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Prêmio Malê de Literatura estimula jovens escritores negros

A Editora Malê recebe inscrições para a segunda edição do Prêmio Malê de Literatura – Jovens Escritores Negros, criado para estimular a produção literária realizada por jovens afro-brasileiros e divulgar suas obras. Podem participar jovens que se autodeclarem negros ou negras, com idade entre 15 e 29 anos, residentes no Brasil. Cada concorrente deverá inscrever, pelo site da Malê (www.editoramale.com), um conto ou crônica, escrito em língua portuguesa e inédito no meio impresso, até 26/05/2017. Serão selecionados dez textos para publicação em um livro, com lançamento previsto para o final de 2017. Cada autor selecionado receberá 10 exemplares da obra.

0a154a_8ff45b45763b44d6a9f816c7954b261f-mv2A iniciativa inédita teve mais de 180 inscritos no ano passado e quase 65% do jovens nunca participaram de um concurso literatura. Os textos vencedores da edição anterior estão na coletânea “Letra e tinta: 10 contos vencedores do Prêmio Malê de Literatura – Jovens Escritores Negros”, com capa assinada pelo quadrinista Éder Messias.

Inclusão

Segundo dados do Mapa da Violência 2012, dos 56 mil assassinatos registrados no país, 30 mil são de jovens entre 15 e 29 anos. Destes, 77% são negros. O alto índice de mortes dessa parcela da população evidencia a urgência de mecanismos de integração e medidas que estimulem a mudança de perspectiva de jovens em situações de risco. Para além dos benefícios de programas sociais ligados à prática esportiva, dança e demais manifestações artísticas e culturais, a literatura é uma poderosa ferramenta de inclusão social e valorização da cultura negra.

As obras de expoentes como Domingos Caldas Barbosa, Antônio Gonçalves Dias, Machado de Assis, José do Patrocínio, Maria Firmina dos Reis, Carolina Maria de Jesus, Cruz e Sousa, Lima Barreto… atravessam gerações e continuam a inspirar novos escritores, fortalecendo a literatura afro-brasileira – que ainda é um conceito em construção, mas, abrange os textos que apresentam temas, autores, linguagens, e, sobretudo, um ponto de vista culturalmente identificado à afrodescendência, como destaca o grupo de estudos Literafro, da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG).

Consulte aqui o Regulamento e não perca o prazo!

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Crítica ao cenário educacional marca abertura da Flica 2016

A 6ª edição da Festa Literária Internacional de Cachoeira (Flica) teve início na tarde desta quinta-feira (13) e abrilhanta até domingo a cidade do Recôncavo baiano. Com rica programação cultural, a Flica reúne anualmente nomes da literatura local, nacional e internacional. Mas nem só de música, sarau, dança e oficinas é feita a festa que movimenta Cachoeira. Já na primeira mesa de discussões, a historiadora e escritora carioca Mary Del Priore denunciou as condições do ensino no Brasil e criticou a classe política.

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Foto: Egi Santana

Del Priore, que destacou a importância dos índios na formação do Brasil, falou sobre seu mais recente livro, Histórias da Gente Brasileira, durante bate-papo conduzido pelo secretário estadual da Cultura, Jorge Portugal. A educação foi um dos assuntos abordados pela escritora. “Esta é uma lacuna enorme na história do país. Mas aprendi, enquanto escrevia, que nem toda sabedoria está nos livros. Quando olhamos para o passado, a gente percebe que tinha ‘sabenças’, que eram informações passadas pelos mais velhos aos mais novos e esse saber da tradição não pode ser deixado de lado”.

A historiadora protestou contra as condições dos professores no país. “Como no passado, o professor continua ganhando um frango, meia dúzia de ovos e um saco de farinha. Que me desculpem os políticos que estão aqui, mas essa é uma classe que, como sempre, continua fazendo discursos e promessas em campanhas e não as cumpre”, criticou.

Flica que segue

Hoje (14/10), a programação da Flica começa às 10h, com mesa dedicada à literatura de fantasia, com a participação do carioca Eduardo Spohr, autor de Filhos do Éden, e a baiana Scarlet Rose, que escreveu Finlândia. As mesas seguintes contarão com Milton Hatoum e Ana Maria Machado, homenageada deste ano. Na Fliquinha, no Cine Theatro Cachoeirano, tem contação de histórias com Lídia Hortélio, às 9h30, e apresentações musicais, com destaque para Carlinhos Brown, que estará num bate-papo às 16h30. Ainda na sexta-feira, o Balé Teatro Castro Alves (BTCA) faz performances do espetáculo “Voyeur do Movimento” às 17h, na Escadaria da Câmara de Cachoeira.

No sábado (15), das 18h às 19h30, o público poderá conferir o projeto “O Violão e a Palavra”, com a participação do secretário Jorge Portugal e do cantor, compositor e pesquisador da música baiana, Roberto Mendes. Os dois falarão dos meios de composição da música popular, das métricas à melodia, com mediação do filósofo e professor Saulo Matias Dourado. O encontro será realizado na Escadaria da Câmara de Cachoeira.

Programação Cultural

Sexta-feira 14/10
8h às 12h e das 14h às 18h – Fantástico Mundo da Leitura – Auditório Hansen Bahia
9h – Biblioteca Móvel – Em frente a Fliquinha (Cine Theatro Cachoeirano)
17h – Balé Teatro Castro Alves com performances “Voyeur do Movimento”
17h – Lançamento de Livros – Espaço Educar para Transformar/Conversas Íntimas: um convite ao prazer – Luís Carlos Assis Rosa /Olhos D´agua – Lita Passos/ Dor de Facão e Brevidades – Rosana Almeida

Sábado 15/10
9h – Escolas Culturais – Stand
9h – Biblioteca Móvel – Em frente a Fliquinha (Cine Theatro Cachoeirano)
18h – Violão e a Palavra – Conversa cantada com Jorge Portugal e Roberto Mendes

Domingo 16/10 
9h – Biblioteca Móvel – Em frente a Fliquinha (Cine Theatro Cachoeirano)

Serviço “Território Flica”
De quinta a sábado, das 9h às 16h – Caminhão Educativo
Quinta, das 13h às 17h / Sexta e sábado, das 9h30 às 12h30 e das 14h às 17h
Quinta, a partir das 16h30 – Cine Fliquinha (integra programação da Fliquinha)
Sexta, a partir das 16h30 – Bate-papo musical com Carlinhos Brown (integra programação da Fliquinha)
Sábado, das 8h às 12h e das 14h às 18h – Oficina de Stop Motion

*Informações do Correio* e do G1

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Manuscritos de Gabriel García Márquez serão disponibilizados para consulta

O método de trabalho do jornalista e escritor colombiano Gabriel García Márquez poderá ser observado pelo mundo todo, a partir desta quarta-feira (21/10), quando a biblioteca Harry Ransom Center, da Universidade do Texas, em Austin, abre para consulta o arquivo que comprou da família do autor por US$ 2,2 milhões (leia notícia aqui, em espanhol). De acordo com a Folha de S.Paulo, máquinas de escrever, objetos de escritório, rascunhos e as primeiras versões dos livros do jornalista, entre eles “Cem anos de Solidão” e “O Amor nos Tempos do Cólera”, estarão disponíveis.

O acervo conta com mais de 2.000 cartas que possibilitam conhecer a relação de Gabo com outros nomes do século 20, como o mexicano Carlos Fuentes, o alemão Günter Grass e o britânico Graham Greene. Gabriela Plit, professora de literatura da Universidade do Texas e coordenadora do projeto, informou que os manuscritos têm diversas anotações que revelam a investigação que o escritor fazia para selecionar as palavras que usaria.

Os documentos reforçam a guerra do jornalista com os advérbios que, para ele, o uso exagerado poluía e tratava a narrativa. “Suas obras têm várias versões, ele ia corrigindo, editando e escolhendo cada palavra. Era um trabalho artesanal, de carpintaria mesmo”, relatou o escritor e acadêmico porto-riquenho Héctor Feliciano, editor da coletânea “Gabo Periodista” (FNPI).

A peça de destaque do arquivo, entretanto, permanecerá sob vigilância. O documento em questão é o manuscrito da novela inacabada “Em Agosto Nos Vemos”, cuja edição era rejeitada por Gabo. Em respeito à vontade dele, a família decidiu que a obra não será publicada, mas estará acessível para consulta fisicamente.

A abertura do acervo também contará com um seminário internacional, entre 28 e 30 de outubro. Nomes como o anglo-indiano Salman Rushdie, a mexicana Elena Poniatowska, a colombiana Piedad Bonnett, o biógrafo britânico Gerald Martin, e o filho do escritor, o cineasta Rodrigo García, estarão presentes.

Além do seminário, haverá a exibição de filmes. Um deles é o recém-lançado documentário “Gabo – The Creation of Gabriel García Márquez”, de Justin Webster, que traz entrevistas com o ex-presidente americano Bill Clinton, fã e amigo do escritor, a agente espanhola Carmen Balcells e o jornalista americano Jon Lee Anderson.

*Informações do Portal Imprensa e Folha de S. Paulo

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Jornalista baiano Antônio Torres é homenageado na quinta edição da Flica

Do agitado mundo das redações às letras que não têm pressa de traduzir as gentes. Essa é a trajetória de dois jornalistas que, fascinados pelo profundo de cada história, decidiram fazer brotar romances. O recém-empossado na cadeira 23 da Academia Brasileira de Letras, Antônio Torres, de 75 anos, é o homenageado da quinta edição da Festa Literária Internacional de Cachoeira -Flica 2015, que começa hoje e se estende até domingo (18). Ele estará na abertura do evento, ao lado do também jornalista e escritor Igor Gielow, para discutir o tema “Gentes Brasileiras”, com mediação do poeta e secretário de Cultura do Estado, Jorge Portugal. São diversos no tempo e nos espaços, nos temas e ritmos, porém muito mais os une do que os separa.

Esta é a primeira vez de Torres e Gielow na Flica. “Fui convidado primeiro, depois tive a boa notícia de que eu seria o homenageado da edição. Embora eu seja um baiano desgarrado, a minha literatura é super agarrada à Bahia”, comenta Torres, que sucedeu João Ubaldo Ribeiro na Academia de Letras da Bahia e foi empossado no último mês de maio. Nascido em Junco (atual Sátiro Dias, a 205 km de Salvador), ele começou a escrever em diários como Jornal da Bahia e Última Hora, migrou para a publicidade e depois passou para a literatura. “Comecei a trabalhar no Jornal da Bahia, entre os 18 e 19 anos, fazendo o jornalismo ‘barra-pesada’, que foi uma grande escola. Mas, de fato, a maior escola no jornalismo é o esporro do chefe e, nesse caso, eram dois: João Carlos Teixeira Gomes e Ariovaldo Matos”, afirmou ao Correio*.

Seu primeiro romance, “Um Cão Uivando Para a Lua”, foi escrito quando tinha 32 anos. Foi o seu terceiro livro, “Essa Terra”, de 1976, que o consagrou nacionalmente e, mais tarde, o lançou para o mundo, tendo sido publicado em países como França, Bulgária e Paquistão. A narrativa, baseada nas lembranças do autor, abordava o êxodo rural dos nordestinos. Desde sua estreia, foram mais de 15 livros, entre romances, coletâneas de crônicas e infantis.

Já Igor Gielow estreou na literatura este ano com o romance de guerra Ariana, escrito a partir de suas memórias sobre as viagens ao Paquistão e Afeganistão. “Eu gosto de dizer que Ariana é um livro completamente verossímil. Praticamente tudo o que está lá ou aconteceu comigo ou com alguém que eu conheci”, comenta Gielow, que espera poder contribuir no debate “Gentes Brasileiras” não só como escritor, mas também como jornalista.

A festa

Foto FlicaA Flica 2015 vai mesclar a participação de autores baianos com representantes de outros estados. Entre os representantes locais estão o pesquisador Luiz Claudio Dias Nascimento e o escritor Carlos Ribeiro. O primeiro, que tem como temas de suas pesquisas a escravidão e o candomblé, participará amanhã, às 10h, da mesa Etnias, Resistências e Mitos, junto com o também historiador Tâmis Parron. Já o ficcionista Carlos Ribeiro estará no debate sobre o centenário do escritor Adonias Filho (1915- 1990), nascido em Ilhéus. Ao lado de Ribeiro, na sexta-feira, às 15h, estará a escritora Silmara Oliveira, também baiana.

Entre os autores de destaque da literatura nacional está o carioca João Paulo Cuenca, autor de livros como “O Único Final Feliz Para uma História de Amor É um Acidente”. Cuenca participa amanhã, às 15h, da mesa O Superficial da Profundidade, em que estará também o romancista brasiliense Lima Trindade. Uma das estrelas da literatura internacional que virá à Flica é a americana Meg Cabot, autora do juvenil “O Diário da Princesa”, lançado em 2000 e que se tranformou numa série de mais de dez volumes.

A portuguesa Mariana Trigo Pereira, o nigeriano Helon Habila e a americana Sapphire são outros autores internacionais que virão à Flica. Além da programação dedicada aos adultos, há a Fliquinha, com atividades dedicadas às crianças, incluindo atrações musicais como o grupo Canela Fina e a trupe de palhaços Nariz de Cogumelo. Escritoras como Ana Raquel e Edsoleda Santos participarão de bate-papos com as crianças no Cine Teatro Cachoeira.

  • Confira a programação completa aqui.

*Com informações de Correio* e A Tarde

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