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Jornalismo brasileiro é destaque nos Prêmios SIP 2016

Jornalistas e empresas de comunicação do Brasil destacaram-se na edição deste ano dos prêmios de Excelência Jornalística da Sociedade Interamericana de Imprensa (SIP). Os brasileiros estão presentes em nove das treze categorias disputadas, entre vencedores e menções honrosas, com premiações para o Jornal Folha de S.Paulo, Jornal o Estado de S. Paulo, O Globo, EL PAÍS Brasil, RBSTV, revista Veja e o site Brio Media. O Grande Prêmio SIP de Liberdade de Imprensa foi concedido à Associação Equatoriana de Editores de Jornais (AEDEP) “por sua permanente defesa da liberdade de imprensa e de expressão”. Os prêmios também contemplaram nesta edição trabalhos de meios de comunicação e de profissionais da Argentina, Colômbia, El Salvador, Estados Unidos, Honduras, México, Panamá e Venezuela.

A reportagem ‘Uma estrada fantasma volta a assombrar a Bolívia’,  da Brio Media, foi a vencedora na categoria Relações Interamericanas Pedro Joaquín Chamorro. Dos autores Fernando Barros de Mello, Matheus Leitão, David Gonzalez, Milagros Salazar, Milagros Aguirre, Raul Penaranda, Paula Muñoz Encinas, Emilia Delfino, Luiz Ferraz, a reportagem fala sobre corrupção, falta de transparência e danos ao meio ambiente durante a construção da estrada entre as cidades de Villa Tunari e San Ignacio de Moxos, que atravessa o TIPNIS, um parque nacional e território indígena. Segundo o júri foi “um esforço multinacional para jornalismo e jornalismo investigativo. Mais de 50 artigos e relatórios foram elaborados. Colaboraram 17 profissionais de mídia da Argentina, Bolívia, Equador, Panamá, Peru e Venezuela em um apoio visual formidável de uma equipe de filmagem”.

Na categoria de Direitos Humanos e Serviço à Comunidade, foi concedido prêmio à série de reportagens e informações que EL PAÍS Brasil publicou em dezembro de 2014 após a divulgação do relatório da Comissão da Verdade. O júri destacou “a síntese, a linguagem direta e o profundo impacto humano das histórias pessoais” das matérias elaboradas por Talita Bedinelli, Heloísa Mendonça, Raquel Seco, Afonso Benites, Marina Rossi, Gil Alessi, María Martín, Carla Jiménez e Antonio Jiménez Barca.

A colunista de EL PAÍS Brasil Eliane Brum foi a vencedora na categoria Opinião, com o artigo ‘A mais maldita das heranças do PT‘. O júri ressaltou que Brum, “com uma redação elegante e amena, descreve a crise do Partido dos Trabalhadores (PT) e, em geral, da esquerda brasileira e motivou um intenso debate tanto nas redes sociais como em outras publicações”.

Na categoria Reportagens de profundidade, venceu ‘Favela Amazônia: Um novo retrato da Floresta‘, de Leonencio Nossa Júnior e Dida Sampaio, de O Estado de S. Paulo. Para o júri, a reportagem é “verdadeiramente um retrato novo e surpreendente da Amazônia brasileira, o que está longe de ser pitoresco. Uma denúncia formidável de degradação, fome, pobreza, negligência, violência; extermínio de comunidades indígenas e, em contrapartida, a resistência social”.

A presidente do Comitê de Prêmios da SIP, Marcela Noble Herrera, do Grupo Clarín, observou que “os trabalhos participantes do concurso refletem os temas relevantes do melhor jornalismo nas Américas: corrupção, tráfico de drogas, violência, poluição,” e acrescentou que “com as denúncias existem também histórias formidáveis de esperança e redenção”.

Os prêmios serão entregues durante a 72ª Assembleia Geral da SIP, a ser realizada na Cidade do México entre os dias 13 e 17 de outubro deste ano.

 

Confira a lista de vencedores:

1.Relações Interamericanas Pedro Joaquín Chamorro

Uma estrada fantasma volta a assombrar a Bolívia. Brio Media, Brasil.

Autores: Fernando Barros de Mello, Matheus Leitão, David Gonzalez, Milagros Salazar, Milagros Aguirre, Raul Penaranda, Paula Muñoz Encinas, Emilia Delfino, Luiz Ferraz.

2.Direitos Humanos e Serviço à Comunidade

Série especial sobre o relatório da Comissão da Verdade, El País, Brasil.

Autores: Talita Bedinelli, Heloísa Mendonça, Raquel Seco, Afonso Benites, Marina Rossi, Gil Alessi, María Martín, Carla Jiménez, Antonio Jiménez Barca.

Menção Honrosa: “Los niños del fango”, de El Heraldo, Honduras.

Autores: Carlos Mauricio Flores, Nusly Saray Carías Arguijo, María Antonia Ortiz Molina, Dennis EduardoDomínguez Cárcamo, Marcel Alejandro Osorto Erazo, Rafael Leonardo López, Manuel Enrique RodríguezCastillo, Johny Amado Magallanes.

3.Diário na Educação

Projeto educativo de La Prensa Gráfica, El Salvador

Menção Honrosa: Seção de atividades pedagógicas do diário El Mundo, Colômbia.

4.Opinião

“A mais maldita das heranças do PT”, El País, Brasil.

Autora: Eliane Brum

Menção Honrosa: “Charlie Hebdo: el caso Cristo Vive”, Vanguardia, México.

Autor: Luis Carlos Plata Ramos

5.Cobertura Noticiosa

Cobertura da morte do promotor Alberto Nisman, La Nación, Argentina

Autores: Hernán Capiello y Paz Rodríguez Niell.

Menção Honrosa: “El señor de los túneles”. El Universal, México.

Autores: Salvador Frausto Crotte, Karla Casillas Bermúdez, Silber Meza, Zorayda Gallegos, Alejandra Sánchez Inzunza, José Luis Pardo, Eileen Truax, Froylán Enciso.

6.Jornalismo em Profundidade

Favela Amazônia. Um novo retrato da floresta, O Estado de S. Paulo, Brasil.

Menção Honrosa: “El narco junto al pupitre”, Newsweek en Español, México.

Autor: Aníbal Santiago.

7.Crônica

La increíble historia del Gabo, el profe, y un lugar llamado Recoveco, Revista Emeequis, México.

Autor: Silber Alonso Meza.

Menção Honrosa: “El camino de Delfino”, Vanguardia, México.

Autor: Francisco Rodríguez Lozano.

8.Fotografia

Inundación, La Nación, Argentina.

Autor: Ricardo Pristupluk

Menção Honrosa: “Miseráveis”, Jornal O Globo, Brasil.

Autora: Marcia Laurene Foletto

9.Caricatura

Cambio, Talcual.com, Venezuela

Autor: Roberto Weil

Menção Honrosa: “Dilma”, revista Veja, Brasil.

Autor: Eduardo Baptistão.

10.Infografia

Derrame de Petróleo, El Tiempo, Colombia.

Autores: Irene Larraz, Juan Pablo Noriega Hederich, Carlos Morales, Camilo Ramírez, Bernardo Bejarano, Beiman Pinilla.

Menção Honrosa: “Rio, cidade dos túneis”, O Globo, Brasil.

Autores: Nathany Santos, Renato Carvalho, Carolina Cavaleiro, Rubens Paiva, Thais Leão, Anderson Campos, Louise Tamiasi.

11.Cobertura de notícias na internet

A morte de Alberto Nisman, Clarín, Argentina.

Autores: Equipe de Redação do Clarín.

Menção Honrosa: “Cobertura VII Cumbre de las Américas”, TVN Noticias, Panamá.

Autores: Elizabeth Garrido A., Carlos H. González, Priscilla Pérez, Carola Vargas, Kerem Pérez, Leydis Delgado, Zelideth Cortez, Aaron González, Kris Ríos, Yamileth Ng, Verónica Herrera, Roberto Rodríguez, Jorge Gutiérrez, Daniel Gómez, Tomás Tryhane, Yudelkis Gaitán, Nayib Concepción, Joyce Baloyes

12.Cobertura Multimídia Alejandro Miró Quesada Garland

Las voces del 12F, NTN 24, Colombia.

Autores: Yuranis Cristina Caballero Briceño, Angélica Paola Hernández Alfonso, Idania Chirinos Fernández, Maryorín Méndez, Rafael Hernández, Harold Martínez, Horst Waldmann, Johanna Hincapié, Diana Niño, Johnattan F. Bilancieri, Ana Vanessa Herrero.

1ª Menção Honrosa: “Desaparecidos, duelo eterno”, El Universal, México, e El Tiempo, Colombia.

Autores: Ginna Morelo, Rafael Quintero, Claudia Báez, Alejandro Urueña, Juan Ríos, Cristian Peña, Mariana Escobar, José Darío Puentes (El Tiempo); Lilia Saúl, Daniela Guazo, Luis David Torres, Irving Morales, Emanuel Landa (El Universal).

2ª Menção Honrosa: “Crime sem castigo. Tudo sobre o Contrabando no Brasil”, Folha de São Paulo, Brasil.

Autores: Luciana Coelho, Julio Wiziack, Claudia Rolli, Reynaldo Turollo Jr., Renata Agostini, Dimmi Amora, Sylvia Colombo, Carlos Dias, Lucas Ferraz, Claudia Collucci, Gabriel Mascarenhas, Renan Marra, Vinicius Pereira, Ana Estela de Sousa Pinto, Renato Andrade, Rogério Ortega, Lalo de Almeida, Avener Prado, Rogério Luiz, Mario Kanno, Lucas Zimmermann, William Mur, Lucas Tófoli.

13.Jornalismo sobre meio ambiente Roberto Eisenmann Jr.

Hispanos al rescate del Colorado, Univisión, Estados Unidos.

Autores: Clemente Alvarez, Nacho Corbella, José Fernando López, Mariano Zafra, Luis Melgar, Ricardo Weibezahn.

Menção Honrosa: “Descaso com as águas”, RBSTV, Brasil.

Autores: Fábio Almeida, Guto Teixeira, Eduardo Azevedo, Daniela Selistre, Luysa Espinosa, Rafael Soares, Paulo Leitão, Ronaldo Sabin.

*Informações do site da SIP, Associação Brasileira de Imprensa e EL PAÍS Brasil.

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Observatório da Imprensa faz vaquinha virtual para não fechar

Com 20 anos de presença regular na internet, completados em maio, o Observatório da Imprensa, projeto de crítica de mídia idealizado e encabeçado pelo jornalista Alberto Dines, corre o risco de fechar e pede socorro, via financiamento coletivo.

Nos últimos meses, perdeu suas principais fontes de receita, com o corte dos patrocínios do Banco do Brasil e da Caixa Econômica Federal, em decisão anunciada em junho pela Secretaria de Comunicação Social da Presidência da República. Antes, na virada do ano, já não havia sido renovado o contrato com a Empresa Brasil de Comunicação, da TV Brasil, na qual Dines apresentava um programa semanal do Observatório.

Em julho, o Projor (Instituto para o Desenvolvimento do Jornalismo), associação mantenedora do Observatório da Imprensa, tornou pública a crise financeira. Ao mesmo tempo, lançou uma campanha de “crowdfunding” (financiamento coletivo) no dia 8 de agosto, junto com o editorial “O Observatório da Imprensa pede socorro”, fixado desde então no alto do site. Nele, informa que o trabalho “está ameaçado de desaparecer” e o esforço agora é para “manter o Observatório vivo e operando”.

No site de “crowfunding” Kickante, acrescenta que o financiamento coletivo visa “bancar os custos de produção do site, hospedagem e administração”. O endereço é kickante.com.br/campanhas/crowdfunding-observatorio-da-imprensa. Até o momento, o Observatório arrecadou pouco mais de 10% da meta de R$ 250 mil, na campanha a ser encerrada no início de outubro. Outras fontes de receita estão sendo aventadas, como fundações filantrópicas.

“Desde 1996, o Observatório da Imprensa é o único veículo jornalístico focado na crítica da mídia brasileira. Ao longo dos últimos 20 anos, nossos artigos têm sido oferecidos gratuitamente ao público. Mas o Observatório não é imune à crise econômica, que tem cortado os nossos patrocínios. E também somos atingidos pela revolução digital, que tem reduzido o faturamento publicitário da imprensa como um todo. O momento é grave. Para voltar a publicar regularmente, o Observatório precisa da sua ajuda. Sua contribuição é necessária para bancar os custos de produção do site, hospedagem e administração”, diz o texto da campanha.

Carioca, 84 anos, Dines foi editor-chefe do “Jornal do Brasil” nos anos 1960 e, em 1975, lançou na Folha a coluna de crítica de mídia “Jornal dos Jornais”. No início do ano, foi hospitalizado, por doença não divulgada, mas já está em casa, em fisioterapia, e voltou a escrever. “O Observatório da Imprensa é uma peça de museu”, afirma Dines à Folha. “No conteúdo, formato e feitio, é único, talvez no mundo. Por isso mesmo, peça de museu para ser preservada.” Acrescenta: “Por enquanto, só pega no tranco. Precisamos de um [caminhão] Mack para alavancar e não deixar morrer tudo o que o Observatório vem semeando nos últimos 20 anos on-line e 18 no ar”.

*Informações de Nelson de Sá para o jornal Folha de S.Paulo.

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Imprensa repercute morte do jornalista Geneton Moraes Neto

O anúncio da morte do jornalista Geneton Moraes Neto rapidamente repercutiu nas redes sociais. O nome dele, que também era escritor e documentarista, figurou entre os assuntos mais comentados no Twitter, onde colegas de profissão lamentavam a perda e prestavam homenagens. Geneton tinha 60 anos e estava internado desde maio na Clínica São Vicente, na Gávea, Zona Sul do Rio. Ele sofreu um aneurisma na aorta e teve diversas complicações em seguida. O velório será quarta-feira (24) no Memorial do Carmo, Rio, onde o corpo será cremado.

Com mais de 40 anos de carreira, ele trabalhava na Globo desde o início dos anos de 1980. Foi editor do RJTV, editor-executivo e editor-chefe do Jornal da Globo, editor do Jornal Nacional, repórter e editor-chefe do Fantástico. Desde 2006, produzia reportagens especiais para a GloboNews. Em agosto de 2009, estreou um blog no G1, que manteve atualizado até abril de 2016, pouco antes de ser hospitalizado.

Foto: Blog Biografias da Comunicação
Foto: Blog Biografias da Comunicação

 

Pernambucano, nasceu, como gostava de enfatizar, “numa sexta-feira 13 (de julho), num beco sem saída, numa cidade pobre da América do Sul: Recife”. Saiu do referido beco sem saída para ganhar o mundo fazendo jornalismo. Seus primeiros passos na profissão foram dados aos 13 anos de idade, escrevendo artigos para o “Diário de Pernambuco” onde, poucos anos depois, conseguiu seu primeiro emprego.

Ganharia o Brasil e o mundo com uma visão original e eclética dos fatos e uma predileção pela convergência entre jornalismo e História. “Todo profissional precisa de uma bandeira. Escolhi uma: fazer jornalismo é produzir memória. É o que me move” — registrou, em entrevista para o acervo da TV Globo. Geneton colecionaria uma longa lista de encontros com personalidades, que inclui seis presidentes da República, três astronautas que pisaram na Lua, os prêmios Nobel Desmond Tutu e Jimmy Carter, os dois militares que dispararam as bombas sobre Hiroshima e Nagasaki, a mais jovem passageira do Titanic e o assassino de Martin Luther King: páginas de uma notável galeria.

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Geneton Moraes Neto (à dir.) entrevista o escritor Ariano Suassuna (1927-2014) na GloboNews – Foto: Divulgação

Geneton conseguiu entrevistas históricas com um dos agentes alemães que participaram da tentativa frustrada de resgate de atletas da delegação de Israel durante as Olimpíadas de Berlim. A lista de entrevistas marcantes no Brasil também não é pequena. Vai desde generais aos presidentes do pós-regime ditatorial, passando por dezenas de diálogos com artistas, escritores, jornalistas…

Em 2011 interromperia a carreira na TV para dirigir o documentário em três partes “As canções do exílio/Uma labareda que lambeu tudo”, exibido pelo Canal Brasil, onde conta as histórias do exílio de Caetano Veloso e Gilberto Gil durante o regime militar. A ideia partiu de uma foto em que, com apenas 15 anos, aparece entrevistando os músicos baianos para o “Diário de Pernambuco”. No ano seguinte, recebeu a Medalha João Ribeiro concedida pela Academia Brasileira de Letras (ABL) a personalidades que se destacam na área de cultura.

Comoção

Colegas de profissão, artistas, políticos e intelectuais lamentaram o falecimento de Geneton. Alguns deles utilizaram as redes sociais para prestar homenagens e se solidarizar com os familiares e amigos. “Consternado com a passagem do amigo e jornalista dos mais talentosos que conheci. Obrigado Geneton Moraes Neto! #RIP”, registrou o jornalista André Trigueiro. “Geneton Moraes Neto se foi. Deve estar fazendo perguntas lá em cima. Não se surpreenda se ele surgir com respostas: ele sempre as conseguia”, disse Flávio Fachel.

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Caetano Veloso e Geneton, durante entrevista – Foto: Reprodução/Facebook

O cantor e compositor baiano Caetano Veloso recordou a entrevista concedida ao pernambucano após jejum de dois anos sem conversar com repórteres. “Escolhi falar com ele, e só com ele, para reiniciar um diálogo normal com a confusão dos cadernos B. A impressão que o garoto pernambucano me causara e a percepção de sua inteligência honesta só fizeram crescer ao longo dos anos. Se o jornalismo brasileiro tem algo de que se orgulhar, Geneton o representa melhor que ninguém – se não for exemplo único. Eu o adorava. Fiquei tristíssimo hoje ao saber que ele tinha morrido”, lamentou ele.

Em de abril deste ano, Geneton esteve na Universidade Católica de Pernambuco, para participar de uma conversa com estudantes de Jornalismo sobre os desafios da profissão e bastidores de entrevistas (confira matéria de Daniel França). A instituição divulgou nota em que lamenta a morte do jornalista.

Além de reportagens, publicou diversos livros, dentre eles “Hitler/Satalin: o Pacto Maldito”, “Nitroglicerina Pura”, “O Dossiê Drummond: a Última Entrevista do Poeta”, “Dossiê Brasil”, “Dossiê 50: os Onze Jogadores Revelam os Segredos da Maior Tragédia do Futebol Brasileiro”, “Dossiê Moscou, “Dossiê História: um repórter encontra personagens e testemunhas de grandes tragédias da história mundial” e “Dossiê Gabeira”.

*Com informações de O Globo, G1 Rio e Jornal do Commercio.

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Festival aborda confronto entre jornalismo e poder

Enfrentar o poder é meter a mão no vespeiro. Quando a imprensa resolve desafiar ditadores, presidentes, sacerdotes, autocratas, tem pela frente uma tarefa hercúlea: tirar da sombra o que autoridades querem manter nebuloso; trazer à luz o que lhes pode ser danoso. Muitas vezes, o resultado para o repórter é prisão, perseguição, processos judiciais. É a mão pesada dos poderosos contra a leveza da caneta do repórter. Como grandes jornalistas cobrem o poder mundo afora é o tema do terceiro Festival Piauí GloboNews de jornalismo, nos dias 8 e 9 de outubro, em São Paulo.

Termina na próxima segunda-feira (22) o período de inscrições para a maratona de Fact-Checking (metodologia de checagem de dados), que será realizada durante o evento pela agência Lupa, em parceria com a Wikimedia. A Abraji (Associação Brasileira de Jornalismo Investigativo) será responsável pela seleção de até quinze universitários que participarão dos três dias de atividade. Os nomes dos selecionados até o dia 7 de setembro. Acesse o formulário.

Convidados

Sob a curadoria de Daniela Pinheiro, repórter da piauí, renomados repórteres de seis diferentes países vão contar como seus trabalhos trouxeram à tona casos de corrupção, tirania, pedofilia. Os americanos Walter Robinson, vencedor do Pulitzer como chefe da equipe de repórteres Spotlight, do Boston Globe, com as denúncias de casos de pedofilia na Igreja, e Jon Lee Anderson, escritor, correspondente de guerra e colaborador da revista The New Yorker; a costa-riquenha Giannina Segnini, que denunciou casos de corrupção internacional – que provocaram a renúncia de dois presidentes de seu país – nos vinte anos que atuou como jornalista investigativa no La Nación; o alemão Thomas Kistner, autor do livro Fifa Máfia – O Livro Negro dos Negócios do Futebol; o italiano Gianni Barbacetto, que contou a história da grande operação contra a máfia em seu país no livro Mani Pulite – La Vera Storia 20 Anni Dopo; o venezuelano César Batiz, autor de reportagens sobre a censura nos governos Chávez e Maduro; e o russo Mikhail Zygar, autor de All the Kremlin’s Men sobre os bastidores da era Putin.

*Informações da Revista Piauí, Abraji.

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