Notícias

IGHB sedia homenagem ao abolicionista baiano Luiz Gama

No Dia Nacional da Consciência Negra, 20 de novembro, o Instituto Geográfico e Histórico da Bahia (IGHB) vai receber uma mesa redonda em homenagem ao abolicionista Luiz Gama, responsável pela alforria de mais de 500 escravos. O baiano, que era mestiço, notabilizou-se no país desde a segunda metade do século XIX por causa da sua atuação como jornalista, poeta e advogado. Nesta quinta-feira (20), ele será lembrado no evento promovido pelo Instituto dos Advogados da Bahia, Associação Bahiana de Imprensa (ABI), Academia de Letras Jurídicas da Bahia, Tribunal Regional do Trabalho da 5ª Região, Procuradoria Regional do Trabalho da 5ª. Região, Fundação Instituto Feminino da Bahia, Superintendência Regional do Trabalho, jornal Tribuna da Bahia e o próprio IGHB.

Leia também:

A mesa será composta pelo Ministro aposentado do Tribunal Superior do Trabalho, Horacio Pires, pelo Presidente do Instituto dos Advogados Brasileiros Técio Lins e Silva e pelo Membro da Academia de Letras da Bahia, escritor e jornalista Joacy Góes.

Busto de Luiz Gama no Largo do Tanque-Salvador_reduzida
Busto de Luiz Gama, no Largo do Tanque (Liberdade), em Salvador – Foto: Reprodução

Em agosto, na passagem dos 132 anos do falecimento de Luiz Gama, o poeta foi homenageado durante aula pública promovida em Salvador pela Associação Bahiana de Imprensa (ABI), em parceria com o Coletivo Libertai. O evento reuniu artistas da música, poesia e outras expressões culturais e artísticas, no Largo do Tanque (Liberdade), local que ostenta um busto daquele que é considerado um dos mais ativos abolicionistas brasileiros. Desde 2012, a ABI dirige sua atenção ao soteropolitano nascido no bairro da Mouraria, em reverência à sua contribuição no processo de abolição no Brasil, através de sua poesia satírica que combate o racismo.

SERVIÇO

O que: Mesa Redonda em homenagem a Luiz Gama
Quando: 20 de novembro, Dia da Consciência Negra, às 18 h
Onde: Auditório do Instituto Geográfico e Histórico da Bahia (Avenida Joana Angélica, nº 43 – Piedade).

publicidade
publicidade
ABI BAHIANA Notícias

ABI celebra cinco anos da Seccional Norte-Nordeste

Em uma manhã de debates e homenagens, a Associação Bahiana de Imprensa (ABI) comemorou os cinco anos de criação da Seccional Norte/Nordeste da entidade, cuja sede regional está situada em Feira de Santana. O evento realizado nesta quinta (25), na Associação Comercial e Empresarial de Feira de Santana (ACEFS), foi coordenado pelo presidente da ABI, Antonio Walter Pinheiro, e reuniu diretores da entidade, profissionais da imprensa e representações políticas. O encontro teve como palestrante o presidente da assembleia-geral da ABI e sócio-diretor do site Bahia Notícias (BN), o jornalista Samuel Celestino, que traçou o cenário do sistema político atual no Brasil, segundo ele, amplamente atingido pela corrupção.

O presidente da Seccional Norte/Nordeste da ABI, Jair Cezarinho, abriu as comemorações exibindo um vídeo sobre o nicaraguense Tony Melendez, que nasceu sem os dois braços devido a uma deficiência causada por um remédio para enjoo chamado Talidomina, ingerido por sua mãe durante a gravidez. Nas imagens, ele não apenas toca violão com os pés, como faz tudo que uma pessoa dita normal pode fazer, o que fez de Tony um exemplo de vida, no que diz respeito à superação de limites. Com base no vídeo, Cezarinho falou sobre os desafios encontrados pela entidade e agradeceu o apoio dos diretores, que transferiram a Reunião Ordinária da ABI para Feira de Santana, com o objetivo de comemorar os cinco anos da Seccional.

Seccional Feira_Foto: Joseanne Guedes/ABIWalter Pinheiro saudou a “princesinha do Sertão” pela passagem dos 181 anos de emancipação política, comemorados no último dia 18, e agradeceu a presença do prefeito do município, José Ronaldo de Carvalho. O presidente da ABI refletiu sobre o papel da imprensa e destacou a importância do trabalho de jornalistas nas recentes denúncias de corrupção envolvendo políticos brasileiros. Ele rejeitou as declarações da presidente Dilma Rousseff, que afirmou, no último dia 19, que “não é função da imprensa investigar”, ao se referir aos novos vazamentos do depoimento à Justiça do ex-diretor da Petrobras, Paulo Roberto Costa, delator de esquema suspeito de pagamento de propinas na estatal.

“A ABI está atenta e sempre trabalhando para que o direito à liberdade de expressão do pensamento, que é a base da democracia, seja preservado em todo o país. Não podemos aceitar censura e infração aos direitos constitucionais que protegem a liberdade de imprensa, a exemplo do que ocorreu com a Revista IstoÉ, que teve uma edição recolhida por ordem judicial, após divulgar, segundo a sentença, “fatos desabonadores” ao governador do Ceará, Cid Gomes. O Poder Judiciário não pode cercear o trabalho de órgãos de comunicação para atender a apelos de autoridades”, afirmou o dirigente.

Com criticidade, a palestra do jornalista Samuel Celestino analisou a conjuntura política brasileira, a situação econômica do país e defendeu mudanças no sistema partidário. “A configuração do jogo político está baseada no divisionismo e no pluripartidarismo, com a maioria dos nossos representantes ávida pelos acordos, como é possível observar no escândalo que envolve a Petrobras. No atual esquema, mesmo que o governo tenha maioria, ele não governa efetivamente porque tem que responder às alianças. Eu defino o Brasil como o paraíso dos corruptos. A resposta é condenar a mídia por revelar os escândalos? Precisamos de uma reforma eleitoral. Não pode ficar como está”.

Ele também rejeitou as declarações de Dilma sobre o papel da imprensa. “É exatamente investigar que a imprensa tem que fazer. E o que faz desde que se começou o jornalismo investigativo no Brasil pós-ditadura. A denúncia parte de uma investigação”, defendeu. O diretor da ABI Agostinho Muniz discordou do palestrante e ponderou que no Brasil há um histórico de corrupção. Segundo ele, o problema não é exclusividade da força política atualmente no poder.

Celestino comemorou o resultado do “Plebiscito Constituinte” realizado na semana da pátria, entre os dias 1º e 7 de setembro, em que mais de 7 milhões de brasileiros votaram a favor de uma constituinte exclusiva para uma reforma política no país. O saldo do plebiscito feito por 477 organizações em todo o país foi divulgado na última quarta-feira (24), durante uma coletiva de imprensa na cidade de São Paulo. Mais de 6 milhões foram às urnas instaladas pelas entidades e outros 1,74 milhões votaram pela internet. Como não tinha um caráter legal, o objetivo da mobilização era demonstrar o desejo popular por mudanças no sistema político e pressionar o poder público a convocar um plebiscito oficial sobre a reforma política.

Durante a reunião, a Seccional N/NE homenageou personalidades e instituições que contribuem para o fortalecimento da comunicação na Bahia, entre elas o jornal Tribuna da Bahia; o jornalista Samuel Celestino; o presidente da Associação Baiana de Jornalismo Digital (ABJD) e sócio-executivo do site Bahia Notícias, Ricardo Luzbel; o advogado João Daniel Jacobina, defensor de profissionais de comunicação na Justiça; o diretor da ABI, Agostinho Muniz; e Marcilio Tavares Costa, jornalista da TV Subaé. Já a ABI, recebeu diploma honroso do arcebispo metropolitano Dom Itamar Vian, em nome da arquidiocese de Feira Santana.

publicidade
publicidade
ABI BAHIANA Notícias

Combate ao racismo marca homenagem a Luiz Gama

Na passagem dos 132 anos de seu falecimento, o jornalista, advogado e poeta brasileiro Luiz Gama foi homenageado durante aula pública promovida pela Associação Bahiana de Imprensa (ABI), em parceria com o Coletivo Libertai. O evento realizado neste domingo (31) reuniu artistas da música, poesia e outras expressões culturais e artísticas, no Largo do Tanque (Liberdade), local que ostenta um busto daquele que é considerado um dos mais ativos abolicionistas brasileiros. Desde 2012, a ABI dirige sua atenção ao soteropolitano nascido no bairro da Mouraria, em reverência à sua contribuição no processo de abolição no Brasil, através de sua poesia satírica que demole o racismo.

Estudioso da obra de Luiz Gama, o professor Silvio Roberto Oliveira rememorou a trajetória do poeta e sua luta diante da sociedade colonizadora. “Importante trazê-lo para o mundo atual, em que o racismo é uma doença crônica. O Brasil é um país doente e temos vários exemplos disso. Luiz nos ensinou a combater essa prática. A luta dele não terminou, continua viva em todos nós. Seus libelos servem para que não nos esqueçamos de lutar”, ressalta o autor da tese intitulada “Gamacopéia: ficções sobre o poeta Luiz Gama”.

Tributo Luiz Gama 2014-Foto-Márcio Luis
Busto de Luiz Gama, no Largo do Tanque (Liberdade) – Foto: Márcio Luis/Coletivo Libertai

O presidente da ABI, Walter Pinheiro, ressaltou a luta da entidade em defesa das liberdades de imprensa e expressão, bem como dos direitos humanos e do meio ambiente, além da procura constante pelo enaltecimento dos grandes vultos que marcam a história baiana e brasileira. De acordo com o dirigente, a obra de Luiz Gama deve ser eternizada. “Luiz Gama conseguiu libertar cerca de 500 escravos, marcando uma posição admirável na comunidade de sua época, a ponto de ensejar um funeral com mais de 3 mil pessoas, em uma São Paulo que tinha aproximadamente 40 mil habitantes. Isso não pode ser desconsiderado.

“Luiz Gama travou uma batalha muito grande contra os atos de racismo, que foi personificado naquela época pela escravidão. Mas, dizer que o racismo acabou é balela. No Brasil, o racismo continua. De forma que esse trabalho que Márcio desenvolve é algo a ser aplaudido e incentivado, para que a gente possa lutar pela igualdade e pelo benefício de toda a comunidade, exatamente no momento em que as notícias de racismo estão espalhadas. Luiz Gama vive!”, afirmou.

Walter Pinheiro foi questionado sobre a atuação da ABI no combate à criminalização dos jovens negros pela mídia, quando um dos participantes repudiou a postura de programas populares que expõem acusados na televisão. “A ABI tem ações nessa linha. Há quatro anos, junto com o Sinjorba [Sindicato dos Jornalistas Profissionais no Estado da Bahia] mobilizamos os órgãos do Executivo e o Ministério Público da Bahia para impedir essa prática. Houve um TAC [Termo de Ajustamento de Conduta] para uma das emissoras flagradas em situações deletérias. Com o passar do tempo, a mesma emissora voltou a exibir cenas semelhantes, em que pessoas negras eram ridicularizadas e humilhadas e, novamente, nos pronunciamos. Nossa luta é permanente”, explicou o presidente.

Tributo Luiz Gama 2014- Foto: Márcio Luis/Coletivo Libertai
Foto: Márcio Luis/Coletivo Libertai

Para Márcio Luis, presidente do Coletivo Libertai, é importante o conhecimento da história, que, segundo ele, é sempre contada de forma deturpada. Ele se uniu ao poeta Jansen Nascimento, para declamar “Bodarrada”, nome popular do poema “Quem sou eu?”, escrito por Luiz Gama e editado em 1859. “Bode” é o apelido com que tentavam ridicularizar os que, tal qual Gama, eram negros. Já o poeta Edgar Velame levou Gregório de Matos e Augusto dos Anjos, em um recital cheio de emoção e protesto visceral contra as mazelas da Salvador atual.

“O fundamental é fazer a aproximação com um polo e cultura extremamente vivo. Cultura que é reclamada pela população marginalizada e excluída. Precisamos transcender as paredes da instituição. Temos que ir às ruas e olhar de perto o que está acontecendo”, afirmou o diretor de Cultura da ABI, Luis Guilherme Pontes Tavares, que agradeceu as presenças do diretor da ABI, Valter Lessa; do presidente do Instituto dos Advogados da Bahia, Antonio Luis Calmon Teixeira; e do presidente da Associação Protetora dos Desvalidos (SPD), Atharcilio Barreto.

publicidade
publicidade
ABI BAHIANA Notícias

ABI promove aula pública sobre o abolicionista baiano Luiz Gama

Neste domingo (31), a partir das 10h, no Largo do Tanque, a Associação Bahiana de Imprensa (ABI), em parceria com o Coletivo Libertai, promove mais uma homenagem ao jornalista, poeta e advogado Luiz Gama, cujo busto foi colocado ali pela Fundação Gregório de Mattos, órgão da Prefeitura Municipal de Salvador. A ABI promoverá a aula pública a céu aberto que será ministrada pelo professor Silvio Roberto Oliveira, titular da UNEB, e autor de estudo sobre a poesia de Gama.

O evento de domingo seguirá durante a tarde, sob o comando do Coletivo Libertai, promovendo oficinas de malabares e customização de máscaras, intervenções poéticas e apresentação das bandas “Vivi Akwaaba”, “Val da Mata e a Barca”, “Fumêsoul” e “A rua se conhece”, cujos músicos residem, em sua maioria, na Liberdade e em São Caetano. Este é o quarto ano consecutivo que o Coletivo, sob o comando do animador cultural Márcio Luis, promove o Tributo a Luiz Gama.

LUIZ GAMA

Cartaz do Tributo a Luis Gama 2014O baiano Luiz Gama notabilizou-se no país desde a segunda metade do século XIX por causa da sua atuação como jornalista, poeta e advogado (rábula). Sua atuação como abolicionista rendeu a alforria a mais de 500 escravizados. Mas esse reconhecimento se deu muito mais em São Paulo, devido aos primeiros anos trágicos da vida dele. Filho da negra Luiza Mahin com português de posses, porém de identificação ignorada, Luiz, apesar de ter nascido livre, foi vendido como escravo pelo próprio pai, que se encalacrara no jogo.

Luiz Gama seguiu para Santos (SP) junto a um lote de escravos e foi adquirido por fazendeiro do interior paulista. O filho do seu proprietário, em férias na fazenda, alfabetizou Gama, cujas aspirações pela liberdade ele não escondia. Daí a fuga e a brava luta para confirmar-se como livre. Atuou no serviço público, como escrivão de delegacia, e aproximou-se, na capital paulista, daqueles que lutavam pela abolição. Foi parceiro de Ruy Barbosa no jornalismo, assim como do italiano Angelo Agostini, famoso ilustrador de publicações pelas quais Gama passou.

O culto a Luiz Gama é maior em São Paulo. Há busto dele no Largo do Arouche, no centro da cidade, e seu túmulo, no Cemitério da Consolação, é mantido até hoje, sempre limpo e com flores. Seu velório, em 1882, é apontado como o mais concorrido de São Paulo. Centenas de pessoas conduziram seu esquife desde o Brás até a Consolação, o povo o homenageando pelo destemor e respeito com que ele passou na vida.

A bibliografia a respeito de Luiz Gama é numerosa e alguns estudos foram produzidos como teses da Unicamp (Universidade Estadual da Campinas). É exemplo, o estudo “Gamatopéia”, com o qual o professor Silvio Roberto foi aprovado no doutorado de Letras daquela universidade. Gama, ademais, é patrono de uma as cadeiras da Academia de Letras de São Paulo. Na Bahia, devido à Revolta dos Malês, conduzida na Salvador de 1835 por negros islamizados, os estudos estão mais voltados para a mãe de Gama, Luiza Mahin, que teria participado do levante.

A ABI dirige sua atenção para o abolicionista desde 2012. Em 21 de junho daquele ano, dia em que ele nascera em 1830 num sobrado da Mouraria, bairro central de Salvador, o presidente da ABI, jornalista Walter Pinheiro, foi, em companhia de diretores, ao Largo do Tanque depositar flores ao pé do busto de Luiz Gama. Naquele ano e em 2013, a ABI compareceu ao evento comandado apenas como observadora. Em 2014, no entanto, resolveu fechar corrente com o Coletivo Libertai e promover a aula.

*Por Luis Guilherme Pontes Tavares – Diretor de Cultura da ABI

 

SERVIÇO 

O que: Aula Pública – Tributo a Luiz Gama

Quando: 31 de agosto de 2014, às 10h

Onde: Largo do Tanque

Quanto: Gratuito

publicidade
publicidade