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Exposição reverencia memória do jornalista Jorge Calmon

A Associação Bahiana de Imprensa (ABI) e a Assembleia Legislativa do Estado da Bahia reverenciam a memória do jornalista Jorge Calmon, falecido em 2006, nesta segunda-feira (13/03), às 11h30, na exposição fotográfica que será inaugurada no Saguão Josaphat Marinho. A curadoria da mostra é do veterano fotógrafo Valter Lessa, autor das imagens que selecionou em seu acervo particular.

O presidente do Legislativo, deputado Angelo Coronel, salientou a importância da marca de Jorge Calmon na vida da Bahia, homem de múltiplos talentos e impressionante cultura que foi professor, acadêmico, político e ocupou cargos de relevo como de secretário de Justiça e Interior, deputado estadual por dois mandatos, comandante do jornal A Tarde, “o maior do Norte e Nordeste” por mais de 50 anos. “Personalidade indelével, presente em todas as ações culturais, filantrópicas e cívicas de nossa terra no século passado”, frisou.

O presidente da ABI, Walter Pinheiro, explica que esta iniciativa marca o início das comemorações do transcurso dos 70 anos da Assembleia Constituinte de 1947, que teve Jorge Calmon como um de seus destacados integrantes, entre os 59 deputados constituintes, que representaram seis legendas: UDN, PSD, PTB, PR, PCB e PRP.

O trabalho organizado por Valter Lessa já havia sido exposto em 2015, na sede da ABI, no bojo das comemorações do centenário de nascimento de Jorge Calmon. São 20 imagens, flagrantes da atividade do jornalista em companhia de familiares, autoridades e amigos. A Assembleia Legislativa homenageou o “doutor Jorge”, como ele era tratado por amigos e colaboradores, com uma sessão especial referente ao centenário de nascimento, ocasião em que foi inaugurada placa, denominando como “auditório Jornalista Jorge Calmon” ao moderno e bem equipado equipamento localizado no primeiro andar do prédio anexo, senador Jutahy Magalhães.

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IGHB celebra os 170 anos do nascimento do poeta Castro Alves

Os 170 anos do nascimento do poeta Castro Alves serão comemorados no Instituto Geográfico e Histórico da Bahia (IGHB), em uma tarde literária, nesta terça (14 de março). Marcará a abertura do encontro, às 14h, uma conferência do escritor e empresário Joaci Góes, diretor do IGHB e membro da Academia de Letras da Bahia, que considera Castro Alves “o maior poeta de língua portuguesa de todos os tempos”.

O encontro ainda terá a exibição do documentário “14 de março: nasce um grito de liberdade”, de Carlos Pronzato, além de recitação de poesias, distribuição de livros e apresentação musical. A entrada é gratuita e não precisa de inscrição prévia.

No acervo do Instituto o público poderá conferir quadros da família do poeta, além de fotografias da fazenda Cabaceiras, onde nasceu Castro Alves, e manuscritos de poesias.
O IGHB é uma das 15 instituições apoiadas pelo programa de Ações Continuadas, iniciativa da Secretaria de Cultura do Estado, através do Fundo de Cultura.

Nenhum poeta pode rivalizar com ele no ritmo alucinante e na riqueza vocabular dos seus versos. Em sua poesia amorosa, Castro Alves valorizou a sensualidade e o erotismo, as paixões tórridas, a melancolia e não raro o tédio, ao tempo em que flertava com a morte, ora atraindo-a, ora a repudiando com veemência.

Com Castro Alves, a poesia romântica no Brasil, a um só tempo, evoluiu, amadureceu, alcançou a plenitude e morreu. Antes dele, a poesia romântica pecava pelo excesso de idealização do amor e do patriotismo ufanista. Elegante, pálido, olhos grandes e vivazes, voz poderosa, cabeleira basta e negra, bigodes bem cuidados, sua personalidade arrebatadora se impunha à admiração dos homens e à paixão das mulheres, como foi descrito pelos seus vários biógrafos, dentre os quais Xavier Marques, Afrânio Peixoto, Pedro Calmon e Jorge Amado, meio a uma das mais vastas bibliografias existentes sobre um autor de língua portuguesa. Os brasileiros, em geral, e os baianos, em particular, precisam conhecer mais e melhor a imorredoura obra de Castro Alves.

SERVIÇO
14 de março, às 14h – Homenagem ao poeta Castro Alves
IGHB – Avenida Joana Angélica, 43 – Piedade
71 3329 4463
www.ighb.org.br
Assessoria: 71 999745858

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8 de março: Mulheres avançam nas redações de jornais

Um dado que vem chamando a atenção nas redações de jornais e sites do Brasil refere-se ao aumento de mulheres em postos de comando. Um relatório de 2015 do Projeto Global de Monitoramento da Mídia (Global Media Monitoring Project, em inglês) registra que o número de mulheres jornalistas em redações tem aumentado não só no Brasil mas também na América Latina. O levantamento revela que as mulheres correspondiam a 47% dos repórteres em meios impressos, 36% dos radialistas e 50% dos repórteres de TV.

O estudo registra que, enquanto os jornalistas homens são mais valorizados por sua experiência profissional, as mulheres são mais valorizadas por sua idade: 43% das repórteres têm entre 19 e 34 anos, enquanto apenas 14% dos repórteres correspondem a essa faixa etária; e 53% dos jornalistas homens têm entre 35 e 49 anos, enquanto apenas 33% das jornalistas estão nessa faixa etária.

A jornalista e escritora Regina Helena de Paiva Ramos, 86 anos, lembra que, quando começou a carreira, há 50 anos, não sofreu grandes descriminações, mas viu muitas colegas de trabalho passarem por situações constrangedoras, onde se menosprezava a capacidade intelectual feminina. Ela destaca a dedicação feminina para o estudo. “Somos ótimas pesquisadoras”, atesta.

Segundo pesquisas, empregadores de todo o mundo investem nos valores femininos por conta da facilidade em aceitar o desenvolvimento de trabalhos em equipe, o poder de convencimento levando a credibilidade de suas ideias, sem necessidade de autoritarismo, trabalho em forma de cooperativismo deixando de lado a competição, sem limites de cargos e salários, o que prejudica a produtividade de qualquer trabalhador.

Ronaldo Mendes, Gestor em Recursos Humanos, acrescenta que as mulheres se preocupam mais com sua formação profissional do que a maioria dos homens, por isso se destacam mais por sua diversidade e processos multifuncionais. O gestor ressalta que não existe mais no jornalismo, assim como em várias profissões, a famosa guerra de sexos. “As redações têm registrado uma grande oportunidade de evolução e ocupação das mulheres”, analisa.

Em parceria com a Gênero e Número, a Associação Brasileira de Jornalismo Investigativo (Abraji) prepara uma pesquisa inédita sobre desigualdade de gênero no jornalismo. O levantamento, que será divulgado em junho durante o 12º Congresso Internacional de Jornalismo Investigativo, reunirá dados sobre o perfil das mulheres nas redações brasileiras, incluindo as que trabalham em veículos independentes.

Jornalista era chamada de “atrevida” na década de 50

A jornalista e escritora Regina Helena de Paiva Ramos, 86 anos, começou a trabalhar na década de 50. Havia aproximadamente 30 mulheres nas redações no estado de São Paulo. Quando Regina escreveu seu livro “Mulheres Jornalistas: A Grande Invasão”, há cinco anos, as mulheres já ocupavam mais de 50% desses postos de trabalho.

A autora conta que ser repórter, naquele tempo, não era uma profissão “muito comum para uma mocinha”. Essas mulheres eram consideradas “atrevidas”. Segundo ela, apesar de não ter sofrido grandes descriminações, viu muitas colegas de trabalho passarem por situações constrangedoras, onde se menosprezava a capacidade intelectual feminina. O jornalista Hermínio Cachetta, diretor de O Tempo, foi o responsável pela entrada de muitas mulheres nas redações em São Paulo.

“Ele me “discriminava” com um certo paternalismo”, uma proteção diferenciada. Mas muitas mulheres devem passavam por situações de constrangimento que não se comentava na época, hoje o chamado assédio. Eu sequer tinha a noção de que era uma pioneira”.

Uma das primeiras repórteres da Última Hora, Sonia Nemberg entrou no jornalismo através do diploma. Para a jornalista as mulheres entraram na profissão pela sua competência. “É uma profissão difícil porque trabalhamos com o tempo. Muitas vezes precisamos fechar uma edição e não conseguimos os depoimentos. Temos que cobrir enchentes, desabamentos, tragédias, e também lindas histórias é um desgaste mental e emocional grande, um exercício de confronto com a realidade. E a mulher lida bem com essas dificuldades”. Outra razão, segundo Sônia, é a dedicação feminina para o estudo: “Somos ótimas pesquisadoras pois nos dedicamos muito e somos muito intuitivas. Acho que quando as mulheres têm oportunidade elas se destacam”.

Sônia lembra que as mulheres entraram no jornalismo para trabalhar por salários mais baixos, e o os homens saíram por conta da precarização da profissão, e que no futuro esse número de mulheres na profissão vai aumentar pois é maior a quantidade de universitárias em relação aos universitários no seguimento profissional. Apesar de toda a emancipação feminina, Sônia alerta que o Brasil ainda é um país muito machista e que a violência contra a mulher é um fenômeno muito grande apesar de todo o trabalho da mídia no sentido de combater a violência contra a mulher.

Diretora de redação do jornal “Valor Econômico”, Vera Brandimarte afirmou que as mulheres são maioria nas redações de jornalismo econômico, uma tradição que começou a se formar nos anos 70. “Nos anos 90, as mulheres já dominavam as posições de editoras de economia. No “Valor”, tem oito mulheres editoras e quatro homens. Não é uma questão de preferência, mas de mérito”. Vera lembrou que em outras áreas a dificuldade de ascensão da mulher é mais difícil, como o setor bancário e o de engenharias. Ela lembrou que, fora das redações, ainda persiste um desequilíbrio entre as atividades delegadas às mulheres e aos homens, como nas questões domésticas e na criação dos filhos.

*Matéria de Cláudia Sanches e Edir Lima para a Associação Brasileira de Imprensa (ABI)

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ABI repudia ataque a repórter no interior de SP

A Associação Brasileira de Imprensa (ABI) divulgou na manhã desta segunda-feira (6) uma nota em que repudia o atentando ao carro de um jornalista do Diário da Região, da cidade de São José do Rio Preto, localizada no interior de São Paulo. O repórter Rodrigo Lima, da editoria de política, teve o carro incendiado de forma criminosa, a poucos metros da redação do jornal. Lima, que trabalha no veículo há 17 anos e já revelou uma série de escândalos envolvendo políticos e agentes públicos de Rio Preto e região, classificou o ataque como ato contra a liberdade de imprensa. À polícia, ele afirmou que recebeu ameaças anônimas anteriormente e que acredita ser alvo de represália. Inquérito vai apurar se o crime tem relação com reportagens publicadas pelo Diário.

cidades_Carro_01O crime foi testemunhado por uma funcionária do jornal e ocorreu por voltas das 17h15 do último dia 3. O carro, um Astra, estava estacionado na avenida João Batista Vetorazzo, no Distrito Industrial, ao lado da Redação. As labaredas foram contidas pelos próprios funcionários do jornal que usaram extintores de incêndio e até uma mangueira. Minutos antes, a funcionária viu um homem, de pele morena, magro e cabelo curto descer de um carro prata que estava estacionado mais à frente do estacionamento. O homem se aproximou do carro, agachou-se, jogou objeto em chamas perto da roda dianteira e saiu correndo. O carro prata que o esperava e onde estaria uma outra pessoa, saiu em alta velocidade.

Confira a nota da Associação Brasileira de Imprensa:

“Atos dessa natureza são inaceitáveis em um regime democrático. A ABI entende que ameaças a profissionais da imprensa representam também uma afronta à liberdade de expressão e ao livre exercício da informação assegurados pela Constituição, disse o presidente da entidade Domingos Meirelles” A ABI espera que os responsáveis pelo crime sejam identificados pelas autoridades e punidos com os rigores da lei, para que episódios dessa natureza não voltem a se repetir.

O boletim de ocorrência foi registrado na noite desta sexta-feira como crime de incêndio, previsto no artigo 250 do Código Penal e que prevê prisão de até seis anos em caso de condenação. O delegado Hélio Fernandes dos Reis apreendeu o galão e a tampa (que estava perto do carro). Havia ainda gasolina no galão. Na polícia, Rodrigo Lima disse que já recebeu ameaças anônimas anteriormente e que acredita ser alvo de represália. Inquérito vai apurar se o crime tem relação com reportagens publicadas pelo Diário.

Um dos pontos partida da investigação são imagens das câmeras do sistema de vigilância do jornal, que já estão com a polícia. “Não foi um ato contra mim, mas contra a liberdade de imprensa em que todos os meios de comunicação acabam atingidos. É uma tentativa clara de intimidação que em nenhum momento vai surtir efeito. Eu e todos jornalistas do Diário cumprimos nosso papel perante a sociedade, que é de informar o que acontece na política de Rio Preto. Espero que a polícia consiga descobrir o autor e o mandante.

Esse ato de covardia não pode ficar impune”, afirmou ele. O editor-chefe do Diário, Milton Rodrigues, também repudiou o ataque. “As circunstâncias deixam muito claro que foi um episódio criminoso. Não podemos tirar conclusões precipitadas, mas é interessante observar que o responsável pelo ataque escolheu justamente o carro do jornalista que vem fazendo muitas matérias investigativas da editoria de política.”

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