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Adep-BA entrega Prêmio de Jornalismo e Acesso à Justiça Ivan de Carvalho

Os vencedores da 1ª edição do Prêmio de Jornalismo e Acesso à Justiça Ivan Lemos de Carvalho, promovido pela Adep-BA, foram agraciados na manhã de sexta-feira, 21, em cerimônia no auditório do Tribunal Regional Eleitoral (TRE), no Centro Administrativo da Bahia (CAB), em Salvador. A premiação aconteceu durante a solenidade de posse da nova diretoria da entidade eleita para o biênio 2014/2016. Os três finalistas foram escolhidos pela comissão julgadora, composta por representantes da Associação Baiana de Imprensa (ABI), do Sindicato dos Jornalistas do Estado da Bahia (Sinjorba), da Adep-BA e da Associação Nacional dos Defensores Públicos (Anadep).

Claudia Bonatte, da Rede Bahia, divide o prêmio com a repórter Andréa Silva - Foto: ADEP-Ba
Claudia Bonatte, da Rede Bahia, divide o prêmio com a repórter Andréa Silva – Foto: ADEP-Ba

Autora de reportagens intituladas “Série Defensoria’, a editora Claudia Bonatte, da Rede Bahia, ficou em prêmio lugar na categoria Telejornalismo. Segundo ela, que dividiu o prêmio com a repórter Andréa Silva, o momento coroa um trabalho feito por uma equipe que preza pelo profissionalismo.

Foto: ADEP-Ba
Foto: ADEP-Ba

O primeiro lugar na categoria Radiojornalismo foi conquistado por Igor Dantas (foto), da CBN, com a reportagem “Brasil teoricamente democrático”. “Quero agradecer a equipe que nos dá todo o suporte e incentivo para que trabalhos como esses que estão sendo premiados aqui tenham essa notoriedade. Faço um pedido para que cada um de nós possa levar essa bandeira do olhar mais humanitário para fazer uma sociedade e um mundo melhor”, disse Dantas.

Já o segundo lugar na categoria Radiojornalismo foi para Priscila Mendes Dias, autora da reportagem “Judicialização na Saúde – conflitos e soluções”, veiculada na Rádio Itatiaia, de Minas Gerais. “É uma honra pode sair de Minas e vir até aqui receber esse prêmio em nome da rádio Itatiaia, a principal rádio de Minas. Acho que esse trabalho representa muito, tanto para a sociedade, para nós, da imprensa, quanto para os defensores públicos. É uma forma de fortalecer os laços em favor dos cidadãos que carecem muito de atenção e precisam entrar na Justiça para manter seus direitos básicos garantidos”, comemorou.

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A repórter mineira Priscila Mendes Dias levou o segundo lugar na categoria Radiojornalismo – Foto: ADEP-Ba

Na ocasião, a Adep-BA concedeu uma menção honrosa para o trabalho “Homenagem a defensora pública Tereza Cristina”, de Antônio Henrique Peixoto de Almeida, veiculado no YouTube.

A temática da 1ª edição do Prêmio de Jornalismo Ivan Lemos de Carvalho contemplou o acesso à Justiça e a garantia do Direito à Saúde, vinculada à Campanha Nacional 2014, cujo lema é “Defensor público, transformando a causa de um em benefício de todos”, que na Bahia recebeu o tema “Defensor público e cidadão: juntos pela garantia do Direito à Saúde”. O objetivo é valorizar a imprensa e seu compromisso com iniciativas de melhoria da qualidade de vida e do fortalecimento da democracia, além de aproximar o trabalho dos defensores públicos da sociedade.

Concorreram trabalhos de jornalistas publicados entre 15 de maio a 10 de outubro de 2014, nas categorias Jornalismo Impresso (jornal, revista, publicação direcionada), Radiojornalismo, Telejornalismo e Webjornalismo (sites e blogs). O nome escolhido para o prêmio homenageia o jornalista e articulista Ivan Lemos de Carvalho, que morreu em maio deste ano. Formado em Direito, Carvalho abordava em seus artigos políticos assuntos com nuances importantes para o exercício da cidadania.

As informações são da Associação dos Defensores Públicos da Bahia (ADEP-BA)

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Prêmio Esso de Jornalismo divulga vencedores de 2014

A 59ª edição do Prêmio Esso de Jornalismo já conhece seus vencedores. Os nomes foram divulgados nesta quarta-feira, dia 12, mas a cerimônia de premiação será realizada no dia 2 de dezembro, no Rio de Janeiro. Segundo a ExxonMobil, patrocinadora do prêmio, 85 profissionais de comunicação selecionaram os vencedores entre 1.047 trabalhos inscritos. A empresa anunciou que distribuirá R$ 112 mil em prêmios em dinheiro aos vencedores.

Caderno especial revelou crimes políticos ocorridos no País em plena democracia - Foto: Reprodução
Caderno especial revelou crimes políticos ocorridos no País em plena democracia – Foto: Reprodução

O jornalista Leonencio Nossa conquistou a principal categoria da premiação – Prêmio Esso de Jornalismo de 2014 -,com o caderno especial Sangue Político, publicado no jornal e na plataforma online de O Estado de S. Paulo. A reportagem, que exigiu 17 meses de apuração e visitas a 35 cidades, revelou as conexões entre lideranças políticas e grupos de pistolagem e assassinatos. De acordo com a matéria, 1.133 pessoas foram assassinadas por motivos políticos no Brasil desde a promulgação da Lei da Anistia, em 1979, até outubro de 2013.

Além do prêmio principal, foram contemplados outros 13 trabalhos, incluindo os prêmios Esso de Reportagem, Fotografia, Telejornalismo e dez premiações de categorias. Distinções especiais foram concedidas à revista Piauí, como Melhor Contribuição à Imprensa, e à equipe da Rede de TV Bandeirantes pela matéria “Vila Socó – A verdade apagada”, classificada como Melhor Contribuição ao Telejornalismo.

Desde 1955, ano da criação do prêmio, foram inscritos mais de 31 mil trabalhos jornalísticos. Dividido em diversas categorias, o conjunto de premiações é concedido aos melhores trabalhos publicados anualmente a partir da avaliação de comissões de julgamento que reúnem jornalistas e demais profissionais de comunicação. Atualmente, para a mídia impressa estão destinadas 11 categorias, além do Prêmio Esso de Reportagem e o prêmio principal, que leva o nome do programa, e o Prêmio Esso de Telejornalismo.

Trabalhos premiados

Cinegrafista da Band Santiago Andrade morreu após ser atingido na cabeça por rojão durante protesto no Centro do Rio em fevereiro de 2014 - Foto: Domingos Peixoto/Agência O Globo
Cinegrafista da Band Santiago Andrade morreu após ser atingido na cabeça por rojão durante protesto no Centro do Rio em fevereiro de 2014 – Foto: Domingos Peixoto/Agência O Globo

O repórter fotográfico Domingos Peixoto, do jornal “O Globo”, levou o Prêmio Esso de Fotografia, pelo registro do momento em que Santiago Andrade, cinegrafista da TV Bandeirantes, foi atingido por um rojão durante manifestação no Rio de Janeiro, em fevereiro. “Eu tinha que estar ali. Digo isto porque eu já havia enviado para a redação várias fotos da manifestação, mas decidi ficar até o fim do protesto. Acabei sendo o único a registrar a tragédia que provocou a morte de um companheiro, o Santiago, e resultou na prisão de jovens que, tenho certeza, estão morrendo aos poucos”, disse Domingos Peixoto à Associação Brasileira de Imprensa (ABI). Uma comissão formada por 48 editores de fotografia e representantes de associações de fotógrafos profissionais selecionou o material inscrito na categoria.

O Prêmio Esso de Telejornalismo foi concedido à equipe da TV Bandeirantes pela série de reportagens intitulada “O avanço da maconha”. O trabalho objetivou dar maior esclarecimento sobre os diversos usos da erva. A equipe percorreu três países – Brasil, Uruguai e Estados Unidos, entrevistando usuários, traficantes, políticos, especialistas da área de saúde e pacientes, que falaram sobre o uso compassivo e terapêutico da substância, cada dia mais disseminado e aceito.

O Prêmio Esso de Reportagem foi conquistado pelos jornalistas Vinicius Jorge Sassine, José Casado, Danielle Nogueira e Eduardo Bresciani, com o trabalho “Farra de aditivos na refinaria Abreu e Lima”, publicado no jornal O Globo. A série de reportagens revelou como o empreendimento tornou-se um dos mais onerosos aos cofres públicos, a partir de uma série de termos aditivos aos contratos com as empreiteiras responsáveis pela obra.

Confira a relação completa dos vencedores:

Prêmio Esso de Jornalismo 2014 – Leonencio Nossa, com Sangue Político, publicado no Estado de S.Paulo.

Prêmio Esso de telejornalismo – Fábio Pannunzio, Victor Sá, Anísio Barros, Denis Romani, Alziro Oliveira, Fernanda Chamlian, André Pereira, Fábio Nikolaus, Raphael Cadamuro e Diego Costa, com o trabalho ‘O avanço da maconha’, veiculado na Rede Bandeirantes. 

Prêmio Esso de reportagem – Vinicius Jorge Sassine, José Casado, Danielle Nogueira e Eduardo Bresciani, com o trabalho ‘farra de aditivos na refinaria Abreu e Lima’, publicado no O Globo.

 Prêmio Esso de fotografia – Domingos Peixoto, com a sequência de fotos intitulada ‘Crime à liberdade de imprensa’, publicada no jornal O Globo. 

Prêmio Esso de informação econômica – Vicente Nunes, Antonio Temóteo, Celia Perrone, Deco Bancillon, Diego Amorim, Luiz Ribeiro, Nívea Ribeiro, Rodolfo Costa, Rosana Hessel, Paulo Silva Pinto, Simone Kafruni e Vera Batista, com o trabalho ’20 anos do Real’, publicado no Correio Braziliense. 

Prêmio Esso de informação científica, tecnológica ou ambiental – Cristiane Segatto, com o trabalho ‘O lado oculto das contas de hospital’, publicado na Revista Época. 

Prêmio Esso de educação – Daniel Barros, com o trabalho ‘A diferença começa na escola’, publicado na Revista Exame. 

Prêmio Esso especial de primeira página – Humberto Tziolas, Joana Ribeiro, Giselle Sant’Anna, Eduardo Pierre, André Hippertt e Sidinei Nunes, com o trabalho ‘Não vai ter capa’, publicado no jornal Meia Hora (RJ). 

Prêmio Esso de criação gráfica (categoria jornal) – Gil Dicelli, Luciana Pimenta, Guabiras e Pedro Turano, com o trabalho ‘sertão a ferro e fogo’, publicado no jornal O Povo (Fortaleza). 

Prêmio Esso de criação gráfica (categoria revista) – Rafaela Ranzani, Fernando Luna, Alex Cassalho, Bruna Sanches e Ian Herman, com o trabalho ‘De olhos fechados’, publicado na Trip. 

Prêmio Esso regional Norte/Nordeste – Júlia Schiaffarino, com o trabalho ‘Vidas partidas’, publicado no Diário de Pernambuco (Recife). 

Prêmio Esso regional Centro-oeste – Mateus Parreiras e Luiz Ribeiro, com o trabalho ‘A nova fronteira da sede’, publicado no Estado de Minas. 

Prêmio Esso regional Sul – Letícia Duarte e Félix Zucco, com o trabalho ‘Lições da turma 11F’, publicado na Zero Hora. 

Prêmio Esso regional Sudeste – Guilherme Amado, com o trabalho ‘Os embaixadores do Narcosul’, publicado no jornal Extra (RJ). 

Melhor contribuição à imprensa – Revista Piauí. 

Melhor contribuição ao Telejornalismo – Equipe da Rede Bandeirantes, formada pelos jornalistas Rodrigo Hidalgo, Tony Chastinet, Camila Moraes, Alziro Oliveira, Eduardo Reis e Walter Colling, pelo trabalho ‘Vila Socó – A verdade apagada’.

*Informações de O Globo, O Estado de S. Paulo e Associação Brasileira de Imprensa (ABI)

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Prêmio Petrobras de Jornalismo abre inscrições

Estão abertas as inscrições para a segunda edição do Prêmio Petrobras de Jornalismo, que contemplará as melhores reportagens regionais e nacionais e a melhor internacional nas áreas de Cultura, Esporte, Responsabilidade Socioambiental e Petróleo, Gás e Energia, além de Fotojornalismo. Este ano, as inscrições serão feitas exclusivamente pela internet até 6 de fevereiro. Os trabalhos vencedores e seus respectivos autores serão conhecidos no primeiro semestre de 2015, no Rio de Janeiro.

Podem concorrer reportagens publicadas entre 10 de maio de 2013 e 9 de abril de 2014. Serão premiadas as melhores matérias regionais e nacionais nas mídias: jornal/revista, televisão, rádio e portal de notícias, e nos temas Cultura, Esporte, Responsabilidade Socioambiental e Petróleo, Gás e Energia, além da melhor fotografia nacional e da melhor regional em qualquer um dos temas.

Na categoria Internacional, será escolhida a melhor reportagem sobre o Brasil, escrita por correspondente de veículo estrangeiro situado no país, em um dos temas do prêmio (Cultura; Esporte; Responsabilidade Socioambiental ou Petróleo, Gás e Energia). A categoria Internacional contemplará trabalhos em jornal/revista, televisão, rádio ou portal de notícias. Todas as matérias inscritas concorrem ainda ao Grande Prêmio Petrobras de Jornalismo para a melhor reportagem em todas as categorias e temas.

Diferentemente da última edição, as inscrições serão feitas somente pela internet. Os arquivos com as reportagens em PDF, fotos, vídeos e/ou áudios deverão ser enviados através do link disponível no site www.premiopetrobras.com.br, no período de 6 de novembro de 2014 a 6 de fevereiro de 2015.

Cada um dos ganhadores da categoria nacional em jornal/revista, televisão rádio e portal de notícias para os temas Cultura, Responsabilidade Socioambiental, Esporte e Petróleo, Gás e Energia e o autor da melhor foto nacional receberão R$ 18.250,00.

Os vencedores da categoria regional em um dos veículos e em cada um dos temas e o autor da melhor foto regional ganharão R$ 7.600,00. A divisão por regiões do país se dará conforme a divisão adotada para nossas regionais de Comunicação:

– Regional Norte, Centro-Oeste e Minas Gerais (Rondônia, Acre, Amazonas, Roraima, Amapá, Pará, Tocantins, Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, Goiás, Distrito Federal e Minas Gerais);

– Regional Nordeste (Sergipe, Alagoas, Bahia, Pernambuco, Paraíba, Rio Grande do Norte, Ceará, Piauí e Maranhão);

– Regional São Paulo e Sul (interior do Estado de São Paulo, Paraná, Santa Catarina e Rio Grande do Sul);

– Regional Rio de Janeiro e Espírito Santo (interior do Estado do Rio de Janeiro e Espírito Santo).

O vencedor da categoria Internacional será premiado com R$ 18.250,00. O vencedor do Grande Prêmio Petrobras de Jornalismo receberá R$ 31.800,00. O regulamento completo e outras informações estão disponíveis no site do Prêmio Petrobras de Jornalismo ou pelo e-mail: [email protected].

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Jornalismo profissional dominou as redes sociais nas Eleições, diz Folha

De acordo com um levantamento feito pelo jornal Folha de S. Paulo, entre os dias 19 e 28 de outubro – uma semana antes e dois dias depois da eleição – o jornalismo profissional predominou entre os links compartilhados por usuários de redes sociais nas eleições de outubro. A Folha usou a ferramenta Wayin para coletar tuítes e postagens públicas do Facebook citando “Dilma”, “Aécio”, “eleição”, “eleições”, “debate”, “@dilmabr”, “@aecioneves” e “#debatenaglobo”, que não foram os únicos termos usados nas redes, mas abrangem o que é claramente relacionado à eleição.

Na amostra coletada pelo jornal, 61% dos compartilhamentos de links por usuários vieram de conteúdo publicado na mídia profissional – em jornais, portais, TVs, rádios, sites de notícias locais ou imprensa internacional. Nos dois dias após a eleição, este índice sobe para mais de 70% dos links compartilhados. “A gente pode dizer tranquilamente que, se não tem mídia, não tem mídia social”, afirma Luli Radfahrer, pesquisador da USP e colunista da Folha. Os debates nas redes, diz ele, surgem da cobertura profissional, como repercussão ou crítica. Ele observa, porém, que o papel da imprensa não se encerra mais ao publicar. “Não são mais donos do discurso; são quem inicia a conversa.”

Separou-se o que tivesse links de conteúdo externo – cerca de quatro a cada dez das interações –, para análise direta das referências. Os estudos mais comuns no Brasil analisam interações em determinadas “hashtags”, marcações que permitem encontrar conteúdo relacionado a um assunto. Não analisam os links. Excluídas as conversas sem links, restaram 46,3 mil tuítes originais e 27,3 mil postagens do Facebook. Nos tuítes, a ferramenta diz quantas vezes cada um foi replicado, multiplicando o alcance. Passa de um milhão de compartilhamentos. Muitos dos links haviam sido encurtados para caber no compartilhamento. Foram abertos para serem analisados por origem. O resultado trouxe 6.815 domínios – só a Folha aparece com 27 diferentes –, classificados por origem e tipo.

Blogs

Blogs sem produção jornalística profissional tiveram 4,2% dos compartilhamentos. Mais do que isso, quase um terço dos links compartilhados foi de textos ou imagens publicados originalmente em tuítes ou páginas do Facebook.

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O papel da imprensa não se encerra mais ao publicar. O receptor é também produtor e divulgador de informações – Foto: Reprodução

Nas eleições de 2014, houve uma profusão de sites de campanha feitos visando justamente ao compartilhamento nas redes sociais – como o “Muda Mais”, em apoio à petista Dilma Rousseff, e o site oficial do tucano Aécio Neves. Eles tiveram menos de 1% dos links publicados. Ao longo da campanha, as candidaturas acusaram-se mutuamente de usar robôs (programas que publicam mensagens automaticamente, repetidas vezes) e militantes que usavam perfis múltiplos para inflar seu volume de interações nas redes.

Os números trazidos pelo estudo conversam com as ideias do professor de jornalismo na Universidade do Texas (EUA), Rosental Calmon Alves, que vê uma simbiose entre as redes sociais e a imprensa. Para ele, as redes ampliam a necessidade do jornalismo. “Estamos conectados o tempo todo. A comunidade avisa quando há notícia importante. Na cacofonia das redes, o jornalismo é importante instância verificadora e explicadora. Você vai ao jornal tentar entender o que acontece e volta à rede para continuar conversando”, defende.

Por outro lado, as redes sociais mudam a rotina de profissionais da comunicação porque também possibilitam maior proximidade entre o veículo e seu público, além de servirem de fontes para matérias, inspiração para pautas e repercutirem, por meio do “compartilhar”, “retwittar”, etc., o que já foi veiculado em outros meios de comunicação. Para David Lemes, professor do departamento de computação da Pontifícia Universidade Católica de São Paulo (PUC-SP), uma vez que as mídias sociais transformaram o receptor em produtor e divulgador de informações, o jornalismo pode se beneficiar disso, colocando o leitor ao seu lado: “Os leitores podem tornar-se o ‘ombudsman coletivo’, fiscalizando, analisando e dialogando, o que, se for trabalhado da maneira correta, pode ser muito benéfico para o veículo.” Lemes também é mestre em design digital e tecnologias da inteligência.

Telefone sem fio

A proliferação de textos publicados originalmente em redes sociais diz respeito a outro fenômeno: a difusão do uso de dispositivos móveis, especialmente smartphones, para a leitura de informações. Isso facilita tanto a rapidez da disseminação quanto o caráter informal do que se diz nas redes sociais. “A velocidade de acesso é também a velocidade de circulação, e isso não é sempre positivo, como vimos com os boatos que circularam”, diz André Lemos, pesquisador de cibercultura na Universidade Federal da Bahia (UFBA).

Foto: Reprodução
A difusão do uso de dispositivos móveis facilita tanto a rapidez da disseminação quanto o caráter informal do que se diz nas redes sociais – Foto: Reprodução

“Somos quase ciborgues, conectados 24h por dia pelo smartphone. Boatos se espalham rápido e as pessoas buscam a imprensa para saber o que é verdade. Por isso é importante que os meios tomem o pulso da grande conversa das redes e exerçam seu papel de verificar. O perigo é quando o jornalista retransmite boatos. Espero que, como as pessoas conversam mais, entendam o papel esclarecedor da imprensa”, opina também o professor Rosental Calmon Alves.

O verdadeiro telefone sem fio possibilitado por essas interações rápidas no celular fez crescerem boatos como o da suposta morte do doleiro Alberto Youssef. Um texto que correu pelo WhatsApp na madrugada do dia da eleição (26) dizia que o doleiro havia sido envenenado, numa “queima de arquivo”. Não foi. Quando boatos se espalham, é também à imprensa profissional que se recorre para verificar a informação.

Quando recebeu o boato da morte de Youssef, às 11h05 da manhã do domingo de eleição, um leitor o enviou ao WhatsApp da Folha. O jornal já sabia que era mentira e preparava notícia. Ao ler a resposta de que o doleiro estava vivo, agradeceu: “Obrigado pela info. Muita fofoca na net”.

*Informações da Folha de S. Paulo e do Jornal Brasileiro de Ciências da Comunicação (JBCC).

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