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Filho de Tim Lopes debate Jornalismo Investigativo em Feira (BA)

A cidade de Feira de Santana (BA) vai receber pela primeira vez o jornalista Bruno Quintella, filho de Tim Lopes, em um debate sobre “Os Desafios da Reportagem Investigativa”. No evento a ser realizado na noite de hoje (19/5), às 18h30, na Faculdade Anísio Teixeira, Tim será lembrado através da exibição do trailer do documentário “Histórias de Arcanjo”. O filme narra a trajetória do jornalista que trabalhava na Rede Globo fazendo coberturas policiais e foi morto por traficantes do Complexo do Alemão em 2002, na Vila Cruzeiro, enquanto investigava o abuso de menores em bailes funk. A entrada é gratuita com inscrições no local e cada participante-ouvinte receberá certificado de 4 horas.

Dirigido por Guilherme Azevedo e com roteiro de Bruno Quintella, o longa foi vencedor de Melhor Documentário do ‘Festival do Rio 2013’, e este ano já conquistou o Prêmio de Melhor Filme Estrangeiro do ‘San Diego Black Film Festival’, em San Diego (EUA). No filme produzido oito anos depois da morte de Tim, Quintella tentou humanizar a figura de seu pai, que se tornou um mito da profissão após ser assassinado em exercício. “Ele dava voz a quem não podia falar. É [o filme] uma homenagem ao jornalismo, uma homenagem ao homem, e não ao mito”, afirmou ao G1.

“Na faculdade de Jornalismo, muitos não sabiam – nem poderiam – de quem eu era filho. Seis meses após sua morte, eu ingressava no mundo acadêmico ainda desorientado pela minha perda. Segundo Quintella, por ter seguido profissão do pai, a esperança e a confiança no seu sucesso eram latentes. “As pessoas diziam ‘Tá no DNA, rapaz. Tá no sangue!’. Sempre achei graça dessa cobrança, porque meu pai havia me desencorajado a me tornar advogado aos 17 anos. Dois anos depois meu pai morreria. E eu não podia nem queria decepcioná-lo”, revelou o jornalista sobre a origem de sua escolha.

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Reprodução/FAT
Reprodução/FAT

A vice-diretora Regional Nordeste do Sindicato dos Jornalistas da Bahia (Sinjorba) e coordenadora dos cursos de Comunicação Social da FAT, a jornalista e professora Marly Caldas, participa do evento ao lado do professor da Universidade Estadual do Sudoeste da Bahia (UESB) e doutorando no Programa de Pós-Graduação em Comunicação e Cultura Contemporâneas pela Universidade Federal da Bahia (UFBA), Dannilo Duarte.  Na ocasião, Duarte lançará o livro “Jornalismo Policial na Televisão Brasileira: gênero e modo de endereçamento”.

O debate voltado para professores, profissionais e estudantes de Comunicação faz parte de atividade acadêmica desenvolvida por estudantes do 7º semestre de Jornalismo na disciplina Jornalismo Especializado, sob a orientação do professor e jornalista Andrews Pedra Branca, mediador da discussão.

SERVIÇO

Debate “Os Desafios da Reportagem Investigativa”

  • Quando: 19 de maio (segunda), às 18h30
  • Onde: Faculdade Anísio Teixeira – auditório do Empresarial Rosilda Dantas, localizado na Avenida João Durval – Feira de Santana (BA)
  • Quanto: Gratuito (com certificado)

*Com informações de Silvia Dantas (FAT), Globo News e Sindicato dos Jornalistas Profissionais do Município do Rio.

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No Dia Mundial das Comunicações, entidades repudiam condenações e violência contra jornalistas

Na semana marcada por dois dias importantes para a relação Comunicação-sociedade, entidades realizam eventos e reafirmam seu apoio à imprensa livre, autônoma e plural. O Dia Mundial da Liberdade Imprensa – 3 de maio – trouxe eventos de diversas organizações da América Latina e do mundo para celebrar a data criada pela Organização das Nações Unidas (ONU) em 1993. Hoje (5), no Dia Mundial das Comunicações, instituições defensoras dos direitos fundamentais demonstram preocupação com a violência e com o volume de condenações e processos contra jornalistas em todo o Brasil, com destaque para a Bahia.

Aproximadamente 70% dos assassinatos de jornalistas registrados no Brasil nos últimos vinte anos ficaram impunes, segundo levantamento da organização americana CPJ (Comitê para a Proteção dos Jornalistas). Mais comuns que os assassinatos são os casos de intimidação, ameaças e agressões, que a partir de junho de 2013, nos protestos de rua no Brasil, contribuíram decisivamente para elevar o percentual da violência policial contra jornalistas e as violações aos direitos constitucionais de expressão e informação e da liberdade de imprensa.

Foto: Charge do ilustrador Eugênio Neves/Reprodução
Foto: Charge do ilustrador Eugênio Neves/Reprodução

A Associação Bahiana de Imprensa (ABI-BA), a Federação Nacional dos Jornalistas (FENAJ), o Sindicato dos Jornalistas Profissionais do Estado da Bahia (Sinjorba) e a Associação Brasileira de Jornalismo Investigativo (Abraji) protestam contra o cenário mundial de crescente violência que atinge os profissionais da comunicação e denunciam o uso de dispositivos legais para silenciar os jornalistas. “O direito da sociedade à informação de qualidade não se concretiza em ambientes estreitados pela influência dos poderes político e econômico sobre a livre circulação de informações, pelo cerceamento à liberdade de expressão, pelo monopólio ou oligopólio das comunicações, ou mesmo pelo assédio judicial que muitas vezes se configura em censura prévia”, diz nota da FENAJ.

O presidente da Ordem dos Advogados do Brasil Seção Bahia, Luiz Viana Queiroz, lembra que a liberdade de imprensa é um direito fundamental e indispensável à democracia garantido pela ConstituiçãoFederal e consagrado na Declaração Universal dos Direitos Humanos da Assembleia Geral das Nações Unidas. Em nota divulgada pelo site da instituição no último dia 3, a OAB-BA também manifesta preocupação com as condenações de jornalistas. “Em seu Plano de Ação para Segurança de Jornalistas, a Organização das Nações Unidas (ONU) recomenda aos países-membros que ações de difamação sejam tratadas no âmbito civil; não no criminal”.

Foto: Reprodução/Internet
Foto: Reprodução/Internet

Enquanto cresce o número de ações judiciais contra jornalistas, entidades pressionam o Congresso do Brasil para dar celeridade à decisão e aprovação da lei que determina a federalização dos crimes cometidos contra esses profissionais, se em exercício. O projeto, parado na Comissão de Constituição e Justiça do Senado, poderia contribuir para o fim da impunidade e evitar pressões contra juízes, fiscais, jurados e testemunhas. Essas pressões são rotineiras em muitas regiões do interior do País, onde jornalistas sofrem pressão de autoridades e ameaças de pistoleiros e criminosos.

Para o presidente Luiz Viana Queiroz, as entidades de classe dos jornalistas baianos precisam se mobilizar para uma ação conjunta institucional em defesa da liberdade de imprensa e contra a violência que ameaça os profissionais da comunicação. “A OAB acha pertinente a discussão sobre a federalização de crimes contra jornalistas no exercício da profissão e planeja um debate entre as entidades representativas do segmento”, afirmou.

Programação 

A 6ª edição do Fórum Liberdade de Imprensa & Democracia, promovida pela revista e portal IMPRENSA, será realizada na terça-feira, dia 6, no Museu da Imprensa Nacional, no Auditório Setor de Indústrias Gráficas(SIG), em Brasília (DF). O objetivo do evento, que contará com a presença do presidente da Associação Brasileira de Imprensa (ABI), Tarcísio Holanda, é debater o panorama da liberdade de imprensa no Brasil.

A Associação Brasileira de Jornalismo Investigativo (Abraji) apresentará uma pesquisa sobre os casos de violência contra profissionais de imprensa desde o início dos protestos realizados em todo o Brasil a partir de junho de 2013. O estudo reuniu depoimentos de jornalistas, fotógrafos e cinegrafistas agredidos, presos ou hostilizados nas ruas por manifestantes e por policiais.

De acordo com a Federação Nacional dos Jornalistas (FENAJ), a Federação Internacional dos Jornalistas (FIJ) prepara ações para denunciar a prisão de centenas de jornalistas em diversos países. “A FIJ intervirá na conferência para destacar a necessidade de medidas que garantam a segurança dos profissionais, com estratégias e programas de proteção, combate à impunidade e à violência contra jornalistas, bem como na defesa da democracia e dos direitos humanos”.

Reprodução/Internet
Reprodução/Internet

Já na lista de eventos alusivos ao Dia Mundial das Comunicações divulgada no último dia 3 pelo Centro Knight para o Jornalismo nas Américas há eventos da Unesco, Fundamedios e Repórteres Sem Fronteiras (RSF). Entre hoje e amanhã (5 e 6/05), ocorre a conferência oficial da Unesco “Liberdade de Imprensa para um Futuro Melhor: Dando Forma à Agenda de Desenvolvimento Pós-2015”, em Paris, na França.

Segundo uma mensagem de Ban Ki-Moon, secretário-geral da ONU, e Irina Bokova, diretora-geral da Unesco, em 2014 a celebração destacará o papel da liberdade dos meios de comunicação no planejamento para um futuro de desenvolvimento mundial que permita a todas as pessoas desfrutar da liberdade de expressão e opinião. O evento também vai abordar temas de segurança para jornalistas e de sustentabilidade para o jornalismo.

A IFEX-ALC organizou a campanha “Mais liberdade de imprensa é mais democracia” e publicou um vídeo no YouTube explicando os benefícios da democracia e sua interdependência com a liberdade de imprensa. O vídeo destaca o problema da impunidade na América Latina e no Caribe. Já a RSF publicou uma lista de “100 Heróis da Informação” para homenagear jornalistas que colocaram sua segurança em risco para informar o mundo “a serviço do bem comum”.

No início de abril a Associação Mundial de Jornais e Editores de Notícias (WAN-IFRA) lançou sua campanha “30 Days of Freedom” (30 Dias de Liberdade em tradução livre), pedindo a liberdade de jornalistas injustamente presos. Cada dia foi publicado o perfil de um jornalista com detalhes sobre o caso e links para mais informação.

A organização Fundamedios organizou um concurso para premiar o melhor design gráfico com enfoque na liberdade de expressão. Foram convidados jornalistas, usuários do Twitter, blogueiros, designers e estudantes secundaristas e universitários para participar. Dois projetos serão premiados com um equipamento digital.

*Com informações de Portal Imprensa, Associação Brasileira de Imprensa (ABI) e Federação Nacional dos Jornalistas (FENAJ).

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Audiência da OEA discutirá repressão a protestos no Brasil

No próximo dia 28, o Brasil será sabatinado em uma audiência pública convocada pela Organização dos Estados Americanos (OEA) sobre repressão nas manifestações políticas, que vem ocorrendo desde junho de 2013. De acordo com informação divulgada nesta segunda-feira pela organização Justiça Global, a reunião em Washington, que será coordenada pela Comissão Interamericana de Direitos Humanos da OEA, vai discutir temas como a atuação policial, a criminalização dos manifestantes, as leis criadas para reprimir os protestos.

Brasil terá de se explicar na OEA sobre violações cometidas pelos governos estadual e federal durante as manifestações/ Foto: OEA

Durante a reunião, que conta com a participação de representantes do Governo e da sociedade civil, serão apresentados relatos e dados que mostram violações cometidas pelos governos estadual e federal. A advogada Natália Damazio, integrante da ONG Justiça Global, considerou que a audiência será uma oportunidade importante para debater a repressão aos protestos que levaram milhões de pessoas às ruas, em praticamente todas as capitais brasileiras.

“Será uma audiência temática sobre o tema de protestos e violação de direitos humanos pelo Estado brasileiro, durante as manifestações. Será composta por representantes do governo, da sociedade civil e da Comissão dos Direitos Humanos da OEA. O que se visa é expor as prisões arbitrárias, o uso abusivo de armamentos e ataques à mídia, pela polícia”, bem como discutir posicionamentos em relação à liberdade de manifestação, expressão e integridade física, disse Natália.

A advogada alertou para a possível aprovação pelo governo brasileiro de uma série de leis endurecendo a repressão às manifestações, sob a alegação de conter a violência, mas que podem se tornar instrumentos futuros contra a própria democracia. “O objetivo é fazer uma pressão ao Estado para impedir que se criminalize os movimentos sociais, dando tratamento penal a pleitos populares, e evitar o recrudescimento dessa legislação penal criminalizante, que estão propondo ao Congresso Nacional”, disse ela.

Em outubro de 2013, a Justiça Global, em parceria com outras entidades de direitos humanos, recorreu à OEA para denunciar a prisão de ativistas em protestos no Rio. A ONG e o DDH questionaram os critérios para a prisão de 190 pessoas, das quais sete chegaram a ficar detidas no Complexo Penitenciário de Bangu, na Zona Oeste, onde estão os principais criminosos do estado. “Diversas organizações já vinham denunciando desde o ano passado prisões arbitrárias, criações de legislação de exceção para a violação de processos, uso abusivo de armamento menos letal, risco à integridade física e colocavam, justamente, essas denúncias informando os órgãos internacionais sobre os abusos do estado”, explicou Natália.

A Justiça Global fez o pedido da audiência em conjunto com entidades como Conectas, Articulação Nacional dos Comitês Populares da Copa (ANCOP), Instituto de Defensores de Direitos Humanos (DDH), Serviço de Assessoria Jurídica da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (SAJU/UFRS), Artigo 19, Sindicato dos Jornalistas Profissionais do Município do Rio de Janeiro, United Rede Internacional de Direitos Humanos (URIDH) e Quilombo Xis – Ação Comunitária Cultural.

Violência contra comunicadores

Ministra Maria do Rosário em reunião do GT/ Foto:Tiago Belinski/SDH

Para estudar os casos de violações Direitos Humanos sofridas pelos mais diferentes profissionais da Comunicação, o Grupo de Trabalho “Direitos Humanos dos Profissionais de Comunicação no Brasil” iniciou suas atividades em fevereiro do ano passado. A criação de um Observatório é a principal recomendação feita pelo GT no relatório final aprovado pelo Conselho de Defesa dos Direitos da Pessoa Humana (CDDPH). O documento foi debatido e avaliado em reunião ordinária do Conselho, ligado à Secretaria de Direitos Humanos da Presidência da República (SDH/PR), realizada nesta terça-feira (11), em Brasília (DF).

Para confecção do relatório, o grupo considerou o período de 2009 a fevereiro de 2014, no qual foram constatadas 321 violações de direitos de comunicadores, sendo 18 homicídios. O relatório recomenda que o Observatório seja estruturado em um tripé, envolvendo as seguintes ações: unidade de recebimento e monitoramento de denúncias de violações; criação de um sistema de indicadores; e formulação de um mecanismo de proteção dos profissionais de comunicação, a partir das experiências já em curso no âmbito da Secretaria de Direitos Humanos da Presidência da República.

A ministra Maria do Rosário, da SDH/PR, considerou inaceitáveis quaisquer tipos de censura ou violência contra os profissionais de comunicação. Rosário ainda destacou o caráter inovador do futuro observatório e o acompanhamento das Organizações das Nações Unidas (ONU) para formulação dessa iniciativa. O Ministério da Justiça (MJ) deve editar, em breve, uma diretriz para todas as polícias determinando que não podem ser apreendidos os equipamentos de trabalho dos profissionais de comunicação. Isso inclui câmeras fotográficas, gravadores, telefones, cartões de memórias, entre outros.

Clique aqui e confira o resumo do relatório final do GT Direitos Humanos dos Profissionais de Comunicação no Brasil. A íntegra do documento será publicada em breve.

Informações da Associação Brasileira de Imprensa (ABI), Agência Brasil e G1.

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Novos assassinatos de jornalistas alertam entidades sobre a impunidade

Os casos de assassinatos impunes de jornalistas e de outros profissionais de veículos de comunicação continuam a ser o fato mais grave no cenário da liberdade de expressão no Brasil, com dois novos casos registrados na semana passada. Os assassinatos do jornalista Pedro Palma, no interior do Rio de Janeiro, e do radialista Edilson Dias Lopes, no Espírito Santo, reforçou a sensação de insegurança entre os profissionais de comunicação e levou entidades de classe a cobrar o esclarecimento dos fatos.

Jornalista Pedro Palma/ Foto: Pedro Paulo Braga Vizeu

Palma, 47 anos, foi morto a tiros na noite dessa quinta-feira (13), em Miguel Pereira, no centro-sul do Rio de Janeiro. Dono do jornal Panorama Regional, Palma foi alvejado em frente de sua casa por dois homens em uma moto. Moradores da cidade ouvidos pela Agência Brasil levantaram a hipótese de crime político, já que o jornalista era conhecido por denunciar irregularidades cometidas por figuras públicas.

Já o radialista Edilson Dias Lopes, de 35 anos, foi morto na noite de terça-feira (11), em Pinheiros, interior do Espírito Santo. Locutor da Rádio Comunitária Explosão Jovem FM, Ed Wilson, como era conhecido, também foi alvo de tiros disparados por duas pessoas que passaram em uma moto.

Radialista Edilson Lopes/ Foto: Reprodução

Embora as motivações dos crimes ainda estejam sendo investigadas, as mortes de Pedro Palma, no Rio de Janeiro, e de Edilson Dias Lopes, no Espírito Santo, foram  objeto de notas da Associação Brasileira de Emissoras de Rádio e Televisão (Abert), cobrando resposta para os assassinatos. A Associação Nacional de Jornais (ANJ) também repudiou o assassinato e exigiu investigações das autoridades de segurança.

A Sociedade Interamericana de Imprensa (SIP) expressou nesta sexta-feira a profunda repulsa pelo assassinato do jornalista brasileiro Pedro Palma. O presidente da Comissão de Liberdade de Imprensa e Informação – eixo de sustentação da SIP -, Claudio Paolillo, insistiu na urgência de o governo do estado e o federal adotem medidas para garantir a proteção dos jornalistas. A SIP tem defendido a aprovação de projetos de lei e emendas à Constituição para que os crimes contra jornalistas sejam transferidos à jurisdição federal, para dar maior eficiência e transparência na administração da justiça.

Violência não se restringe às manifestações

Um relatório entregue ao ministro da Justiça, José Eduardo Cardozo, na última terça-feira (11), por representantes das três principais entidades dos meios de comunicação – Associação Nacional de Jornais (ANJ), Abert e Associação Nacional de Editores de Revista (Aner) – lista seis homicídios de jornalistas ocorridos em 2013. Nenhum deles, contudo, ocorreu durante uma manifestação. Após receber o documento, o ministro anunciou a criação de um grupo de trabalho para discutir a instauração de uma política pública para proteção dos profissionais de comunicação.

Para o presidente da Federação Nacional dos Jornalistas (Fenaj), Celso Schröder, o problema da violência contra os profissionais não se restringe às manifestações, ainda que, desde junho do ano passado, quando multidões tomaram as ruas de várias cidades, o número de casos tenha aumentado.

“Precisamos de proteção, mas os jornalistas não estão pedindo ações restritivas das liberdades individuais. Estamos resistindo a essa provocação, pois achamos que não vai ser com leis repressoras, que restrinjam a liberdade de reunião e manifestação que vamos conseguir diminuir a hostilidade contra jornalistas. Pelo contrário. A tendência será isso desencadear ainda mais radicalismo”, acrescentou Schröder.

De acordo com documento da ANJ, Abert e Aner, os seis profissionais foram mortos entre 8 de janeiro e 15 de novembro de 2013. Em quase todas as ocorrências, os assassinos agiram em motocicletas. O corpo de Josvânio Lima, fotógrafo do blog Amarelinho10, foi encontrado em sua casa, em Presidente Tancredo Neves (BA), com dois tiros. Já o radialista e dono do portal Aroeirasonline, Rômulo Laurentino de Souza, 41 anos, foi assassinado em Aroeiras (PB), por dois homens em uma moto.

Em 14 de abril, o repórter fotográfico Walgney Assis Carvalho, 43 anos, foi morto a tiros em Coronel Fabriciano (MG). O assassino se aproximou do fotógrafo em uma moto e o acertou pelas costas. Carvalho foi morto pouco mais de um mês após seu colega de trabalho, o repórter policial e radialista Rodrigo Neto ter sido executado em Ipatinga (MG), quando saia de um restaurante.

A quinta vítima foi o radialista Mafaldo Bezerra Goes, 62 anos, assassinado em Jaguaribe (CE). Goes foi surpreendido por dois homens em uma moto quando ia de casa para a Rádio Jaguaribe. A vítima já havia comunicado à polícia que vinha sendo ameaçado de morte.

O primeiro jornalista a ser morto no ano passado, segundo a Abert, Aner e ANJ foi o radialista Renato Machado Gonçalves, 41 anos, assassinado em 8 de janeiro, em São João da Barra (RJ), baleado em frente à sua casa quando voltava da casa de parentes.

O relatório também destaca que, em 2013, foram registrados 175 atos de violência contra jornalistas e veículos de comunicação. Do total de atentados, agressões, ameaças, intimidações, detenções e censura judicial, 126 casos ocorreram durante protestos de rua.

Informações da Agência Brasil, G1 e Portal da Imprensa

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