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Desembargador suspende censura contra a Folha

O desembargador Arnoldo Camanho de Assis, do Tribunal de Justiça do Distrito Federal, aceitou recurso do jornal Folha de S. Paulo e suspendeu nesta quarta (15) os efeitos de uma liminar que proibia o veículo de publicar informações sobre chantagem praticada por um hacker contra a primeira-dama, Marcela Temer.

limiA liminar havia sido concedida na sexta (10) pelo juiz Hilmar Raposo Filho, da 21ª Vara Cível de Brasília, a pedido do subchefe para Assuntos Jurídicos da Presidência da República, Gustavo Vale do Rocha, em nome da primeira-dama. Rocha alegou violação da intimidade de Marcela.(…)

Na sua decisão, o desembargador afirma que a liminar contra o jornal “está a padecer de aparente inconstitucionalidade, já que violadora de liberdade que se constitui em verdadeiro pilar do Estado democrático de Direito”.

“Não há, pois, como consentir com a possibilidade de algum órgão estatal –o Poder Judiciário, por exemplo– estabelecer, aprioristicamente, o que deva e o que não deva ser publicado na imprensa”, afirma no despacho.

“Não há qualquer notícia, nas razões do recurso, de que a atividade jornalística da parte agravante [a Folha] seja pautada por uma linha editorial irresponsável ou abusiva, potencialmente violadora da intimidade de alguém, muito menos, no caso concreto, da autora-agravada ou de seu marido, o Excelentíssimo Presidente da República”, escreveu o desembargador.

Entenda – Um áudio usado pelo hacker Silvonei Souza para tentar extorquir dinheiro da primeira-dama, em abril do ano passado, jogaria o nome do então vice-presidente, Michel Temer, “na lama”, segundo o criminoso, que cumpre pena em Tremembé (SP) depois de ter sido condenado em outubro a 5 anos e 10 meses de prisão.

O áudio era uma mensagem de voz de WhatsApp enviada por ela ao irmão, Karlo Augusto Araújo. De acordo com o hacker, Marcela afirma que Temer teria “um marqueteiro que faz a parte baixo nível” para ele. A Folha apurou que se trata de Arlon Viana, assessor do presidente.

A rapidez no esclarecimento do crime de chantagem e extorsão contra Marcela Temer é fruto do trabalho de pelo menos 33 agentes, numa força-tarefa comandada pelo então secretário de Segurança Pública, Alexandre de Moraes. Com o avanço da investigação, Moraes foi empossado no Ministério da Justiça e, em seguida, indicado pelo presidente Temer ao Supremo Tribunal Federal (STF).

*As informações são da Folha de S.Paulo

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Cibercriminosos usam e-mails para ter acesso a jornalistas latinos

Um grupo de cibercriminosos tem usado Trojans (Cavalos de Tróia) para ter acesso a políticos, jornalistas e figuras públicas em diversos países da América do Sul, segundo apontamento feito por investigadores do Citizen Lab da Munk  School of Global Affairs, da Universidade de Toronto. De acordo com os estudiosos, o grupo criminoso, que foi apelidado de “Packrat”, usa e-mails fraudados com temas políticos para distribuir RATs (sigla em inglês para “Trojans”) e obter acesso às contas das vítimas. Os pesquisadores ainda apontaram que os cibercriminosos têm interesse em grupos políticos e pessoas influentes em países como Argentina, Equador e Venezuela. No Brasil, há evidencias de entradas entre 2008 e 2013.

Entre algumas das vítimas que tiveram seus nomes divulgados estão o jornalista Jorge Lanata, o promotor Alberto Nisman e Maximo Kirchner, filho dos ex-presidentes da Argentina Néstor Kirchner e Cristina Kirchner, todos argentinos. “Acreditamos que o destinatário final das informações coletadas pelo Packrat provavelmente seja um ou mais governos da região”, apontaram os pesquisadores.

“O Packrat destaca a extensão que campanhas de ataque podem rodar usando técnicas limitadas e muito criativas. De uma perspectiva técnica, eles dependem quase inteiramente de RATs novos para evitar a detecção antivírus. Eles se sobressaem é no tempo e esforço gastos para criar detalhadas e convincentes organizações falsas para alimentar seu malware”, descreveu um dos investigadores.

*informações do Portal IMPRENSA

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