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Jornalista baiano Antônio Torres é homenageado na quinta edição da Flica

Do agitado mundo das redações às letras que não têm pressa de traduzir as gentes. Essa é a trajetória de dois jornalistas que, fascinados pelo profundo de cada história, decidiram fazer brotar romances. O recém-empossado na cadeira 23 da Academia Brasileira de Letras, Antônio Torres, de 75 anos, é o homenageado da quinta edição da Festa Literária Internacional de Cachoeira -Flica 2015, que começa hoje e se estende até domingo (18). Ele estará na abertura do evento, ao lado do também jornalista e escritor Igor Gielow, para discutir o tema “Gentes Brasileiras”, com mediação do poeta e secretário de Cultura do Estado, Jorge Portugal. São diversos no tempo e nos espaços, nos temas e ritmos, porém muito mais os une do que os separa.

Esta é a primeira vez de Torres e Gielow na Flica. “Fui convidado primeiro, depois tive a boa notícia de que eu seria o homenageado da edição. Embora eu seja um baiano desgarrado, a minha literatura é super agarrada à Bahia”, comenta Torres, que sucedeu João Ubaldo Ribeiro na Academia de Letras da Bahia e foi empossado no último mês de maio. Nascido em Junco (atual Sátiro Dias, a 205 km de Salvador), ele começou a escrever em diários como Jornal da Bahia e Última Hora, migrou para a publicidade e depois passou para a literatura. “Comecei a trabalhar no Jornal da Bahia, entre os 18 e 19 anos, fazendo o jornalismo ‘barra-pesada’, que foi uma grande escola. Mas, de fato, a maior escola no jornalismo é o esporro do chefe e, nesse caso, eram dois: João Carlos Teixeira Gomes e Ariovaldo Matos”, afirmou ao Correio*.

Seu primeiro romance, “Um Cão Uivando Para a Lua”, foi escrito quando tinha 32 anos. Foi o seu terceiro livro, “Essa Terra”, de 1976, que o consagrou nacionalmente e, mais tarde, o lançou para o mundo, tendo sido publicado em países como França, Bulgária e Paquistão. A narrativa, baseada nas lembranças do autor, abordava o êxodo rural dos nordestinos. Desde sua estreia, foram mais de 15 livros, entre romances, coletâneas de crônicas e infantis.

Já Igor Gielow estreou na literatura este ano com o romance de guerra Ariana, escrito a partir de suas memórias sobre as viagens ao Paquistão e Afeganistão. “Eu gosto de dizer que Ariana é um livro completamente verossímil. Praticamente tudo o que está lá ou aconteceu comigo ou com alguém que eu conheci”, comenta Gielow, que espera poder contribuir no debate “Gentes Brasileiras” não só como escritor, mas também como jornalista.

A festa

Foto FlicaA Flica 2015 vai mesclar a participação de autores baianos com representantes de outros estados. Entre os representantes locais estão o pesquisador Luiz Claudio Dias Nascimento e o escritor Carlos Ribeiro. O primeiro, que tem como temas de suas pesquisas a escravidão e o candomblé, participará amanhã, às 10h, da mesa Etnias, Resistências e Mitos, junto com o também historiador Tâmis Parron. Já o ficcionista Carlos Ribeiro estará no debate sobre o centenário do escritor Adonias Filho (1915- 1990), nascido em Ilhéus. Ao lado de Ribeiro, na sexta-feira, às 15h, estará a escritora Silmara Oliveira, também baiana.

Entre os autores de destaque da literatura nacional está o carioca João Paulo Cuenca, autor de livros como “O Único Final Feliz Para uma História de Amor É um Acidente”. Cuenca participa amanhã, às 15h, da mesa O Superficial da Profundidade, em que estará também o romancista brasiliense Lima Trindade. Uma das estrelas da literatura internacional que virá à Flica é a americana Meg Cabot, autora do juvenil “O Diário da Princesa”, lançado em 2000 e que se tranformou numa série de mais de dez volumes.

A portuguesa Mariana Trigo Pereira, o nigeriano Helon Habila e a americana Sapphire são outros autores internacionais que virão à Flica. Além da programação dedicada aos adultos, há a Fliquinha, com atividades dedicadas às crianças, incluindo atrações musicais como o grupo Canela Fina e a trupe de palhaços Nariz de Cogumelo. Escritoras como Ana Raquel e Edsoleda Santos participarão de bate-papos com as crianças no Cine Teatro Cachoeira.

  • Confira a programação completa aqui.

*Com informações de Correio* e A Tarde

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Mais de 90% dos crimes contra jornalistas ficam impunes, diz Unesco

Mais de 90% dos assassinatos de jornalistas em todo o mundo ficam impunes. É o que afirma a Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (Unesco). Relatório de 2014 sobre a segurança de jornalistas e os perigos da impunidade, elaborado pela diretora-geral do órgão, Irina Bokova, dá uma ideia da gravidade da situação: menos de 6% dos 583 casos de assassinatos de jornalistas entre 2006 e 2013 foram solucionados.

“Se dizemos que os jornalistas desempenham um papel central no desenvolvimento da democracia, mas eles são assassinados e os Estados não se preocupam em investigar, a mensagem para os jornalistas e a sociedade é muito ruim”, afirmou em coletiva de imprensa Guilherme Canela, assessor de comunicação e informação da Unesco. “A impunidade é a última etapa de uma rede (de atos contra a liberdade de expressão e informação), mas é importante porque alimenta o círculo perverso da violência”, acrescentou o especialista.

A Unesco, a Corte IDH e a Comissão Interamericana de Direitos Humanos promoveram a Conferência Internacional sobre o Fim da Impunidade dos Crimes contra Jornalistas”, em San José, na Costa Rica. O encontro realizado entre os dias 9 e 10 de outubro contou com a participação de 60 especialistas internacionais e de diversos setores da sociedade, para refletir sobre os desafios atuais e os melhores mecanismos de proteção, bem como os padrões de prevenção e proteção de jornalistas contra atos de violência. Foram debatidos, entre outros temas, o papel do poder judiciário na proteção e promoção da liberdade de expressão e combate à impunidade; as dimensões da violência contra jornalistas, a jurisprudência dos órgãos internacionais de proteção de direitos humanos; casos de sucesso no combate à impunidade e a experiência e contribuição da sociedade civil nesta questão.

A diretora da Unesco para a América Central, Pilar Alvarez, destacou que a iniciativa visa estimular a criação de uma “política pública eficiente” para mudar a situação atual na qual somente oito em cada cem assassinatos de comunicadores são esclarecidos. As entidades acreditam que as políticas devem ser definidas com base em três pilares fundamentais: prevenção, proteção aos profissionais ameaçados e a busca por uma justiça eficiente. O encontro também serviu para o informe sobre o tema que a Unesco publicará em 2 de novembro, Dia Internacional pelo fim da impunidade nos crimes contra jornalistas.

Segundo a Unesco, ocorreram 754 assassinatos de comunicadores desde 2006. Ming Kuok Lim, do escritório central, em Paris, informou que na América Latina foram reportados 19 casos no último ano, nos quais se comprovou a existência de um elo entre o crime e o trabalho de jornalista, apesar e o número de mortes não esclarecidas seja maior.

*Com informações do Portal IMPRENSA e da ANJ.

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“Washington Post” recorrerá contra condenação de correspondente no Irã

O jornal americano The Washington Post declarou nesta segunda-feira (12/10) ser uma “injustiça ultrajante” a condenação do correspondente Jason Rezaian no Irã. Informou também que trabalha com seus advogados e com a família do jornalista para apresentar uma apelação. Segundo a agência de notícias AFP, Rezaian, de 39 anos, foi preso em julho do ano passado acusado de espionagem e de outros crimes contra a Segurança Nacional, depois de trabalhar durante dois anos como correspondente em Teerã.

O jornalista compareceu quatro vezes diante do Tribunal Revolucionário de Teerã desde maio. Uma corte especial do órgão é responsável por julgar crimes políticos e casos relacionados à segurança do país. Washington chegou a solicitar que as autoridades iranianas libertassem Rezaian, mas Teerã, que não reconhece a dupla nacionalidade do profissional, alega que se trata de um caso exclusivamente iraniano.

“O Irã se comportou de forma excessiva ao longo deste caso, mas nunca como nesta ocasião, com essa sentença de um tribunal revolucionário, pelo qual um jornalista inocente é condenado por graves crimes após um procedimento que se desenvolveu em segredo, sem que fossem exibidas provas de qualquer tipo”, afirmou o reforçou o editor executivo do jornal, Martin Barón, em um comunicado.

Fonte: Portal IMPRENSA

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ABI BAHIANA Notícias

Jornalista Sérgio Mattos resgata história da Bahia em livro autobiográfico

Jornalistas, professores, políticos, amigos e familiares do escritor Sérgio Mattos, que também é diretor da ABI, participaram do lançamento de seu mais novo livro, nesta quinta (8). O evento foi realizado na Reitoria da Universidade Federal da Bahia (UFBA) e contou com a presença do reitor da instituição de ensino, João Carlos Salles. A obra, de natureza autobiográfica, corresponde ao retrato de uma geração e é o 49º livro do professor, jornalista e poeta, que resgata fatos históricos ocorridos na Bahia e no Brasil entre 1948 e 2015. O livro está disponível nas principais livrarias.

“Vida privada no contexto público” foi bem recebido pelos comentaristas que já escreveram a respeito e aparece no meio acadêmico como um novo paradigma de autobiografia de jornalista. De acordo com o historiador e jornalista, Luís Guilherme Pontes Tavares, o modelo poderá inspirar livros de outros autores que queiram contribuir para a construção do perfil do jornalista brasileiro da segunda metade do século XX e início do século XIX. Participaram do lançamento o ex-reitor da UFBA, Roberto Santos, o presidente do IGHB, Eduardo Moraes de Castro, membros da Academia de Letras da Bahia (ALB).

O livro

Foto livro Sérgio mattosNa obra de 648 páginas com ilustrações, Sérgio Mattos faz interpretações e análises de seus 50 anos de jornalismo e 40 anos de dedicação ao ensino universitário. Ao longo de sua história publicada pela Quarteto Editora, o autor lista pessoas e instituições com quem conviveu. Suas contribuições ao desenvolvimento da cultura, da educação superior e da imprensa baiana estão inseridas no contexto socioeconômico, cultural e político do país e da Bahia.

O livro conta a trajetória de seu pai, Sêo Zebinha, os avós paternos e maternos e sua mãe, Dona Helena. Em seguida, a infância em três etapas: Fortaleza, Recife e Salvador, quando descobre o mundo mágico da leitura. Ele narra a adolescência, que vai de 1963 a 1967, o início no jornalismo, os desafios e conquistas no exterior. Descobertas, sucessos e perdas também compõem essa autobiografia.

*Com informações de Luís Guilherme Pontes Tavares (diretor da ABI)

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