A Federação Nacional dos Jornalistas (FENAJ) colocou à disposição dos profissionais de imprensa brasileiros, o Guia de Proteção a Jornalistas na Cobertura Eleitoral, uma publicação digital com orientações de segurança para profissionais da mídia na cobertura das eleições deste ano. Preparado pela Secretaria de Saúde e Segurança da Federação, tendo como base o manual publicado pelo Sindicato dos Jornalistas de São Paulo, a publicação reúne medidas de proteção para jornalistas. As orientações incluem preparação da pauta, uso de equipamentos de segurança, prevenção e resposta a ataques virtuais, entre outros pontos.
Além da polarização acentuada que vem se verificando no período pré-eleitoral, a iniciativa foi motivada pelos altos índices de ataques contra profissionais de imprensa registrados pela Federação nos últimos anos: 428 em 2020 e 430 em 2021.
O guia salienta a importância de registrar oficialmente as agressões, destacando que se trata da única maneira de responsabilizar os autores por meio da documentação das agressões, “e dar mais elementos garantia do direito ao trabalho dos profissionais de imprensa”, destaca o manual.
Entre os tópicos escolhidos na publicação estão a cobertura de comício ou manifestação com dicas sobre o que deve conter a pauta e o que se deve levar para a rua; os tipos de ataques virtuais e as medidas que devem ser adotadas pelos jornalistas frente a qualquer tipo de agressão.
A FENAJ e outras organizações em defesa da liberdade de imprensa encaminharam recentemente uma carta-compromisso aos presidenciáveis para o período eleitoral. O documento inclui medidas para proteger a atividade jornalística e os profissionais. “Esse é mais um instrumento utilizado pela Federação em um esforço para tentar coibir as tentativas de intimidação”, explica a publicação.
Na manhã desta terça-feira (13), a jornalista e escritora Letícia Dornelles, presidente da Fundação Casa de Rui Barbosa (FCRB), visitou o Museu Casa de Ruy Barbosa, no Centro Histórico de Salvador (BA). A gestora foi recebida na sede da Associação Bahiana de Imprensa pelo vice-presidente da ABI, Luís Guilherme Pontes Tavares, e pelo diretor do Departamento Casa de Rui Barbosa, Jorge Ramos. A visita também contou com a bibliotecária da Fundação, Luziana Lessa, e os advogados Ricardo Nogueira e Lucas Castelo Branco, representando o Instituto dos Advogados da Bahia (IAB). Na tarde de hoje, às 16h, Letícia Dornelles ministrará a palestra “Ruy Barbosa e a Corte de Haia”, no Museu de Arte da Bahia (MAB).
Gaúcha de Uruguaiana, além de novelista, Letícia Dornelles é jornalista, apresentadora com passagens pelas principais emissoras do país. Assumiu em 2019 a presidência da Fundação Casa de Rui Barbosa, instituição que, assim como o Museu Casa de Ruy Barbosa, na Bahia, reúne documentos que reconstituem importantes transformações socioculturais do Brasil. Em entrevista à ABI, Dornelles destaca o legado do ilustre jurista baiano, semelhanças entre os espaços culturais e a necessidade de preservação da memória nacional.
Depois de conhecer o Museu Casa de Ruy Barbosa, qual a sua impressão sobre acervo sob a guarda da ABI?
Eu fico impressionada com a qualidade dos documentos que a ABI possui. Algumas cidades brasileiras têm ilustres pensadores e não preservam sua memória. A Bahia honra os seus nativos, os seus ilustres personagens e isso é importantíssimo para a memória do Brasil. Um país sem memória é um país invisível. Um povo precisa preservar seus documentos importantes para que as futuras gerações saibam de sua história por quem a escreveu.
Quais os paralelos possíveis entre os acervos da Fundação Casa de Rui Barbosa e o nosso Museu Casa de Ruy Barbosa?
A Fundação Casa de Rui Barbosa tem uma estrutura grande porque tem recursos, e a casa onde Ruy nasceu tem um outro tipo de preservação. O aspecto físico do ambiente está necessitando de reformas, mas o que se encontra dentro é a alma de Ruy Barbosa, é o espírito dele, é a vivência dele na infância, são as memórias de uma família que criou um grande brasileiro, que aos cinco anos já era tido por seu professor como um gênio. Um casa que preserva essa aura da família já vale por si só uma visita.
Enquanto jornalista e dramaturga, a senhora tem uma relação de mais de 30 anos com os setores cultural e artístico. Como se sentiu ao ter contato com esse acervo?
Emocionante, porque eu sempre peço permissão a seu Ruy, quando eu entro na Fundação. Eu respeito o lugar onde ele trabalhou, viveu e foi feliz. Quando eu entrei na casa onde Ruy nasceu, o sentimento que eu tive foi quase como se eu estivesse visto a criança bricando naqueles corredores e já pensando no seu futuro. Com certeza, uma criança brilhante como Ruy Barbosa conseguia visualizar o que seria no futuro. Ele era uma pessoa inspiradora.
Qual o principal legado do jurista e sua importância nos dias atuais?
Eu não dato Ruy Barbosa, ele é um homem atemporal. Qualquer tempo pode se servir da obra dele, do pensamento ruyano, não só para trabalhar, mas para viver. Ele ensina como um grande personagem pode conduzir sua vida com ética, com dignidade, com respeito aos direitos humanos e à justica. Ele lutava pela liberdade não apenas das nações, mas das pessoas. Era um abolicionista. Ele respeitava a dignidade humana. Hoje, nós precisamos muito dessa solidariedade, generosidade, de um olhar carinhoso e afetuoso para o povo. E Ruy tinha isso. Ruy Barbosa não é um baiano. A gente roubou ele, viu? Ele é carioca, ele é brasileiro integral, ele é um cidadão do mundo.
Entidades baianas, num movimento iniciado pela ABI, estão unidas para celebrar o centenário de falecimento de Ruy, em 2023. No entanto, diversas iniciativas esbarram na falta de recursos e incentivo, principalmente por parte do poder público. Como a senhora avalia esse descaso com a memória?
Uma vergonha. Um país que tem Ruy Barbosa deveria honrá-lo diariamente. As pessoas, às vezes, citam Barbosa por uma frase que tiram do Google. Ruy Barbosa não é Google, ele é um pensador. Ele pensava o país. Quando ele caminhava pelos jardins de sua casa, estava pensando num país melhor para nossas crianças, nossas mulheres, para os negros do Brasil, para todos aqueles que se sentiam excluídos da socidade.
O que representa a sua visita à casa onde Ruy Barbosa nasceu?
É uma honra. Acho que devemos sempre trabalhar em parceria. Há algum tempo venho a Salvador por causa de Ruy Barbosa. Em 2019, nos 170 anos de seu nascimento, fizemos um evento, em associação com o Tribunal da Justiça, com o Fórum Ruy Barbosa. Enviamos acervos de Ruy para uma grande exposição que ficou exposta durante um tempo. Uma vez conhecendo Ruy a gente se apaixona de tal maneira que não pensa em outra coisa. Essa ligação da casa onde ele trabalhou durante grande parte de sua vida, escreveu a primeira Constituição da era republicana, está intimamente ligada à casa de Salvador, onde ele nasceu e vivem os 16 primeiros anos de vida. Eu cheguei a sentir o cheiro do bolo que a mãe de Ruy fazia quando entrei na casa onde ele nasceu. É lindo, poético e é de coração.
O que a Fundação tem feito para disseminar a importância de Ruy?
Eu consegui levar uma exposição sobre Ruy Barbosa à ONU, em Nova York. Meu trabalho foi destaque lá. Fizemos 10 painéis com a vida e a obra de Ruy Barbosa, um discurso para 200 delegados, conseguimos traduzir nos seis idipmas da ONU a obra principal de Ruy, que é a Oração aos Moços. Levamos Ruy ao mundo mais uma vez. Porque ele é conhecido. A gente precisa estar sempre relembrando, trazendo à tona aqueles que estão um pouco submersos, porque, às vezes, a gente vê tantas pessoas medíocres com visibilidade, e um brasileiro como Ruy Barbosa não é citado nos livros de História, nas escolas. Para se ter uma ideia: na casa dele, a cadeira principal da mesa era da mulher. Ele honrava as mulheres, num tempo em que as mulheres não tinham direito a voto. Com isso, você vê o grande ser humano que ele era.
Sua palestra desta tarde é sobre a participação de Ruy na Corte de Haia, na Conferência da Paz.Qual a sua leitura acerca do discurso do jurista na ocasião?
Quando ele foi à II Conferência de Haia, na Holanda, em 1907, ele deu voz às nações que não tinham voz, que não tinham representatividade. Ele entrou como um coadjuvante e saiu de lá como o ‘Águia de Haia’, como protagonista. Ele hoje provavelmente seria um dos homens mais respeitados do mundo, uma pessoa ouvida pelos grandes líderes da humanidade. Ele pensava em semear o país para o futuro. Tanto que em sua casa, no Rio, ele plantou uma lichia, que demora às vezes um século para nascer e dar frutos. Ele não colheu esses frutos. É o maior sinal de generosidade, porque ele sabia que no futuro alguém ia provar daquela lichia. Ruy semeou cultura, semeou justiça e igualdade social e direitos humanos, que nós colhemos ao longo dos anos.
A 'Sweet Home' de Ruy Barbosa, em Petrópolis | Foto: Luis Guilherme Pontes Tavares
Luis Guilherme Pontes Tavares*
A família de Maria Augusta (1855-1948) e Ruy Barbosa (1849-1923) usufruiu do chalé ajardinado na Rua Ipiranga, 405, em Petrópolis, durante 10 anos, desde 1913 até o falecimento, ali, do ilustre baiano em 01 de março de 1923. Ele se referia à essa casa da serra fluminense como sua Sweet Home. Nos últimos dias da vida de Ruy Barbosa, ele estava tomado de preocupações com a Bahia, como veremos mais adiante.
O imóvel de Petrópolis foi vendido pela viúva de Ruy Barbosa pouco tempo após a morte dele e o adquirente foi o político e diplomata mineiro Miguel Gastão da Cunha (1863-1927), que faleceu poucos anos depois. O imóvel permanece com os descendentes dele, que o preservam com rigor. O imóvel de Petrópolis é, portanto, particular, não é tombado e não está aberto para a visitação pública.
Ainda da década de 1920, parte do mobiliário do chalé de Petrópolis foi adquirido (a cama do casal e as cadeiras de couro da biblioteca) pelo Governo Federal e transferido para o museu, na Vila Maria Augusta, na capital do Rio de Janeiro, onde se reverencia, desde a década de 1930, a memória de Ruy Barbosa. Alguns móveis da residência da serra fluminense foram doados ao Museu Casa de Ruy Barbosa, em Salvador. Tão logo a ABI restaure o imóvel e reabra o equipamento, que está sendo requalificado pelo designer gaúcho Gringo Cardia, será possível contemplar mesa, cadeiras e cristaleiras.
Ruy Barbosa e família, quando adquiriram o imóvel ajardinado da Rua Ipiranga, tinham passado férias naquela cidade em outros imóveis alugados no centro; um, na Rua Paulo Barbosa, e o outros na Praça da Liberdade, logradouro que receberia o nome de Ruy Barbosa após a morte do saudoso jornalista, jurista, diplomata e político baiano. Antes de adotarem Petrópolis, a família frequentava Nova Friburgo, outro destino disputado da serra fluminense.
Conforme o jornalista, bibliotecário e professor José Kopke Fróes (1902-1992), o texto “Petrópolis e Rui Barbosa” (v. II, Anais do Congresso Brasileiro de Froes Língua Vernácula (Rio de Janeiro: Casa de Rui Barbosa, 1957. p. 133-137), “a partir e do ano de 1900, [a família de Ruy Barbosa] preferiu sempre Petrópolis, talvez por ser mais próxima da Capital da República”.
A BAHIA ATÉ O FIM
Placa interna
O livro Museu Casa de Rui Barbosa (Rio de Janeiro: Banco Safra, 2013), que trata dos imóveis, plantas, objetos e personagens da Vila Maria Augusta, em Botafogo, no Rio de Janeiro, registra na página 27 do capítulo “Cronologia” que Ruy Barbosa, em 11 de janeiro de 1923, redigiu, em Petrópolis, um ‘Manifesto à Bahia”. Já estava, então, enfrentando o agravamento dos problemas de saúde que se instalaram desde a juventude. A mesma página 27 informa que em 27 de fevereiro do mesmo ano (1923), Ruy “é vítima de paralisia bulbar.” Resiste mais dois dias e falece no entardecer de 1º de março.
No mesmo livro, no capítulo “Cenas do cotidiano na Vila Maria Augusta” (p. 43-55), as pesquisadoras Maria Augusta Jurema Secker e Rejane M. Moreira de Magalhães informam:
“Em agosto de 1922, no Rio de Janeiro, Rui adoeceu gravemente com edema pulmonar, agravado por sintomas de uremia. Seus médicos proibiram-no de qualquer leitura e esforço físico e, apesar de reagir milagrosamente, seu organismo ficou debilitado. Mesmo assim, em 10 de janeiro de 1923, após ter adiado a viagem por três vezes, foi veranear em Petrópolis. Retomou aos poucos seus hábitos de leitura e de passeios pelo jardim. No dia 27 de fevereiro desse ano, contrariado com os rumos da política baiana, discursou durante horas, numa reunião em sua casa. Ao concluir, sentiu um aperto doloroso na garganta, chamou imediatamente seu médico em Petrópolis, dr. Edgar Correia de Lemos, que o
examinou e achou seu estado gravíssimo. No dia seguinte, dr. Edgar, o dr. Luis Barbosa, médico da família no Rio, e dr. Modesto Guimarães confirmaram o diagnóstico: paralisia bulbar. No dia 1º de março, não apresentando melhoras, foi chamado do Rio o otorrinolaringologista João Marinho, que nada pode fazer.”
As autoras agregaram o trecho da nota 34 de Rui Barbosa (ensaio biográfico), do jornalista Fernando Néri, livro publicado em 1932: “Todo esse dia, Rui passou mal, falando com muita dificuldade, coordenando mal as expressões, quando lhe faziam algumas perguntas. À 1 hora da tarde, dirigindo-se ao dr. Lemos, disse Rui: ‘Doutor, não há mais nada a fazer’. Entre as 3 e 4 horas, teve esta exclamação: ‘Meu Deus! Tende compaixão de meus padecimentos!’” As autoras acrescentam: “Frei Celso, da ordem dos Franciscanos, de Petrópolis, foi chamado para ministrar os sacramentos da confissão e extrema-unção. Nesse mesmo dia, quinta-feira, morreu Rui Barbosa às 20h25.”
CAMINHAMOS PELO JARDIM
Tivemos sorte quando visitamos o chalé ajardinado da Avenida Ipiranga, 405, em Petrópolis, no final da manhã de 17 de junho passado. O empresário Geovane Reis da Cunha, bisneto de Miguel Gastão da Cunha, retornava do supermercado e foi gentil quando nos permitiu ingressar, com ele, no jardim. O privilégio nos permitiu algumas fotos da casa e da placa intramuros. Não ingressamos na casa porque ocorria, na ocasião, cerimônia fúnebre em torno das cinzas de parente recém-falecido.
Quando Ruy Barbosa adquiriu a casa, em outubro de 1913, pagou 60:000$000 Rs (sessenta contos de Réis), conforme a pesquisadora Rejane Magalhães registra na página 12 de seu livro Rui Barbosa na Vila Maria Augusta (Rio de Janeiro: FCRB, 2013). Desconheço ainda quanto foi que o comprador pagou à dona Maria Augusta e filhos pelo imóvel, mas constatei que tudo está em boas condições e, na ocasião, havia sinais de que o chalé estava recebendo cuidados externos de conservação. É bom lembrar que o político Miguel Gastão da Cunha foi o representante do Brasil na Liga das Nações e era amigo pessoal de Ruy Barbosa. Os descendentes, portanto, mantêm o zelo com o bem que encerra lembranças da família.
Sweet Home fica no centro de Petrópolis e dista cerca de um quilômetro do Museu Imperial. O chalé ajardinado na Ipiranga 405 tem duas placas de identificação na parte externa, uma das quais, de 1999, comemorativa dos 150 anos de nascimento de Ruy Barbosa. A outra placa, de fundo carmim, informa que o imóvel foi construído no final do século XIX e que Ruy Barbosa, ali, cultivava rosas e escreveu livros, dentre os quais Oração aos Moços, cuja primeira edição é de 1921.
Enfim, mesmo que seja pelo lado de fora, visitem a casa de Ruy em Petrópolis.
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*Jornalista, produtor editorial e professor universitário. É 1º vice-presidente da ABI. [email protected]
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No dia 14 de setembro, o auditório da Associação Bahiana de Imprensa (ABI) vai receber o Madrigal da UFBA, um dos grupos musicais mais antigos no país com atividade ininterrupta. Sob regência do maestro Rafael Garbuio e direção artística do maestro José Maurício Brandão, a apresentação acontece às 19h e traz no programa obras como “Suíte Nordestina”, de Ronaldo Miranda, e “Vamus Aloanda”, de Camargo Guarnieri. Essa é a quinta noite de concerto desta temporada da Série Lunar, projeto criado pela ABI em parceria com a Escola de Música da UFBA (EMUS), que segue até dezembro.
O Madrigal da UFBA é um grupo vocal profissional fundado em 1954, que constitui um importante núcleo de extensão, veículo de comunicação cultural entre a universidade e a comunidade. “É importante ter esse espaço na sede da Associação Bahiana de Imprensa, é uma chance de levar nosso trabalho para fora do espaço da universidade, conversar com outros públicos”, comenta Garbuio. Em mais de seis décadas, o grupo tem realizado inúmeros concertos, participando das montagens de grandes obras do repertório erudito mundial. Participou de importantes eventos e tem realizado inúmeros concertos em diferentes ambientes – teatros, praças públicas, parques, igrejas, escolas etc., apresentando-se com fins beneficentes em hospitais, orfanatos, asilos e abrilhantando, ao longo da sua trajetória, congressos, simpósios, seminários, datas cívicas e religiosas.
“Esse concerto na ABI é muito especial para nós, porque vai ser a primeira vez que voltamos ao palco, de forma completa, desde o início da pandemia”, afirma Rafael Garbuio. Segundo ele, o Madrigal já cantou muito este ano, mas sempre fazendo participações em outros eventos. Para a Série Lunar, o grupo escolheu dois repertórios contrastantes. “Toda a primeira parte será dedicada à música sacra do Renascimento. Vamos trabalhar com dois compositores, o italiano Palestrina e o espanhol Tomás Luis de Victoria, contemporâneos e que desenvolveram um tipo de escrita vocal muito técnica, perfeita, resultando em uma música expressiva”, explica o maestro.
De acordo com Garbuio, o repertório remonta à origem da prática coral como concebemos hoje. Por isso, é valioso para um grupo como o Madrigal, que não tem a participação de instrumentos. Já na segunda parte, o conjunto prestará uma homenagem à prática coral brasileira, com obras de compositores nacionais, da segunda metade do século XX. “São músicas com uma escrita original para coro e muito original da nossa cultura”, observa.
Singularidade – Em seu grande acervo, de importância cultural e histórica, o Madrigal tem obras que provavelmente não poderão ser encontradas em outros locais, visto que existem inúmeros manuscritos originais e arranjos dedicados exclusivamente ao grupo, incluindo várias estreias mundiais, além das primeiras execuções modernas de peças históricas recuperadas. Desde a sua fundação, foram realizadas mais de 3 mil apresentações, sendo dirigido por inúmeros maestros. Além da rotina de concertos, o Madrigal atende aos alunos dos cursos de Composição, executando as suas peças, de Regência e Canto, possibilitando-lhes aprimoramento e prática musical indispensáveis à formação do músico.
As apresentações anteriores da Série Lunar 2022 contaram com o violonista clássico Mario Ulloa, o Quinteto de Sopros da UFBA, o Duo Sá-Cramento e o Duo Tota e Teca. O ciclo segue trazendo grupos da EMUS/UFBA até dezembro, sempre nas noites de lua cheia, com o objetivo de que os convidados possam desfrutar da magnífica vista do oitavo andar no prédio da ABI.
“É maravilhoso termos pela segunda vez em nossa casa o Madrigal da UFBA, que tem uma história brilhante, não apenas aqui na Bahia como em outros estado e no exterior. O grupo é sempre uma atração, por sua alegria, bom gosto e vozes primorosas. Estamos apostando em mais um sucesso de público”, destaca Amália Casal, diretora da ABI e coordenadora da Série Lunar 2022.
Programação Série Lunar 2022:
18/05 – Mario Ulloa ✔
15/06 – Quinteto de Sopros da UFBA ✔
13/07 – Duo Sá-Cramento ✔
17/08 – Duo Tota e Teca (especial 92 anos da ABI) ✔
14/09 – Madrigal da UFBA
11/10 – Duo Cello e Violão (Suzana Kato e Diego Esteves)
09/11 – Orquestra de Violões da UFBA
07/12 – Concerto de Natal
SERVIÇO
Série Lunar – Temporada 2022 Apresenta: Madrigal da UFBA Quando: 14 de setembro (quarta-feira), às 19h Onde: Sede da ABI (Rua Guedes de Brito, 1 – Praça da Sé | Edifício Ranulfo Oliveira, 8º andar, Auditório Samuel Celestino