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Blog político ‘Por Escrito’ é atacado por hackers e retirado do ar

O blog Por Escrito, um dos mais notáveis espaços baianos de informação política, editado pelo jornalista Luís Augusto Gomes, foi vítima de duas invasões de hackers em menos de quinze dias. Os piratas da internet chegaram a hastear, em comemoração, uma “bandeira” de ocupação do site, que teve que ser reconstruído. À Associação Bahiana de Imprensa (ABI), Luís Augusto Gomes informou que pretende ir novamente à Polícia Civil prestar queixa do ataque e cobrar responsabilização civil e criminal dos envolvidos, já que na primeira investida teria encontrado fechada a unidade policial. De acordo com o jornalista, o novo site está em pleno funcionamento desde o último sábado (7), apesar dos ajustes que ainda estão sendo operados.

“Com uma aula de texto, inteligência, humor e generosidade, o jornalista Luis Augusto Gomes informa sobre a volta ao ar do blog Por Escrito, que ele edita em Salvador. Sem favor, um dos melhores, mais corajosos e plurais espaços de informação política do País (da Bahia nem se fala), violentamente atacado e insidiosamente retirado do ar por um hacker do mal ou um bando deles, cuja origem está sendo investigada”, divulgou o jornalista Vitor Hugo Soares, no blog Bahia Em Pauta.

Em um dos posts publicados no espaço reconhecido por sua veia crítica, o editor do Por Escrito, Luís Augusto Gomes, denuncia a situação da imprensa e da liberdade de expressão no Brasil, mas afirma que seguirá resistindo. “A internet veio dar aos jornalistas – e às pessoas de modo geral – o direito de dizer sem restrição o que pensam e levar sua mensagem praticamente a custo zero a qualquer parte do mundo. (…) O ataque de hackers que sofremos duas vezes desde 19 de fevereiro, e que nos deixou sem condições de fazer postagens nos últimos nove dias, é um atentado contra a liberdade de expressão, um crime político que simboliza o risco que correm todos os veículos de comunicação do meio digital. Daí o título do presente artigo, mas com duplo sentido. “De volta ao passado” define a tristeza que nos atinge ao ver que, no Brasil, não estamos livres dos que têm ojeriza ao debate e à livre circulação de ideias. Mas reflete também nossa obstinação de continuar o trabalho brutalmente interrompido”.

Diante de mais essa afronta à liberdade de imprensa e à liberdade de expressão, o presidente da ABI, Walter Pinheiro, repudiou a ação, que, segundo ele, não se coaduna com os valores de uma sociedade democrática. “Tomamos conhecimento do fato e, de imediato, nos solidarizamos com o jornalista Luís Augusto Gomes pelo lamentável ataque. Uniremos os esforços, junto às autoridades competentes, para cobrar e acompanhar a apuração do crime, sempre tomando por base. defesa da liberdade de imprensa. O dirigente também informou que o assunto será abordado na reunião da entidade, a ser realizada já nesta quarta-feira (11).

A notícia da invasão do blog foi levada também à presidente do Sindicato dos Jornalistas Profissionais da Bahia, Marjorie Moura, no dia 4, através do e-mail <[email protected]>. Luís Augusto Gomes revela ainda ter procurado, sem sucesso, na sexta-feira (27), o Grupo Especializado de Repressão aos Crimes por Meio Eletrônico/Polícia Civil, no Vale dos Barris. Além disso, o editor teria telefonado ao líder do governo, deputado Zé Neto, “para dar-lhe ciência do fato e pedir que o comunicasse ao secretário da Segurança Pública e ao governador do Estado”, afirma Luís Augusto.

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Principal acusado por morte de jornalista paraguaio é capturado no Brasil

DEU NO R7 (da EFE) – A Polícia Federal capturou nesta quarta-feira (4), em Naviraí, no Mato Grosso do Sul, o principal acusado pelo assassinato de um jornalista paraguaio e de sua estagiária, cometido em 2014 por supostos membros de um cartel de traficantes de drogas que possuem vínculos políticos, informou nesta quinta (5) uma fonte policial. A delegacia da Polícia Federal nesse município do interior do Mato Grosso do Sul, próximo da fronteira com o Paraguai e a Bolívia, confirmou para a Agência Efe a detenção de Vilmar “Neneco” Acosta, ex-prefeito da cidade de Ypehú, situada no departamento de Canindeyú. “Aparentemente se trata de Vilmar Acosta e será levado para Campo Grande”, onde se confirmará a identidade do detido e serão divulgados mais detalhes da captura, segundo um porta-voz policial.

Jornalistas paraguaios protestam pela morte de Pablo Medina em Assunção - EFE/Andrés Cristaldo
Jornalistas paraguaios protestam pela morte de Pablo Medina em Assunção – EFE/Andrés Cristaldo

Acosta, foragido desde 16 de outubro do ano passado, o dia em que ocorreu o duplo assassinato, é acusado de ser o autor intelectual do atentado contra Pablo Medina, correspondente regional do jornal “ABC Color” e de Antonia Almada, sua estagiária e estudante de jornalismo. Além disso, é acusado por produção e tráfico de maconha. Seu irmão Wilson Acosta, e seu sobrinho Flávio Acosta, foragidos da Justiça paraguaia, também foram denunciados pela promotoria como autores materiais do crime e acredita-se que estejam no Brasil, enquanto Arnaldo Cabrera, motorista do político e também indiciado, foi capturado em 8 de dezembro.

Medina era conhecido por seus trabalhos jornalísticos sobre os supostos vínculos do narcotráfico com alguns políticos locais. A morte de Medina e de Antonia levou à revelação de supostas conexões entre traficantes e políticos governistas de diferentes níveis, de vereadores a congressistas, evidenciadas em um relatório divulgado pelo Congresso. O Poder Legislativo abriu uma comissão especial para investigar o assunto e oferecer a documentação ao Ministério Público do Paraguai.

Antes da confirmação da captura por parte da Polícia Federal do Brasil, o ministro do Interior do Paraguai, Francisco De Vargas, e o Ministério Público desse país tinham antecipado a detenção de Acosta e, sem revelar detalhes, indicaram que a mesma foi fruto do trabalho conjunto de inteligência das polícias brasileira e paraguaia.

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Aprovada comissão de senadores para acompanhar crise na Venezuela

DEU NO BAHIA NOTÍCIAS – O Plenário aprovou requerimento de autoria do senador Ricardo Ferraço (PMDB-ES), nesta quarta-feira (25), para a criação de uma comissão externa do Senado com o objetivo “de verificar in loco a situação na Venezuela” e estabelecer diálogos com membros do parlamento e governo venezuelanos e também com “interlocutores representativos das oposições e da sociedade civil e organismos internacionais”. Na justificação do requerimento, Ferraço argumenta que a Venezuela está passando por uma grave crise social, política e econômica.

Leia também: Sob pressão, Brasil lança nota sobre a Venezuela e cita atos contra opositores de Maduro

O senador explica que a Venezuela, como membro do Mercosul, tem obrigação de cumprir a chamada “cláusula democrática”, prevista no Protocolo de Ushuaia, assinado pelos países do Mercosul em 1998. No documento, Ferraço também lembra a prisão do prefeito de Caracas, Antonio Ledezma e a recente morte de um adolescente de 14 anos durante manifestação contrária ao governo de Nicolás Maduro. O senador recorda ainda que o governo venezuelano mantém outros presos considerados como presos políticos e que a deputada da oposição Maria Corina Machado teve seu mandato cassado no ano passado.

“A reação democrática dos países de nosso continente diante do quadro de agravamento a que assistimos deve ser mais afirmativa. Nas vezes que o Brasil se manifestou por meio de nossa Chancelaria, o tom foi exageradamente tímido, talvez em função dos vínculos ideológicos e partidários que têm prejudicado a autonomia brasileira, em prejuízo à nossa atuação diplomática”, argumenta Ferraço à Agência Senado.

Antes da aprovação simbólica do requerimento, a senadora Vanessa Grazziotin (PCdoB-AM) disse não entender como funcionaria uma comissão externa de senadores para investigar “as condições dos direitos humanos” em um país vizinho. Ela pediu que o requerimento fosse enviado para análise da Comissão de Relações Exteriores e Defesa Nacional (CRE) antes de ser votado no Plenário, mas não obteve sucesso.

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Sob pressão, Brasil lança nota sobre a Venezuela e cita atos contra opositores de Maduro

O clima de tensão se intensificou na Venezuela e há o temor de que o conflito volte às ruas de vez após os protestos desta terça (24) em Táchira, onde um adolescente de 14 anos, Kluiver Roa, morreu em circunstâncias ainda não esclarecidas, durante violentos confrontos entre manifestantes oposicionistas e as forças de segurança. Pressionada, a diplomacia brasileira lançou ontem a segunda nota em quatro dias sobre a crise venezuelana. Para os padrões do Governo Dilma Rousseff, o texto subiu o tom contra Nicolás Maduro e afirmou que “medidas” “que afetam diretamente partidos políticos e representantes democraticamente eleitos” na Venezuela são motivo de “crescente atenção”. Foi uma referência direta à prisão do prefeito de Caracas, Antonio Ledezma, na quinta-feira, sob acusação de conspiração, e às buscas feitas na sede do partido oposicionista Copei em várias cidades da Venezuela nesta semana. Na nota na sexta, o caso de Ledezma não havia sido citado. O texto desta terça também critica o chamado de opositores a “abreviar” o mandato de Maduro.

O governo brasileiro está sob intensas críticas, provenientes do mundo político doméstico, analistas e de ONGs de direitos humanos, pela suavidade com que trata os últimos movimentos do governo Maduro. O argumento repetido por Brasília é que não pode ultrapassar o limite da ingerência e que é preciso preservar o status de mediador no conflito. Um trio de chanceleres da Unasul, formado por Brasil, Colômbia e Equador, planeja para os próximos dias nova visita a Caracas para continuar as gestões da organização sul-americana e do Vaticano na crise. São crescentes as críticas à limitação da Unasul na questão. A própria decisão de Brasília de enviar recados de maneira individual, por meio das duas notas do Itamaraty, reforça essa impressão.

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“O governo brasileiro considera imperiosa a pronta retomada do diálogo político auspiciado pela Unasul por meio da Comissão de Chanceleres, que tem contado com o decidido apoio da Santa Sé. Nesse sentido, reitera sua disposição de contribuir de forma ativa com o governo venezuelano e com todos os setores envolvidos na Venezuela para a retomada desse diálogo. O Brasil insta os atores políticos venezuelanos, assim como  as forças sociais que os apoiam, a absterem-se de quaisquer atos que possam criar dificuldades a esse almejado diálogo”, diz a nota. A crise venezuelana deve ser um tema de conversas entre os mandatários do Mercosul, do qual a Venezuela faz parte, durante a posse do presidente do Uruguai, Tabaré Vázquez, no domingo.

*Informações do El País (Edição Brasil) e do Ministério das Relações Exteriores via Portal Brasil.

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