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Coletânea do histórico jornal ‘A Abelha da China’ expande acervo da ABI

A Biblioteca de Comunicação Jorge Calmon, da Associação Bahiana de Imprensa (ABI), expandiu seu acervo de livros raros e documentos históricos nesta quarta-feira (10). Durante reunião de Diretoria, o professor Edivaldo Boaventura, que é membro do Conselho Consultivo da ABI, resolveu doar à instituição uma coletânea do semanário “A Abelha da China“, um jornal semanal português criado em 1822, primeiro jornal estrangeiro publicado por estrangeiros na China, sendo a sua coleção a mais antiga da Biblioteca do Edifício do IACM. O presidente da ABI, Walter Pinheiro, destacou a importância histórica do jornal, pelo pioneirismo e papel cultural e social. A edição fac-simile, publicada em 1994 pela Universidade de Macau, abrange os exemplares entre 1822 e 1823, e está disponível para consulta.

abelha da china
Fac-simile passa a integrar a Biblioteca Jorge Calmon

Impulsionado pelo Leal Senado, denominação oficial da Câmara Municipal de Macau durante o domínio português, o jornal “A Abelha da China” foi publicado pela primeira vez em 1822. O veículo comungava os ideais progressistas da revolução liberal do Porto. Cerca de um ano depois de ter sido dado ao prelo, o seu número de Agosto seria queimado em auto de fé, em pleno verão de 1823, junto à porta do Leal Senado pela reação absolutista que, entretanto, retomara o controle da cidade, em nome de D. Miguel. A queima foi feita oficialmente na presença dos 300 cidadãos eleitores de Macau que constituíam o universo dos leitores do jornal.

Segundo Lee Shuk Yee (Stella), uma investigadora de livros raros em línguas estrangeiras a serviço da Biblioteca Central de Macau, A Abelha da China não era um jornal privado. “De acordo com as normas da imprensa da época, as tipografias imprimiam os seus nomes no canto inferior direito da última página. No jornal A Abelha da China, pode ler-se ‘Na Typographia do Governo’, o que significa ‘Impresso pela Imprensa Oficial’, pelo que o seu conteúdo consistia, essencialmente, em avisos e decretos do governo, tal como acontece nos atuais boletins oficiais”, argumenta.

Para ela, as edições constituem um testemunho do período glorioso da tecnologia da prensa de tipos móveis de metal em Macau. A impressão tradicional de tipos móveis envolvia blocos de impressão com caracteres ou imagens virados ao contrário. Os caracteres ou imagens talhados em relevo no bloco de impressão eram cobertos de tinta, podendo assim ser impressos em objetos. Após se difundir pela Europa, a “prensa de tipos móveis” chinesa foi reinventada por Johannes Gutenberg, o qual desenvolveu então a prensa de tipos móveis de metal.

Pioneirismo

abelha1A Abelha da China sempre foi considerado o primeiro jornal publicado em Macau. Mas, no livro “The Begining of The Modern Chinese Press History/Macau Press History 1557-1840” (“O Início da História da Imprensa Chinesa/História da Imprensa de Macau 1557-1840”), a professora de Comunicação da Universidade de Macau, Agnes Lam, se refere ao “Início do Diário Noticioso”, de 1807, como a primeira publicação noticiosa em língua portuguesa na região.

“Abelha da China foi a primeira publicação com formato de jornal (…), mas, antes disso, o primeiro título em português foi o ‘Início do Diário Noticioso'”, disse à agência Lusa. O livro, lançado em maio deste ano, em Pequim, resulta de uma investigação iniciada em 2005, que vai desde o estabelecimento dos portugueses em Macau até à primeira guerra do ópio.

*Com informações da Biblioteca Pública de Macau e do site Plataforma Macau.

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Ônibus oficial da imprensa na Olimpíada é atingido no Rio

Um ônibus utilizado para transportar jornalistas brasileiros e estrangeiros entre as arenas dos Jogos Olímpicos Rio-2016 foi atingido e teve as janelas quebradas por volta das 19h30 desta terça-feira (9). O veículo fazia o trajeto entre a Arena da Juventude e o Centro de Mídia pelo BRT Transolímpico, via expressa com faixa exclusiva. As polícias civil e militar e as Forças armadas abriram uma investigação para apurar o caso. O patrulhamento na região foi reforçado.

Em nota, o Comitê Rio-2016 explicou que o motorista prestará depoimento à polícia e que o ônibus passará pela perícia oficial. Uma repórter do jornal carioca O Globo relatou que “ao menos duas pedras acertaram os vidros”, um policial que estava a bordo também afirmou que se tratavam de pedras. No entanto, testemunhas no local afirmaram que o veículo foi alvejado por tiros, segundo o Estadão.

De acordo com o Comitê Rio-2016, dois passageiros sofreram ferimentos leves. Um deles é o jornalista bielorrusso Artur Zhol. “A gente estava voltando do basquete, jogo Brasil e Bielorrússia, eu sentei perto da janela e ouvi um ‘buu’ pequeno, não foi muito alto. O vidro quebrou, ficou destruído e todos os jornalistas se jogaram no chão. Paramos perto de um carro de polícia, o policial entrou no ônibus, olhou, observou e seguimos o trajeto”, contou Zhol.

Centro de Hipismo

Esse é o segundo incidente envolvendo profissionais da imprensa, já que na tarde do último sábado (6/8), uma bala perdida atingiu a sala de imprensa do Centro Olímpico de Hipismo, enquanto as primeiras provas eram disputadas. O projétil foi encontrado por um australiano.

De acordo com o portal UOL, o Comitê Rio-2016 informou que ninguém ficou ferido e que seria realizada uma apuração do caso. Segundo autoridades, a bala pode ter sido disparada por traficantes que tentaram abater drones e um balão que estavam sendo utilizados para monitorar comunidades próximas ao local. O Ministério da Defesa informou que a segurança na região foi reforçada pela Força Nacional e pela polícia militar do Rio de Janeiro. O órgão disse ainda que nenhum equipamento dos jornalistas foi danificado.

  • Veja abaixo a íntegra do comunicado divulgado pelo Comitê Rio 2016 sobre o episódio desta terça (9):

Segundo relato do motorista, um dos ônibus do sistema de transporte de mídia deixou a Arena da Juventude, em Deodoro, por volta das 19h30 desta terça, 9 de agosto, em direção ao Parque Olímpico da Barra. Ao se deslocar pela via expressa Transolímpica, nas proximidades de Curicica, o motorista ouviu um barulho de dentro do ônibus que pensou ser da queda de um equipamento de fotografia.

Imediatamente, olhou pelo espelho retrovisor e percebeu que os passageiros estavam deitados no chão.

Continuou a dirigir por alguns metros até avistar uma viatura de polícia e parar.

Neste momento, percebeu que dois vidros do mesmo lado do ônibus estavam quebrados.

Retomou o percurso sob escolta da viatura e, com o deslocamento, os vidros das janelas quebradas começaram a ceder.

Após chegar ao Centro de Mídia, constatou que dois passageiros apresentavam ferimentos leves causados pelos estilhaços de vidro.

O motorista prestará depoimento à polícia ainda esta noite acompanhando por um gerente de Segurança do Comitê Organizador dos Jogos Olímpicos Rio 2016.

Também esta noite o ônibus será submetido a perícia oficial pela polícia. Os resultados preliminares serão divulgados assim que estiverem prontos.

O Coordenador Geral de Defesa de Área (CGDA) do Exército e a Polícia Militar informaram que aumentaram o patrulhamento na região.

*Informações do Globo.com, Estadão e UOL. 

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ABI expressa pesar pela morte do intelectual Geraldo Machado

O intelectual Geraldo Machado, titular da Cadeira 4 da Academia de Letras da Bahia (ALB), faleceu na tarde deste sábado, aos 69 anos, vítima de um câncer. Machado, que ocupou a superintendência da Associação Bahiana de Imprensa (ABI) entre 2008 e 2011, estava internado no Hospital Aliança, em Salvador. A diretoria da ABI lamentou a perda do amigo. A cerimônia de cremação ocorreu neste domingo (7), no Cemitério Jardim da Saudade.

De acordo com o presidente da ABI, Walter Pinheiro, que também é diretor-presidente do jornal Tribuna da Bahia, a despedida de Geraldo consterna a todos os membros da entidade. “Admirava Geraldo Machado pela sua educação e pelos dotes culturais que o levaram a assumir posições de relevo em nossa sociedade. Tivemos a oportunidade de conviver mais de perto quando ele atuou na superintendência da ABI, ali contribuindo para o desenvolvimento das atividades da instituição”, declarou o dirigente, já tendo enviado mensagem de conforto aos familiares de Machado.

O jornalista Samuel Celestino, presidente da Assembleia Geral da ABI, ressaltou o papel de Machado na criação de um patrimônio cultural que marcou época na história da Bahia. “Fui dele amigo quando eu tinha 20 anos e ele 17. Eu, como jornalista, e ele, quando era assessor da época em que Antonio Carlos Magalhães foi prefeito da cidade. Era assessor de Rosalvo Barbosa Romeo, chefe da Casa Civil da prefeitura, e fizemos uma amizade muito profunda, que durou até hoje”, afirmou Celestino.

O reitor da Universidade Federal da Bahia (UFBA), João Carlos Salles, esteve na cerimônia fúnebre e elogiou a sua trajetória. “A palavra amizade define bem o sentimento das pessoas que estão aqui. Independentemente de posições, ele manteve esse traço contínuo de acolhimento, de brilho, de inovação e criatividade. É uma grande perda para nossa cidade, nossa cultura”, lamentou.

Formado em Engenharia Elétrica, Geraldo atuou como secretário da Indústria e Comércio e Mineração (1998). Foi comendador da Ordem do Mérito da Bahia, em 1983, membro do Conselho Estadual de Cultura, de 1983 a 1987, e gestor da Fundação Cultural do Estado da Bahia (Funceb), entre outros cargos.

*Com informações do jornal Tribuna da Bahia e do site Bahia Notícias.

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Com foco nas Olimpíadas, RSF alerta sobre perigo de ser jornalista no Brasil

“Algumas vitórias não merecem medalhas”. Esse é o lema de uma campanha lançada pela organização Repórteres Sem Fronteiras (RSF) às vésperas dos Jogos Olímpicos do Rio. A ação quer denunciar os episódios de violências contra os jornalistas no Brasil, que registra ao menos 22 mortes de comunicadores desde as últimas Olimpíadas de 2012, por motivos diretamente ligados à sua atuação profissional. De acordo com a RSF, o país se tornou o segundo país com o maior número de jornalistas assassinados da América Latina.

Em grande parte dos casos, esses repórteres, radialistas, blogueiros ou outros comunicadores investigavam (ou mantinham uma posição abertamente crítica sobre) temas relacionados à corrupção local e irregularidades na gestão pública, especialmente em cidades de pequeno e médio porte. A isso se somam as grandes manifestações de 2013 e 2014, marcadas por um clima de violência generalizada, que estiveram acompanhadas de agressões aos jornalistas que cobriam os eventos e de detenções arbitrárias. A maioria das 190 agressões registradas pela Associação Brasileira de Jornalismo de Investigação foram obra da polícia, segundo a organização.

Leia também: Jornalistas de mais de cem emissoras cobrirão os Jogos Olímpicos

“A forte polarização política do país” também é apontada como combustível para criar um clima de desconfiança em relação aos jornalistas, que são, segundo a entidade, “insultados e agredidos pelos manifestantes que os associam com as linhas editoriais de seus meios de comunicação”, acrescenta. “Este problema não é novo. No entanto, o Estado brasileiro não tomou nenhuma medida para resolver esta questão”.

violência contra imprensa - númerosA RSF destaca que a violência crescimento da violência contra os comunicadores não é um fenômeno que passou despercebido pelo Estado brasileiro. Em 2014, a Secretaria de Direitos Humanos (SDH) publicou o relatório “Direitos Humanos dos profissionais de comunicação no Brasil” elaborado por um Grupo de Trabalho criado em 2012 para analisar esse contexto e apresentar medidas para reverter a situação. Com a participação de representantes do Ministério das Comunicações, do Ministério da Justiça, da Procuradoria Federal e de diversas organizações da sociedade civil, o grupo identificou 321 jornalistas vítimas de violências entre 2009 e 2014.

Realizada em colaboração com a Agência Cheeeeese, a campanha busca alertar a sociedade para os riscos da profissão e pressionar as autoridades para que tomem medidas concretas para garantir maior segurança aos jornalistas. Durante o período das Olimpíadas, o escritório regional da RSF no Rio de Janeiro estará presente em diferentes pontos da cidade para divulgar a campanha.

Confira aqui a lista com os nomes dos profissionais mortos.

*As informações são da EFE e do Portal IMPRENSA.

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