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Prêmio Comunique-se entra na reta final e encerra votação

A segunda fase do Prêmio Comunique-se chega à sua reta final. Termina neste sábado (8), o prazo de votação para definir os três finalistas de cada categoria do que é considerado o Oscar do Jornalismo Brasileiro. Os nomes foram indicados espontaneamente pelos profissionais do mercado. A partir de 20 de agosto, haverá ainda uma terceira fase. A etapa inicial da 13ª edição do prêmio bateu recorde de participação, com mais de 50 mil votos em 12 categorias. Serão reconhecidos jornalistas e agências de comunicação. Para votarnão é preciso se cadastrar caso o usuário faça a opção por conectar-se pelo Facebook.

Com o tema “Jornalismo: Superação Olímpica”, a 13ª edição do Prêmio Comunique-se será definida pelo voto direto. Assim, o público leitor do Portal Comunique-se é o responsável por escolher os melhores “atletas” da imprensa em cada uma das 12 categorias – sendo parte dividida em duas ou três subcategorias -, levando em consideração o trabalho realizado por cada profissional ao longo de 2014. Para poder participar do júri da premiação, o internauta deve manter cadastro válido no Comunique-se. Parar criar uma conta no site, basta clicar neste link – ou usar conta ativa no Facebook ou no Gmail. Quem esqueceu o login ou a senha de acesso deve relatar o caso aqui.

Desta vez, serão 26 grandes-vencedores definidos pelo júri formado pelos integrantes da comunidade do Portal Comunique-se. A premiação que ganhou a alcunha de ser o Oscar do Jornalismo Brasileiro vai prestigiar os melhores em 12 categorias: ‘Repórter’, ‘Colunista’, ‘Apresentador/Âncora’, ‘Economia’, ‘Esporte’, ‘Cultura’, ‘Nacional’, ‘Blog e Tecnologia’, ‘Sustentabilidade’, ‘Correspondente Internacional’, ‘Executivo de Veículo de Comunicação’ e ‘Comunicação’.

A noite de gala do evento será realizada em 22 de setembro, na casa de espetáculos paulistana HSBC Brasil. Até chegar à entrega de troféus aos finalistas, o prêmio passa por três fases de votação, sendo a primeira validada pelo comitê organizador do evento e as duas últimas contando com a auditoria da Deloitte. O primeiro turno de votação define os 260 indicados. O segundo serve para descobrir os 78 finalistas. O terceiro e último período do pleito define o grande-vencedor de cada categoria e subcategoria.

*Informações do Portal Comunique-se

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Artigos Pensando a imprensa

Em busca de uma nova identidade

Por Ricardo José Torres*

Em tempos nebulosos para o jornalismo, diversas indagações parecem não ter uma resposta, especialmente quando relacionadas à função dos jornalistas na sociedade. A pergunta não se resume apenas em “para que serve o jornalismo?”, mas também “a quem serve o jornalismo?”. O trabalho cotidiano apresentado pelos profissionais parece não dar conta das necessidades expostas pelos diferentes segmentos sociais. A infinidade de fontes de informação impõe uma série de adaptações imediatas e pouco planejadas ao meio jornalístico. Diante do monitoramento permanente das ações, dos constrangimentos editoriais e da baixa remuneração, a profissão está se fragmentando. As tarefas diárias foram multiplicadas pelas inúmeras plataformas de comunicação, que transpassam a vida das pessoas e afetam diretamente a prática jornalística.

Na expectativa de atender às necessidades impostas por esse contexto os jornalistas, de uma forma geral, estão produzindo conteúdo superficial e cada vez mais efêmero. Em uma lógica inversa as tecnologias estão determinando as ações dos profissionais, o profético McLuhan já afirmava que o meio é a mensagem. “Isto apenas significa que as consequências sociais e pessoais de qualquer meio – ou seja, de qualquer uma das extensões de nós mesmos – constituem o resultado do novo estalão introduzindo em nossas vidas por uma nova tecnologia ou extensão de nós mesmos” (p.21, 2002).Para McLuhan os novos padrões de associação humana tendem a eliminar empregos e de outra forma esse contexto cria novos papéis que as pessoas devem desempenhar no seu trabalho e nas suas inter-relações com um profundo sentido de participação.

Essa premissa está estreitamente relacionada aos aspectos apresentados pelo jornalismo atualmente. A sociedade está buscando canais alternativos de informação que possibilitem a participação, dessa forma a audiência está cada vez mais distribuída em diferentes canais de comunicação. Conforme Bauman (2003), a presença dos indivíduos em diversos ambientes é fragmentária e em cada um deles existem papéis distintos. “Parece que nenhum desses papéis nos abarca ‘por inteiro’; não se pode pretender que algum deles se identifique com ‘o que somos verdadeiramente’ como ‘totalidade’ e como indivíduos ‘únicos’” (p.26).

As singularidades individuais não se aplicam aos papéis que desempenhamos na sociedade. Para Bauman cada um desses papéis tem anexo um resumo que estipula exatamente que tarefa devemos desempenhar, de que forma e em que momento: “Toda pessoa que conheça o resumo e tenha dominado as capacidades que requer a tarefa pode fazê-la” (2003, p.26). O empoderamento do público, no que se refere à possibilidade de produção e distribuição de informações, tem causado a sensação de que todas as pessoas apresentam a capacidade para cumprir o papel dos jornalistas. É o que Castells chama de autocomunicação: “A autocomunicação de massa fornece a plataforma tecnológica para a construção da autonomia do ator social, seja ele individual ou coletivo, em relação às instituições da sociedade” (2013, p.16). Esse é um novo contexto no cerne de uma sociedade que apresenta uma nova estrutura social.

Nesse cenário o papel do jornalista ainda está em processo de construção, ainda estamos buscando o entendimento da reviravolta que está atingindo o jornalismo. Mais do que nunca os estudos sobre a área são relevantes, assim como as iniciativas experimentais que devem nortear de que maneira os esforço dos profissionais devem ser aplicados. Esses fatores são cruciais para as ações futuras do mercado jornalístico. A mudança no domínio da comunicação apresenta a emergência da busca pelo entendimento dos avanços tecnológicos e organizacionais, diante das redes horizontais de comunicação, da interatividade, da internet e das plataformas móveis que estão em todas as partes.

Todos estão “vestidos” de jornalistas

O papel de produção e distribuição de informação em larga escala não está mais centrado no jornalismo. Essa tarefa propagou-se e na atualidade todas as pessoas tem a possibilidade de informar e optar por diferentes canais de informação. Apropriando-se da perspectiva de Bauman, esta responsabilidade parece “flutuante”, está mais centrada no papel do que nos indivíduos/jornalistas que a desempenham. Uma vez “vestidos” de jornalistas, todos os que usam as vestes parecem esquisitamente iguais. Parece não existir nada de especial nas atividades que antes eram diferenciadas, nem no trabalho feito por profissionais e amadores. Será que todos são jornalistas?

Evidentemente, a resposta para essa indagação é: não. O processo de construção de significado permanece como um diferencial de cidadãos comprometidos em desempenhar a função jornalística. “Entre o fato e a versão jornalística que se divulga, há todo um processo de percepção e interpretação que é a essência da atividade dos jornalistas” (LAGE, 2001, p.53). Mais do que nunca, a sociedade depende amplamente das mensagens e das estruturas criadas, formatadas e difundidas nas redes de comunicação multimídia por profissionais capacitados e conscientes. “Embora cada mente humana individual construa seu próprio significado interpretando em seus próprios termos as informações comunicadas, esse processamento mental é condicionado pelo ambiente da comunicação” (CASTELLS, 2013, p.15). Entretanto, as mudanças impostas ao ambiente comunicacional afetam diretamente as normas de construção de significado, em meio ao caos informativo os jornalistas precisam desvendar a verdadeira utilidade de suas ações cotidianas.

Ao realizar as funções relacionadas ao seu verdadeiro papel os jornalistas poderão diagnosticar que felizmente às suas ações não estão apenas conexas às suas “roupas de trabalho”. O que os diferencia são os códigos de conduta, as normas, que precisam ser adequadas às particularidades do novo ecossistema, mas devem balizar as suas escolhas e estar alinhadas com o que Bauman chama do “eu real”. “Aqui, longe do mero “desempenho de papel”, somos de fato “nós mesmos”, e assim nós e somente nós somos responsáveis por nossas ações” (BAUMAN, 2003, p.27.). Essa premissa se aplica aos jornalistas, este é o momento dos profissionais dedicarem todas as suas habilidades para o entendimento e o aprimoramento da profissão.

Com a profusão das novas formas de disseminação de informação os jornalistas tem a possibilidade de fazer suas escolhas livremente, guiados pela essência da profissão, da qual vêm se afastando a algum tempo: o interesse público. Devemos nos desprender dos velhos hábitos corporativos, sem os quais estamos nos sentindo nus e em desespero. “Não é fácil suportar a responsabilidade, agora não-familiar pela falta de hábito. Com’ bastante frequência ela deixa um gosto amargo na boca e só aumenta nossa incerteza. Sentimos muita falta da responsabilidade quando ela nos é negada, mas quando a conseguimos de volta, faz-se sentir como carga demais pesada para se carregar sozinho” (BAUMAN, 2003, p.27). Quando os jornalistas pararem de se ressentir e assumirem as suas responsabilidades diante da sociedade, vão demonstrar a grandiosidade da profissão e do exercício do seu dever.

As mudanças sociais estão nitidamente relacionadas ao mundo da informação e da comunicação. O processo de conscientização dos cidadãos não pode ocorrer de outra forma. A potencialidade da mudança de mentalidade nunca esteve tão próxima dos jornalistas. Os indivíduos estão ávidos por mudanças, mas os grandes atores do sistema não querem mudar. Para cumprir o seu papel de agente das transformações o jornalista precisa sair da sua zona de conforto, explorando permanentemente as ferramentas tecnológicas. Os meios digitais podem ser um caminho para que os profissionais encontrem as “roupas adequadas”, ratificando que o jornalismo é mais importante do que nunca. Dependemos de jornalistas que fujam das ciladas econômicas e políticas e vislumbrem que o público pode ser o seu maior parceiro. Precisamos de profissionais que aproveitem, da melhor forma, as peculiaridades relacionadas a autonomia da informação.

Referências:

BAUMAN, Z. Ética pós-moderna. 2. ed. São Paulo: Paulus, 2003.

CASTELLS, Manuel. Redes de indignação e esperança: Movimentos sociais na era da internet. Rio de Janeiro: Zahar, 2013.

LAGE, Nilson. A reportagem: teoria e técnica de entrevista e pesquisa jornalística. Rio de Janeiro, Record, 2001.

MCLUHAN, Marshall. Os Meios de Comunicação como Extensões do Homem. São Paulo: Cultrix, 1974.

*Ricardo José Torres é mestrando em Jornalismo no POSJOR (UFSC) e pesquisador do objETHOS

Fonte: Observatório da Imprensa, em 28/07/2015 na edição 861

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Jornal A Tarde conquista prêmio CNI de Jornalismo

A Confederação Nacional da Indústria anunciou na noite desta quinta-feira (30), em Brasília, os vencedores do Prêmio CNI de Jornalismo 2015. Com a reportagem “Revolução Silenciosa”, publicada na edição de aniversário de 7 anos da revista Muito, em abril deste ano, o Jornal A Tarde conquistou a categoria Especial Educação. A reportagem realizada por Tatiana Mendonça e pelo fotógrafo Fernando Vivas mostrou a história do Instituto Chapada de Educação e Pesquisa (Icep), que vem se destacando na educação e reduzindo a evasão escolar.

Tatiana Mendonça-Reprodução Facebook
A repórter Tatiana Mendonça foi premiada pela reportagem que mostrou o trabalho do Instituto Chapada de Educação e Pesquisa (ICEP) – Foto: CNI

Durante quatro dias, a repórter Tatiana Mendonça e Fernando Vivas mergulharam no dia-a-dia do Território Colaborativo da Chapada Diamantina para conhecer o trabalho, os desafios e, sobretudo, os resultados que o instituto, juntos aos seus parceiros e municípios integrantes, vêm obtendo na melhoria da qualidade do ensino e da aprendizagem das crianças da região. “Foi uma matéria feita com muito esforço. A gente batalhou, acreditou na pauta e o resultado está aí. É uma maravilha receber o prêmio”, comemorou a editora-coordenadora da revista Kátia Borges.

Ao todo, o prêmio recebeu 675 inscrições de trabalhos de todo o país. Dessas, 39 foram classificadas como finalistas. As matérias foram analisadas por uma comissão formada por Marcelo Canellas (repórter especial da TV Globo), José Paulo Kupfer (colunista do jornal O Estado de S. Paulo), Bruno Thys (diretor geral do Sistema Globo de Rádio), Suzana Singer (editora de treinamento e qualidade da Folha de S. Paulo). Os empresários Humberto Barbato (presidente da Associação Brasileira da Indústria Elétrica e Eletrônica) e Rafael Cervone (presidente da Associação Brasileira da Indústria Têxtil e de Confecção); e do acadêmico Wladimir Gramacho (professor da Universidade de Brasília – UnB) também foram jurados. O Prêmio CNI de Jornalismo 2015 distribui R$ 310 mil em valores brutos.

VENCEDORES

Grande Prêmio José Alencar de Jornalismo/ Impresso Jornal

Série “Quando o mar vira estrada”, Henrique Gomes Batista (O Globo)

Impresso Revistas

“Chefe, sou gay”, de Lucas Rossi (Revista Exame)

Internet (sites e blogs)

“Líquido e Incerto: O futuro dos recursos hídricos no Brasil”, de Marcelo Leite, Lalo de Almeida, Eduardo Geraque, Fernando Canzian, Rafael Garcia e Dimmi Amora (Folha de S.Paulo)

Radiojornalismo

Série “Indústria em marcha lenta” (Rádio Jovem Pan)

Destaque Regional/ Centro-Oeste

Série “Um país sem ressaca”, de Diego Amorim (Correio Braziliense)

Destaque Regional/Nordeste

“Os fios que vencem a seca”, de Hebert Araújo (TV Cabo Branco)

Destaque Regional/Norte

“Apanhador de Açaí”, de Nathália Kahwage e Reginaldo Gonçalves (TV Liberal)

Destaque Regional/Sudeste

Série “O Brasil que trabalha”, de Érica Fraga (Folha de S. Paulo)

Destaque Regional/Sul

“A vida depois da crise”, de Ricardo Lacerda e Andreas Müller (Revista Amanhã)

Telejornalismo e Especial Inovação

Série “Start Ups”, de Renata Ribeiro (TV Globo)

Especial Educação

Reportagem “Revolução Silenciosa”, de Tatiana Mendonça e Fernando Vivas (Revista Muito/Jornal A Tarde)

 

*Informações do A Tarde Online , G1 e CNI

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Jornalista armênia é processada por se recusar a revelar fonte

A Organização Repórteres Sem Fronteiras (RSF) manifestou sua indignação com o processo contra a jornalista Kristine Khanumian, editora do site de notícias Ilur.am, após ela se recusar a cumprir uma ordem judicial para revelar a fonte de uma reportagem sobre um caso de abuso policial em junho de 2014. Segundo a entidade, esta é a primeira vez que um jornalista é processado por se recusar a revelar uma fonte na Armênia. A imprensa local informou que a ação é movida pelo Serviço de Investigação Especial. Ela pode pegar até dois anos de prisão.

Em junho do ano passado, um tribunal ordenou que a repórter e o jornal Hraparak revelassem as fontes para denúncias de que um policial havia agredido dois irmãos, um deles era um conhecido lutador.

“A acusação constitui um precedente perigoso para a liberdade de imprensa”, disse Johann Bihr, representante da entidade na Europa Oriental e Ásia Central. Diversos veículos de comunicação do país emitiram uma declaração conjunta contra a repressão.

*As informações são do Portal IMPRENSA

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