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Vaticano indicia jornalistas por divulgação de documentos sigilosos

O Vaticano indiciou cinco pessoas, incluindo os jornalistas Gianluigi Nuzzi e Emiliano Fittipaldi, acusadas de “associação criminosa” no escândalo Vatileaks, que divulgou documentos confidenciais sobre supostos desvios de dinheiro na Igreja Católica. Nuzzi e Fittipaldi são autores dos respectivos livros “Vía Crucis” e “Avarizia”, nos quais citam documentos com informações sobre desperdício e má gestão no Vaticano, além da resistência à tentativa do Papa Francisco para corrigir as irregularidades.

De acordo com a AFP, também foram indiciados o padre espanhol Lucio Ángel Vallejo Balda, que está detido no Vaticano, e a consultora italiana Francesca Immacolata Chaouqui, libertada após concordar em colaborar com a Justiça. O último acusado é Nicola Maio, colaborador de Balda. Os cinco indiciados podem receber uma pena de até oito anos de prisão. O ato de divulgar documentos confidenciais é um crime previsto em uma lei do Vaticano de julho de 2013.

avariziaEm seu livro, Fittipaldi investiga sobre os fundos para os benefícios que o Vaticano recebe, denuncia, entre outros, os elevados custos dos processos de canonização e apresenta os gastos luxuosos feitos por vários cardiais da Cúria Romana. Trata-se da primeira vez que duas pessoas, embora residentes de fora do Estado do Vaticano, são acusadas de cometer esse delito. Ao ser interrogado, Fittipaldi declarou que talvez tenha sido “um pouco ingênuo, pois achava que fossem investigar aqueles cujas atividades denunciei, e não a pessoa que revela os crimes. Entendo que estejam muito envergonhados no Vaticano pelas informações publicadas em meu livro, principalmente porque não podem negar nada, mas não esperava um julgamento”, completou o repórter.

*Informações do Portal IMPRENSA e do Zero Hora.

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ABI BAHIANA Notícias

Após denúncias de abandono, projeto prevê restauração do Paço Arquiepiscopal

Fachada do Palácio Arquiepiscopal, cuja notável beleza arquitetônica já não consegue esconder a degradação – Foto: Joseanne Guedes/ABI-Bahia

Um olhar mais atento sobre a Praça da Sé não deixa escapar a degradação do Palácio Arquiepiscopal de Salvador, considerado um dos maiores exemplos de arquitetura civil do período colonial brasileiro. O prédio construído no início do século XVIII integra a principal vitrine turística e cultural da Bahia, o Centro Histórico de Salvador, mas convive com o abandono evidenciado por janelas semiabertas, vidraças quebradas, paredes desgastadas, além da vegetação que se estende ao telhado, que também reclama reparo. Fechado há mais de uma década, o Paço Arquiepiscopal compõe o cenário de descaso com o patrimônio encontrado na Praça da Sé, onde há mármores sujos e quebrados, os bancos da praça foram transformados em pontos comerciais pelos ambulantes e até os degraus da entrada do Paço são utilizados como camas por pessoas em situação de rua.

Criada em 25 de fevereiro de 1551, a Arquidiocese de São Salvador da Bahia foi a primeira diocese do Brasil, uma das mais antigas das Américas, e possui o maior arquivo eclesiástico da América Latina. Quando elevada à arquidiocese, em 1676, foi, durante mais de duzentos anos, até 1892, a maior arquidiocese do mundo. O Arquivo da Cúria Metropolitana de Salvador inclui livros de batismo, casamento e óbito registrados na capital, no Recôncavo e no Sertão, dentre outros documentos importantes que revelam aspectos sociais, políticos e culturais da Bahia.

O Palácio do Arcebispado traz ao fundo o monumento da Cruz Caída, erguida em homenagem à antiga Igreja da Sé – Foto: Joseanne Guedes/ABI-Bahia

Já o Palácio Arquiepiscopal, tombado pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan) em 1938, data do ano de 1707 e se comunicava, através de uma pequena passarela, com a Igreja da Sé. O processo de reurbanização do centro de Salvador ignorou a relevância histórica do edifício da antiga Igreja da Sé, que foi demolido em 1933 e deu passagem à linha do Bonde da Companhia Linha Circular de Carris da Bahia – em meio aos protestos da sociedade baiana e de outros estados -, e, posteriormente, à atual Praça da Sé. A demolição da Sé construída no governo de Tomé de Souza foi tema da tese acadêmica “Memória da Sé”, do professor, escritor e poeta baiano Fernando da Rocha Peres. A polêmica causada pelo fato também foi abordada, numa perspectiva histórico-arqueológica, pelo ensaio monográfico do museólogo Carlos Alberto Costa, professor da Universidade Federal do Recôncavo da Bahia (UFRB).

Após um acordo firmado entre a Arquidiocese de São Salvador e a Universidade Católica de Salvador (UCSal), o fundo arquivístico foi transferido do Palácio Arquiepiscopal para o Laboratório de Conservação e Restauração Reitor Eugênio de Andrade Veiga (LEV), da UCSal. De acordo com um levantamento feito pelo bibliotecário do Superior Tribunal de Justiça (STJ), Cristian José Oliveira Santos, e publicado pela Revista Brasileira de Arqueometria, Restauração e Conservação, após tratamento, o fundo retornará integralmente para o Palácio Arquiepiscopal. No entanto, isso não deve acontecer até que o prédio sofra intervenções que garantam o armazenamento adequado dos documentos.

Segundo dados do primeiro volume do Inventário de Proteção do Acervo Cultural da Bahia – IPAC/SIC, pesquisa coordenada pelo arquiteto Paulo Ormindo Azevedo, professor da Faculdade de Arquitetura da Universidade Federal da Bahia (UFBA), as últimas obras de conservação do Paço foram realizadas em 1964, quando houve “caiação externa, pintura de esquadrias e limpeza de cantaria”, afirma o documento publicado em 1975. Desde então, não houve qualquer intervenção para preservação do prédio.

“O prédio foi desativado no final da década de 60, mas ficou ali o arquivo da arquidiocese, com um funcionário que atendia a eventuais visitantes e pesquisadores. O abandono completo se deu com a transferência do arquivo para a Universidade Católica do Salvador (UCSAL). Quando fizemos o inventário, o prédio já estava transformado em um arquivo morto da arquidiocese. Sem ninguém trabalhando ali, já começava o arruinamento. No fundo, tudo se deve à falta de conservação”, lembra o arquiteto.

Abandono

A situação de abandono do Palácio Arquiepiscopal, também conhecido como Palácio do Arcebispado de Salvador ou Palácio Arquiepiscopal da Sé, vem sendo denunciada há anos, com o intuito de despertar o interesse da população para conhecer sua história e incentivar a manutenção e preservação do acervo.

Uma das denúncias foi feita em março do ano passado pelo diretor cultural da Associação Bahiana de Imprensa (ABI-Bahia), Luis Guilherme Tavares. No artigo publicado pelo jornal Tribuna da Bahia, o jornalista classifica o descaso com o Paço como um problema “gritante” e afirma que “sua imponência não disfarça a ruína que pouco a pouco abate os quatro andares do prédio”.

Já o superintendente regional do Iphan, Dr. Carlos Amorim, nega a degradação. “O prédio não tem condições de ser utilizado, mas não está degradado. Aos olhos de quem trabalha com patrimônio histórico, ele está em situação muito razoável e de fácil recuperação”, defendeu.

À direita do Palácio, o prédio do antigo cinema Excelsior também está abandonado – Foto: Joseanne Guedes/ABI-Bahia

Após anos de desambientação e descaso, o prédio deve ser restaurado, através de um projeto aprovado pelo Ministério da Educação, com o apoio do Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan) e financiamento do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES). O projeto apresentado pelo arcebispo de São Salvador da Bahia e primaz do Brasil, Dom Murilo Krieger, prevê a restauração completa do equipamento. De acordo com a arquidiocese, não há ainda previsão de abertura do palácio, pois dependerá da captação de parte dos recursos necessários e da execução das obras.

No ano passado, o Programa de Extensão Que Cidade é Essa?, coordenado pelo professor da Faculdade de Arquitetura da Universidade Federal da Bahia (UFBA), Márcio Campos, realizou um workshop homônimo que também abordou a situação do palácio e demais prédios da área do Centro Histórico de Salvador. Ele criticou a atuação de órgãos encarregados de proteger o patrimônio. “O poder público precisa estar à frente do processo, mas com uma compreensão de participação democrática da sociedade. É preciso questionar os mecanismos de representação hoje reconhecidos como tal. Se entendermos que cabe a estes órgãos agir para a proteção do patrimônio, o estado em que se encontram os azulejos do claustro da Igreja de São Francisco, por exemplo, fala por si”, afirmou o arquiteto.

Segundo Campos, o problema do Centro Histórico “envolve uma série de questões entrelaçadas: o centralismo da gestão associado a uma especulação fundiária e a interesses políticos, a falta de detalhe e cuidado com que o patrimônio arquitetônico foi tratado nos últimos 40 anos, em especial decorrentes da velocidade com que o volume da intervenção dos anos 90 foi efetuado”.

Projeto de recuperação

O arcebispo Dom Murilo Krieger reconhece que, em toda a América Latina, não há uma diocese com tantas obras artísticas e históricas como a de Salvador e destaca a importância do Palácio Arquiepiscopal. “Há muitas igrejas e prédios que precisam ser restaurados. Contudo, em um encontro com o superintendente regional do Iphan, expressei o desejo de que fosse dada prioridade absoluta ao Palácio da Sé, por ser um patrimônio de valor inestimável, de uma beleza única e de uma importância histórica especial. Foram dados vários passos para a concretização desse objetivo. Fomos ao Rio de Janeiro, na sede do BNDES, que assumirá a metade dos custos previstos para a restauração. Estamos atrás da outra metade”.

Foto: Joseanne Guedes/ABI-Bahia

Em 2002, a Cúria Metropolitana já havia tentado, sem sucesso, aprovar em Brasília uma proposta de restauração. Com a aprovação do projeto apresentado pelo arcebispo, o Palácio deve sofrer reformulação total. A antiga residência dos arcebispos dará espaço ao “Memorial da Igreja Católica Brasileira”, além de espaços para exposição, salas para a restauração de imagens e, também, para a restauração de documentos. Ao lado, a Prefeitura de Salvador pretende instalar uma espécie de museu dinâmico da cidade, no Cine Excelsior. O projeto estimado em 18 milhões, que inclui restaurações artísticas e arquitetônicas, já recebeu os primeiros recursos e está na fase de elaboração dos projetos executivos e complementares, como as partes de hidráulica, elétrica e iluminação.

De acordo com o superintendente regional do Iphan, Dr. Carlos Amorim, restaurar patrimônio tombado não é obrigação do órgão. “A lei de tombamento brasileira restringe o direito de propriedade, para preservar a memória nacional. Ela não é uma desapropriação. Há um grande equívoco em relação a isso. As pessoas são responsáveis pelos seus imóveis, independentemente de serem tombados ou não. O proprietário tem que provar que não tem recursos. E não é o que vemos ao passar, por exemplo, pelo bairro do Comércio, em que cada imóvel degradado exibe uma placa de vendas com o número do respectivo corretor”, afirmou o dirigente.

Para ele, o abandono dos imóveis comerciais e sua perda de função no Centro fizeram com que tudo entrasse em decadência e degradação. “Salvador tem um dos maiores sítios tombados contínuos do mundo. Isso é um problema muito grande porque o centro de Salvador não tem grandes finalidades, não cumpre funções sociais relevantes. Nosso propósito é recuperar tudo, mas os recursos são escassos e precisamos estabelecer parcerias como a que vai possibilitar a restauração do Palácio Arquiepiscopal”, completa.

Vista a partir do último andar do Edf. Ranulpho Oliveira, sede da ABI/ Foto: Joseanne Guedes/ABI-Bahia

A diretora do Instituto Geográfico e Histórico da Bahia (IGHB), professora Consuelo Pondé, que também é presidente do Conselho Consultivo da ABI-Bahia, revelou que o arcebispo foi convidado para uma reunião na sede da associação. “Nós, da ABI, convocamos o arcebispo para uma conversa sobre o monumento arquitetônico. Mas, delicadamente, ele recusou-se a comparecer à sede, sob a alegação de que já estava tomando providências. Não sendo nordestino, como o D. Avelar Brandão Vilela, que sempre acolheu as convocações da Casa da Imprensa, ele não sabe como seria importante dar conta dessas medidas”.

Para a dirigente, que chegou a publicar um artigo no jornal Tribuna da Bahia sobre o abandono do palácio, “todo imóvel requer conservação e ocupação”. Em sua fala, há ainda esperança de que o Paço volte a ter uma ocupação digna e à altura de sua importância histórica. “Que bom que D. Murilo tenha se sensibilizado com o estado deplorável da bela construção e obtido recurso para sua recuperação”, analisa a professora.

Por Joseanne Guedes

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Durante a Jornada Mundial da Juventude Papa pede por jovens revolucionários

No encontro com os voluntários da Jornada Mundial da Juventude (JMJ), neste domingo (28/7), no Riocentro, o papa Francisco falou por pouco mais de 10 minutos e agradeceu o trabalho de todos. Em sua mensagem, pediu que os voluntários sejam revolucionários.

“Peço que vocês sejam revolucionários, peço para vocês irem contra a corrente, peço que se rebelem contra essa cultura do provisório. Tenho confiança em vocês em irem contra a corrente. Também tenham a coragem de ser felizes”, disse Francisco.

No início da cerimônia, um jovem brasileiro e uma polonesa agradeceram a presença do papa e a escolha de seus países para sediar a jornada. A Polônia irá sediar o próximo evento em 2016.

“Não podia regressar a Roma sem antes agradecer de modo pessoal e afetuoso cada um de vocês pelo trabalho com que ajudaram os milhares de peregrinos e os detalhes que ajudaram a fazer dessa Jornada Mundial da Juventude um espetáculo belíssimo”, disse. O papa chegou de helicóptero e entrou no pavilhão de papamóvel, sendo aplaudido pelos voluntários.

“Vocês provaram que a maior alegria é dar do que receber”, acrescentou.  E lembrou que os jovens devem seguir seu caminho, de ter uma família ou o sacerdócio. “Cada um tem seu caminho. Alguns são chamados a ter família, com o sacramento do matrimônio. Há quem diga que hoje o casamento está fora de moda. Está fora de moda?”, perguntou o papa. E o público respondeu: não.

Ao final da cerimônia, o pontífice disse que todos podem contar com as orações dele, “pois sei que posso sempre contar com as orações de vocês”. Ele orou e abençoou os voluntários.

Fonte: Tribuna da Bahia

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Chegada do Papa Francisco para a Jornada Mundial da Juventude emociona fiéis

Milhares de pessoas, entre brasileiros e de diversos países, se reuniram na Catedral do Rio para ver de perto o papa Francisco. Alguns esperaram por mais de cinco horas para tentar se aproximar. Na Catedral, o pontífice trocou o carro fechado pelo papamóvel, de onde acenou e abençoou os fiéis.

Entre os peregrinos, estava um grupo de 199 argentinos. Justo Mac era um dos integrantes. Músico, ele cantava nas missas celebradas pelo então arcebispo de Buenos Aires, Jorge Bergoglio, hoje papa Francisco. Ele e o seminarista uruguaio Matías Cerviño – que há cinco anos trabalha com a comunidade Padres de Schoenstatt, em Buenos Aires – lembraram da época em que o religioso desenvolvia trabalhos para ajudar os mais pobres na Argentina. “ O trabalho dele pelos mais pobres e nas favelas de Buenos Aires foi muito bom”, disse Matías.

O grupo vai encontrar com o papa na quinta-feira (25). O encontro foi um pedido de Francisco. “ É muito emocionante porque agora ele é o papa. É legal e bacana para ver, porque ele é muito próximo”, comentou.

Para seguir a vontade do papa de cuidar dos pobres, a juventude precisa se aproximar dos mais carentes. “Tem que conhecer a realidade segundo a visão deles. Não pode ficar indiferente frente à dor e à pobreza e se encontrar com Deus”, avalia Matías.

A irmã da Ordem de Santa Clara, Beatriz Maria de Jesus Salvador, foi para o local para ver a passagem do papa junto com mais três freiras. Elas conseguiram chegar próximo ao pontífice. “Estou completamente emocionada. É um renovar e se voltar para Cristo”, informou a irmã Beatriz Salvador, que viu o papa Bento XVI, na viagem que ele fez ao Brasil em 2007.

A irmã Maria Mônica, da Divina Misericórdia, ficou surpresa com o animação dos jovens. “Dizem que a Igreja Católica está perdendo católicos. A gente vê que não está perdendo não. É só ver tantos jovens”, contou.

Já a aposentada Rita de Cássia ficou frustrada por não ter conseguido ser abençoada pelo santo padre. “Valeu a emoção, mas fiquei triste porque não houve tempo dele olhar para cá. Fiquei decepcionada, porque quando o outro papa [João Paulo II] esteve aqui, lá no Aterro do Flamengo, passou pertinho. Mas eu vou atrás dele. Ele vai à Copacabana, vai na Quinta da Boa Vista. Eu ainda vou ver ele de frente”, disse.

O italiano Silvano Olivero, marido da aposentada, se mostrou satisfeito por estar ao lado de tantos jovens. “O sentimento de cada pessoazinha dessa engrandece o Brasil. Provavelmente, eles têm uma formação básica de família. Acho que este mundo não está totalmente perdido não”, analisou. Para ele, o papa é a única personalidade mundial capaz de reunir tanta gente com um só pensamento. “Não é questão de religião, do catolicismo ou o que seja. É o indivíduo”, disse.

De acordo com o comandante do Batalhão de Policiamento de Áreas Turísticas, tenente coronel Joseli Cândido da Silva, cerca de 5 mil pessoas se concentraram no pátio da catedral. Segundo o coronel, 50 policiais participaram do esquema de segurança da área interna da catedral.“[Não houve] Nenhum incidente. Tudo transcorreu muito bem, não teve qualquer transtorno”, comentou.

Durante a Jornada Mundial da Juventude, os policiais irão distribuir folhetos aos turistas e peregrinos com dicas de segurança em cinco idiomas (português, inglês, francês, italiano e espanhol).

Fonte: Tribuna da Bahia

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