Notícias

Governo afegão expulsa jornalista do The New York Times do país

DEU NA ABI – Associação Brasileira de Imprensa

As autoridades afegãs ordenaram nesta quarta-feira, 20 de agosto, a expulsão do correspondente do jornal New York Times, após a publicação de uma reportagem sobre a suposta ameaça de dirigentes locais de assumir o poder para acabar com a crise eleitoral. Governo ordenou Matthew Rosenberg – correspondente do jornal americano em Cabul há três anos – de abandonar o país, após a publicação da matéria sobre a eleição presidencial afegã.

O Departamento de Estado e o jornal criticaram a decisão. O Afeganistão está em um momento de bloqueio político desde a eleição presidencial – primeiro turno em abril, segundo turno em junho -, e ainda não foi possível determinar o vencedor entre os candidatos Abdullah Abdullah e Ashraf Ghani.

Rosenberg publicou na terça-feira uma reportagem na qual afirma que “poderosas figuras governamentais” vinculadas às forças de segurança “ameaçam” formar um governo interino se o país não superar rapidamente a crise política. “O New York Times publicou vários artigos do mesmo tipo com base em fontes governamentais que pedem anonimato”, anunciou o Ministério Público afegão, para justificar a expulsão. Segundo o NYT, Matthew Rosenberg, de 40 anos, foi convocado a revelar as fontes, o que se recusou a fazer.

*Com informações da AFP

publicidade
publicidade
Notícias

Jihadistas afirmam ter decapitado jornalista. Na Venezuela, jornalista é degolado

Um vídeo com cenas grotescas de uma suposta decapitação está circulando nas redes sociais, desde que o grupo extremista Estado Islâmico (EI) afirmou, nesta terça-feira (19), ter executado o jornalista norte-americano James Foley, de 40 anos, que desapareceu na Síria há dois anos, quando trabalhava como freelancer para vários veículos de comunicação internacionais. Nas imagens divulgadas pelo EI, Foley teria sido obrigado a recitar ameaças contra os Estados Unidos antes de ser degolado. Em um vasto território entre a Síria e o Iraque, o grupo tem decapitado, crucificado e executado sumariamente os considerados ‘infiéis’, impondo uma selvageria cotidiana, onde o trabalho da imprensa é constantemente ameaçado pela violência generalizada.

O vídeo intitulado “Uma Mensagem aos Estados Unidos” é, segundo o EI, uma resposta aos ataques aéreos norte-americanos no norte do Iraque, iniciados no último dia 8, para apoiar as forças militares iraquianas e curdas em suas tentativas de conter o avanço dos jihadistas no país. Foram os primeiros ataques dos EUA no Iraque desde a retirada das tropas do país, em 2011.

James Foley_reproduçãoA estética da barbárie funciona como arma de propaganda para aterrorizar os inimigos e garantir a obediência das populações das cidades conquistadas. “Peço a meus amigos, família e entes queridos que se levantem contra meus verdadeiros assassinos, o governo americano, porque o que vai acontecer comigo é apenas o resultado de sua complacência e criminalidade”, diz o homem, de joelhos, vestido com uma roupa laranja, a mesma cor dos uniformes usados pelos presos de Guantánamo.

O homem com o rosto coberto, então, diz: “Este é James Wright Foley, um cidadão americano, de seu país. Como governo, você tem estado na linha de frente da agressão contra o Estado Islâmico. Hoje, sua força aérea militar está nos atacando diariamente no Iraque. Seus ataques causaram vítimas entre os muçulmanos. Você não está mais combatendo uma insurgência. Nós somos um Exército islâmico e um Estado que foi aceito por um grande número de muçulmanos no mundo todo”.

A Casa Branca mostrou-se terça-feira “horrorizada” com a possível decapitação do jornalista norte-americano James Foley pelo Estado Islâmico (EI), sublinhando que os serviços de inteligência estão a tentar verificar a autenticidade do vídeo difundido pelos jihadistas. “Vimos um vídeo que pretende mostrar a morte do cidadão americano James Foley pelo EI. Se for autêntico, estamos horrorizados com a morte brutal de um jornalista americano inocente”, indicou Caitlin Hayden, porta-voz do Conselho de Segurança Nacional, em comunicado.

O grupo extremista ameaça, ainda, executar um segundo jornalista dos Estados Unidos, Steven Joel Soltof. De acordo com os jihadistas, ele é mantido refém e sua vida “depende da próxima decisão do presidente Barack Obama”. O homem aparece no final do vídeo, também de joelhos e com roupas cor de laranja. Sotloff, colaborador  das revistas Time e Foreign Policy desapareceu na fronteira entre da Síria com a Turquia em julho de 2013.

Segundo informações do jornal The New York Times, quando sumiu, no dia 22 de novembro de 2012, James Foley trabalhava na Síria para o Global Post e para a Agência France Presse, entre outros veículos. Ele desapareceu na província de Idlib e, desde então, nem sua família nem as empresas para as quais trabalhava tiveram notícias dele. Um dos grupos de mídia para o qual Foley trabalhava antes de desaparecer, o Global Post, com sede em Boston, ressaltou que ainda “não foi possível verificar” a autenticidade do vídeo e que o FBI está “estudando o conteúdo” da gravação. A plataforma de apoio criada após o desaparecimento do jornalista, Free James Foley (Libertem James Foley) pediu no Twitter e no Facebook “paciência” até que se obtenham mais informações.

Jornalista degolado na Venezuela

Álvaro Cañizales - Foto: Reprodução
Álvaro Cañizales – Foto: Reprodução

Na América Latina, o panorama não é diferente. A liberdade de expressão, os meios de comunicação e os jornalistas enfrentam um quadro legal cada vez mais restritivo para o exercício do jornalismo, assim como ameaças e agressões. No último sábado (16), o corpo do jornalista Álvaro Cañizales, de 50 anos, foi encontrado degolado, amordaçado e com as mãos atadas, em um riacho do estado Cojedes, na Venezuela. Ele dirigia o Departamento de Comunicação de um programa oficial contra a insegurança na região oeste do país.

A Sociedade Interamericana de Imprensa (SIP), que reúne os proprietários e editores dos meios de comunicação do continente, frequentemente alerta sobre a deterioração da liberdade de expressão na Venezuela, apesar de Caracas menosprezar as críticas. A entidade condenou nesta segunda-feira (18) o assassinato do jornalista e pediu que os fatos sejam esclarecidos.

*Informações do El País (Edição Brasil), El Universal, Estado de Minas e Veja.

publicidade
publicidade
Notícias

Especialistas da ONU, OEA e Unesco discutem liberdade de expressão no Brasil

Violações ocorridas em manifestações, os desafios para a democratização da radiodifusão, violência contra comunicadores, e o uso do processo por difamação para cercear a liberdade de expressão estão entre os temas selecionados para nortear o debate “Liberdade de Expressão – nas mídias, nas redes e nas ruas”, programado para o próximo dia 18 de agosto, a partir das 19h, na Faculdade de Direito de São Paulo. O evento organizado pelo coletivo Intervozes e pela ONG Artigo 19 conta com a participação da Relatora Especial para Liberdade de Expressão da Comissão Interamericana de Direitos Humanos da OEA, Catalina Botero, e o ex-Relator Especial para Promoção e Proteção do Direito à Liberdade de Opinião e Expressão da ONU, Frank la Rue, além do assessor de comunicação e informação da Unesco para o Mercosul e Chile, Guilherme Canela.

De acordo com a coordenadora-executiva do Intervozes, Bia Barbosa, o momento pelo qual o Brasil passa é bastante oportuno para a realização do debate. “Num momento em que crescem as violações ao exercício da liberdade de expressão no país, com repressões a manifestantes e a perpetuação de um sistema midiático concentrado e excludente ao conjunto da população brasileira, poder debater a importância da garantia deste direito com os relatores especiais da ONU e OEA, e ainda com a representação da Unesco na região, será de extrema importância para as organizações e movimentos brasileiros”, afirma.

A diretora-executiva da Artigo 19, Paula Martins, diz esperar que o encontro sirva ainda para aproximar sociedade civil e as Relatorias. “Um dos objetivos do evento é o de esclarecer sobre como mecanismos internacionais como as Relatorias da ONU e da OEA também podem ser utilizados como recurso na defesa e promoção da liberdade de expressão”, conta. Foram também convidadas para o debate organizações da sociedade civil que atuam na área.

Leia também:CIDH elege jornalista relator da liberdade de expressão

Nascido na Guatemala, Frank La Rue é advogado especialista em direitos humanos, tendo atuado de 2008 a julho de 2014 como Relator Especial da ONU para a Promoção e Proteção do Direito à Liberdade de Opinião e Expressão. É fundador do Center for Legal Action for Human Rights (CALDH) e está envolvido na promoção dos direitos humanos há mais de 30 anos. Guilherme Canela é bacharel em Relações Internacionais e mestre em Ciências Políticas pela USP. Atualmente atua como assessor de comunicação e informação do Escritório da UNESCO no Brasil. Já a colombiana Catalina Botero Marino graduou-se em Direito e desde 2008, é Relatora Especial para Liberdade de Expressão da Comissão Interamericana de Direitos Humanos da Organização dos Estados Americanos (OEA). Seu mandato a frente do cargo vai até outubro, quando será substituída pelo jornalista uruguaio Edison Lanza.

*Com informações do Intervozes e da ABI (Associação Brasileira de Imprensa).

publicidade
publicidade
ABI BAHIANA Notícias

Jornalistas são agredidos durante libertação de ativistas

DEU NA ABI – Associação Brasileira de Imprensa

Por Igor Waltz*

Manifestantes concentrados em frente ao Complexo Penitenciário de Gericinó, em Bangu, na Zona Oeste do Rio de Janeiro, agrediram jornalistas que estavam no local para cobrir a soltura de três ativistas acusados de ações violentas durante protestos. Elisa Quadros Sanzi, conhecida a Sininho; Igor D’Icarahy; e Camila Jourdan, coordenadora do programa de pós-graduação em filosofia da Universidade Estadual do Rio de Janeiro (Uerj), foram libertados por volta das 18h da última quinta-feira, 24 de julho, sob forte tumulto e brigas entre manifestantes e profissionais de imprensa.

A Associação Brasileira de Imprensa (ABI) repudia tal violência contra jornalistas. A entidade, que já havia se manifestado contra as prisões dos ativistas, consideradas arbitrárias, entende que ataques contra profissionais são um passo atrás na luta pela promoção de ideais democráticos. A ABI reitera que não há democracia sem o exercício livre da imprensa.

A confusão começou quando os fotógrafos tentaram registrar imagens dos réus. No momento em que os profissionais da imprensa se aproximaram de Sininho, houve empurra-empurra, xingamentos, e as agressões começaram. A situação só teria se acalmado quando os acusados foram embora e os manifestantes saíram em vans. O cinegrafista Tiago Ramos, que presta serviço para o SBT, ficou ferido e o fotógrafo do jornal O Dia, André Mello, teve o equipamento danificado. “Cerca de 30 manifestantes tentaram impedir que a imprensa registrasse imagens. No tumulto, além do meu equipamento atingido, um familiar avançou com o carro, quase ferindo um dos repórteres que estavam no local”, contou Mello.

Ramos foi levado para um hospital particular e passa bem. “Pensei que iam me chutar, pisar em mim. Se não fossem os colegas, não sei o que poderia acontecer”, relatou o cinegrafista, que se machucou na boca, no braço e tornozelo. Agentes penitenciários não interferiram. Um grupo de dez servidores da Secretaria Estadual de Administração Penitenciária pôs barreiras no acesso à cancela, para proteger a entrada do complexo de Bangu.

Os três ativistas foram libertados depois da concessão de um habeas corpus na quarta-feira, dia 23, pelo desembargador Siro Darlan, da 7ª Câmara Criminal. Acusados de associação criminosa armada, eles agora vão responder em liberdade ao processo iniciado com base em investigação da Polícia Civil. Continuam presos Caio Silva de Souza, o Dick, e Fábio Raposo Barbosa, o Fox, porque respondem a outra ação, pela morte do cinegrafista Santiago Andrade, da Rede Bandeirantes, atingido por um rojão durante um protesto na Central do Brasil, em fevereiro deste ano.

Mais de 90 jornalistas agredidos

O Sindicato dos Jornalistas Profissionais do Rio de Janeiro (SJPMRJ) orientou que os profissionais agredidos durante a libertação dos ativistas registrem a ocorrência na delegacia, e ofereceu apoio jurídico aos profissionais. De acordo com levantamento feito pela entidade, 90 jornalistas foram agredidos no município desde maio do ano passado, sendo 99% dos casos em manifestações. Em 80% das situações, a ação foi praticada por policiais.

“Repudiamos qualquer tipo de violência contra jornalistas, inclusive de parentes de manifestantes. Além de extrapolar os limites do direito no que se refere às manifestações políticas, isso viola os direitos humano dos jornalistas e, na verdade, impede o exercício da profissão, fundamental para a democracia. Se estamos lutando por democracia, por direitos, precisamos compreender que o papel do jornalista é fundamental — disse Paula Máiran, presidente do sindicato.

Outras entidades

A Associação Brasileira de Emissoras de Rádio e Televisão (Abert) manifestou repúdio à agressão ao cinegrafista Tiago Ramos. “Preocupa-nos especialmente aqueles que clamam por liberdade e se dizem atuar em nome dela, mas buscam ações para impedir a livre atuação da imprensa na investigação de fatos de interesse público. Pedimos às autoridades do Estado do Rio de Janeiro que apurem o caso e punam seus autores, a fim de que se assegure a plena liberdade de imprensa e o amplo acesso dos cidadãos a informações,” informava a nota a associação.

A Ordem dos Advogados do Brasil (OAB/RJ) e A Associação de Repórteres Fotográficos e Cinematográficos do Rio de Janeiro (Arfoc Rio) também emitiram notas de repúdio. “Desde o início dos protestos na cidade, a Ordem vem condenando atos de violência de qualquer natureza, independentemente de sua origem e de quem vitima. A liberdade de imprensa é um marco pelo qual a OAB sempre lutou. Foi graças à livre expressão que o país obteve conquistas significativas para o florescimento, a manutenção e a evolução da democracia brasileira,” afirmou a nota da OAB.

“Jornalistas que cobriam a soltura dos “ativistas” presos em Gericinó, denunciados por praticar atos criminosos, foram agredidos por parentes e integrantes do mesmo grupo dos “ativistas”. Pelo menos dois repórteres fotográficos foram agredidos e tiveram seus equipamentos danificados. Exigimos que as autoridades de segurança do Rio tomem providências imediatas, instaurando inquérito policial para identificar, processar e prender os agressores,” cobrou a nota da Arfoc Rio.

*Com informações do Jornal O Globo e O Dia.

publicidade
publicidade