“A Cidade da Bahia” é o tema do livro que a Assembleia Legislativa da Bahia (AL-BA) e os Tribunais de Contas do Município e do Estado lançam nesta quarta-feira (20/12) a partir das 16 horas, no saguão da AL-BA. O livro de 140 páginas, capa dura, com selo editorial da editora P55, conta com textos do escritor e jornalista Nelson Varón Cadena e prefácio do professor Francisco Senna, membro da Academia de Letras da Bahia.
A obra é um registro fotográfico da Bahia antiga, com base no acervo da Fundação Gregório de Mattos. O texto de abertura destaca a importância das imagens da Cidade da Bahia, primeiro, a partir dos desenhos e aquarelas de viajantes estrangeiros e mais tarde, com a descoberta da fotografia, de fotos produzidas, na sua maioria, também, por estrangeiros que aqui residiram, ou, estiveram de passagem. Conta também a origem dos nomes toponímicos de algumas ruas e das motivações para a escolha do nome de pessoas ilustres, como indicativo das vias e avenidas.
Os capítulos temáticos, por sua vez, resgatam em fotografias e textos aspectos da cidade, alguns desconhecidos pelas novas gerações. É o caso da estátua do Cristo Redentor, originalmente erigida em Ondina, hoje na Barra; o impacto da passagem do zepellin pela Bahia; o hidroporto de Itapagipe, primeiro aeroporto de Salvador, e o Ground do Rio Vermelho onde na primeira década do século XX se realizavam corridas de cavalo, provas de pedestrianismo, corridas de bicicleta e de patins e também jogos de futebol do campeonato baiano.
Em homenagem aos 468 anos de fundação da cidade de Salvador, o Instituto Geográfico e Histórico da Bahia (IGHB), em parceria com a Assembleia Legislativa do Estado da Bahia (ALBA), lançam nesta quarta (29) a reedição dos clássicos “História da fundação da cidade do Salvador”, do engenheiro baiano Theodoro Sampaio e “Através da Bahia”, dos viajantes naturalistas bávaros Von Spix e Von Martius. O encontro, às 17h, também será marcado por uma conferência do professor José Carlos Barreto de Santana (Uefs) sobre “Notas Biográficas de Theodoro Sampaio”, quando serão abordados aspectos importantes da vida intelectual do também historiador, geógrafo, geólogo, cartógrafo e tupinólogo, que presidiu o IGHB de 1923 a 1937.
Um dos mais importantes estudos sobre o período inicial da colonização portuguesa no Brasil, o livro iniciado por Theodoro Sampaio já nos últimos anos, e não concluído quando da sua morte em 1937, foi publicado pela primeira vez quando das comemorações do quarto centenário da cidade, em 1949.
Em sua coluna no site Bahia Já, a especialista em literatura pela Universidade de Portugal, Rosa de Lima, ressalta que o autor descreve a cidade até o tempo de Mem de Sá, os primitivos muros derrubados, a fundação da Santa Casa de Misericórdia, o nascimento do Colégio dos Jesuítas, a conquista do Recôncavo e as revoltas do gentio. Além de aproximar-se a fatos pertinentes ao início do século XVII. “Livro fantástico, leitura obrigatória para quem deseja conhecer os primórdios da história de Salvador”.
“Através da Bahia” foi traduzido do alemão por Pirajá da Silva e Paulo Wolf e é um excerto da obra Reise in Brasilien (1817-1820, traduzido posteriormente na íntegra como “Viagem pelo Brasil”) e apresentado durante o 5º Congresso de Geografia do Brasil, realizado em Salvador no ano de 1916. A introdução do livro ficou a cargo de Theodoro Sampaio, que teve assim a oportunidade de “revisitar” regiões por ele percorridas quando da sua participação como engenheiro da Comissão Hidráulica, e que resultou no livro “O rio São Francisco e a Chapada Diamantina”, ou como engenheiro nas obras de prolongamento da estrada de ferro da Bahia ao São Francisco e na Comissão de Desobstrução do Rio São Francisco, que deram origem a trabalhos como “A respeito dos caracteres geológicos do território compreendido entre a cidade de Alagoinhas e a de Juazeiro” e “Notas sobre a geologia da região compreendida entre o rio S. Francisco e a Serra Geral…”
Para o presidente do IGHB, Eduardo Morais de Castro, a reedição das obras reforça o compromisso do Instituto com o retorno do ensino de história da Bahia, o que será fundamental para que os jovens de hoje contribuam para disseminar os estudos tão bem difundidos por Theodoro Sampaio. “Vamos buscar parcerias para que as obras cheguem às bibliotecas e escolas de todo o Estado. O público que vier para este encontro, também irá conhecer importantes obras publicadas por Theodoro Sampaio, cujo acervo particular está depositado no Arquivo do IGHB, que lhe presta homenagem”.
Foto: Internet
Sobre o autor – Theodoro Fernandes Sampaio (1855/1937) nasceu em Santo Amaro, filho da escrava Domingas da Paixão do Carmo e do padre Manuel Fernandes Sampaio. Ainda em Santo Amaro estuda as primeiras letras no colégio do professor José Joaquim Passos. É levado pelo pai, em 1864, para São Paulo e depois para o Rio de Janeiro, onde estuda no Colégio São Salvador e, em seguida, ingressa no curso de Engenharia do Colégio Central.
Formou-se em 1877, quando volta a Santo Amaro e revê a mãe e os irmãos, comprando, no ano seguinte, a carta de alforria de seu irmão Martinho, gesto que repete com os irmãos Ezequiel (1882) e Matias (em 1884). Por ser filho de branco, Sampaio nunca fora um escravo. Em 1879 integra a “Comissão Hidráulica”, nomeada pelo imperador Dom Pedro II, sendo o único engenheiro brasileiro entre estadunidenses. Foi um dos fundadores do Instituto Histórico e Geográfico de São Paulo (1894); membro do Instituto Geográfico e Histórico da Bahia (1898), que presidiu em 1922; sócio do Instituto Histórico e Geográfico Brasileiro (1902).
SERVIÇO
O que: Conferência e lançamento das reedições dos livros “História da fundação da cidade do Salvador” e “Através da Bahia”
Quando: 29 de março, 17h
Onde: Sede do Instituto, localizado na Avenida Joana Angélica, 43 – Piedade.
Para lembrar os 85 anos da Associação Bahiana de Imprensa (ABI), comemorados em 17 de agosto, a Assembleia Legislativa da Bahia (AL-BA) recebeu, na manhã desta quinta-feira (8), diretores da entidade, autoridades, jornalistas, representações políticas, culturais e movimentos sociais, que lotaram o plenário do Palácio Dep. Luis Eduardo Magalhães, no CAB. A sessão especial conduzida pelo presidente da ALBA, deputado Marcelo Nilo, destacou a atuação da ABI em defesa da liberdade de imprensa e de expressão, e a importância da atividade jornalística para a manutenção da democracia.
“É uma honra para a ABI ter a chance de completar 85 anos sendo homenageada pelo Poder Legislativo. A consciência de que, sem imprensa, não há democracia tem que ser mantida e alimentada o tempo inteiro”, defende o presidente da ABI, Walter Pinheiro. O dirigente lembrou episódios em que foi decisiva a atuação dos jornalistas, como nos recentes casos de corrupção, em que a produção jornalística teve destacado papel na garantia da transparência.
Diretores da ABI – Foto: Joseanne Guedes/ABI
Para o dirigente, é uma data importante não apenas para a entidade da qual ele é integrante desde 1986, mas para toda a sociedade. “A ABI está atenta ao cenário que se apresenta e temos a doce esperança e otimismo de acreditar nas potencialidades do nosso país”. Ele reforçou o compromisso da ABI no combate a qualquer ato que compreenda censura ou possa impedir os profissionais da comunicação de exercerem a atividade.
Neta de Demócrito Gomes de Carvalho, ex-dirigente da Associação Tipográphica da Bahia, a deputada estadual Fabíola Mansur foi responsável por articular a homenagem à ABI. Em um discurso contundente, a parlamentar parabenizou a entidade que se manteve atuante, mesmo quando o direito à informação esteve na mira do poder econômico ou político. “Sem imprensa livre, muitos problemas da sociedade seriam invisíveis. Quando, muitas vezes, o Estado não chega, o jornalista está lá”. A parlamentar elogiou a postura da ABI quando da retratação pública da instituição sobre suas omissões no período da ditadura. “Um gesto de grandeza”.
No papel de orador, o jornalista e pesquisador Nelson Varón Cadena reconstituiu a linha do tempo da ABI. Ele é autor do levantamento histórico da instituição, através das atas de diretoria e outros documentos, e prossegue estudando o tema. Segundo o historiador, a ABI não foi mais atuante no enfrentamento dos regimes ditatoriais porque as circunstâncias não permitiam. Cadena ressalta que a ABI atuou de forma protocolar, como as demais associações de imprensa do país.
“Na ditadura Vargas, fez ofícios e diligências junto aos interventores, solicitando a revogação da prisão de jornalistas e também solicitando o fim das penalidades que impediram a circulação por períodos de O Imparcial, Diário de Notícias e A Tarde”. Ainda nesse período, de acordo com o pesquisador, a entidade pediu ao Ministério da Justiça para apurar as circunstâncias do empastelamento do jornal A Cachoeira. “Na ditadura militar, atuou de igual forma. Mas, condenou o atentado de abril de 1965 ao O Estado de São Paulo e se manifestou contra a Lei de Imprensa de 1967”.
O presidente Walter Pinheiro esteve acompanhado do presidente da Assembleia Geral da ABI, Samuel Celestino, e dos diretores da entidade: Luís Guilherme Pontes Tavares, Raimundo Marinho, Pedro Daltro, Valter Lessa, Romário Gomes, Agostinho Muniz, Antonio Matos, Luiz Hermano Abbehusen, Nelson de Carvalho e Antonio Jorge Moura. A sessão foi prestigiada pelo governador em exercício, João Leão; secretário de Comunicação, André Curvello; a diretora da Faculdade de Comunicação, Susana Barbosa; a presidente do Sindicato dos Jornalistas Profissionais do Estado da Bahia, Marjorie Moura; desembargador Lindivaldo Brito; presidente da Academia de Letras da Bahia, Joaci Goes; presidente da Associação Comercial da Bahia, Luiz Fernando Queiroz; presidente da Fundação Pedro Calmon, Zulu Araújo.
O jornalista Jorge Calmon será homenageado, no próximo dia 11, pela Assembleia Legislativa do Estado da Bahia (AL-BA), em continuidade às comemorações do seu centenário de nascimento – comemorado no dia 7 de julho. A partir das 10h, acontecerá no plenário uma sessão especial convocada pela Mesa Diretora, que será sucedida pela inauguração de uma placa que nomeia como “Jornalista Jorge Calmon” o auditório do edifício Senador Jutahy Magalhães.
De acordo com o presidente da Casa Legislativa, Marcelo Nilo, a homenagem “é um ato de justiça a um homem notável, de trajetória extraordinária, marcada pela diplomacia, correção e firmeza em todos os elevados cargos que ocupou sempre com brilhantismo”. O auditório que emprestará seu nome é o maior e mais bem equipado do CAB. Conta com 302 lugares, revestimento acústico de ponta que permite e realização de eventos até sem sonorização, salas de apoio, iluminação cênica, equipamento de som, e pode ser repartido em espaços separados acomodando eventos distintos de forma simultânea.
Homenagens – Um exposição itinerante organizada pela Associação Bahiana de Imprensa (ABI) e pela Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo do Estado da Bahia (Fecomércio-Ba) abriu em junho deste ano as homenagens ao centenário de Jorge Calmon. A mostra “100 anos de Jorge Calmon” reuniu, no foyer da Casa do Comércio, 20 fotos que foram cedidas pela família e retratam momentos marcantes da sua carreira e sua atuação em diversos segmentos, com personalidades políticas nacionais e internacionais e também com a família. No dia em que Jorge Calmon completaria 100 anos, uma missa na Basílica do Bonfim reuniu familiares e amigos do jornalista, que esteve à frente da ABI entre os anos de 1970 e 1972.