ABI BAHIANA

Duo Sá-Cramento esbanja sintonia na Série Lunar

Eles nasceram no mesmo dia: 22 de março. Érica Sá chegou sete anos antes de Aquim Sacramento – eles explicam em meio a risos, no encerramento do espetáculo. A perfeita sintonia entre os músicos do Duo Sá-Cramento extrapola o espaço do palco e chega fácil, de ponta a ponta, na plateia. Foi assim na terceira noite de Série Lunar 2022, realizada pela Associação Bahiana de Imprensa e pela Escola de Música da Universidade Federal da Bahia (Emus/UFBA). Como num plano paralelo de conexão, eram almas em diálogo musical no auditório da ABI. A cada toque nos instrumentos, era o público que vibrava. E cantava.

O sincronismo não é à toa. Os dois percussionistas se conheceram há 20 anos. “A gente foi se acompanhando e isso reflete na nossa performance”, observa Aquim. Para Érica, tocar na Série Lunar foi “surpreendente”. Assim como Aquim, a musicista nunca tinha entrado no auditório da Casa dos Jornalistas. “É um espaço maravilhoso para concertos, com uma vista belíssima”, afirmou Érica.

Natasha e Ueliton | Foto: Joseanne Guedes

Gratuito e aberto ao público, o evento acontece uma vez por mês, sempre na lua cheia, e vai até dezembro. A próxima apresentação será no dia 17 de agosto, no aniversário de 92 anos da ABI. Diretores da Casa, Luis Guilherme Pontes Tavares, Ernesto Marques e Amália Casal, na função de coordenadora da Série Lunar, receberam o público.

No meio da plateia, um jovem casal parecia não querer perder um só movimento do Duo. A percussionista Natasha e seu esposo, Ueliton Pereira, desfrutaram da noite e prometeram retornar. “É sempre um prazer vê-los tocando, mas ainda não tinha visto um recital somente dos dois”. Já Ueliton, que é trompista, se rendeu ao som do Duo e acredita que esse tipo de evento é importante para derrubar a visão estereotipada em relação aos instrumentos percussivos. “Ver percussão solo hoje foi uma experiência completamente nova. Não conhecia o potencial desses instrumentos”, reconheceu.

Hilton e sua filha Mariá | Foto: Joseanne Guedes

A pequena Mariá, de 5 anos, estava atenta e parecia não querer ir embora, mesmo depois que o Duo se despediu. “Ela gosta muito de música e eu queria que ela se soltasse, aproveitasse a percussão do Duo. Virei mais vezes, especialmente se tiver essa lua”, brincou Hilton Japyassu, pai de Mariá e professor do Instituto de Biologia da UFBA.

A pianista Teca Gondim, vice-diretora da Emus, falou de sua satisfação em acompanhar o crescimento de Érica e Aquim. Ela testemunhou o comecinho dos dois na música. “Eu sempre fico emocionada, porque foram meus alunos. É muito legal vê-los profissionais competentes, fazendo um concerto tão lindo, com tanta sintonia. Eles estudam muito, são sérios”, contou.

“Além da bela apresentação, eles conseguiram uma interação muito grande com o público. Houve co-participação, simbiose. Eu gostei muito. Estarei aqui sempre que possível”, garantiu o engenheiro e escritor Ancelmo da Rocha.

Vitalidade no Centro Histórico

O advogado Marcos Perez, representante da Central Única da Cidadania (CUC), é frequentador da Série Lunar. “Adoro essa programação. Essa apresentação de hoje traz o lado espiritual. Os tambores, o vibrafone, desencadeiam uma ligação impressionante com a música”.

O presidente da Associação do Centro Histórico Empreendedor (ACHE), José Iglesias Garcia, também marcou presença. “É o tipo de música que a gente escuta com a alma, não com os ouvidos. A ABI e a Emus foram muito felizes ao trazer esses dois jovens para fazer essa apresentação. Eventos com essa qualidade cultural são importantes para o Centro Histórico, que é a parte mais bela da nossa cidade”, afirmou.

“É um projeto extraordinário. Traz um público fantástico para o Centro Histórico de Salvador. A ABI e a Escola de Música estão de parabéns. Quero dizer que vocês contam com a minha parceira, minha alegria e resistência. Viva a magia que é a Série Lunar, viva o Pelô!”, festejou o escritor, jornalista, poeta e agitador cultural Clarindo Silva.

publicidade
publicidade
ABI BAHIANA

Duo Sá-Cramento leva música percussiva à Série Lunar

A temporada de 2022 da Série Lunar segue levando muita música ao Centro Histórico da capital baiana. Agora é a vez do Duo Sá-Cramento levar sua percussão fervilhante ao palco do Auditório da Associação Bahiana de Imprensa, às 19h do próximo dia 13 de julho. A Série Lunar é uma programação realizada através de parceria entre a Associação Bahiana de Imprensa (ABI) e a Escola de Música da UFBA (Emus). O evento gratuito e aberto ao público segue até dezembro com concertos mensais, sempre na lua cheia. 

O Duo Sá-Cramento é formado por Aquim Sacramento e Érica Sá. Eles se conheceram em 2003 no Curso Básico de Percussão da UFBA, onde foram alunos do consagrado percussionista e professor Jorge Sacramento. Em 2014, fizeram o seu primeiro concerto como Duo Sá-Cramento, executando obras solo e duos, na Escola de Música da UFBA. Juntos, já participaram de festivais e concertos em diversos estados brasileiros como Pernambuco, Bahia e Espírito Santo. O Duo também foi confirmado no XIII International Marimba & Percussion Festival 2020 em Tabasco, no México – evento adiado por conta da pandemia. 

Filho do maestro Jorge Sacramento, Aquim iniciou seus estudos de percussão aos nove anos de idade. Ele é bacharel em Percussão pela UNESP, mestre em Educação Musical pela UFBA e doutorando pela UFMG em Performance Musical. Recentemente se tornou professor de percussão da UFBA. Além do Duo Sá-Cramento, ele participa de formações como a MultiFaces, a MarinGinká e atua como solista, tocando e ministrando palestras e masterclasses em festivais brasileiros e em outros países como os Estados Unidos, Europa e Colômbia.

Já Érica Sá começou a estudar percussão aos 15 anos, tendo integrado a Orquestra Sinfônica do Espírito Santo por quase quatro anos. Assim como Aquim, ela atua como solista e ministra palestras e masterclasses em festivais. É bacharel em Percussão pela UFBA, possui especialização em Teclados Percussivos em Strasburg e mestre em Performance Musical pela UFMG. Em 2019, se tornou professora de percussão do projeto NEOJIBA.

Com longa estrada na música, Érica e Aquim exploram, no Duo Sá-Cramento, a cultura brasileira através de conhecimentos e instrumentos eruditos e populares, executando obras autorais e arranjos de músicas brasileiras. Em seu espetáculo, eles experimentam performances musicais com diversas expressões artísticas, como a dança, a poesia e o teatro. “É um trabalho que traz a riqueza da música brasileira e da música afro-baiana de uma maneira moderna e com uma nova sonoridade, trazendo instrumentos como marimba, vibrafone para uma atmosfera popular”, explica Aquim Sacramento. 

Para a próxima quarta-feira o Duo já separou marimba, vibrafone, timbal, sino e pandeiro. O público da Série Lunar vai poder dançar ao som de um repertório diversificado, com músicas autorais e interpretações de canções de artistas como Chico Buarque e Dorival Caymmi.

SERVIÇO

Série Lunar – Temporada 2022
Apresenta: Duo Sá-Cramento
Quando: 13 de julho (quarta-feira), às 19h
Onde: Sede da ABI (Rua Guedes de Brito, 1 – Praça da Sé | Edifício Ranulfo Oliveira, 8º andar, Auditório Samuel Celestino

publicidade
publicidade
ABI BAHIANA

Em ritmo junino, Quinteto de Sopros da UFBA homenageia Luiz Gonzaga

O Quinteto de Sopros da UFBA reservou uma agradável surpresa para o público da Série Lunar, nesta quarta-feira (15). Protagonizando a segunda noite da temporada 2022, o conjunto levou ao auditório da Associação Bahiana de Imprensa (ABI) um repertório alegre, diversificado e com direito a uma homenagem ao Rei do Baião, Luiz Gonzaga. A Série Lunar ocorre uma vez por mês, por meio de parceria entre a ABI e a Escola de Música da UFBA (Emus). A próxima apresentação acontecerá no dia 13/07, com o Duo Sá-Cramento.

Atualmente o grupo conta com a liderança do flautista Antônio “Tota” Portela e a participação de Celso Benedito (trompa), Gustavo Seal (oboé), Hudson Ribeiro (clarinete) e Bruno de Souza (fagote). Entre um movimento e outro, Tota Portela compartilhava conhecimentos com o público, explicava a história de cada música, além de curiosidades sobre os compositores. Como ensinou o professor, a plateia aguardou as pausas entre os atos do programa da noite para oferecer aos músicos as merecidas palmas.

Uma das músicas da noite foi a marcha composta por John Philip Sousa, em 1889, para o jornal The Washington Post, cuja abertura-tensão é famosa e muito familiar. “A gente está na casa de vocês. Quando fazemos a apresentação, gostamos de pensar em obras que se adaptem à realidade daquele momento”, explicou Tota Portela. Além da interpretação da peça “Washington Post”, de Sousa, o Quinteto de Sopros também trouxe peças inspiradas pela proximidade do São João, em uma homenagem a Luiz Gonzaga. “Nesta noite, a gente misturou russo com brasileiro, com suíço e americano, com nordestino”, brincou Tota. Para ele, uma das coisas que mais o atrai na música é o trabalho em conjunto. “Fazer música é uma preposição. Você toca a música de alguém, para alguém e com alguém”. 

Foto: Paula Fróes

A diretora da Associação Bahiana de Imprensa (ABI) Amália Casal, coordenadora da Série Lunar, agradeceu a presença de todos, em especial aos músicos que planejaram uma apresentação especial para ser realizada na Casa dos Jornalistas.

Foto: Paula Fróes

A vista do auditório da ABI surpreendeu a flautista Gabriela Machado, doutoranda da Emus. Paulista, ela visitou a região do Centro Histórico de Salvador algumas vezes, mas nunca tinha ido ao Edifício Ranulfo Oliveira, sede da Associação. Assim como o restante do público, ela reservou um tempo para admirar a paisagem noturna do local. “Achei muito interessante o espaço, com esse visual. Um lugar que merece mesmo ter esse tipo de programação. Espero que cada vez mais as pessoas tenham uma rotina de vir aqui para apreciar a boa música”.

O diretor da Emus, professor José Maurício Brandão, não pôde comparecer por motivos de saúde, mas foi muito bem representado pela pianista Teca Gondim, vice-diretora da instituição. Gondim, que é esposa de Tota Portela, confessou sua paixão pelo projeto. “Essa Série tem um potencial imenso. A ideia principal era achar meios de escoar a produção da Escola de Música, que conta com poucos espaços para se apresentar e não tem um palco próprio além do Salão Nobre da Reitoria da UFBA. O fato de podermos trazer nossa produção para cá, para esse auditório, é fantástico”, disse. A professora revelou um plano especial para as próximas edições: buscar uma parceria que possibilite improvisar no mirante da ABI um mini observatório astronômico em noites de Série Lunar.

Foto: Paula Fróes
publicidade
publicidade
ABI BAHIANA

Série Lunar recebe o Quinteto de Sopros da UFBA

Após uma estreia de sucesso, com casa lotada, a temporada de 2022 da Série Lunar dá continuidade à sua programação mensal. Fruto de parceria entre a Associação Bahiana de Imprensa (ABI) e a Escola de Música da UFBA (Emus), o evento gratuito será protagonizado pelo conjunto musical Quinteto de Sopros da UFBA. A apresentação acontece na quarta-feira (15), às 19 horas, no auditório da ABI. Os ingressos estão disponíveis na plataforma Sympla (clique aqui).

O Quinteto de Sopros da UFBA foi formado inicialmente na década de 50, no período de criação dos “Seminários Internacionais de Música”, tendo em suas antigas formações professores da EMUS. Recentemente, funcionários músicos da Orquestra de Música da UFBA (OSUFBA) resgataram a formação e já se apresentaram em concerto no Museu de Arte da Bahia.

Foto: Eduardo Ravi | Arte: Gentil/Bamboo Editora

Sob a liderança do flautista Antônio “Tota” Portela, o grupo conta com outros músicos premiados e com formação nacional e internacional: Celso Benedito (trompa), Gustavo Seal (oboé), Hudson Ribeiro (clarinete) e Bruno de Souza (fagote), formado na Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ).

Com estrutura estabelecida no século XIX, o quinteto de sopros é um dos agrupamentos instrumentais de câmara mais tradicionais da música erudita. A principal força do conjunto é a variedade de timbres conferida pelos instrumentos diferentes em seu corpo, bem como por um repertório versátil.

Na noite do próximo dia 15, o Quinteto de Sopros da UFBA vai interpretar obras de compositores como o americano John Philip Sousa, Nikolai Rimsky-Korsakov e Ernst Widmer, além do brasileiro Oscar Lorenzo Fernandez. O musicista Tota Portela falou sobre a variedade de compositores que essa apresentação busca contemplar, contrastando a produção musical de diversos países e explorando o lado lúdico das composições. Segundo ele, poderá haver até uma “surpresa musical”, mas esse é um segredo que somente os presentes irão descobrir.

“Nós, do Quinteto de Sopros da UFBA, achamos louvável a criação dessa Série Lunar, e a iniciativa da ABI e da Emus em abrir mais esse espaço em Salvador para que o público possa apreciar a música erudita”, elogiou Tota. “Teremos um  alinhamento de lua cheia, boa música e de pessoas com vontade de curtir uma bela e eclética noite. Esperamos que todos desfrutem de bons momentos”, completou.

O evento estará sujeito à lotação máxima do auditório. Faça a sua reserva gratuita pela Sympla neste botão:

OBS: Interessados em assistir às apresentações deverão apresentar o comprovante de vacinação no acesso ao local, bem como manter medidas de prevenção contra a Covid-19.

Próximas datas – 13/07, 17/08, 14/09, 13/10, 09/11, 07/12.

SERVIÇO

Série Lunar – Temporada 2022
Estreia: Quinteto de Sopros da OSUFBA
Quando: 15 de junho, às 19h
Onde: Sede da ABI (Rua Guedes de Brito, 1 – Praça da Sé | Edifício Ranulfo Oliveira, 8º andar, Auditório Samuel Celestino

publicidade
publicidade