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Senado aprova lei que limita a contratação de institutos de pesquisa pela imprensa

Veículos de imprensa podem ficar impedidos de contratar institutos de pesquisa que prestam ou prestaram serviços, nos 12 meses antes das eleições, a partidos políticos, candidatos, governos nacional e estadual, ou órgãos do Legislativo. É o que prevê o projeto de lei que limita a atuação dos institutos de pesquisa de opinião, aprovado nesta quinta-feira (16) pelo Senado.

PLS 473/2015, que veio da Comissão da Reforma Política, estabelece também que a proibição se aplica somente a contratações de entidades e empresas que tenham prestado serviço na mesma região onde vai ser feita a pesquisa eleitoral. Uma pesquisa feita para um partido para o cargo de governador, por exemplo, não impede que o instituto seja contratado pela imprensa para pesquisa eleitoral referente à presidência da República.

A relatoria da reforma política no Senado explica que o instituto terá que escolher se prestará serviços para entidade de comunicação ou para partidos políticos ou governos. A Comissão da Reforma Política vai retomar em agosto as discussões sobre outras regras para pesquisas eleitorais. Há uma proposta de emenda constitucional (PEC) em exame para disciplinar a veiculação dos resultados das enquetes. Segundo o texto, fica vedada a divulgação de pesquisas eleitorais por qualquer meio de comunicação, a partir do sétimo dia anterior até às 18 horas do dia do pleito. Senadores defendem que os levantamentos influenciam no resultado do pleito e que a comissão especial do Senado que discute reforma política deve abordar o assunto.

*Informações do G1, Estadão e Senado Federal.

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Mudança do ECA prevê reclusão de até dez anos para menores infratores

Diante de muitas discussões e opiniões divergentes, o Senado Federal aprovou nesta terça (14) uma alteração no Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA). O projeto (PLS 333/2015), aprovado em meio às comemorações dos 25 anos do Estatuto, impõe punição para um universo maior de adolescentes em comparação com a Proposta de Emenda à Constituição (PEC) que tramita na Câmara dos Deputados. A lei que avançou no Senado prevê o aumento do tempo de internação para todos os jovens, entre 12 e 17 anos, envolvidos com crimes hediondos e homicídios simples, enquanto a Câmara quer punir como adultos apenas os adolescentes de 16 e 17 anos flagrados em atos da mesma natureza, mais casos de lesões corporais graves. A proposta segue agora para votação na Câmara.

Mesmo com a aprovação do projeto, o Senado terá de avaliar a PEC 171/1993 da redução da maioridade penal assim que a Câmara concluir a votação da matéria, o que está previsto para acontecer em agosto. Os senadores evitaram comentar se a proposta, que tem gerado muita reação contrária na sociedade civil, deve ou não passar pelo crivo da Casa. De acordo com o Estadão, o projeto recebeu o apoio do Palácio do Planalto, que o vê como uma alternativa mais branda do que a proposta de redução da maioridade penal de 18 para 16 anos aprovada em primeiro turno pela Câmara no início do mês. A Comissão de Direitos Humanos e Legislação Participativa (CDH) do Senado debate, a partir das 14h desta quinta-feira (16), os resultados de pesquisa feita com a população brasileira sobre os 25 anos do Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA).

Leia também: Movimentos sociais protestam em Salvador contra redução da maioridade penal

Para o promotor da Infância Tiago de Toledo Rodrigues, a proposta que está no Senado não surtirá os efeitos esperados. “Vejo como uma proposta de pouquíssima eficácia e que dificilmente trará as soluções que a população precisa”, disse ao Estadão. Rodrigues pede pelo estabelecimento de um tempo mínimo necessário antes da reavaliação da internação do adolescente, que hoje não existe. As medidas impostas aos jovens podem ser revisadas a qualquer momento, inclusive para conceder liberdade, independentemente do ato praticado. “O tempo máximo de internação dificilmente é aproveitado atualmente. Então, o prolongamento desse prazo surtirá pouquíssimo efeito.” O promotor, que também é contrário à redução da maioridade, pede o cumprimento do que já está previsto no ECA. “É necessário que se cumpra o que foi planejado para, a partir disso, se analisar os resultados. Não sou contra quaisquer alterações, mas antes temos de implantar o que está previsto em lei e, depois, partir para essa discussão”.

Heloísa Oliveira, administradora-executiva da Fundação Abrinq, explica que a grande diferença entre uma mudança e outra é que o adolescente, com a proposta que aumenta o período de internação, vai ficar mais tempo internado, porém em um ambiente para adolescentes. Ao contrário da lei que reduz a maioridade penal, que além de deixar o menor infrator internado por mais tempo, vai misturá-lo aos demais presos do sistema prisional. “Que a mudança seja feita no Estatuto da Criança, mesmo que isso signifique um aumento do tempo que esses adolescentes vão ficar. Isso é melhor que uma alteração na Constituição reduzindo a maioridade penal”.

Punição – Para o coordenador do programa de Justiça da ONG Conectas Direitos Humanos, Rafael Custódio, criou-se uma falsa ideia de que o prolongamento do tempo de internação seria menos grave do que a redução da maioridade penal. “Nas últimas semanas, até setores progressistas embarcaram nessa ideia, o que a gente acha bastante discutível. É uma punição desproporcional que pode até fazer com que um adolescente passe mais tempo internado do que um adulto preso pelo mesmo crime”, afirma.

Ele reforçou a crítica à aprovação e comentou o fato de a discussão ocorrer em meio à comemoração dos 25 anos do ECA, celebrados nesta semana. “A Câmara deu uma resposta e o Senado deu outra para o que acreditam ser uma forma de combate à criminalidade, quando, na verdade, a juventude brasileira é muito mais vítima do que autora dessa violência. O endurecimento das penas dos jovens é uma medida demagógica e que representa retrocesso”.

 *Informações do Estadão e da Agência Brasil

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Jornalista do ‘Washington Post’ continua preso no Irã

O julgamento do jornalista do Washington Post, Jason Rezaian (39), passou por uma terceira audiência na última segunda-feira (13/7). O correspondente do jornal americano está há mais de um ano na prisão de Evin, em Teerã, acusado de “recolhimento de informações confidenciais”, “colaboração com governos hostis” e “propaganda contra o regime”. Sua advogada, Leila Ashan, não pode falar com a imprensa sobre o caso, mas a família do jornalista afirma que ele foi aberto durante o interrogatório com autoridades iranianas. A detenção do repórter provocou tensões entre Irã e Estados Unidos, que romperam suas relações diplomáticas após a revolução de 1979.

A mãe do jornalista, Mary Breme Rezaian, está no Irã para acompanhar o julgamento do filho. Em pedido feito às autoridades ela cita uma lei que limita em um ano as detenções de pessoas que aguardam julgamento. “Essa é uma lei criada para proteger cidadão iranianos. Uma vez que estão fazendo acusações contra Jason com base em sua cidadania iraniana, essa lei também deve se aplicar a ele. Exigimos que ele saia para que se reúna com sua família”, afirmou Mary Breme. Em um artigo publicado no Washington Post, ela também falou sobre os motivos que levaram Jason a aderir a dupla cidadania. Ela diz que o jornalista se preocupava com a forma com que o Irã era retratado pela mídia americana.

Jason foi preso em julho de 2014 com dois fotógrafos e sua mulher, Yeganeh Salehi, também jornalista. Depois de pagamento de fiança, ela foi liberada, mas Rezaian continuou detido. Depois que as autoridades confiscaram seu computador pessoal, o repórter também é acusado de visitar um consulado americano para pedir um visto para sua mulher e de pedir emprego na equipe do governo Obama, em 2008.

*As informações são do Portal IMPRENSA e da Agence France-Presse

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Movimentos sociais protestam em Salvador contra redução da maioridade penal

Um protesto organizado em Salvador pela Frente Nacional Contra a Redução da Maioridade Penal, em parceria com o Conselho Tutelar e outras instituições, marcou o dia 13 de julho, data em que o Estatuto da Criança e Adolescente (ECA) completou 25 anos. O grupo se concentrou no Largo do Campo Grande, depois seguiu até a Praça Municipal, expondo cartazes e faixas com a pauta das manifestações, que reivindica a ampla implementação do ECA no Brasil. Movimentos sociais e entidades ligadas à defesa dos direitos humanos fizeram uma série de atos em todo o país contra a redução da maioridade penal.

As manifestações questionam a Proposta de Emenda à Constituição (PEC) que reduz a maioridade penal de 18 para 16 anos em casos de crimes graves, aprovada em primeiro turno pela Câmara dos Deputados, em Brasília, em 2 de julho. No dia anterior, porém, a Casa havia rejeitado a proposta, que validava a redução para crimes como tráfico de drogas, roubo qualificado e lesão corporal grave. Para virar lei, o projeto ainda precisa ser analisado em 2º turno pela Câmara e em dois turnos pelo plenário do Senado. Em seguida, se aprovada, a proposta será promulgada pelo Legislativo.

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Faixa estendida em frente à Câmara Municipal de Salvador, na Praça Thomé de Souza – Foto: ABI

Para o jornalista Eduardo Machado, membro da ONG Cipó Comunicação Interativa e um dos organizadores do ato na capital baiana, o apoio dos grandes meios de comunicação é fundamental para que os críticos da defesa aos direitos humanos construam no imaginário coletivo a falsa ideia de que o ECA é ineficaz e seria uma lei “de proteção aos bandidos”. Ele ressalta que o estatuto cria condições jurídicas para a proteção integral das crianças e adolescentes, e responsabiliza o Estado e a sociedade por esses cuidados. “Menos de 1% dos crimes hediondos são cometidos por menores. Os 54 países que reduziram a maioridade penal fracassam na diminuição da violência. Estamos nas ruas para mostrar que a redução da maioridade atinge o nosso povo na jugular. Somos vigiados e punidos historicamente. Precisamos de medidas socioeducativas”.

O coordenador do Instituto Cultural Steve Biko, Michel Chagas, lembra que já em 2007 houve manobras para aprovar a redução, mas os movimentos foram às ruas e conseguiram barrar. “Agora, a proposta volta apoiada nessa conjuntura conservadora do Congresso Nacional. O problema não é criar uma nova legislação e aumentar nossa população carcerária, se nem mesmo as penas previstas no ECA são aplicadas. Colocar crianças e adolescentes na cadeia não vai solucionar o problema da violência”. Também participaram do ato o Coletivo de Entidades Negras, o Levante Popular da Juventude, o movimento Kizomba, Quilombo, estudantes e dirigentes de colégios de Salvador.

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