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Estado Islâmico decapita quatro e divulga novo vídeo de jornalista refém

Militantes do Estado Islâmico decapitaram quatro homens de uma tribo no leste da Síria acusados pelo grupo de serem combatentes inimigos e de receber treinamento militar de forças pró-governo, disse um grupo de monitoramento da violência no país. O Observatório Sírio para os Direitos Humanos, com sede na Grã-Bretanha, disse que os homens pertenciam à tribo muçulmana sunita sheitaat, que tem enfrentado o Estado Islâmico na província de Deir al-Zor, na fronteira com o Iraque. De acordo com denúncia da entidade, as mortes aconteceram no domingo (26), na cidade fronteiriça de Albu Kamal. Dois dos homens foram mortos em uma praça pública e os outros dois em uma rotatória na cidade.

O Estado Islâmico, uma ramificação radical sunita da Al Qaeda, matou centenas de membros desta tribo em julho e agosto, acusando-os de serem combatentes inimigos e apóstatas, de acordo com moradores. O grupo extremista frequentemente realiza execuções nas áreas em que controla, afirmando que está fazendo justiça e alertando os moradores a obedecerem à organização.

Um desses alertas foi dado ontem (27), através de um vídeo em que o jornalista britânico John Cantlie, de 43 nos, diz estar em Kobane, cidade síria perto da fronteira da Turquia que é palco de combates entre os militantes islâmicos e forças curdas – que contam com o apoio de bombardeios de forças lideradas pelos Estados Unidos, desde que o EI conquistou porções de território na Síria e no Iraque, e matou jornalistas estrangeiros e trabalhadores de ajuda humanitária.

Cantlie, que trabalhou para grandes jornais britânicos, foi em novembro de 2012 para a Síria, onde foi capturado pelo grupo. Ele já tinha aparecido em outros vídeos, com uniforme laranja em uma sala escura, dizendo algumas “verdades” sobre o grupo jihadista. Desta vez, o britânico aparece ao ar livre, em um cenário aparentemente calmo e com alguns edifícios destruídos.

De acordo com a BBC, no vídeo, retirado do YouTube, ele parece ler um texto em que critica a postura do governo britânico para negociar com o grupo radical. “Sentimos que estamos presos entre vocês e o governo dos Estados Unidos, e estamos sendo punidos.”

O jornalista diz que a cidade está totalmente controlada pelo EI, “apesar dos contínuos ataques aéreos dos Estados Unidos”. Segundo Cantlie, os ataques aéreos dos EUA conseguiram prevenir que alguns grupos do EI usasse tanques para atacar a cidade. Mas, no lugar disso, eles estão entrando na cidade usando armas e entrando de casa em casa. “A Batalha de Kobane está chegando ao fim”, diz.

Segundo um comunicado do Observatório Sírio de Direitos Humanos, que não menciona as vítimas dos ataques da coalizão internacional anti-jihadista, em 40 dias a “Batalha de Kobane” fez mais de 800 mortos, incluindo 481 jihadistas, 302 combatentes curdos e 21 civis. 

Tortura 

Nas imagens, Cantlie afirma ainda que prisioneiros do grupo militante que tentaram escapar foram punidos com sessões de simulação de afogamento. Esta é a quinta gravação feita pelos jihadistas. O repórter também comentou sobre o tratamento punitivo do EI com os reféns. No fim de seis minutos de vídeo, o jornalista informou que mais mensagens estão por vir. A gravação foi publicada dias após a morte do pai dele.

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Paul Cantlie morreu vítima de uma pneumonia depois de pedir ao grupo que libertasse o filho. No último dia 14 de outubro, a irmã do jornalista, Jessica Cantlie, falou pela primeira vez sobre o sequestro e implorou aos jihadistas que retomem contato sua família para iniciar um diálogo.

No começo de outubro, a família de Cantlie divulgou um comunicado em que implorou ao EI que retome o diálogo interrompido com a família. O apelo ocorreu depois de o EI decapitar quatro reféns: os jornalistas americanos James Foley e Steven Sotloff, o voluntário humanitário britânico David Haines, e outro britânico, Alan Henning, um taxista que transportava ajuda para a população síria.

*Informações do G1 e do Portal Imprensa.

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Prêmio Nobel para Malala pode ajudar a combater o Estado Islâmico

DEU EM O GLOBO – O comitê do Prêmio Nobel da Paz citou o trabalho de Malala Yousafzai e Kailash Satyarthi de “luta contra a repressão de crianças e jovens e pelo direito de todas as crianças à educação,” mas é o trabalho de Malala em defesa das meninas e das mulheres que é o mais importante hoje para promover a paz no mundo. Como já escrevi antes, a repressão sistemática das mulheres é a maior injustiça da história e que deve ser tratada o quanto antes. Mas além desta preocupação, em um mundo em que uma das maiores ameaças internacionais vem da propagação de grupos extremistas islâmicos, é de máxima urgência que nós também tenhamos consciência como é essencial dar mais poderes às mulheres para derrotar os jihadistas.

A correlação entre a repressão dos direitos das mulheres e a instabilidade no mundo moderno é absolutamente clara. A cada ano, o Fórum Econômico Mundial produz o relatório Gender Gap. Em 2013, ele acompanhou 136 países na educação, poder econômico, saúde e capacitação política das mulheres. Consideramos as principais nações em conflitos extremistas. Alguns, como a Somália, Líbia e Afeganistão, nem mesmo fizeram os seus relatórios. Mas aqueles que participaram, a classificação é a seguinte no ranking: Nigéria, 106, Bahrein, 112, Qatar 115, Kuwait 116, Jordânia 119, a Turquia 120, Argélia 124, Egito 125, a Arábia Saudita 127, Mali 128, Marrocos 129, Irã 130, Síria 133, Paquistão 135, e por último o Iêmen 136.

Um relatório de 2011 da Newsweek sobre os melhores e piores lugares para as mulheres colocam Sudão, Etiópia, Paquistão, Níger, as Ilhas Salomão, Mali, República Democrática do Congo, Iêmen, Afeganistão e Chade, nas dez primeiras piores colocações. Em um relatório similar da Marie Claire, de junho, os dez piores países são Índia, Iêmen, Iraque, Paquistão, Nepal, Peru, Turquia, Sudão, Afeganistão e República Democrática do Congo. E ainda um outro ranking indicou os 10 piores, como Iraque, Paquistão, Índia, Somália, Mali, Guatemala, Sudão, República Democrática do Congo, Afeganistão e Chade.

Leia também: Defensores dos direitos da criança levam Prêmio Nobel da Paz

Países com ideologias extremistas tratam mal as mulheres. Eles misturam cultura e heranças religiosas para promover práticas abomináveis ​​e indefensáveis ou simplesmente não reconhecem os direitos de mulheres e meninas. Isso leva-se a práticas atrozes de grupos como, o Estado Islâmico (EI). Em sua revista on-line produzida em inglês, Dabiq, o grupo defende a escravidão de meninas e mulheres yazidis e tomá-las como concubinas, argumentando que a prática é “firmemente estabelecida na Sharia”.

Claramente, esses bandidos brutais temem o poder das mulheres e estão apavorados com o que pode acontecer com o fortalecimento da educação. Poucas histórias ilustram isso tão bem quanto o atentado contra a Malala, que incomodava pelo seu ativismo para garantir a pobres meninas o direito de ir à escola. Alegando crédito para o ataque, o porta-voz do talibã a chamou de “símbolo dos infiéis e obscenidade” e justificou-a como uma ameaça contra o Islã.

Muitos países nas listas dos piores lugares do mundo para as mulheres são islâmicos o que ilustra claramente um problema que os líderes muçulmanos tem com sua teologia e as sociedades do futuro. Porém, maus tratos — ou até mesmo assassinatos, como no caso de crimes de honra — não é visto pela grande maioria da comunidade de 1,6 bilhão de muçulmanos como tolerável. Novos modelos estão evoluindo, como na Turquia, onde negócios e comunidades educacionais turcas comprovam que dar poder às mulheres é uma onda crescente e que vale a pena aproveitar.

Em algumas comunidades no Oriente Médio em meio a essas crises, fortes correntes de mudança estão em andamento. Em 2003, Shirin Ebadi do Irã ganhou o Prêmio Nobel da Paz em reconhecimento ao seu trabalho específico para as mulheres. Em 2011, Tawakkol Karman do Yemen (junto com as da Libéria, Ellen Johnson Sirleaf e Leymah Gbowee) foram igualmente homenageadas.

Hoje, outros símbolos desses modelos emergentes de maior tolerância se juntam à Malala na frente de batalha contra os extremistas. Mariam al-Mansouri, de 35 anos, a primeira piloto da Força Aérea dos Emirados Árabes Unidos participou dos ataques contra o Estado Islâmico. E algumas das histórias mais inspiradoras contra os extremistas na Síria e no Iraque, são as unidades curdas Peshmerga, em grande parte composta de mulheres, que lutam bravamente contra o EI e outros militantes islâmicos.

De acordo com a Síria Deeply, quase um terço dos combatentes do braço armado do Partido da União Democrática (em curdo o PYD) são mulheres. Mulheres curdas têm lutado contra os turcos há décadas, e desenvolvendo um gosto particular pela luta contra os jihadistas, dado as atitudes extremamente opressivas deste último em relação às mulheres. Uma dessas militantes diz: “Eu acredito em uma causa maior, que é proteger nossas famílias e as nossas cidades da brutalidade e pensamentos sombrios dos extremistas …. Eles não aceitam as mulheres em cargos de liderança. Eles querem nos cobrir e nos transformar em donas de casa, só para atender suas únicas necessidades. Eles acham que não temos o direito de falar e controlar nossas vidas.”

Mas histórias de Malala e Mariam al-Mansouri, são aberrações em um mundo em que os papéis das mulheres ainda são profundamente circunscritos. Seria um erro sugerir que a corrente de luta é pró-mulher versos anti-mulher, uma vez que alguns membros da coalizão anti-EI são notórios por seus maus tratos às mulheres, como os sauditas, que ainda têm de conceder às mulheres o direito de dirigir ou qualquer tipo de poder político ou econômico real.

Mas reverter a propagação do extremismo e, finalmente, derrotá-lo, é o imperativamente estratégico e que não deve apenas orientar a nossa batalha contra o EI, mas também contra todos os outros grupos extremistas, como o Boko Haram que sequestrou centenas de meninas. Apenas parte do problema é derrotar os combatentes jihadistas armados que enfrentamos no campo de batalha.

Como o economista Larry Summers escreveu, “investimento na educação das meninas pode ser o maior investimento de retorno disponível no mundo em desenvolvimento.” É por isso que a questão é tão central para os objetivos de desenvolvimento do milênio das Nações Unidas. Mas para realmente garantir que as questões das mulheres sejam tratadas de forma justa, é preciso a concessão de voz política representativa para elas, bem como garantir a proteção igual perante a lei. Nenhuma dessas coisas é possível nas ideologias extremas adotadas por grupos jihadistas, nem são possíveis nos chamados ambientes “moderados” de alguns dos aliados dos Estados Unidos na guerra contra o EI. Promover um tratamento justo para as mulheres, desfazer séculos de opressão, educá-las e dar-lhes oportunidade econômica, é a única maneira de negar um apoio futuro para as pessoas com pontos de vista extremos e marginais perigosos, e, ao mesmo tempo, fazer o que é certo interessa a longo prazo os países em questão.

Dar oportunidades e mais poder às mulheres desfaz séculos de injustiça e enriquece as sociedades. Mas pode desempenhar um papel vital também para ajudar a derrotar algumas das organizações mais perigosas hoje em dia. É por esta razão que esses grupos estão tão assustados com uma adolescente como Malala ou pelo progresso que representa mulheres que lutam contra o extremismo no Oriente Médio. Elas são o tipo de mudança que pode relegar permanentemente as filosofias e práticas medievais de grupos como o Estado Islâmico ao monte de cinzas da história, onde é o lugar deles.

*DAVID ROTHKOPF, para o WASHINGTON POST.

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Estado Islâmico executa cinegrafista iraquiano e mais três civis em Bagdá

O Estado Islâmico (EI) executou em público um cinegrafista iraquiano, o seu irmão e outros dois civis, na última sexta-feira (10), em Samra (Bagdá), de acordo com a família da vítima. Raad al-Azzawi tinha 37 anos e trabalhava para o canal de televisão local Sama Salaheddin. Os jihadistas também teriam executado em simultâneo, no norte do país, nove pessoas, suspeitas de ligações a grupos sunitas, segundo fontes dos serviços de segurança e testemunhas citados pela agência noticiosa AFP.

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Segundo a organização Repórteres Sem Fronteiras (RSF), al-Azzawi, pai de três filhos, foi sequestrado pelo grupo jihadista em 7 de setembro. “Levaram-no de sua casa, juntamente com o irmão”, contou um membro da família, que acrescentou: “Não fez nada de mal, o seu único crime foi ser operador de câmara, apenas fazia o seu trabalho”. Um comunicado da RSF divulgado no mês passado informava que o EI tinha ameaçado o jornalista por se recusar a trabalhar para o grupo. 

“Estou esperando a minha vez”

John Cantlie em um dos vídeos divulgados pelo EI - Foto: Reprodução_AFP
John Cantlie em um dos vídeos divulgados pelo EI – Foto: Reprodução_AFP

Outro profissional da imprensa segue na mira do EI. Militantes do grupo Estado extremista postaram na Internet um artigo escrito supostamente por John Cantlie, um jornalista britânico feito prisioneiro por jihadistas, na qual ele pede ao governo britânico para negociar a sua libertação.

A par do artigo, o jornal Dabiq, pertencente ao EI, publica uma foto do jornalista vestido com um macacão laranja, igual aos usados pelos jornalistas norte-americanos executados pelos extremistas islâmicos. “Agora, se algo não mudar de forma radical e muito rapidamente, estou esperando a minha vez”, enfatizou Cantlie, citado pelo jornal Daily Mail. Anteriormente, o grupo havia publicado três vídeos com mensagens de Cantlie; num desses, ele diz que a ajuda norte-americana à oposição síria tem um efeito nulo.

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*Informações do Jornal de Notícias, AFP, Portal Imprensa e rádio Voz da Rússia.

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Estado Islâmico publica 11 regras para jornalistas que cobrem as ações do grupo

DEU NO PORTAL IMPRENSA – O grupo extremista Estado Islâmico (EI) divulgou na última terça-feira (7/10) 11 “regras” para os jornalistas que acompanham os territórios dominados por eles na Síria, no Iraque e em cidades curdas da Turquia, onde tenta ampliar seu poder. De acordo com a ONG de notícias especializada no conflito Syria Deeply, houve uma reunião entre repórteres e funcionários da assessoria de imprensa do grupo radical, que esclareceram a maneira como cobertura deve ser realizada.

Para permanecer no território, os jornalistas devem respeitar 11 regras, como relata o Huffington Post:

1 – Os correspondentes devem jurar lealdade ao califa Abu Bakr al-Baghdadi e serem súditos do EI;

2 – Os trabalhos dos jornalistas estarão sob supervisão exclusiva da assessoria de imprensa do EI;

3 – Os jornalistas podem trabalhar diretamente com agências de notícias internacionais (como Reuters, AFP e AP), mas devem evitar todos os canais locais e internacionais de televisãopor satélite. Eles também estão proibidos de fornecer qualquer material exclusivo (som ou imagem) a essas agências;

4 – Os jornalistas estão proibidos de trabalhar aos veículos inscritos “na lista negra de emissoras que lutam contra países islâmicos” (como Al-Arabiya e Al Jazeera) criada pelo EI. Os infratores serão responsabilizados;

5 – Os jornalistas estão autorizados a cobrir eventos da região governada com textos e imagens sem precisar da autorização da assessoria de imprensa do EI. Contudo, todos os materiais publicados devem levar os nomes do jornalista e do fotógrafo responsáveis;

6 – Os jornalistas não estão autorizados a publicar qualquer reportagem (impressa ou transmitida) sem antes entrar em contato com a assessoria de imprensa do EI;

7 – Os jornalistas podem ter contas próprias nas redes sociais e blogs para divulgar notícias e fotos. No entanto, a assessoria de imprensa do EI deve ter os endereços dessas contas e páginas;

8 – Os jornalistas devem respeitar os regulamentos ao fotografar dentro dos territórios controlados pelo EI e evitar filmar locais onde fotografias são proibidas;

9 – A assessoria de imprensa do EI irá acompanhar o trabalho dos jornalistas no território controlado pelo grupo e nos veículos de comunicação estatais. Qualquer violação das regras em vigor levará à suspensão do jornalista e ele será responsabilizado;

10 – As regras estão sujeitas a alterações a qualquer momento, dependendo das circunstâncias e do grau de cooperação e compromisso dos jornalistas;

11 – Os jornalistas recebem uma licença para trabalhar depois de apresentar um pedido de autorização na assessoria de imprensa do EI.

A violência do EI contra a imprensa ganhou força em agosto deste ano, quando o grupo divulgou um vídeo com a decapitação do jornalista James Foley, que prestava serviços para o site Global Post e para AFP. Duas semanas depois, outro registro mostrava a execução do repórter freelancer Steven Sotloff. Ambos estavam reféns do EI na Síria desde 2012. Os atos ocorreram em represália aos ataques aéreos dos Estados Unidos contra forças jihadistas.

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