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Jornalistas do Egito desafiam seus editores

(Associated Press via Estadão) – Cerca de 200 jornalistas egípcios rejeitaram uma recente declaração política de editores de jornais se comprometendo com um apoio ao Estado e banindo críticas à polícia, aos militares e ao judiciário em suas publicações. Em um comunicado publicado no domingo em redes sociais, os jornalistas disseram que enfrentar o terrorismo era tanto um dever quanto uma honra, mas não tem a ver com a renúncia voluntária da liberdade de expressão.

“Resistir ao terrorismo com uma imprensa algemada e boca fechada significa oferecer a nação ao extremismo como uma presa fácil”, diz um trecho do comunicado. Oficiais de segurança confirmaram a autenticidade do comunicado, explicando que os jornalistas que o assinaram representam espectro amplo de ideologias, do islamita ao esquerdista ou ao secularista. Os oficiais falaram sob condição de anonimato, porque não estavam autorizados a falar com a imprensa.

Fonte: Associated Press via Estadão Conteúdo.

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Comitê diz que 90% das mortes de jornalistas continuam impunes

DEU DO ESTADÃO – Noventa por cento dos assassinatos de jornalistas cometidos entre 2004 e 2013 continuam impunes, em um círculo vicioso que estimula a violência e mina a liberdade de imprensa, com prejuízo para toda a sociedade, diz relatório do Comitê para Proteção dos Jornalistas (CPJ) divulgado nesta terça-feira, 28.

A organização identificou 370 casos em que jornalistas foram mortos nos últimos dez anos em represália direta pela realização de seu trabalho. Em 333 deles, ninguém foi condenado pelos crimes. Apenas nove foram concluídos com a condenação dos executores e seus mandantes. Nos outros 28, alguns suspeitos foram condenados, outros morreram durante o processo, mas muitos dos que ordenaram os assassinatos continuam livres, conclui o levantamento.

O resultado é a autocensura e o exílio, que se transformam em caminhos de sobrevivência para jornalistas ameaçados. “Os ataques direcionados aos meios de comunicação têm evitado que o mundo compreenda a dimensão total da violência que ocorre na Síria. Impunidade irrestrita suprimiu reportagens críticas sobre o tráfico de drogas no México, violência militante no Paquistão e corrupção na Rússia”, afirma o relatório.

O estudo do CPJ mostra que a impunidade aumentou de forma constante na maioria dos países em que ocorreram crimes na última década. “Em nove desses países – Bangladesh, Brasil, Colômbia, Índia, Iraque, Paquistão, Filipinas, Rússia e Somália – houve novas mortes em 2013, um lembrete alarmante de que, onde há impunidade, os jornalistas continuam sendo alvos, ano após ano.”

Os crimes seguem um padrão geral de “intimidação contra aqueles que revelam a corrupção, expõem a má conduta política e financeira ou informam sobre crimes”, afirma o CPJ. Segundo a organização, os atos se repetem porque “é muito fácil” ficar impune pela morte de um jornalista.

Apesar de ter registrado assassinatos em 2013, o Brasil melhorou sua situação graças a condenações em três casos, o maior número de punições em um único ano no período de 2004 a 2013 entre todos os países analisados. Ainda assim, o Brasil ficou em 11º lugar no Índice Global de Impunidade do CPJ de 2014, com nove assassinatos não solucionados nos dez anos anteriores. Segundo o relatório, a violência no País atinge mais jornalistas do interior do que da capital e envolve a cobertura de corrupção, crimes e política local.

Nos dez países que estão acima do Brasil na classificação, a impunidade aumentou em uma média de 56% entre 2008 e 2014. A deterioração mais acentuada ocorreu na Somália, onde o índice de casos não solucionados quadruplicou. Yusuf Ahmed Abukar foi o 27º jornalista a ser morto no país nos últimos dez anos. Ele cobria temas de caráter humanitário e foi assassinado em junho com a detonação por controle remoto de uma bomba colocada em seu carro.

O Índice Global de Impunidade abrange apenas países que tenham tido cinco ou mais casos não solucionados nos dez anos anteriores. Depois da Somália, o Paquistão foi o país que registrou o mais acentuado aumento da impunidade, seguido do México e das Filipinas. Os demais países que integram o grupo dos dez mais impunes são Iraque -líder absoluto-, Colômbia, Sri Lanka, Afeganistão, Rússia, México, Paquistão e Índia.
Apesar de aparecer em 11º lugar, o Brasil registrou a quinta mais acentuada piora no indicador nos dez anos analisados, com aumento de 70% da impunidade. A Colômbia está em terceiro lugar na classificação, mas viu seu índice de impunidade cair em um terço entre 2008 e 2014. Mas a mudança foi provocada não pelo aumento das condenações, mas sim pela redução da violência contra os jornalistas: a Colômbia registrou apenas dois casos de punições nos últimos dez anos.

*Por CLÁUDIA TREVISAN, CORRESPONDENTE / WASHINGTON – O ESTADO DE S. PAULO

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ABI BAHIANA Notícias

Obra biográfica conta trajetória do professor Edivaldo Boaventura

“Um Cidadão Prestante” é o título do mais novo livro do jornalista Sérgio Mattos. Em formato de entrevista biográfica, a obra conta a trajetória do professor Edivaldo Machado Boaventura, com o qual o autor compartilhou experiências enquanto trabalhavam na redação do jornal A Tarde. O lançamento ocorre no dia 4 de novembro, às 18h30, na Reitoria da Universidade Federal da Bahia (UFBA), em Salvador.

A publicação, lançada através da Quarteto Editora com apoio da UFBA, promete preencher uma lacuna da história do jornalismo baiano, sendo resultado da experiência profissional de duas personalidades com contribuições no campo do jornalismo e da educação.

Serviço

O que: Lançamento do livro “Um Cidadão Prestante”, de Sérgio Mattos
Quando: Dia 4 de novembro, às 18h30
Onde: Reitoria da Universidade Federal da Bahia (UFBA) – Rua Augusto Viana, Canela.
Informações: [email protected]

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Ayres Britto diz que temor do abuso não autoriza censura à imprensa

DEU NA AGÊNCIA BRASIL – Advogados e jornalistas discutiram nesta quarta-feira (22) a liberdade de imprensa e a democratização da comunicação no Brasil em um dos painéis do Congresso Brasileiro de Advogados, que ocorre nesta semana, no Rio de Janeiro. O ex-ministro do Supremo Tribunal Federal Carlos Ayres Britto defendeu a importância da rejeição da censura prévia.

“Não se pode impedir que o Judiciário fale por último, nem que a imprensa fale primeiro”, disse o ex-ministro, que apontou o fato de a liberdade de expressão, por vezes, se confrontar com outros direitos estabelecidos constitucionalmente, como o direito à imagem, à honra e à intimidade.

Para ele, “a Constituição não hipotetiza a violabilidade do direito de liberdade de expressão. Para os direitos de intimidade, da imagem e honra, ela admite, mas assegura o direito de reparação. A lógica da Constituição foi essa. Não é pelo temor do abuso que se vai proibir o uso”.

Ayres Britto disse que a reparação é prevista em lei, com indenizações e direito de resposta. “O próprio nome diz, o direito de resposta vem depois. Primeiro, vem a liberdade de pensamento”, destacou o ministro, que também alertou para o fato de a Constituição proibir a formação de monopólios e oligopólios, o que considerou importante para avaliar o respeito à lei.

O professor da Universidade Federal de Alagoas, Marcelo Machado, acredita que a formação de oligopólios e monopólios, proibida no Artigo 220, “foi jogada na lata do lixo pela concentração dos veículos de comunicação”. “Sou contra a liberdade de imprensa que é confundida com liberdade de empresa. Ela está censurada pelos meios que a monopolizaram e se apropriaram dela”. Machado afirmou que quem levanta a discussão é considerado a favor da censura, mas declarou-se contrário às restrições da liberdade. “Sou contra a liberdade de imprensa que está aí, porque sou a favor da liberdade de imprensa”.

Diretor jurídico da Rede Globo, Carlos Araújo, defendeu que a publicação de biografias não requeira autorização prévia dos biografados, o que, segundo ele, vem acontecendo via ações judiciais. Araújo defendeu a ação direta de inconstitucionalidade ajuizada pela Associação Nacional dos Editores de Livros contra os artigos 20 e 21 do Código Civil, que permitem aos biografados pedir a proibição da circulação de suas biografias. “Não se trata de defender a invasão da privacidade”, explicou.

O jornalista Luis Nassif criticou a visão de que as reparações previstas na lei funcionem. “Entre a realidade e a teoria dos fundadores da democracia americana, você tem um abismo de lodo e de assassinatos de reputação”. Segundo ele, na prática, os meios de comunicação não são punidos, e as pessoas atacadas têm medo de reagir e sofrer retaliações. Nassif acredita que a internet reduz o poder absoluto da mídia, opinião compartilhada pelo jurista Luiz Flávio Gomes. Ele vê na mobilização online uma forma de democratizar a comunicação e aumentar a participação política e a fiscalização do estado.

*Por Vinícius Lisboa

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