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Há 207 anos, surgia o primeiro jornal impresso em solo brasileiro

Há mais de 200 anos a Gazeta do Rio de Janeiro teve seu primeiro exemplar reproduzido no papel. O lançamento da Gazeta marcou o início da imprensa em nosso país, isso porque antes da chegada da família real ao Brasil, toda a atividade da imprensa era proibida. Mesmo sendo um órgão oficial do governo português, em seu início o periódico era editado sob a censura prévia.

gazeta do povo - edição 1Publicado duas vezes por semana, o impresso era dirigido pelo Frei Tibúrcio José da Rocha. Em 29 de dezembro de 1821, passou a ser chamado simplesmente de Gazeta do Rio. E depois da independência deixou de circular, sendo substituída pelo Diário Fluminense e posteriormente pelo Diário do Governo.

É bom lembrar que antes da circulação da Gazeta do Rio de Janeiro, o brasileiro Hipólito José da Costa, exilado em Londres, lançou o Jornal Correio Braziliense, em 1º de junho de 1808. Era o primeiro jornal brasileiro produzido fora do país. Editado mensalmente, o jornal era impresso em Londres e trazido clandestinamente para o Brasil através de viagens de navio – uma operação que demorava quase um mês.

Apesar de a publicação do Correio Braziliense ser anterior à da Gazeta, o Dia Nacional da Imprensa foi comemorado até 1999 em dez de setembro. No ano 2000, a comemoração passou a ser em primeiro de junho, por uma lei criada pelo deputado Nelson Marchezan e sancionada pelo governo de Fernando Henrique Cardoso.

*Informações de Emílio Coutinho (Casa dos Focas) e Emanuelle Bezerra (Opinião & Notícia)

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Jornal publica páginas sem fotos como protesto à crítica por imagem de criança síria

O jornal Bild, da Alemanha, não publicou imagens em sua versão impressa desta terça-feira (8/9), numa medida de confronto em torno das recentes críticas que recebeu após a publicação da imagem de Aylan Kurdi, garoto sírio encontrado morto em Bodrum, na Turquia. De acordo com o The Drum, o jornal justificou sua ação defendendo a importância da fotografia como ferramenta de ilustração do jornalismo. A foto da criança foi registrada no último dia 2/9 e divulgada pela agência de notícias turca DHA. Em poucos minutos, a imagem viralizou nas mídias sociais e ganhou repercussão, no momento em que a Europa discute como lidar com o que considera o maior fluxo de refugiados desde a Segunda Guerra.

“Queremos mostrar a importância das fotos dentro do jornalismo e que vale a pena lutar todos os dias para fazê-las da melhor forma possível”, diz a manchete de capa do periódico. O Bild também ressaltou a importância das imagens como forma de “sensibilizar as pessoas sobre o que acontece ao redor do mundo, em especial a situação dos refugiados sírios na Europa”.

Leia também: Foto de criança síria afogada na Turquia choca o mundo

No Brasil, um dos alvos de críticas foi o UOL, que defendeu em um editorial a publicação da imagem na primeira página do site. O texto pondera sobre a decisão de estampar as fotos chocantes e mostra que a discussão sobre os critérios de publicação de fotos sensíveis não é simples. “Nossos usuários deveriam, sem qualquer aviso prévio, ser impactados pela foto? Nós entendemos que sim”.

O site de notícias argumenta que “imagens influenciam o curso da história e cita o exemplo da foto da menina vietnamita correndo nua, em 1972 -após o lançamento de bombas incendiárias perto de Trang Bàng – que fortaleceu o movimento antiguerra. “Provavelmente seremos acusados de sensacionalismo e de busca por audiência fácil. Mas o jornalismo existe para informar. E palavras não descreveriam com a força necessária a dimensão da tragédia em curso na Europa e Oriente Médio”.

“Infeliz coincidência”

le mondeOKO jornal francês Le Monde publicou nesta sexta-feira (4/9), em seu site, uma ratificação oficial a respeito de um erro na diagramação de sua versão impressa que fez a imagem do menino sírio morto na região de Bodrum, na Turquia, ficar em contraste com uma publicidade alocada na página cinco. No texto, o jornal pediu desculpas pela “imagem ter soado involuntariamente como o drama” vivido por Aylan Kurdi, de três anos. “Nós não percebemos esta infeliz coincidência. Lamentamos a impressão ruim que ela possa ter causado e pedimos desculpas a todos os nossos leitores”.

Na redes sociais, usuários manifestaram descontentamento com a falha cometida pelo Le Monde. “Esta coincidência incrível e indesejada representa a dicotomia entre a Europa e os refugiados”, disse um deles. “Coincidência ou alegria discreta?”, questionou outro internauta.

Em um texto publicado ontem (8) pelo Observatório da Imprensa, o jornalista Luiz Felipe dos Santos afirma que o exemplo de Aylan Kurdi “mostra que, definitivamente, estamos longe do fim do jornalismo; estamos, porém, bem perto do fim de uma ideia sobre o jornalismo. A ideia do jornalismo como agente neutro que cumpre a função de informar a sociedade se degrada; a ideia do jornalismo como agente público que orienta a sociedade sobre dinâmicas políticas e de comunicação se reforça”.

*Informações do Portal IMPRENSA, Uol e Observatório da Imprensa

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Jornalistas presos na Turquia estão em presídio de segurança máxima

Há novos sinais de preocupação com a liberdade de imprensa na Turquia, que aparece sistematicamente em lugares destacados nos rankings dos “inimigos” da informação livre. O chefe de programação para a Europa da Vice News, Kevin Sutcliffe, divulgou nesta quarta-feira (2/9) que os jornalistas britânicos Jake Hanharan e Philip Pendlebury, o repórter Ismael Mohammed Rasool e um tradutor iraquiano presos desde o dia 21/8 na Turquia foram encaminhados a um presídio de segurança máxima, distante cerca de cinco horas do tribunal onde seriam julgados por “participar de atividades terroristas” do autoproclamado Estado Islâmico.

Segundo a Vice News, os quatro profissionais, presos na cidade de Diyarbakir, foram encaminhados a um local distante de onde a representação legal dos jornalistas e do motorista está baseada, ação que impossibilita uma agilidade no processo de soltura dos trabalhadores. O veículo ainda apontou a decisão do governo turco como uma possível “obstrução do processo legal de defesa de seus funcionários”. Em comunicado oficial, Sutcliffe condenou a detenção dos jornalistas. “A Vice News condena as tentativas do governo turco de silenciar nossos repórteres que foram oferecer uma cobertura de interesse público sobre a região. Vamos continuar trabalhando ao lado das autoridades para agilizar a liberação de nossos três colegas”, disse o representante do site noticioso com sede nos Estados Unidos.

A Anistia Internacional apelou à libertação “imediata” dos jornalistas britânicos e do tradutor e qualificou as acusações de “escandalosas e bizarras”. “É um novo exemplo do modo como as autoridades turcas suprimem as informações que as embaraçam”, disse Andrew Gardner, investigador da organização especializado em assuntos da Turquia. Já a União Europeia manifestou-se “preocupada” com as detenções dos jornalistas da Vice News e com o raide policial. “Todos os países que negociam uma adesão à UE devem garantir o respeito pelos direitos humanos, incluindo a liberdade de expressão”, disse Maja Kocijancic, porta-voz para os Assuntos Externos.

Os casos ocorrem num momento tenso, depois de terem recomeçado confrontos entre forças de segurança e rebeldes do Partido dos Trabalhadores do Curdistão (PKK) e a dois meses de eleições em que Erdogan aposta em recuperar a maioria absoluta perdida em Junho pelo seu partido, o AKP. Os adversários do Presidente acusam-no de alimentar uma “atmosfera de medo” para mobilizar o eleitorado nacionalista. Informações recolhidas pela AFP indicam que a polícia prendeu os jornalistas e confiscou as imagens que tinham registado depois de ter sido informada da sua presença na região, onde as forças de segurança se confrontam com o PKK.

Na manhã de terça-feira (1º), em Ancara, a polícia fez buscas em instalações de 23 empresas de um grupo crítico do regime islamo-conservador do Presidente Recep Tayyip Erdogan – o Koza Ipek, que tem interesses desde a energia aos media e está ligado ao imã Fethullah Gülen, antigo aliado e hoje acérrimo adversário de Erdogan, auto-exilado nos Estados Unidos, defensor da modernização do islão e do diálogo inter-religioso.

*Com informações do Portal IMPRENSA e do Público (pt).

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“Não acredito em sociedade sem jornalismo”, diz Mauri König

A importância da reportagem na sobrevivência do jornalismo foi o tema do debate da segunda edição do “Em Pauta ZH”, uma série de eventos que o Grupo RBS promove para discutir temas relacionados à profissão. Convidado para a exposição jornalística desta edição, Mauri König, repórter investigativo e um dos mais premiados do Brasil, relembrou suas grandes reportagens, abordou momentos perigosos de sua carreira e comentou sobre a crise no mercado. Para ele, não há sociedade sem jornalismo. “Não preciso nem dizer o quanto a imprensa foi importante para o Brasil nas últimas décadas. O jornalismo tem de ser aquilo que importa para as pessoas. Quero que aquilo que escrevo provoque uma mudança”, explicou.

O repórter paraense reiterou a importância do processo de apuração. “Prefiro ter o trabalho dobrado para checar tudo. Não faço ideia de quantas vezes leio minhas reportagens. Muitas vezes deixei de publicar para evitar erros. Prefiro ser ameaçado do que ser acionado judicialmente pelo erro”, completou. Entre as reportagens que marcaram sua carreira, König relembrou a denúncia de adolescentes para o serviço militar no Paraguai. Após a revelação disso, ele e sua família sofreram ameaças. Em outra ocasião, König foi espancado.

Mauri König, que trabalhou por quase 13 anos no jornal Gazeta do Povo, foi demitido junto com dez jornalistas no início deste mês. O jornal justifica as demissões em razão da crise que afeta Brasil e o mercado de comunicação. Houve readequação de operações, equipes e projetos. Há algumas semanas, a empresa havia demitido três jornalistas e fechado postos de trabalho. “Apesar da crise, o impresso ainda está vivo. Nunca se leu tanto jornal. Por mais crise que se tenha, não vejo um jornal recusando uma boa pauta”, defende o jornalista, que recebeu o Prêmio Internacional de Liberdade de Imprensa do Comitê de Proteção aos Jornalistas, de Nova York, e o Cabot Prize da Columbia University, além de dois Essos.

 *Informações do Zero Hora 

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