista de encontros com personalidades, que inclui seis presidentes da República, três astronautas que pisaram na Lua, os prêmios Nobel Desmond Tutu e Jimmy Carter, os dois militares que dispararam as bombas sobre Hiroshima e Nagasaki, a mais jovem passageira do Titanic e o assassino de Martin Luther King: páginas de uma notável galeria.

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Geneton Moraes Neto (à dir.) entrevista o escritor Ariano Suassuna (1927-2014) na GloboNews – Foto: Divulgação

Geneton conseguiu entrevistas históricas com um dos agentes alemães que participaram da tentativa frustrada de resgate de atletas da delegação de Israel durante as Olimpíadas de Berlim. A lista de entrevistas marcantes no Brasil também não é pequena. Vai desde generais aos presidentes do pós-regime ditatorial, passando por dezenas de diálogos com artistas, escritores, jornalistas…

Em 2011 interromperia a carreira na TV para dirigir o documentário em três partes “As canções do exílio/Uma labareda que lambeu tudo”, exibido pelo Canal Brasil, onde conta as histórias do exílio de Caetano Veloso e Gilberto Gil durante o regime militar. A ideia partiu de uma foto em que, com apenas 15 anos, aparece entrevistando os músicos baianos para o “Diário de Pernambuco”. No ano seguinte, recebeu a Medalha João Ribeiro concedida pela Academia Brasileira de Letras (ABL) a personalidades que se destacam na área de cultura.

Comoção

Colegas de profissão, artistas, políticos e intelectuais lamentaram o falecimento de Geneton. Alguns deles utilizaram as redes sociais para prestar homenagens e se solidarizar com os familiares e amigos. “Consternado com a passagem do amigo e jornalista dos mais talentosos que conheci. Obrigado Geneton Moraes Neto! #RIP”, registrou o jornalista André Trigueiro. “Geneton Moraes Neto se foi. Deve estar fazendo perguntas lá em cima. Não se surpreenda se ele surgir com respostas: ele sempre as conseguia”, disse Flávio Fachel.

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Caetano Veloso e Geneton, durante entrevista – Foto: Reprodução/Facebook

O cantor e compositor baiano Caetano Veloso recordou a entrevista concedida ao pernambucano após jejum de dois anos sem conversar com repórteres. “Escolhi falar com ele, e só com ele, para reiniciar um diálogo normal com a confusão dos cadernos B. A impressão que o garoto pernambucano me causara e a percepção de sua inteligência honesta só fizeram crescer ao longo dos anos. Se o jornalismo brasileiro tem algo de que se orgulhar, Geneton o representa melhor que ninguém – se não for exemplo único. Eu o adorava. Fiquei tristíssimo hoje ao saber que ele tinha morrido”, lamentou ele.

Em de abril deste ano, Geneton esteve na Universidade Católica de Pernambuco, para participar de uma conversa com estudantes de Jornalismo sobre os desafios da profissão e bastidores de entrevistas (confira matéria de Daniel França). A instituição divulgou nota em que lamenta a morte do jornalista.

Além de reportagens, publicou diversos livros, dentre eles “Hitler/Satalin: o Pacto Maldito”, “Nitroglicerina Pura”, “O Dossiê Drummond: a Última Entrevista do Poeta”, “Dossiê Brasil”, “Dossiê 50: os Onze Jogadores Revelam os Segredos da Maior Tragédia do Futebol Brasileiro”, “Dossiê Moscou, “Dossiê História: um repórter encontra personagens e testemunhas de grandes tragédias da história mundial” e “Dossiê Gabeira”.

*Com informações de O Globo, G1 Rio e Jornal do Commercio.

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ABI BAHIANA Notícias

O adeus ao jornalista Britto Cunha deixa de luto a imprensa baiana

Faleceu na noite deste domingo, 11, o jornalista Antônio Maria de Britto Cunha, aos 79 anos, vítima de uma infecção respiratória que teve início há cerca de dez dias, causada pela doença renal crônica contra a qual lutava. A Associação Bahiana de Imprensa (ABI) lamenta esta grande perda para o jornalismo, a ética e a cidadania. O corpo de Britto Cunha será cremado em cerimônia marcada para as 10h30 desta segunda-feira, 12, no cemitério Jardim da Saudade.

Ex-jornalista do jornal A Tarde, ele era um profissional respeitado e admirado pelos colegas. “Elegância é mesmo a palavra perfeita para definir Antônio Maria de Brito Cunha. Profissional e pessoalmente. Era figura singular de notável aplicação e competência técnica e honestidade intelectual em seu oficio. Extrema simplicidade e afabilidade eram suas marcas inerentes de personalidade. Trabalhei ao lado de Brito Cunha alguns anos, quando ele era secretário de redação de A Tarde. (…) Jamais vi ou ouvi Brito Cunha dar um grito descontrolado (tão comum nas redações), agir com descortesia ou deslealdade, mesmo nas horas mais tensas da vida do jornal”, lembra o jornalista Victor Hugo Soares, no blog Bahia Em Pauta.

*Informações do Jornal A Tarde e do site Bahia Em Pauta.

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Morte do jornalista Ivan de Carvalho sensibiliza imprensa e políticos baianos

Não faltaram demonstrações de pesar pela morte do jornalista político Ivan Lemos de Carvalho, sepultado na tarde de ontem (7), em Salvador. O agravamento de problemas cardíacos e pulmonares fez o jornalismo baiano perder um de seus mais brilhantes profissionais, aos 69 anos. Jornalistas, editores e autoridades da capital e do interior do estado lamentaram a despedida do cronista, que, com ética e responsabilidade, conquistou o respeito de colegas e de todo o cenário político baiano. Na Assembleia Legislativa, foi observado um minuto de silêncio antes do início dos trabalhos em reverência à memória do jornalista, que desde 1991 trabalhava na redação do Diário Oficial do Legislativo.

Momento de descontração entre Ivan de Carvalho e o jornalista Vitor Hugo Soares, em outubro de 2013/ Foto: Bahia Em Pauta
Momento de descontração entre Ivan de Carvalho (à esquerda) e o jornalista Vitor Hugo Soares, em outubro de 2013/ Foto: Bahia Em Pauta

Ivan de Carvalho formou-se pela Faculdade de Direito da Universidade Federal da Bahia (UFBA) em 1968. Já no 5º ano de curso, Carvalho atuava no Jornalismo, nunca tendo advogado. Voltado ao jornalismo político, ele foi chamado pelo seu tio Quintino de Carvalho para fundar o jornal Tribuna da Bahia, em 1969, onde participou ativamente da Escolinha da Tribuna, que formou alguns dos maiores profissionais do jornalismo na Bahia. No cenário nacional, Ivan de Carvalho ocupou, durante um período, a chefia da sucursal do Jornal do Brasil, em Salvador.

No sepultamento, o presidente da Associação Bahiana de Imprensa (ABI) e do jornal Tribuna da Bahia, Antônio Walter Pinheiro, e o vereador e ex-governador Waldir Pires expressaram solidariedade aos familiares do jornalista. Walter Pinheiro também destacou a contribuição de Carvalho para a comunicação, ao longo dos anos em que atuou como repórter, redator, editor do Raio Laser e editor de política.

“A despeito de ser formado em Direito, Ivan tinha o jornalismo no sangue. Ele arriou a experiência jurídica em seus textos e notabilizou-se tanto na imprensa quanto na política baiana como um cidadão de idoneidade ilibada. Ético, independente e plural, transitava e acolhia todos os segmentos partidários. Ele era muito culto e assíduo leitor de livros, o que o fez um especialista em assuntos relativos ao “Código da Bíblia” ou códigos do Torah. Se eu fosse definir Ivan em uma palavra, seria ‘equilíbrio’, que foi como ele exerceu a atividade jornalística. Sem dúvida, a imprensa perdeu um integrante cuja personalidade deixou profundas marcas e influenciarão a nova geração de jornalistas”, afirma Walter Pinheiro.

“O BP perde um esteio generoso, um guia seguro e uma âncora firme e resistente como o Carvalho do seu nome. A Bahia perde o seu jornalista político brilhante, culto, inteligente e capaz de se renovar a cada dia, na abordagem de temas no seu universo inesgotável de assuntos. Do dia a dia dos bastidores da política partidária e do poder na Bahia e no Brasil, aos discos voadores, os OVNIS (Objetos Voadores Não Identificados), tema que ele dominava como poucos. Tudo com informações fartas, textos atraentes e criativos, éticos, críticos e não raramente autocríticos. Temperado sempre com doses de bom humor, uma marca de Ivan, pessoal e profissionalmente falando”, registra o jornalista Vitor Hugo Soares, editor do site Bahia Em Pauta.

A senadora Lídice da Mata falou da perda em pronunciamento no Senado. “Quero lamentar a morte do jornalista político Ivan de Carvalho. Uma perda realmente grande para o jornalismo da Bahia e do Brasil. Era um homem de posições políticas definidas, muitas delas bastantes diferentes das minhas, mas o respeitava muito como profissional do jornalismo e como articulista político culto, sagaz, sarcástico. Deixará, sem dúvida, um vazio na imprensa baiana”.

Em nota, o prefeito ACM Neto lamentou a morte do colunista da Tribuna da Bahia. “Todos os que acompanham a vida política da Bahia e do Brasil e as pessoas que queriam ficar informadas das notícias de bastidores tinham em Ivan de Carvalho uma referência. Ivan era muito rigoroso na apuração das informações e somente publicava o que tinha certeza. Por isso, certamente, será sempre lembrado como um dos mais importantes jornalistas políticos da Bahia”.

“O jornalista marcou sua trajetória profissional ancorada nos princípios da ética, expressando com firmeza e equilíbrio suas opiniões e comentários políticos em sua coluna do jornal Tribuna da Bahia, sempre pautado pela busca da verdade e consistência dos textos que escrevia”, ressaltou o governador Jaques Wagner.

*Informações da Tribuna da Bahia, do Bahia Em Pauta e do Bahia Já.

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