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Bahia é o terceiro estado com mais censura nas Eleições 2016

Juízes acataram mais da metade dos pedidos de políticos. Redes sociais foram os principais alvos

O projeto “Ctrl-X”, da Associação Brasileira de Jornalismo Investigativo (Abraji), divulgou dados nada animadores para a Bahia. A plataforma, que mapeia pedidos de retirada de conteúdo da internet, revelou que, durante o período eleitoral de 2016, 71% dos processos foram deferidos no estado. Entre as unidades federativas com mais de 10 ações, Ceará ficou com o primeiro lugar (76% dos casos), seguido pelo Espírito Santo (75%). Cerca de 3 em cada 4 processos movidos por políticos contra empresas de mídia pedindo retirada de notícias, comentários ou outras informações do ar são direcionados a duas redes sociais: Facebook e Twitter.

Dos 592 processos movidos nas eleições de 2016 por políticos pedindo a supressão da divulgação de alguma informação, 55% (326) foram concedidos pelos juízes. Isso corresponde ao número de vezes que os magistrados ordenaram a retirada de algum site do ar ou o recolhimento de algum jornal. Se forem incluídas na conta também as ações pedindo retirada de conteúdo do Ministério Público Eleitoral, foram 606 processos, com 342 (56%) decisões favoráveis.

O foco dos processos em redes sociais acompanha tendência verificada por uma pesquisa do Ibope, que mostra que 51% dos eleitores brasileiros recebeu informações sobre política pelo Facebook, Twitter ou WhatsApp um ano antes das eleições. O levantamento afirma que 56% dos eleitores que receberam as mensagens mudaram para pior a imagem quem fazem de políticos, um dos motivadores dos pedidos de remoção de conteúdo. As queixas mais comuns dos políticos nas ações catalogadas pelo “Ctrl+X” são violação à legislação eleitoral (dois terços dos casos) e difamação (metade dos processos).

Censura prévia

Com dados desde as eleições de 2002, o levantamento identificou 144 processos pedindo censura prévia. São ações nas quais, além de requerer a retirada de algum tipo de conteúdo da internet, os candidatos pedem à Justiça que o jornalista/blogueiro ou empresa de mídia se abstenha de publicar no futuro algum tipo de conteúdo relacionado ao político.

Esse tipo de pedido cresceu de forma acelerada nos últimos pleitos. Nas eleições de 2012, só 5% dos processos pedindo retirada de conteúdo embutiam censura prévia. Em 2014, esse número passou a 15%. Nestas eleições, até agora, um em cada 4 processos (25%) pedindo retirada de conteúdo do ar também pedem censura prévia.

A tabela com todos os pedidos de censura prévia catalogados até agora pode ser baixada neste link. Para obter mais informações sobre esses processos, navegue pela plataforma Ctrl+X e acesse o twitter do projeto.

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Juiz de SP manda quebrar sigilo telefônico de jornalista

A Justiça de São Paulo determinou a quebra de sigilo telefônico da jornalista Andreza Matais, que não é suspeita de qualquer crime. O objetivo é descobrir a fonte de uma série de reportagens de sua autoria, publicada em 2012 pela Folha de S.PauloOs textos apontavam que uma sindicância foi aberta pelo Banco do Brasil para apurar uma movimentação atípica de R$ 1 milhão em benefício do ex-vice-presidente Allan Toledo. Em 2015, ele foi preso, acusado de participar de esquema de evasão de divisas e lavagem de dinheiro.

O juiz Rubens Pedreiro Lopes, do Departamento de Inquéritos Policiais, sustentou que a quebra de sigilo era “indispensável para o prosseguimento das investigações”, abertas a pedido do ex-vice-presidente do BB. No despacho sobre o processo movido por Allan Simões Toledo, citado na reportagem, o juiz informa que atendeu a provocação do delegado da Polícia Civil de São Paulo, Rui Ferraz Fontes. A promotora Mônica Magarinos Torralbo Gimenez concordou com a medida abusiva e flagrantemente inconstitucional. Antes disso, outros três integrantes do Ministério Público já haviam opinado contra a solicitação em três ocasiões.

Leia também: Justiça condena à prisão jornalista que denunciou crimes ambientais em Salvador

A defesa pediu a reconsideração da decisão, por considerá-la inconstitucional, além de decorrente de um equívoco no processo. “Jamais se pode quebrar o sigilo telefônico de um jornalista, porque se coloca em risco o sigilo da fonte e da liberdade de imprensa”, disse Philippe Nascimento, do escritório Dias e Carvalho Filho Advogados, que representa a jornalista a pedido da Folha.

O equívoco, ele afirmou, decorre do fato de não ter sido pleiteado acesso a conversas de Matais, entre fevereiro e março de 2012, mas sim de outra pessoa envolvida nas investigações. A jornalista, hoje editora da “Coluna do Estadão”, de notas políticas, não se manifestou no processo para preservar o sigilo da fonte, direito garantido pela Constituição.

Fonte: Folha de S.Paulo e Diário do Poder

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Imprensa internacional repercute acidente com o avião da Chapecoense

As principais manchetes da imprensa internacional destacaram, na manhã desta terça (29), a queda do avião com a delegação do time de futebol Chapecoense, de Santa Catarina. O acidente aéreo matou mais de 70 pessoas, entre elas jornalistas esportivos brasileiros e jogadores, que disputariam a final da Copa Sul-Americana contra o clube colombiano Atlético Nacional. A aeronave foi encontrada em uma região montanhosa de difícil acesso de Cerro Gordo, a 30 quilômetros do aeroporto de Medellín, na Colômbia. A pior tragédia da história do futebol brasileiro comoveu o mundo e desencadeou manifestações de pesar nas redes sociais.

Cerca de 90 trabalhadores de serviços de emergência trabalharam no local e conseguiram resgatar 6 sobreviventes. Segundo comunicado da Aeronáutica Civil Colombiana, os sobreviventes são os jogadores Alan Ruschel, Neto e Follmann, o jornalista Rafael Henzel, o técnico da aeronave Erwin Tumiri e a comissária de bordo Ximena Suarez. O goleiro Danilo também tinha sido resgatado com vida, mas morreu no hospital.

O voo que levava 81 pessoas (72 passageiros e 9 tripulantes) partiu de Santa Cruz de la Sierra, na Bolívia, porque a operação dele a partir do Brasil havia sido proibida pela Agência Nacional de Aviação Civil (ANAC). Em nota, a agência afirmou que a Lamia solicitou autorização de voo para o transporte do time para partir para a Colômbia na segunda-feira. “O pedido foi negado com base no Código Brasileiro de Aeronáutica (CBAer) e na Convenção de Chicago, que trata dos acordos de serviços aéreos entre os países. O acordo com a Bolívia, país originário da companhia aérea Lamia, não prevê operações como a solicitada”, destacou a nota.

Cobertura

Os principais jornais, canais de televisão e de rádio da Colômbia estão com foco total na cobertura do acidente. O maior jornal da Colômbia, o El Espectador, informava sobre a suspeita de que o acidente teria sido causado por uma pane seca no avião. O portal de notícias colombiano Mi Oriente publicou em seu perfil na rede social Twitter um vídeo do momento do resgate do sexto sobrevivente, o jogador brasileiro Neto.

Segundo o jornal britânico The Guardian, que faz uma cobertura ao vivo do acidente, uma equipe da Agência Britânica de Investigação de Acidentes Aéreos será enviada para a Colômbia para colaborar com as investigações. O veículo também destaca que a polícia trabalha com a possibilidade de falha elétrica no avião, após a informação de que um alerta de emergência foi emitido ao aeroporto de Medellín.

A tragédia que ocorreu nesta madrugada também aparecia na página principal no site do jornal The Times, com foco para os seis sobreviventes do acidente. Nos Estados Unidos, emissoras de rádio e televisão informaram que o avião vinha da Bolívia para o aeroporto de Medellín, na Colômbia. O acidente ganhou espaço na página principal do jornal The New York Times.

O espanhol El País dá grande espaço na sua página principal para a cobertura do acidente. Entre as manchetes estava o nome do jogador Cléber Santana, que jogou pelo clube espanhol Atlético de Madrid e que não sobreviveu. O jornal também publicou uma reportagem sobre o time catarinense, classificando-o como “um clube humilde que disputaria sua primeira final internacional”.

Na Argentina, o Clarín faz uma grande cobertura do caso e publicou uma galeria de imagens do acidente. O jornal também cita o jogador Alejandro Martinuccio, o único argentino do time, que não embarcou no voo por conta de uma lesão. O jornal esportivo Olé também fala sobre o caso de Martinuccio e traz um perfil da Chapecoense, que eliminou nas fases anteriores do campeonato sul-americano dois clubes argentinos.

E até o jornal japonês The Japan News coloca a tragédia como destaque principal do seu site, deixando de lado as notícias regionais de que a presidente sul-coreana, Park Geun-hye, deve renunciar ao cargo.

*Informações da EXAME e do G1.

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Programa de Treinamento em Jornalismo da Folha inscreve até o dia 30

As inscrições para o Programa de Treinamento em Jornalismo Diário de 2017, da Folha de S.Paulo, seguem abertas até o dia 30 de novembro. O jornal selecionará até 15 trainees por turma. Os candidatos podem ser estudantes ou formados em qualquer área, não necessariamente em Jornalismo.

O processo seletivo é dividido em duas fases. Primeiro, os candidatos fazem uma prova online, com questões de português, inglês e conhecimentos gerais. Os mais bem classificados são convocados para atividades na sede do veículo, que oferece estadia em hotel para os candidatos de fora de São Paulo.
Ao longo do programa, os participantes terão aulas de direito, história, economia e língua portuguesa, também participam de atividades na Redação e produzem um projeto final. A iniciativa, que não é remunerada, trata-se de um curso de formação jornalística promovido pela Folha. Para participar, os candidatos devem preencher o cadastro disponível no site do Treinamento.
Veja aqui o projeto final da 60ª turma do treinamento, publicado em junho deste ano.
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