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Mesa-redonda e lançamento de livro na UFRB abordam interfaces comunicacionais

Quais os conflitos e interesses na rotina produtiva jornalística? Como refletir sobre temas como preservação, regulamentação e degradação ambiental no jornalismo? De que maneira é possível pensar sobre a relação entre a comunicação, as novas tecnologias e a industrialização? Como a partir do conceito de memória é possível traçar um mapeamento da imprensa brasileira? São alguns questionamentos trazidos pelo livro “Interfaces comunicacionais”, uma coletânea de artigos que refletem a produção científica de 14 professores do curso de Comunicação da Universidade Federal do Recôncavo da Bahia (UFRB). A publicação será lançada no auditório do Centro de Artes, Humanidades e Letras (CAHL), em Cachoeira, Bahia, no próximo dia 23 de março.

livro-urfbO evento, que começará às 13h30, terá uma programação com mesa-redonda com os autores, seguida do lançamento do livro coletivo publicado pela Editora da UFRB. Serão lançadas mais duas obras: “As vestes da Boa Morte” (Editora UFRB), organizado professora do curso de Comunicação da UFRB, Renata Pitombo, Pós-doutora em sociologia pela Université René Descartes, Paris V-Sorbonne; e “Sem Devaneios: coletânea de artigos” (Editora JP Produções), escrito pela jornalista Cláudia Correia, que trabalha na Minerva Cachoeira e atua como professora do curso de Serviço Social da Universidade Católica.

O evento “Interfaces comunicacionais: mesa-redonda e lançamento de livros do curso de Comunicação” será uma atividade de extensão gratuita e aberta aos públicos do CAHL (estudantes de graduação, professores e servidores técnico-administrativos) e também à comunidade em geral. O lançamento dos livros será das 16 às 18 horas. Os valores das obras variam de R$ 15 a R$ 25,00.

*informações da UFRB

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Escândalo que envolve mulher do presidente mexicano provoca demissão de jornalista

De todos os países da América Latina que oferecem riscos e obstáculos para o exercício da profissão de jornalista, o México é o caso de maior gravidade. O número de profissionais mortos devido a denúncias feitas a líderes de cartéis ou políticos e empresários envolvidos com o narcotráfico é de 97, entre 2010 e 2015. Mas a pressão sobre a imprensa, que no interior é realizada de modo sangrento, na capital do país se exerce de modo mais engenhoso e político. Um desses movimentos causou a demissão da veterana jornalista Carmen Aristégui da rádio MVS, onde mantinha um programa diário de mais de quatro horas. A queda de braço entre a jornalista e a emissora foi acompanhada ao vivo pelos ouvintes.

Aristégui, 51, é a jornalista mais famosa do México, conhecida por seu trabalho como crítica do governo e possui também um programa de comentários de notícias da América Latina na rede CNN. Em 2014, foi eleita mulher mais poderosa do país pela “Forbes”. No entanto, o anúncio da demissão ocorre meses depois que ela e sua equipe trouxeram à tona um escândalo de possível tráfico de influência envolvendo o presidente mexicano, Enrique Peña Nieto, e sua mulher, a atriz Angélica Rivera. De acordo com as investigações, a primeira-dama mexicana comprou uma mansão luxuosa do grupo chinês Higa, que fazia parte do consórcio vencedor de uma licitação milionária para a construção de um trem de alta velocidade no país.

A denúncia, que afetou a imagem de Peña Nieto, desencadeou uma verdadeira novela em torno da chamada “Casa Blanca”. Um dos pontos altos foi o vídeo que a primeira-dama gravou em resposta à jornalista, no qual defendeu com evidente hipocrisia que a propriedade havia sido comprada com seu salário de atriz televisiva. Mas, logo o contrato foi anulado e Angélica colocou a casa à venda.

Liberdade de expressão

A declaração de que Aristegui e sua equipe fazem parte da recém-criada Méxicoleaks — uma plataforma web em que cidadãos podem denunciar de forma anônima e segura abusos e corrupções — teria sido o estopim da demissão, e põe em alerta a liberdade de expressão no país. Querendo se distanciar da Méxicoleaks, a MVS emitiu comunicado advertindo que não permitiria que seus profissionais usassem recursos técnicos ou financeiros para o projeto, e demitiu os repórteres Daniel Lizárraga e Irving Huerta — ambos da equipe de Aristegui — alegando que eles usaram a marca da rádio sem autorização. A jornalista então aproveitou o seu programa matinal ao vivo para defender a plataforma e a independência jornalística, além de exigir a recontratação dos dois funcionários. “Eles deveriam ser premiados, não mandados embora”, disse a jornalista em pronunciamento após a demissão. No entanto, anteontem a emissora decidiu demiti-la.

Na tarde de sua demissão, centenas de pessoas rodearam a sede da emissora com faixas que diziam: “Eu sou Carmen” e “Fora, Peña!”, enquanto uma campanha online arrecadou mais de 200 mil assinaturas pedindo sua reintegração. A jornalista vinha sendo uma das vozes mais engajadas em pedir justiça pelos 43 estudantes desaparecidos de Ayotzinapa. Aristégui disse que sua demissão era resultado do “vendaval autoritário” que julga estar por trás do silêncio dos meios de comunicação.

A demissão de Aristégui chega num momento em que o presidente Enrique Peña Nieto enfrenta uma queda de popularidade, hoje por volta dos 25%, devido à propaganda negativa do país no exterior por conta da violência e aos maus resultados na economia. Com a aproximação da eleição de meio de mandato, onde o PRI pode perder a maioria de apoio que hoje possui no Congresso, Peña Nieto e seus aliados tentam fazer com que o caso dos 43 estudantes desaparecidos ‘suma’ dos noticiários. Os grupos Azteca e Televisa têm pactos informais com o governo, para evitar veicular notícias negativas com relação à violência no país. Nesse sentido, Aristégui era uma espécie de voz solitária, junto a algumas publicações, como a revista “Proceso”, a expor casos de corrupção que envolvem esferas superiores, assim como o encobrimento de vários crimes cometidos pelo narcotráfico e por políticos envolvidos com o comércio ilegal de drogas.

*As informações são de Sylvia Colombo para a Folha de S. Paulo e de O Globo.

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Justiça concede liberdade a acusados de matar cinegrafista Santiago Andrade

Caio de Souza e Fábio Raposo, jovens de 23 anos acusados de matar o cinegrafista Santiago Andrade, em 6 de fevereiro de 2014, durante um protesto no Rio, não responderão mais pelo crime de homicídio doloso e o processo será devolvido a uma das varas criminais comuns da capital fluminense. O processo foi desclassificado pela 8ª Câmara Criminal do Rio, por dois votos a um a favor do habeas corpus da dupla, segundo defesa apresentada em recurso. A decisão, publicada no início da tarde desta quarta-feira, dia 18, significa que os desembargadores não classificam o crime como homicídio doloso e, por isso, os jovens não poderão ser julgados pelo Tribunal do Júri. Desse modo, o Ministério Público terá de oferecer uma nova denúncia, que não seja de homicídio doloso, para que os dois voltem à prisão.

Caio e Fábio, apontados como responsáveis pelo acionamento do artefato, foram presos no Complexo Penitenciário de Bangu 12 dias após o crime. Ambos respondiam por homicídio triplamente qualificado: motivo torpe, com uso de explosivo e mediante recurso que tornou impossível a defesa da vítima.

“Por unanimidade de votos, rejeitaram as preliminares arguidas e, no mérito, por maioria, deram provimento aos recursos defensivos para desclassificar as condutas dos recorrentes, determinando a soltura dos mesmos com aplicação das medidas cautelares elencadas no voto do eminente desembargador Gilmar Teixeira, designado para o acórdão, devendo os alvarás de soltura serem expedidos pelo juízo de primeiro grau”,  diz a decisão da 8ª Câmara Criminal.

Homicídio

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O fotógrafo Domingos Peixoto registrou o momento em que Santiago foi atingido

O repórter cinematográfico Santiago Andrade, da TV Bandeirantes, foi morto aos 49 anos, ao ser atingido na cabeça, no dia 6 de fevereiro último, por um artefato explosivo lançado por manifestantes (Caio de Souza e Fábio Raposo) durante um protesto contra o aumento das passagens de ônibus, que acontecia próximo ao terminal da Central do Brasil, no Centro do Rio.

Logo após ser ferido, Santiago foi socorrido por profissionais de imprensa, tendo sido submetido a uma neurocirurgia para estancar o sangramento e estabilizar a pressão intracraniana.  De acordo com o boletim médico, além de afundamento craniano, o cinegrafista perdeu parte da orelha esquerda durante a explosão. Quatro dias depois, em 10 de fevereiro, a Secretaria Municipal de Saúde do Rio de Janeiro anunciou a morte cerebral do câmera, que teve seus órgãos doados.

*Informações do Portal IMPRENSA e da Associação Brasileira de Imprensa (ABI).

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Associated Press usa computadores para escrever notícias esportivas

Uma das maiores agências de notícias do mundo, a Associated Press, fechou um acordo para desenvolver um programa que permitirá que reportagens esportivas sejam escritas por computadores, sem a necessidade do envolvimento de um jornalista. Os testes vão começar com os campeonatos universitários dos diversos esportes americanos e levantam críticas sobre a maneira como os conteúdos noticiosos são apurados e a forma de publicação no circuito digital, que deixam evidentes os desafios que o jornalismo enfrenta, com o advento da automação na produção de conteúdos jornalísticos. O acordo foi fechado na semana passada com a empresa Automated Insights e a AP garante que jornalistas não serão demitidos. Para a empresa que presta o serviço, as matérias escritas pelos robôs contém “bem menos erros” que aquelas produzidas por humanos.

Em seu comunicado, a agência insiste que se trata de ampliar a cobertura para jogos e eventos que, até agora, não estavam sendo cobertos. Beisebol, basquete, divisões inferiores de futebol e vários outros campeonatos universitários passarão a ser seguidos por esses “jornalistas” nos próximos dois anos. Criada em 1846, a AP garante que está “explorando outras soluções tecnológicas” e recentemente contratou um editor dedicado exclusivamente a isso.

Leia também: Robôs que produzem notícias impõem novos desafios ao jornalismo

Para que as reportagens sejam escritas, os sistemas vão usar os dados que os torneios e associações esportivas forneçam de forma instantânea sobre cada jogo, como passes, gols, faltas, cartões e substituições. Nos últimos anos, as estatísticas fornecidas e organizadas por ligas nacionais têm alimentado a transmissão das televisões e dos meios de comunicação. Agora, elas poderão ser a base de matérias inteiras.

“Nosso objetivo é ter histórias ao vivo geradas automaticamente quando um jogo termina”, declarou o editor-gerente da AP, Lou Ferrara. O sistema começará a vigorar a partir de abril. “Essa nova parceria vai permitir à AP cobrir mais esportes universitários que possam ser de interesse de nossas audiências”, declarou Barry Bedlan, representante de Esportes da AP. “Isso vai significar milhares de histórias extras na agência. Cada cidade com algum tipo de esporte universitário passará a ser coberta”, garantiu.

Automação

A introdução de robôs nas redações norte-americanas começou de forma limitada, mas constante. Essa não é a primeira vez que um acordo dessa natureza é fechado pela AP. Em julho do ano passado, a agência fechou um acordo com a mesma empresa para produzir matérias a partir dos relatórios financeiros de empresas. Por conta desse acordo, a AP conseguiria passar de 300 reportagens para 3 mil a cada trimestre, envolvendo os resultados financeiros. Muitas delas sem qualquer envolvimento de um jornalista. Há poucas semanas, minutos depois de a Apple tornar público seu resultado financeiro, a AP já estava publicando a matéria com as principais conclusões. No lugar do nome do jornalista, porém, apenas a frase: “Essa história foi gerada pela Automated Insights usando dados da Zacks Investment Research”.

*Informações de Jamil Chade (de Genebra para o Estadão) e do Portal IMPRENSA.

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