O jornal The New York Times lançou na última segunda-feira (8/2) uma versão em espanhol de seu site. Além de traduções das reportagens em inglês, o portal contará com textos originais, elaborados por uma equipe baseada na Cidade do México. Diferentemente de sua página original, o conteúdo da nova versão será totalmente gratuito, sem o chamado paywall — que restringe a dez o número de textos que podem ser acessados durante o mês por não-assinantes.
A equipe instalada na capital mexicana é composta por sete jornalistas. O site também terá participação de correspondentes nos países vizinhos, como Brasil, Venezuela e Argentina. “Nossa missão é oferecer jornalismo de alta qualidade todos os dias”, ressaltou Lydia Polgreen, editora adjunta do serviço internacional do NYT, em carta de apresentação.
A primeira grande cobertura será a visita do papa Francisco ao México, marcada para a próxima sexta-feira (12/2). O pontífice ficará no país até o dia 17 deste mês. A equipe também deve se dedicar a análises em espanhol sobre as eleições americanas.
Para fechar 2015, o Portal IMPRENSA destaca os principais fatos do ano, além de perspectivas para 2016 por meio de depoimentos de profissionais e leitores. O especial intitulado “IMPRENSA 360º” foca nos acontecimentos de mídia e do mundo e, não só olha os fatos mais relevantes de 2015, mas também ouve jornalistas para saber o que eles esperam para 2016.
A Retrospectiva 2015 também traz o que bombou no ano com as principais hashtags e memes, os vídeos mais assistidos no Youtube, os termos mais buscados no Pinterest. Além disso, o especial elaborou um quiz para testar a memória do leitor sobre os principais acontecimentos.
Ações do Ministério Público Federal para cassar concessões de canais de rádio e televisão em nome de parlamentares, o chamado ‘coronelismo eletrônico’, que contraria o Artigo 54 da Constituição, pautaram o programa Observatório da Imprensa desta quinta-feira (10), exibido pela TV Brasil. As ações têm como objeto 32 deputados federais e oito senadores de vários partidos que aparecem como sócios de 93 emissoras. Para debater o tema, o jornalista e apresentador Alberto Dines recebe a jornalista Elvira Lobato; o professor Venício Lima, da Universidade de Brasília (UNB); e o procurador federal dos Direitos do Cidadão, Aurélio Rios, do Ministério Público Federal (MPF).
Segundo Dines, essa irregularidade, ao mesmo tempo que mostra o uso político de emissoras de rádio e televisão, a partir de opiniões dos parlamentares proprietários dos canais favoráveis a eles próprios, é também um conflito de interesses, porque parlamentares acabam analisando e aprovando as próprias concessões. “Um congressista não pode acumular as funções de concedente e concessionário de um serviço público”, diz. Dines informa que em 2005, cruzamento de dados feito pelo programa identificou 51 deputados e 27 senadores que eram sócios de emissoras de rádio e TV. O relatório foi encaminhado à Procuradoria Geral da República (PGR) à época que, entretanto, nada fez.
No dia 22 de novembro, o jornal Folha de S.Paulo anunciou que o Ministério Público Federal, apoiado pela PGR, daria início a uma operação para cassar as concessões ilegítimas. O procurador Aurélio Rios informa que o Ministério Público resolveu atacar cada situação de forma independente. Ou seja, em vez de buscar no Supremo Tribunal Federal uma declaração de inconstitucionalidade, a Procuradoria Regional de Defesa do Cidadão no Estado de São Paulo entendeu que existe uma anomalia na interpretação do Artigo 54 da Constituição, “de modo que não é possível você ser proprietário e controlador de uma emissora de rádio ou televisão e votar favorável a essa concessão dentro do Parlamento”.
O procurador Aurélio Rios destaca que há uma decisão, também política, da Procuradoria Federal e da Procuradoria de Defesa do Cidadão de irem atrás da cassação de todas as concessões ou renovações feitas nos últimos tempos, referentes à atual legislatura de parlamentares que estão no curso do mandato. Para o professor Venício Lima, o uso das concessões funciona muitas vezes como moeda de barganha política.
O debate aborda se a cassação das concessões tem que ser aprovada no Congresso Nacional. Na visão do procurador da República, caberá ao Congresso apenas homologar a decisão do Poder Judiciário. Venício Lima acredita que, ao contrário de dez anos atrás, hoje há condições para que o MPF avance na questão de combate ao coronelismo eletrônico.
Brechas
O programa aborda também como evitar que congressistas que venham a perder as concessões usem de artifícios para se manterem como sócios das emissoras. Embora o procurador diga que não há como esconder esse fato, Elvira Lobato indica que vai ser um desafio grande se houver, no final desse processo, o consenso de que políticos não podem ter emissoras de rádio ou TV, porque será preciso criar outra medida que garanta que o parlamentar não vai transferir essa concessão para terceiros, os chamados “laranjas”
Outro destaque do programa é a penetração na mídia de grupos religiosos que querem dar mais visibilidade para suas ideias e conceitos. Venício Lima diz que os problemas se superpõem, porque muitos políticos que controlam concessões são militantes religiosos. Ele levanta ainda outro problema e que, talvez, não esteja coberto por essa ação do MPF, que é o arrendamento das emissoras da rede aberta, sobretudo televisões. O professor da UnB diz que essa é uma ação ilegal, que vem sendo praticada com frequência no Brasil.
O procurador Aurélio Rios vê a questão do aluguel de horários de emissoras por igrejas como uma irregularidade. “Não é possível que a emissora concessionária possa tratar isso como se fosse um negócio privado”, diz. Ele informa que existem ações propostas pelo procurador Regional da Defesa do Cidadão adjunto de São Paulo, Jefferson Dias, pedindo a cassação dessas empresas arrendatárias.
Assista ao programa!
*Informações de Alana Gandra para a Agência Brasil
Um grupo de cibercriminosos tem usado Trojans (Cavalos de Tróia) para ter acesso a políticos, jornalistas e figuras públicas em diversos países da América do Sul, segundo apontamento feito por investigadores do Citizen Lab da Munk School of Global Affairs, da Universidade de Toronto. De acordo com os estudiosos, o grupo criminoso, que foi apelidado de “Packrat”, usa e-mails fraudados com temas políticos para distribuir RATs (sigla em inglês para “Trojans”) e obter acesso às contas das vítimas. Os pesquisadores ainda apontaram que os cibercriminosos têm interesse em grupos políticos e pessoas influentes em países como Argentina, Equador e Venezuela. No Brasil, há evidencias de entradas entre 2008 e 2013.
Entre algumas das vítimas que tiveram seus nomes divulgados estão o jornalista Jorge Lanata, o promotor Alberto Nisman e Maximo Kirchner, filho dos ex-presidentes da Argentina Néstor Kirchner e Cristina Kirchner, todos argentinos. “Acreditamos que o destinatário final das informações coletadas pelo Packrat provavelmente seja um ou mais governos da região”, apontaram os pesquisadores.
“O Packrat destaca a extensão que campanhas de ataque podem rodar usando técnicas limitadas e muito criativas. De uma perspectiva técnica, eles dependem quase inteiramente de RATs novos para evitar a detecção antivírus. Eles se sobressaem é no tempo e esforço gastos para criar detalhadas e convincentes organizações falsas para alimentar seu malware”, descreveu um dos investigadores.