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Entidades repudiam assassinato de radialista no Ceará

A Associação Brasileira de Jornalismo Investigativo (Abraji) lamentou e condenou o assassinato do locutor Gleydson Carvalho, da rádio Liberdade FM, em Camocim, município a 379 quilômetros de Fortaleza (CE), na última quinta-feira (6/08). Em nota, a entidade cobra prioridade para investigação de casos assim. A Associação Brasileira de Emissoras de Rádio e Televisão (Abert) também condenou a ação contra o profissional e considerou “extremamente preocupante o aumento dos atos de violência que buscam impedir a livre e necessária atuação da imprensa”. A Abert denuncia a impunidade e apela às autoridades do Ceará para que apurem com rigor mais este crime.

Conhecido por denunciar irregularidades cometidas por políticos da região, Gleydson foi executado a tiros dentro do estúdio, durante a apresentação de um programa. De acordo com a Polícia Militar, dois homens chegaram de moto ao estúdio dizendo que eram anunciantes, renderam a recepcionista e dispararam três vezes contra o apresentador, que morreu a caminho do hospital. Um operador de rádio da emissora disse que Carvalho havia dito em seu programa que estava sendo ameaçado. O delegado da cidade acredita que a intenção da dupla era matar o apresentador, já que nada foi levado da sede da emissora.

“A Abraji lamenta a morte de mais um profissional da comunicação e alerta para o aumento no número de casos similares. É crucial que autoridades competentes em diferentes níveis e esferas de poder priorizem a segurança da imprensa no país. No mínimo, garantam que casos como esses não fiquem impunes. Um assassinato provocado pelo que a vítima diz ou escreve é um ataque à liberdade de expressão e ao direito à informação de toda a sociedade”, diz a nota.

Polícia encontrou foto do radialista na casa de suspeitos - Foto: Camocim 24h
Polícia encontrou foto do radialista na casa de suspeitos – Foto: Camocim 24h

Investigação – Uma fotografia do radialista foi encontrada nesta sexta-feira (7) na residência onde um casal suspeito de participar do crime. Os dois disseram aos policias que alugaram a casa para abrir um bar, no entanto, há indícios de que o local foi usado para planejar o crime, de acordo com a Polícia Militar.  As duas pessoas que executaram o crime continuam sendo procuradas. Na casa, que fica localizada no distrito de Serrote, em Senador Sá, município vizinho de Camocim, foram encontradas uma fotografia do radialista Gleydson Carvalho,  revólveres, pendrives, cartão de memória, roupas supostamente usadas pelos assassinos e dinheiro.

O secretário da Segurança Pública e Defesa Social do Ceará, Delci Carlos Teixeira, lamentou o assassinato do comunicador, durante o lançamento do programa Ceará Pacífico, no Palácio da Abolição. Sobre o crime, Delci Teixeira, disse que estava chocado com a morte do radialista e por ter sido dentro do seu local de trabalho. “Não justifica uma abordagem brutal como essa. E no seu local de trabalho”. Delci Teixeira afirmou tamém que quando soube do homicídio determinou que a Polícia Militar da Região Norte desse prioridade exclusiva para o caso. “Quando recebi a notícia já determinamos que a Polícia Militar da área desse uma prioridade neste caso. Para apresentar uma resposta rápida desse caso”.

*Informações Portal IMPRENSA, G1 e Abert

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Décima edição do Congresso da Abraji segue com inscrições abertas

De 2 a 4 de julho, a Associação Brasileira de Jornalismo Investigativo (Abraji) vai realizar a décima edição do Congresso Internacional de Jornalismo Investigativo, em São Paulo, no campus da Vila Olímpia da Universidade Anhembi Morumbi. O prazo para as inscrições com preço promocional vai até o dia 1º de junho (segunda-feira). Depois da data, os valores serão maiores. Na programação, o evento traz mais de 70 painéis, abordando assuntos como corrupção, crime organizado, meio ambiente, esportes, técnicas de reportagem e regulação da mídia. Além disso, o Congresso também vai oferecer cursos de investigação de gastos públicos, técnicas de redação e jornalismo de dados.

Entre os nomes nacionais já confirmados, estão o juiz Sérgio Moro, que está à frente da Operação Lava Jato, a premiada jornalista Eliane Brum, Fernando Rodrigues, um dos repórteres responsáveis pelas investigações do caso Swissleaks, Miriam Leitão, colunista de O Globo e comentarista da TV Globo e da CBN, William Waack, da TV Globo e Juca Kfouri, apresentador do programa CBN EC, repórter da ESPN, colunista da Folha de S.Paulo e titular do Blog do Juca, no UOL.

Convidados internacionais também compõem o time de palestrantes confirmados: Dana Priest (Washington Post) é a estrela do painel de encerramento do 10º Cogresso. Vencedora do Pulitzer, ela contará como o jornal referência em jornalismo investigativo funciona após a compra por Jeff Bezos. Em outro painel, o argentino Jorge Lanata falará sobre o caso da morte do promotor Alberto Nisman e a prática do jornalismo investigativo no país vizinho. Haverá ainda a presença de Julio Villanueva Chang, que ensinará técnicas de construção de perfis a partir de sua produção na revista peruana Etiqueta Negra; e Gustavo Gómez, consultor do governo Mujica para a elaboração da Lei de Meios do Uruguai, que debaterá o tema com Tom Kent, da Associated Press e mediação de Eugenio Bucci (ECA-USP).

Serviço

 O que: 10ºCongresso Internacional de Jornalismo Investigativo

Quando: 2 a 4 de julho de 2015

Onde: Universidade Anhembi Morumbi | Rua Casa do Ator, 275 | Vila Olímpia | São Paulo – SP – Brasil

Inscrições: congresso.abraji.org.br

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Candidatos moveram 160 ações na Justiça contra a imprensa nas Eleições 2014

O primeiro turno das eleições deste ano terminou com números preocupantes no quesito liberdade de imprensa no Brasil, que acumulou 160 ações contra divulgação de informações. É o que revela um levantamento do projeto Eleição Transparente, da Abraji (Associação Brasileira de Jornalismo Investigativo). Desde o início do processo eleitoral, a entidade mantém o mapa interativo com a origem dessa luta judicial provocada por 64 candidaturas de 21 partidos contra 12 empresas de mídia e tecnologia. No ranking dos estados, a Bahia aparece em quarto lugar, com 11 registros de ações. O primeiro lugar ficou com o Paraná (28), seguido de Alagoas (21) e Roraima (16).

Reprodução/Abraji
Reprodução/Abraji

De acordo com Guilherme Alpendre, secretário-executivo da Abraji, os dados corroboram com uma conjuntura já existente em outros pleitos. “A gente, em eleições passadas, tinha notado que no Paraná já tinha bastantes casos de cerceamento em época eleitoral. Conseguimos comprovar numericamente que o Paraná é o principal estado em que isso acontece”, disse em entrevista ao O Globo.

O mapa interativo aponta ainda que a maioria dos autores pertence ao PMDB, com 36 ações ou 21% do total, seguido por PSDB, com 30 (18%) e PP, com 19 (ou 11%). Já o cargo que contabiliza mais autores de processos judiciais é o de governador, com 56% (94 ações). O candidato que mais acionou a Justiça — 14 vezes — foi Benedito de Lira, que concorreu pelo PP ao governo de Alagoas.

Alpendre afirma que o cargo de governador, ao mesmo tempo que possui mais representantes numéricos que o de presidente, permite que os candidatos fiquem mais em evidência. “Governador é o cargo com mais visibilidade com um número bem maior de candidatos. Por isso que é mais comum que as ações partam dos que concorrem a esse cargo”.

A base de dados do projeto, alimentada pela Abraji com a colaboração de representantes legais de empresas que foram intimadas pela Justiça, indica que a maioria esmagadora das ações é contra o Google. Sozinha, a empresa concentra mais de 120 ações, sendo que a maioria das ações catalogadas pede a retirada de vídeos do canal Youtube. Além disso, diversos blogs com conteúdo considerado difamatório pelos candidatos estão abrigados na plataforma Blogger, que também pertence ao Google. Bem atrás vem o instituto de pesquisas Ibope, que é réu em 16 processos.

Excesso de ações

Para Fabro Steibel, especialista em comunicação e política e membro do Instituto de Tecnologia e Sociedade do Rio de Janeiro, o Marco Civil da Internet, sancionado em abril deste ano, desestimula o acordo entre as empresas de mídia e os políticos, e acaba fazendo com que as disputas pela veiculação de conteúdos na web terminem na Justiça. “O Marco Civil, apesar de não proibir, desestimula isso [o pedido direto para a retirada de material] a acontecer. Isso é bem claro no Marco Civil. Ele incentiva as empresas a exigir uma ordem judicial. Isso deveria acontecer durante as eleições de forma muito clara. O que acontece no Brasil durante as eleições é que ocorre uma excepcionalidade nas garantias à liberdade”, argumenta ao jornal O Globo Steibel, para quem o Tribunal Superior Eleitoral não define claramente o que é propaganda irregular na internet.

Ele critica os critérios para que uma publicação seja considerada irregular. Fabro, acredita que, por causa da celeridade característica da Justiça Eleitoral, muitos conteúdos são barrados por liminares sem que haja uma reflexão profunda sobre sua natureza. “A liberdade de comunicação acaba comprometida, porque quem tem o melhor time de advogados ou de monitoramento das redes sociais acaba tendo um poder desigual. O entendimento nos Estados Unidos, por exemplo, é que é mais importante a democracia. Em vez de você impor restrições, o que você faz é com que mais e mais pessoas possam falar. Lá, a ideia é que quanto mais as pessoas falarem, mais dados bons aparecem”.

Por outro lado, o vice-presidente da Comissão de Direito Eleitoral da OAB-RJ, André Miranda, pondera que o histórico da Justiça Eleitoral não é de respaldar medidas de censura prévia e que ela foi criada para zelar pela manutenção da igualdade dos candidatos e da lisura do pleito. O advogado acredita que as ações dos candidatos são em geral legítimas, porque, segundo ele, o Google é um instrumento de divulgação como qualquer outro. “Você tem ali uma praça pública, e como tal, tem que ter alcançada uma tutela jurisdicional. Você hoje tem no Google um instrumento célere de divulgação de notícias. E a legislação eleitoral garante que você proteja o candidato contra notícias inverídicas, com divulgação infundada. A Justiça ajuda o candidato a obter a tutela adequada para se proteger desse veículo. Você tem cada vez mais esse tipo de pedido, dado o aumento progressivo do número de notícias que o Google divulga. A internet é o veículo que as pessoas buscam”.

*Informações do Portal Imprensa, O Globo e Abraji.

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ABI BAHIANA Notícias

Ameaças a jornalistas que cobriram caso Geovane preocupam a ABI

Preocupada com as intimidações sofridas por profissionais da imprensa que atuaram na cobertura do caso Geovane Mascarenhas de Santana (22), a Associação Bahiana de Imprensa (ABI) decidiu, em reunião de Diretoria na última quinta (21), pelo encaminhamento de um ofício ao governador do Estado da Bahia, em que a entidade pede imediatos esclarecimentos dos fatos.

Geovane foi sepultado no município de Serra Preta, microrregião de Feira de Santana (BA), no último domingo (24), após 22 dias do seu desaparecimento. De acordo com o jornal Correio*, os custos com o enterro foram pagos pela família, apesar de a Secretaria de Justiça, Cidadania e Direitos Humanos ter oferecido ajuda. O corpo de Geovane foi encontrado esquartejado e queimado, tendo partes espalhadas por dois bairros de Salvador, em um dos mais brutais homicídios cometidos na capital nos últimos anos. Ele foi visto vivo pela última vez no dia 2 de agosto, após uma abordagem policial no bairro da Calçada, na qual foi agredido e colocado em uma viatura, conforme imagens registradas em um vídeo de segurança.

O crime é investigado em Salvador desde que o pai de Geovane, Jurandy Silva de Santana, iniciou sua peregrinação em busca do filho e procurou a polícia. No dia 3, as mãos e a cabeça foram localizadas em Campinas de Pirajá, o tronco e os membros em São Bartolomeu, no dia 5. Com a repercussão do caso, que ganhou destaque na mídia nacional desde o dia 13, as autoridades da área de segurança foram pressionadas a elucidar os fatos. A Justiça decretou a prisão temporária do subtenente Cláudio Bonfim Borges, comandante da guarnição, e dos soldados Jailson Gomes de Oliveira e Jesimiel da Silva Resende, lotados na Companhia de Rondas Especiais da Baía de Todos os Santos (Ronderp/BTS). recolhidos ao Batalhão de Choque da PM, em Lauro de Freitas. Eles também foram afastados das atividades realizadas na rua. O laudo aponta que o jovem não morreu à bala.

Ao longo das investigações, a imprensa local tem sido constantemente atacada e até o morador do imóvel onde as câmeras de segurança flagraram a abordagem realizada pelos policiais militares se disse ameaçado e preferiu mudar-se. De acordo com a nota oficial emitida pelo Sindicato dos Jornalistas Profissionais no Estado da Bahia (Sinjorba) no dia 18 de agosto, um dos jornalistas recebeu solicitação para que se identificasse durante entrevista coletiva concedida pelas autoridades policiais, no dia 15 de agosto, e foi surpreendido com a declaração de que “é muito bom saber quem escreve sobre a gente”. O documento divulgado também pelo site da Federação Nacional dos Jornalistas (Fenaj) afirma, ainda, que dois homens identificados como policiais militares ligaram para repórteres na redação do jornal Correio* e parabenizaram pela reportagem, mas alertaram que “todos deveriam ter muito cuidado porque a tropa está com sangue no olho”.

Para o Sinjorba, os jornalistas envolvidos na cobertura realizaram seu trabalho de forma ética e responsável e não existe qualquer justificativa para qualquer forma de insatisfação por parte de integrantes da PM, a menos que esses comunguem com atos que vêm sendo investigados e repudiados pela própria corporação. “O livre exercício do jornalismo é inerente à democracia brasileira e garantido pela Constituição do Brasil, cabendo às autoridades a garantia de segurança e o respeito à integridade física e moral dos profissionais de imprensa”.

A direção do Correio encaminhou ofício à Secretaria de Segurança Pública do Estado da Bahia informando sobre os fatos ocorridos na redação e o Sinjorba denunciou através de e-mail enviado à Secretaria de Comunicação Social (Secom), que alegou que não havia denúncia formal àquela secretaria, nem por parte dos jornalistas, nem pela direção das empresas Correio* e A Tarde. O Sinjorba encaminhou alerta à Federação Nacional dos Jornalistas (FENAJ), à Federação Internacional de Jornalistas (IFJ) e à Federação de Jornalistas da América Latina e Caribe (Fepalc).

Ainda na reunião da última quinta-feira (21), a Associação Bahiana de Imprensa decidiu que o relato encaminhado ao governador também seria enviado para as demais entidades nacionais e internacionais de defesa da liberdade de imprensa, destacando-se a Associação Brasileira de Imprensa (ABI), Associação Nacional de Jornais (ANJ), Sociedade Interamericana de Imprensa (SIP), Repórteres Sem Fronteiras (RSI), Comitê de Proteção aos Jornalistas (CPJ) e Comitê Internacional da Cruz Vermelha – Divisão de Imprensa.

No último dia 21, a Associação Brasileira de Jornalismo Investigativo (Abraji) também manifestou preocupação com ameaças sofridas pelos profissionais. A entidade considerou “inaceitáveis as tentativas de intimidação” e exortou o governo do Estado, a Secretaria de Segurança Pública e o comando da Polícia Militar da Bahia a apurarem e punirem os responsáveis. “A prática do jornalismo não pode ser alvo de qualquer cerceamento – especialmente o que vem por meio de violência. Ao tentar intimidar os jornalistas, tenta-se inibir o exercício do direito mais essencial de uma democracia: a liberdade de expressão”, diz trecho da nota divulgada.

Durante reunião ordinária do Conselho Estadual de Comunicação, a presidente do Sinjorba, Marjorie Moura, informou sobre as ameaças aos jornalistas. Está marcada para esta quinta-feira (28/8), às 15h, na sede da Secretaria de Segurança Pública do Estado da Bahia (SSP), uma reunião entre representantes do Sinjorba, ABI e Sinterp-Ba, o secretário de Segurança Pública Maurício Barbosa e o comandante da Polícia Militar Alfredo Castro, onde serão discutidas as intimidações aos jornalistas do Correio e outros problemas enfrentados pela categoria, como as agressões da PM durante as coberturas jornalísticas.

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