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Crítica ao cenário educacional marca abertura da Flica 2016

A 6ª edição da Festa Literária Internacional de Cachoeira (Flica) teve início na tarde desta quinta-feira (13) e abrilhanta até domingo a cidade do Recôncavo baiano. Com rica programação cultural, a Flica reúne anualmente nomes da literatura local, nacional e internacional. Mas nem só de música, sarau, dança e oficinas é feita a festa que movimenta Cachoeira. Já na primeira mesa de discussões, a historiadora e escritora carioca Mary Del Priore denunciou as condições do ensino no Brasil e criticou a classe política.

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Foto: Egi Santana

Del Priore, que destacou a importância dos índios na formação do Brasil, falou sobre seu mais recente livro, Histórias da Gente Brasileira, durante bate-papo conduzido pelo secretário estadual da Cultura, Jorge Portugal. A educação foi um dos assuntos abordados pela escritora. “Esta é uma lacuna enorme na história do país. Mas aprendi, enquanto escrevia, que nem toda sabedoria está nos livros. Quando olhamos para o passado, a gente percebe que tinha ‘sabenças’, que eram informações passadas pelos mais velhos aos mais novos e esse saber da tradição não pode ser deixado de lado”.

A historiadora protestou contra as condições dos professores no país. “Como no passado, o professor continua ganhando um frango, meia dúzia de ovos e um saco de farinha. Que me desculpem os políticos que estão aqui, mas essa é uma classe que, como sempre, continua fazendo discursos e promessas em campanhas e não as cumpre”, criticou.

Flica que segue

Hoje (14/10), a programação da Flica começa às 10h, com mesa dedicada à literatura de fantasia, com a participação do carioca Eduardo Spohr, autor de Filhos do Éden, e a baiana Scarlet Rose, que escreveu Finlândia. As mesas seguintes contarão com Milton Hatoum e Ana Maria Machado, homenageada deste ano. Na Fliquinha, no Cine Theatro Cachoeirano, tem contação de histórias com Lídia Hortélio, às 9h30, e apresentações musicais, com destaque para Carlinhos Brown, que estará num bate-papo às 16h30. Ainda na sexta-feira, o Balé Teatro Castro Alves (BTCA) faz performances do espetáculo “Voyeur do Movimento” às 17h, na Escadaria da Câmara de Cachoeira.

No sábado (15), das 18h às 19h30, o público poderá conferir o projeto “O Violão e a Palavra”, com a participação do secretário Jorge Portugal e do cantor, compositor e pesquisador da música baiana, Roberto Mendes. Os dois falarão dos meios de composição da música popular, das métricas à melodia, com mediação do filósofo e professor Saulo Matias Dourado. O encontro será realizado na Escadaria da Câmara de Cachoeira.

Programação Cultural

Sexta-feira 14/10
8h às 12h e das 14h às 18h – Fantástico Mundo da Leitura – Auditório Hansen Bahia
9h – Biblioteca Móvel – Em frente a Fliquinha (Cine Theatro Cachoeirano)
17h – Balé Teatro Castro Alves com performances “Voyeur do Movimento”
17h – Lançamento de Livros – Espaço Educar para Transformar/Conversas Íntimas: um convite ao prazer – Luís Carlos Assis Rosa /Olhos D´agua – Lita Passos/ Dor de Facão e Brevidades – Rosana Almeida

Sábado 15/10
9h – Escolas Culturais – Stand
9h – Biblioteca Móvel – Em frente a Fliquinha (Cine Theatro Cachoeirano)
18h – Violão e a Palavra – Conversa cantada com Jorge Portugal e Roberto Mendes

Domingo 16/10 
9h – Biblioteca Móvel – Em frente a Fliquinha (Cine Theatro Cachoeirano)

Serviço “Território Flica”
De quinta a sábado, das 9h às 16h – Caminhão Educativo
Quinta, das 13h às 17h / Sexta e sábado, das 9h30 às 12h30 e das 14h às 17h
Quinta, a partir das 16h30 – Cine Fliquinha (integra programação da Fliquinha)
Sexta, a partir das 16h30 – Bate-papo musical com Carlinhos Brown (integra programação da Fliquinha)
Sábado, das 8h às 12h e das 14h às 18h – Oficina de Stop Motion

*Informações do Correio* e do G1

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Em pauta

Fundadora do “Todos pela Educação” avalia cobertura jornalística do tema

Por Priscila Cruz, no site Jeduca*

Há vinte anos a gente andava de carro sem cinto de segurança, alugava uma fita VHS para assistir àquele muito aguardado filme, tinha guia de ruas no carro para poder chegar aos destinos visados, revelava os filmes para só então saber como haviam ficado as fotos, tinha de escolher entre usar o telefone ou a internet, que era discada. Isso era normal – não parecia errado, ineficiente ou antiquado. Agora, quando contamos essas coisas para a geração mais nova, parece um absurdo!

O mesmo vale para a cobertura jornalística da educação no final dos anos 1990. Você se lembra de como era? Para mim, vem à mente cenas de longas filas de espera para matricular as crianças no início de cada ano letivo. Depois, no decorrer dos meses, o tema não tinha presença expressiva nas pautas da grande imprensa.

Uma denúncia aqui, outra ali – era o que se podia ver nas páginas dos principais jornais e revistas. As pautas mais profundas e as análises sobre políticas públicas educacionais ficavam restritas a títulos especializados, como as revistas Nova Escola, Pátio e Educação, que não são dirigidas à população em geral.

Mas o Brasil avançou muito. Temos uma legislação muito melhor e mais protetora dos cidadãos, impulsionada pela Constituição Federal de 1988; a população passou a acompanhar, a atuar, a fazer a sua parte de forma mais engajada; estamos amadurecendo nossa atuação cidadã, entendendo cada vez melhor a importância de nossa participação efetiva.

Aquilo que era absolutamente tolerado não é mais. Desde a piada racista daquele tio no almoço de domingo até a formação de um ministério sem mulheres. Os tempos são outros. Na educação, não poderia ser diferente. Demandamos muito mais.

Felizmente, queremos que a educação seja de qualidade, para todos, com equidade. E, como criador e criatura, o jornalismo tem dado enorme contribuição a essa causa. Um ponto alto é a criação da Jeduca, um coletivo de jornalistas pela educação, interessados em fazer da cobertura jornalística um vetor cada vez mais forte para o fortalecimento dessa política pública essencial à construção de um Brasil mais forte, com desenvolvimento sustentável e justo.

Os jornalistas que cobrem a área passaram também a tratar a educação como direito de todo cidadão e, com a maior disponibilização de dados e estudos, ela começou a ganhar ainda mais espaço, em quantidade e qualidade. O detalhamento cada vez maior dos dados possibilitou escancarar desigualdades nas redes e nas escolas, desde as relacionadas à formação adequada dos docentes até o acesso à água tratada nos estabelecimentos de ensino.

Com mais dados disponíveis e cada vez mais organizações dispostas a analisá-los para apoiar a imprensa na cobertura, o espaço dedicado à educação cresceu. Cadernos especiais foram criados em jornais. Revistas estabeleceram editorias específicas. A televisão e o rádio passaram a tratar de temas ligados a políticas públicas educacionais e da qualidade da educação, superando as imagens das filas de matrícula nas portas das escolas. Os jornalistas começaram a entrar mais nas salas de aula, a conversar com professores, diretores e alunos.

Jornalistas mais experientes, por sua vez, têm conquistado espaços cada vez mais importantes para publicar reportagens com mais profundidade sobre assuntos como formação de professores, infraestrutura, currículo, gestão escolar e projeto pedagógico das escolas, com textos mais analíticos e a participação cada vez mais frequente de especialistas na área.

Isso tudo fez da educação uma pauta interessante para a imprensa durante todo o ano, e não apenas em momentos pontuais, como o da matrícula, as férias ou as greves.

Na última década e meia, o crescimento do acesso à internet permitiu que os espaços conquistados nos meios impressos, hoje reduzidos devido à crise no setor dos jornais e revistas, não se perdessem. No entanto, os veículos impressos foram os que mais formaram jornalistas especializados na cobertura de educação.

A exposição da sociedade ao tema, em grande medida devida ao jornalismo, tem contribuído cada vez mais para que a educação suba na lista de prioridades dos brasileiros e seja acompanhada mais de perto.

O que é Ideb? Como se corrige o Enem? Por que a educação infantil é importante? As respostas para essas perguntas hoje já não são difíceis de encontrar, e até já são de conhecimento de boa parte da população, porque alguns jornalistas se debruçaram sobre a educação.

Portanto, da mesma forma que é preciso haver jornalistas com bons conhecimentos em economia para cobrir esse tema, dada a sua complexidade e importância para o país, também a educação deve ser mantida como objeto essencial de cobertura diária e qualificada da imprensa, fomentando o controle social com responsabilidade.

Afinal, publicar informações equivocadas sobre políticas educacionais pode causar problemas tão graves como divulgar informações econômicas erradas. Já houve casos em que políticas que poderiam ter dado certo foram canceladas porque a opinião pública, influenciada por uma reportagem equivocada, pressionou a gestão.

Em outros casos, exemplificando o poder de mobilização da imprensa, a divulgação de estudos e pesquisas realizadas por organizações da sociedade civil foi responsável por ações importantes do governo para corrigir problemas. O lançamento do Pacto Nacional pela Alfabetização na Idade Certa (Pnaic), por exemplo, foi anunciado pouco depois da divulgação dos resultados da Prova ABC, iniciativa do TPE (Todos pela Educação) e parceiros, que mostrou o baixo percentual de alunos plenamente alfabetizados até os 8 anos de idade.

A Jeduca vem, assim, apoiar esse movimento de manter e ampliar o espaço já conquistado para a cobertura da educação e, mais do que isso, para que ela seja ainda mais qualificada e participe na criação de uma “rede de proteção” ao tema.

Precisamos de uma vez por todas romper com nossos erros históricos e fazer da educação a pauta prioritária no Brasil.

*Priscila Cruz é fundadora e presidente do movimento Todos Pela Educação e mestre em Administração Pública pela Harvard Kennedy School

Fonte: Portal IMPRENSA

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Estadão abre inscrições para programa de jornalismo

Jovens jornalistas formados em 2014 ou 2015 e estudantes de jornalismo com previsão de conclusão de curso até o fim de 2016 podem se inscrever na 27ª edição do Curso Estado de Jornalismo. Com duração de três meses (de 12 de setembro a 9 de dezembro), o programa popularmente chamado de Foca, em referência ao apelido dado no meio da imprensa aos comunicadores em início de carreira, oferece 30 vagas este ano. o período de inscrição para a edição 2016 do treinamento em jornalismo será encerrado em 31 de julho.

A lista com os nomes dos novos focas do Grupo Estado está programada para ser divulgada em 28 de agosto. Antes, os interessados em participarem do projeto têm que passar por outras três etapas: cadastro de currículo e realização de teste online (no momento da inscrição); ser um dos 90 pré-selecionados (7 de agosto); e ir bem nas entrevistas e provas presenciais (de 22 a 25 de agosto).

  • As inscrições para o 27º Curso Estado de Jornalismo devem ser feitas exclusivamente por meio do site Vagas.com
logo focas 26 curso estado de jornalismo
logo focas 26 curso estado de jornalismo

os organizadores informam que além da formação recente em jornalismo ou na reta final da graduação, ter fluência no idioma inglês é um dos requisitos básicos para ter chance de integrar a turma. Com atrativo, os responsáveis pelo programa destacam que os focas irão atuar nas redações mantidas pelo Grupo Estado em São Paulo. Atualmente, a empresa controla veículos como o jornal O Estado de S. Paulo, as rádios Estadão e Eldorado, o site Estadão.com.br e a Agência Estado.

O programa de jornalismo de 2016 será gratuito – assim como foi nas edições anteriores. Os jovens jornalistas selecionados irão ter acesso a conteúdo teórico com aulas de política, economia, português, ética e direito. Também vão acompanhar palestras com editores e repórteres do Grupo Estado. Na parte prática, os alunos vão atuar nas redações, sendo monitorados por colegas experientes. Ao fim do treinamento, a turma terá de produzir projeto jornalístico multiplataforma, conteúdo que será aproveitada pelas versões impressa e online do Estadão.

*As informações são do Portal Comunique-se.

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MAB sedia debate sobre políticas educacionais em Salvador

O Museu de Arte da Bahia (MAB) realiza a quinta edição do projeto “Discutindo o Brasil”, nesta quarta-feira (20), às 19h, com as presenças do Prof. João Carlos Salles, Reitor da UFBa e do Prof. Penildon Silva, Pró-Reitor de Ensino de Graduação da UFBA. O evento, que vai abordar o tema “As políticas educacionais”, é gratuito e aberto ao público. O ciclo “Discutindo o Brasil” tem promovido desde junho análises sobre o atual panorama político-social brasileiro, e, consequentemente, os efeitos sofridos pela população.

Já passaram pela pauta temas como a falta de representatividade das mulheres e dos negros, a importância e o papel da Empresa Brasil de Comunicação (EBC), a extinção da MCTI e as consequências para a comunidade acadêmica, e o SUS e a Saúde no Brasil.

O diretor do Museu, Pedro Arcanjo, defende que “este diálogo com a sociedade colabora para a construção reflexiva deste momento, através da discussão de importantes temas”. O MAB é vinculado ao Instituto do Patrimônio Artístico e Cultural da Bahia – Ipac, entidade da Secretaria de Cultura do Estado da Bahia (SecultBA).

Programação:

20/7 – As políticas educacionais
Convidados: Professor João Carlos Salles – Reitor da Ufba e Prof. Penildon
Silva, Pró-Reitor de Ensino de Graduação da Ufba

22/7 – Os programas sociais no Brasil
Convidados: Professor Clóvis Zimmermann, professor da FFCH/Ufba e pesquisador dos Programas Sociais do Governo, e a professora e escritora, especialista em Programas Sociais, Anete Ivo.

27/7 – A nova configuração do Ministério da Justiça e Cidadania
Convidados: Dr. Rui Patterson, advogado criminalista, Geraldo Reis, secretário de Justiça, Desenvolvimento Social e Desenvolvimento Humano / BA e Anhomona de Brito, superintendente de Apoio e Defesa dos Direitos Humanos.

29/7 – O direito dos trabalhadores está ameaçado? (CLT e INSS)
Convidada: Dra. Andrea Presas Rocha (TRT) Professora e Juíza de Direito

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