Debater a comunicação do turismo nas diversas plataformas e trocar experiências da comunicação do setor com o mercado nacional e internacional. Esse é o objetivo do I Encontro Internacional de Jornalistas de Turismo, realizado pelo FICET– Fórum Internacional de Comunicação de Ecologia e Turismo, de 22 a 26 de agosto de 2018, no Wish Bahia Hotel, em Salvador.
O evento reúne na capital baiana cerca de 100 profissionais de comunicação do turismo do Brasil e exterior, para discutir temas como a influência digital na comunicação do turismo, jornalismo literário, além promover visitas a estabelecimentos e instituições situados em pontos turísticos de Salvador e Região Metropolitana.
De acordo com a organização do evento, a presença dos jornalistas de turismo em Salvador resultará numa divulgação espontânea da cidade, através de reportagens e matérias veiculadas em jornais, revistas, rádios, TVs e Redes Sociais – blogs, sites e outros. No roteiro das visitas estão a Cidade Baixa, o Corredor da Fé, os bairros do Bonfim, Ribeira, o Centro Histórico da primeira capital do Brasil e o município de Camaçari.
O encontro tem o apoio do CBTUR, Salvador Destination, Secretaria de Cultura e Turismo de Salvador (Secult), Prefeitura Municipal de Camaçari, ABIH/BA, FBHA, Senac, SEBRAE e demais entidades do trade.
Prisões de jornalistas, empastelamentos e censura explícita. Esse era o cenário, três semanas depois da posse da primeira diretoria da Associação Bahiana de Imprensa (ABI), em 1930
Há 88 anos, 73 jornalistas se juntaram em torno de um sonho: fundar a Associação Bahiana de Imprensa (ABI), para, além de prestar assistência aos profissionais ligados à atividade jornalística, defender a liberdade de expressão e zelar pelo respeito às leis estabelecidas. Esses ideais seriam adiados pela “Revolução de 30”, com a decretação do estado de sítio e severas restrições à ordem pública e às liberdades individuais, apenas três semanas depois da posse da primeira diretoria. A ABI só viria a funcionar em 10 de setembro daquele ano, sob a presidência de Altamirando Requião. Assim, o dia 17 de agosto é momento de relembrar todos os importantes integrantes da história dessa instituição, cuja trajetória está incorporada à própria História da Bahia e do Brasil.
Para o presidente da ABI, Antonio Walter Pinheiro, a entidade preserva sua memória sem perder de vista o futuro e as novas formas de comunicar. “A ABI é vista como uma das poucas instituições apartidárias, comprometida com a verdade, equilíbrio e seriedade dos seus atos. Isto exige vigilância, decisões rápidas e sintonizadas com os interesses da comunidade”, afirma. Ele ressalta o compromisso da ABI com a luta pela verdade, liberdade de imprensa, liberdade de expressão e pela garantia dos direitos humanos.
Pinheiro recorda o seu início na ABI, como diretor-financeiro e tesoureiro, na década de 1980. Em 2011, assumiu a presidência da entidade. “Cheguei à ABI através do saudoso professor, poeta e economista Jairo Simões, um dos responsáveis pela implantação de um novo Conselho Diretor da entidade, mesclando jornalistas com dirigentes de órgãos de comunicação”, lembra. Nessa época, o jornalista Samuel Celestino ocupava a presidência executiva e Jorge Calmon comandava a Assembleia Geral da ABI. “Sem abrir mão das diretrizes que nortearam o idealizador Thales de Freitas, a sensação é a de que conseguimos manter a ABI fortalecida, respeitada e presente junto à comunidade baiana”.
ABI na História
Autor de levantamento histórico da instituição, o jornalista e pesquisador Nelson Varón Cadena segue estudando o tema. De acordo com ele, o que motivou o surgimento da ABI foi a criação de um tipo de seguridade social para os associados, que teriam benefícios de pecúlio para auxílio funeral, assistência médica e odontológica, amparo na velhice. Mais tarde é que se focou na defesa da liberdade de expressão porque a entidade nasceu durante a ditadura Vargas. “Tiveram papel relevante na entidade Thales de Freitas, como idealizador, e Ranulpho Oliveira, pela sua longa gestão, equilibrada e conciliadora”. (Confira aqui a lista de ex-presidentes da ABI)
Sua relação com a ABI foi iniciada em 1979, com pesquisas na biblioteca e nos arquivos fontes primárias de jornais do século XIX, para um trabalho sobre a história da propaganda baiana (“468 Anos de Propaganda na Bahia”). Em 1980, foi chamado por Jorge Calmon, então diretor do jornal A Tarde, para escrever a memória da ABI. “O jornal me liberou um turno, o da manhã, para que pudesse intensificar a pesquisa a partir de fontes primárias: os livros de atas da entidade”. O livro foi publicado em setembro daquele ano, com revisão de texto do jornalista Beu Machado.
Segundo Cadena, poucas são as associações de imprensa do país que preservam a sua memória. “Para se resgatar a história de uma entidade é preciso matéria-prima, ou seja, documentação. E a ABI teve o cuidado de preservar seus arquivos”. Isso, de acordo com o jornalista, facilitou o trabalho de consulta às fontes. “No meu livro 50 Anos da ABI há centenas de tópicos que podem inspirar pesquisas mais aprofundadas sobre cada tema. Em especial no que diz respeito ao cerceamento da liberdade de expressão durante as ditaduras Vargas e Militar a partir de 1964”.
Entre as muitas descobertas durante o levantamento, Nelson Cadena cita uma especial. “Na sede da ABI, foi projetado um abrigo antiaéreo subterrâneo, para a eventualidade de um bombardeio. Estávamos em plena II Guerra Mundial e a costa da Bahia tinha sido torpedeada por submarinos alemães”, relembra o jornalista, que reforça o papel da ABI na história da imprensa da Bahia. “Teve momentos marcantes. A cada período cronológico, uma prioridade. Atualmente, é a capacitação através de seminários e palestras com personalidades que trazem conhecimento e propiciam debates interessantes”, avalia. Para os próximos anos, ele espera “uma ABI mais aberta às novidades do mundo, considerando os novos tempos de transição das ferramentas, plataformas e conteúdos da comunicação”.
Memória da imprensa
Também pesquisador do tema, o jornalista Luís Guilherme Pontes Tavares integra a diretoria da ABI. Ele destaca as principais contribuições da entidade para a preservação e divulgação da memória da imprensa baiana. Para ele, isso se dá em três perspectivas: “No cuidado que dedica aos acervos bibliográfico, imagético e de objetos afins com a história da imprensa da Bahia; no apoio que oferece para os estudos acadêmicos e autorais realizados por pesquisadores que utilizam tais acervos; e na realização de eventos em que são enaltecidos personagens, fatos e instituições relacionadas à história de nossa imprensa”.
Luís Guilherme é autor do livro 200 anos da imprensa na Bahia, uma publicação que demonstra seu empenho pelo resgate da história da imprensa no âmbito estadual. Segundo ele, a ABI contribuiu em duas etapas dessa publicação: além dos acervos da Biblioteca de Comunicação Jorge Calmon e do Museu de Imprensa terem sido usados como fontes dos estudos realizados, a publicação teve o selo editorial da ABI, que intermediou o patrocínio dado pela Empresa Gráfica da Bahia (EGBA).
Um dos mais importantes acontecimentos da História do Brasil será tema de filme. 1798 REVOLTA DOS BÚZIOS é um documentário longa metragem produzido pela Portfolium Laboratório de Imagens e tem a direção do cineasta baiano Antonio Olavo. Seu lançamento será nesta segunda feira, dia 13 de agosto, às 20h, na Sala Walter da Silveira (Biblioteca Central do Estado da Bahia – Barris). A é entrada franca (limitada a lotação da sala)*.
O filme registra o movimento conspiratório ocorrido na Bahia em 1798, protagonizado por dezenas de homens negros que planejaram um levante com o objetivo de derrubar o governo colonial, proclamar a independência e implantar uma República democrática, livre da escravidão. Esse episódio cruzou a linha do tempo e recebeu diversas denominações, entre elas Revolta dos Búzios, Revolução dos Alfaiates e Conjuração Baiana.
O movimento, que completa 220 anos este ano, foi deflagrado no amanhecer de um domingo, 12 de agosto de 1798, quando surgiram afixados papéis manuscritos, em pontos de grande movimentação da cidade. Esses documentos chamavam, em nome do “Poderoso e Magnífico Povo Bahiense Republicano”, o povo para fazer uma revolução, por meio da qual haveria igualdade entre os homens pretos, pardos e brancos, salários dignos para os soldados e comércio livre entre as nações.
O documentário foi selecionado no Edital de Fomento à Produção Audiovisual Baiana 2014 promovido pelo Instituto de Radiodifusão Educativa da Bahia – IRDEB, através da Chamada Pública 01/2014 do Programa Brasil de Todas as Telas da Agência Nacional do Cinema – ANCINE. Este é o quinto longa-metragem dirigido por Antonio Olavo, também autor de Paixão e Guerra no Sertão de Canudos (1993), Quilombos da Bahia (2004), Abdias Nascimento Memória Negra (2008) e A Cor do Trabalho (2014). É dele também o roteiro, extraído dos “Autos da Devassa”, fonte primária de grande valor, com mais de duas mil páginas que detalham minuciosamente o processo de 1798.
Na História – A Revolta dos Búzios é um movimento de importância fundamental para a história política do país, visto que já em 1798, em pleno regime colonial, os conspiradores baianos levantaram as bandeiras da Independência, que só viria em 1822; do fim da escravidão, conquistada somente em 1888; e da República, proclamada tardiamente em 1889. O movimento foi denunciado e o governo instalou uma Devassa que durante 15 meses convulsionou a cena política regional, atingindo centenas de pessoas com ameaças, interrogatórios, detenções, condenações de açoites públicos, prisões, degredo perpétuo, e até a pena de morte, sentença máxima que se abateu sobre quatro homens negros: os soldados Luiz Gonzaga e Lucas Dantas, e os alfaiates João de Deus e Manoel Faustino, enforcados e esquartejados em 8 de novembro de 1799 na Praça da Piedade, em Salvador.
Para Olavo, no Brasil atual, onde a população afrodescendente é majoritária, “não é mais possível continuar desconhecendo movimentos sociais protagonizados pelo povo negro, que teve grande importância na formação histórica e política do país. É neste sentido que a realização deste filme contribui para preencher uma lacuna na história da Bahia e do Brasil, que necessitam de iniciativas como esta, fundamentais para a afirmação e consolidação da autoestima e identidade étnica de seu povo”. Segundo o cineasta, o principal objetivo é contribuir para o resgate da memória de um episódio que marcou profundamente a vida do povo baiano durante décadas. “Essa grandiosa conspiração republicana, mobilizadora de tantas emoções e sentimentos, regionais e nacionais, ainda hoje, passados 220 anos de sua eclosão, permanece ignorada pela historiografia tradicional”, completa Antonio Olavo.
Serviço Dia: 13 de agosto de 2018 Hora: 20h Local: Sala Walter da Silveira (Biblioteca Central do Estado da Bahia – Barris)
Entrada franca (limitada a lotação da sala)
*Os convites para acesso serão distribuídos no dia 13 na Portaria da Sala Walter da Silveira, a partir das 17h.
Informações: Daiane Rosário (71) 3334-5681 / 99247-6055
Quando o calendário marcar o dia 5 de dezembro, o sinal analógico de TV deixará de funcionar em Vitória da Conquista, no Centro-Sul da Bahia. A transmissão será obrigatoriamente digital. Para cumprir a determinação do Ministério da Ciência, Tecnologia, Inovações e Comunicações, a comunicação da Universidade Estadual do Sudoeste Baiano (UESB) já fez os ajustes no Sistema UESB de Rádio e Televisão Educativas (Surte). Desde quarta-feira (18), a TV UESB e a Rádio Uesb FM, emissoras públicas, operam em SD Digital.
O assessor geral de comunicação e diretor do Surte, Rubens Sampaio, destaca os efeitos da digitalização para o jornalismo conquistense. “A grande importância está em oferecer uma opção diferenciada de informações, sem as amarras da necessidade comercial e voltada para a educação, a cultura e as necessidades sociais da comunidade”, avalia. Sampaio também é professor do curso de Jornalismo da UESB e reforça a necessidade de ofertar conteúdos que não são abarcados pela mídia tradicional. “Faremos um jornalismo que primeiro foca no formar e, depois, no informar. Nossas pautas são diferentes e a abordagem também.”
“Com a digitalização da TV, o conteúdo produzido chegará a mais pessoas com maior qualidade. A Universidade, enquanto instituição pública, tem um compromisso social muito grande. É uma preocupação nossa oferecer serviços de qualidade para a população, não só em extensão, mas também no ensino e na pesquisa”, afirma a professora Gleidi Magali Lemos, pró-reitora de Extensão e Assuntos Comunitários da instituição.
Ampliação – A digitalização amplia o sinal da UESB FM, que passará a ser a emissora de rádio da região Sudoeste com maior alcance. O sinal das emissoras chegará até Poções, Planalto, Aracatu, Barra do Choça, Tremedal, Belo Campo dentre outros municípios num raio de 100 km. A segunda etapa da digitalização da TV UESB será operar em Full HD. Para isso, está previsto um investimento na estrutura interna da emissora, com melhoria nas ilhas de edição, estúdio e câmeras. A previsão é que essa etapa seja finalizada até dezembro deste ano.
Durante os próximos 90 dias, a emissora entra em caráter experimental, aumentando progressivamente a potência do sinal até atingir 1.250 watts. Agora, o Surte conta também com um gerador próprio na torre de transmissão, que garante maior estabilidade na manutenção da TV UESB e UESB FM no ar. Para ter acesso à programação da TV UESB em sinal digital, é necessário ter o conversor instalado em sua televisão e ressincronizar no canal 4.1. As duas emissoras privadas que transmitem a partir de Vitória da Conquista, a TV Sudoeste e a TV Cabrália já fizeram as mudanças necessárias para a migração definitiva. (Com informações da ASCOM/UESB)