Bahia vai sediar pela primeira vez um dos maiores eventos tecnológicos do mundo
As comunidades geek e nerd baianas estão em contagem regressiva para dar start em um dos maiores eventos da área tecnológica. O cronômetro instalado na página oficial já avisou que, em algumas horas, terá início a Campus Party, que aterrissa pela primeira vez na Bahia. Dezenas de profissionais da imprensa vão garantir a cobertura completa do encontro, a ser realizado na Arena Fonte Nova entre os dias 9 e 13 de agosto.
De acordo com a organização, o grande número de pedidos de credenciais de imprensa limitou a concessão. Com isso, só será permitida a entrada dos profissionais mediante a apresentação do documento informado no cadastro (RG ou passaporte). O credenciamento é individual e não serão atendidas solicitações de pessoas sem nenhuma atuação editorial.
O jornal A Tarde, impresso oficial da Campus Party, afirma que vai enviar uma equipe formada por repórteres e fotógrafos para a Fonte Nova. Os profissionais ficarão acampados durante todos os dias do encontro, a fim de produzir conteúdo ininterrupto para todos os canais: portal, jornal impresso e rádio, além das redes sociais.
Área gratuita
A boa notícia para quem não conseguiu ou não pode comprar ingressos é que os mais de 40 mil visitantes esperados terão acesso a uma área gratuita, a Open Campus, criada para democratizar a maratona de tecnologia. Para entrar, basta realizar um rápido cadastro com nome, e-mail e RG no próprio local do evento. O espaço funcionará nos dias 10 e 11 deste mês, das 10h às 21h, e no dia 12, das 10h às 18h.
Ao realizar o encontro, uma das apostas da Secretaria de Ciência, Tecnologia e Inovação da Bahia é linkar a Campus com o Parque Tecnológico, centro que compõe o sistema estadual de inovação. A expectativa do órgão é realizar cerca de 250 horas de atrações, girando em torno de cinco temáticas principais: Inovação, Ciências, Empreendedorismo, Criatividade e Entretenimento.
Na programação, estão previstos palestras, workshops, apresentação de projetos, maratona de negócios e outras atividades. Foi montada uma estrutura com aproximadamente 1500 barracas para abrigar os participantes, também chamados de “campuseiros”. Uma conexão de internet de 20 gigabites vai garantir a interação.
A Campus Party surgiu na Espanha e é conhecida internacionalmente, já tendo sido realizada em diversos países. Em 2017, o evento passou em junho por Brasília, e acontecerá também no Rio de Janeiro (em setembro) e em Belo Horizonte (em outubro).
Era pouco mais de seis da manhã, quando uma alvorada de fogos rompeu o silêncio do Largo da Lapinha, dando início aos festejos do Dois de Julho, data em que é celebrada a Independência do Brasil na Bahia. Sob o tema “Salvador – Marco da Independência”, a Bahia comemorou 194 anos da revolução anticolonial, exaltando a contribuição da primeira capital do país no combate ao domínio português. Hasteadas as bandeiras, os carros que levavam o Caboclo e a Cabocla seguiram em direção ao Campo Grande. Eles só retornarão à Lapinha para encerrar as comemorações, na próxima quarta-feira (5).
Além de ser feriado estadual e efeméride nacional, o 2 de Julho é Patrimônio Cultural Imaterial da Bahia, por motivos sócio-antropológicos, históricos e simbólicos. Em 1823, nesta data, as forças brasileiras entraram em Salvador, tomaram a cidade de volta e consolidando a vitória, já que mesmo com a declaração de independente, em 1822, o Brasil ainda precisava se livrar das tropas lusitanas.
Ao longo das ruas, ladeiras e praças, os baianos resgatam anualmente a história dessas lutas, através das tradicionais fanfarras, desfiles de colégios estaduais, de militares, dos movimentos sociais, dos grupos de samba e batucadas. O heterodoxo cenário do cortejo cada vez mais incorpora novos elementos e se reinventa. É no miolo destas festividades que se nota a mescla do caráter histórico e oficial com as manifestações e protestos culturais populares.
Embora este ano não tenha sido realizado o tradicional concurso cultural “Decoração da Fachada – 2 de Julho”, a empolgação de quem ajuda a dar cor ao trajeto não foi abalada. Na frente da casa de número 34, à Rua Direita do Santo Antônio, encontramos Maria Quitéria e outros heróis do evento cívico. Todos os ilustres personagens interpretados pelos netos de Maria de São Pedro, que há mais de quatro décadas mora no local. Aos 77 anos, Dona Peu, como é conhecida por todos, nasceu no dia 2 de julho e é uma das moradoras que capricham nas fachadas das casas. Há 20 anos, ela conta com o auxílio da família para abrilhantar o desfile, com cenários que envolvem personagens históricos e elementos da fauna e da flora brasileira.
Toda a ornamentação é feita pela estilista e artesã Nea Santtana, filha de D. Maria. Ela levou um ator muito especial este ano. Vestido de índio e pulando de alegria, lá estava seu filho, o pequeno Arthur, de 1 ano e 10 meses. “A emoção em vê-lo participando foi única. Eu lembrei de quando saí pela primeira vez [vestida] de Maria Quitéria. Foi muito lindo”, afirma Nea, ao recordar a época em que ela fazia parte do elenco.
Durante todo o percurso, famílias acenavam das janelas que se tornaram camarotes com vista privilegiada para o espetáculo de cores, em um dia repleto de manifestações artísticas, políticas, culturais e religiosas. Quem faz de tudo para não perder o desfile é a advogada baiana Magnólia Regis, que mora na cidade do Rio de Janeiro há mais de 30 anos, “Estudei no Colégio Severino Vieira, em Nazaré, e defendo o ensino dos nossos hinos nas escolas brasileiras. Temos que manter essa belíssima tradição das fanfarras e não deixar a história de perder. O apagamento do nosso passado e a ignorância do povo é conveniente para quem está no poder”.
Já são três anos sem a presença de uma importante ativista da luta pela preservação da memória da Bahia e valorização da festa da Independência, a professora Consuelo Pondé de Sena, ex-presidente do Instituto Geográfico e Histórico da Bahia (IGHB). Uma missa realizada na manhã de sábado (1º), na Igreja São Pedro dos Clérigos, homenageou a historiadora falecida em maio de 2015, aos 81 anos, vítima de uma arritmia cardíaca.
Vitrine
No dia anterior aos festejos do Dois de Julho, a Prefeitura avisou fiscalizaria e multaria, caso constatasse qualquer publicidade irregular ao longo do cortejo, o que inclui os famosos balões, faixas, placas e painéis publicitários. Segundo o diretor de fiscalização da Secretaria Municipal de Desenvolvimento e Urbanismo (Sedur), Átila Brandão Júnior, a intenção seria “deixar a plástica e a estética do desfile mais prazerosas e mais atrativas”, já que em 2016, 256 peças irregulares foram apreendidas. Ainda de acordo com a Prefeitura, a proibição tem como base o decreto 12.642/2000, que versa sobre o ordenamento da publicidade na paisagem do Município.
Mas nem mesmo a proibição ameaçou o caráter político da festa. Alguns manifestantes vestiram camisetas e levaram cartazes, pirulitos e faixas, para pedir novas eleições e protestar contra os projetos de reformas trabalhistas e da previdência. Outros, exibiam frases de apoio ao juiz Sérgio Moro, às investigações da operação Lava Jato conduzida pela Polícia Federal. Um dos manifestantes recorreu à irreverência para mostrar toda a sua indignação com o cenário político do país: carregou para o desfile uma mala decorada com notas de dinheiro, em alusão ao ex-deputado Rocha Loures, que aparece em um vídeo com uma mala que teria a quantia de R$ 500 mil.
Em homenagem aos 468 anos de fundação da cidade de Salvador, o Instituto Geográfico e Histórico da Bahia (IGHB), em parceria com a Assembleia Legislativa do Estado da Bahia (ALBA), lançam nesta quarta (29) a reedição dos clássicos “História da fundação da cidade do Salvador”, do engenheiro baiano Theodoro Sampaio e “Através da Bahia”, dos viajantes naturalistas bávaros Von Spix e Von Martius. O encontro, às 17h, também será marcado por uma conferência do professor José Carlos Barreto de Santana (Uefs) sobre “Notas Biográficas de Theodoro Sampaio”, quando serão abordados aspectos importantes da vida intelectual do também historiador, geógrafo, geólogo, cartógrafo e tupinólogo, que presidiu o IGHB de 1923 a 1937.
Um dos mais importantes estudos sobre o período inicial da colonização portuguesa no Brasil, o livro iniciado por Theodoro Sampaio já nos últimos anos, e não concluído quando da sua morte em 1937, foi publicado pela primeira vez quando das comemorações do quarto centenário da cidade, em 1949.
Em sua coluna no site Bahia Já, a especialista em literatura pela Universidade de Portugal, Rosa de Lima, ressalta que o autor descreve a cidade até o tempo de Mem de Sá, os primitivos muros derrubados, a fundação da Santa Casa de Misericórdia, o nascimento do Colégio dos Jesuítas, a conquista do Recôncavo e as revoltas do gentio. Além de aproximar-se a fatos pertinentes ao início do século XVII. “Livro fantástico, leitura obrigatória para quem deseja conhecer os primórdios da história de Salvador”.
“Através da Bahia” foi traduzido do alemão por Pirajá da Silva e Paulo Wolf e é um excerto da obra Reise in Brasilien (1817-1820, traduzido posteriormente na íntegra como “Viagem pelo Brasil”) e apresentado durante o 5º Congresso de Geografia do Brasil, realizado em Salvador no ano de 1916. A introdução do livro ficou a cargo de Theodoro Sampaio, que teve assim a oportunidade de “revisitar” regiões por ele percorridas quando da sua participação como engenheiro da Comissão Hidráulica, e que resultou no livro “O rio São Francisco e a Chapada Diamantina”, ou como engenheiro nas obras de prolongamento da estrada de ferro da Bahia ao São Francisco e na Comissão de Desobstrução do Rio São Francisco, que deram origem a trabalhos como “A respeito dos caracteres geológicos do território compreendido entre a cidade de Alagoinhas e a de Juazeiro” e “Notas sobre a geologia da região compreendida entre o rio S. Francisco e a Serra Geral…”
Para o presidente do IGHB, Eduardo Morais de Castro, a reedição das obras reforça o compromisso do Instituto com o retorno do ensino de história da Bahia, o que será fundamental para que os jovens de hoje contribuam para disseminar os estudos tão bem difundidos por Theodoro Sampaio. “Vamos buscar parcerias para que as obras cheguem às bibliotecas e escolas de todo o Estado. O público que vier para este encontro, também irá conhecer importantes obras publicadas por Theodoro Sampaio, cujo acervo particular está depositado no Arquivo do IGHB, que lhe presta homenagem”.
Sobre o autor – Theodoro Fernandes Sampaio (1855/1937) nasceu em Santo Amaro, filho da escrava Domingas da Paixão do Carmo e do padre Manuel Fernandes Sampaio. Ainda em Santo Amaro estuda as primeiras letras no colégio do professor José Joaquim Passos. É levado pelo pai, em 1864, para São Paulo e depois para o Rio de Janeiro, onde estuda no Colégio São Salvador e, em seguida, ingressa no curso de Engenharia do Colégio Central.
Formou-se em 1877, quando volta a Santo Amaro e revê a mãe e os irmãos, comprando, no ano seguinte, a carta de alforria de seu irmão Martinho, gesto que repete com os irmãos Ezequiel (1882) e Matias (em 1884). Por ser filho de branco, Sampaio nunca fora um escravo. Em 1879 integra a “Comissão Hidráulica”, nomeada pelo imperador Dom Pedro II, sendo o único engenheiro brasileiro entre estadunidenses. Foi um dos fundadores do Instituto Histórico e Geográfico de São Paulo (1894); membro do Instituto Geográfico e Histórico da Bahia (1898), que presidiu em 1922; sócio do Instituto Histórico e Geográfico Brasileiro (1902).
SERVIÇO
O que: Conferência e lançamento das reedições dos livros “História da fundação da cidade do Salvador” e “Através da Bahia”
Quando: 29 de março, 17h
Onde: Sede do Instituto, localizado na Avenida Joana Angélica, 43 – Piedade.
O Museu da Misericórdia, situado entre a Praça Municipal de Salvador e a Praça da Cruz Caída, tem realizado roteiro especial para estudantes, com o objetivo de marcar os 468 anos da capital baiana, comemorado no dia 29 de março. A iniciativa, chamada “Contando a nossa História”, teve grande repercussão entre as escolas soteropolitanas e terá seu calendário de visitas estendido até a segunda semana de abril. O acervo desse importante equipamento cultural é composto por mais de 3 mil peças catalogadas, que contextualizam uma narrativa histórica de quase 500 anos.
O roteiro, feito especialmente em homenagem ao aniversário de Salvador, contempla a trajetória do Museu da Misericórdia e da Santa Casa da Bahia e sua relação com os fatos históricos da cidade. Os estudantes que participarem da visita poderão conhecer mais sobre a chegada de Tomé de Souza ao Porto da Barra, marcando a fundação da então primeira capital do Brasil, em como se deu a formação da cidade, desde a implantação dos poderes de administração política e social até o desenvolvimento da economia e da sociedade local, incluindo o papel da Santa Casa da Bahia no decorrer dos anos na assistência à saúde e no cuidado com a infância.
Os fatos históricos, que são apresentados em formato de contação de histórias ou teatro de fantoches para grupos infantis, são seguidos de visita às dependências do museu. Para participar, é necessário realizar agendamento. Instituições públicas têm entrada gratuita e particulares pagam R$ 6 (inteira) e R$ 3 (meia). Para agendamento e mais informações, os interessados devem ligar para os números (71) 2203-9832 / 2203-9830 e falar com Osvaldina ou Lúcia.
O Museu – Instalado no prédio que abrigou o primeiro hospital da Bahia e a sede administrativa da Santa Casa da Bahia, em prédio erguido no século XVII e tombado pelo IPHAN em 1938, o Museu da Misericórdia é um dos mais importantes espaços culturais do estado e possui em seu acervo obras que contam parte da história da Bahia e do Brasil. Pertencente à Santa Casa da Bahia, o museu também tem em seu espaço a Igreja da Misericórdia, um dos mais significativos monumentos religiosos de Salvador, considerada uma grande representante dos estilos barroco, neoclássico e rococó.
Serviço:
O que: Projeto “Contando a nossa história”
Onde: Museu da Misericórdia (Rua da Misericórdia, 6 – Praça da Sé, Salvador)
Agendamento e mais informações: (71) 2203-9832 / 2203-9830