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Radialista é morto a tiros ao sair de emissora no interior do Ceará

Um radialista que trabalhava há 15 anos na Rádio Sul Cearense AM foi assassinado à bala na tarde desta segunda-feira (30) em Brejo Santo, no interior do Ceará. Segundo o G1, Patrício Oliveira saía de motocicleta da emissora, no centro da cidade, quando foi surpreendido por dois homens em uma moto, que dispararam e fugiram. De acordo com a Polícia Militar, pelo menos dois disparos atingiram a vítima, que foi levada ao hospital, mas não resistiu aos ferimentos. A morte do comunicador chocou a cidade de Brejo Santo. “Uma ouvinte da rádio, que mora perto do local onde o crime ocorreu, telefonou pra emissora pra avisar sobre o que havia acontecido. A cidade inteira está sem acreditar”, disse a diretora da rádio Sul Cearense, Anadeis Nunes.

A polícia desconhece a causa do crime, mas descarta a possibilidade de latrocínio, já que os pertences da vítima não foram roubados. Para reforçar a busca pelos suspeitos, a Polícia Militar da cidade recebe a ajuda de agentes de outras cidades. Os policiais já têm a identidade dos suspeitos e não descarta a relação do homicídio com o trabalho do radialista. A Polícia Civil vai investigar se o crime tem relação com as críticas que o radialista fazia em seu programa. Até a tarde desta segunda-feira, ninguém havia sido preso.

De acordo com o Diário do Nordeste, há alguns dias, o comunicador revelou a policiais que vinha sendo ameaçado, por meio de ligações telefônicas, por pessoas supostamente envolvidas em ações delituosas e que já tinham sido citadas por ele durante as participações que fazia na emissora em que trabalhava. A polícia, no entanto, alega ser precipitado afirmar que o crime poderia ter sido ocasionado pelos autores das supostas ameaças.

Profissão perigo

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O ex-prefeito da cidade paraguaia de Ypehú, Vilmar Acosta Marques – Foto: Reprodução

É cada vez mais comum usar o “coronelismo” como o gargalo no pluralismo e na independência da imprensa. Os muitos casos de violência contra comunicadores evidenciam um jornalismo à mercê dos ajustes de contas políticas e que em algumas ocasiões são mortais. Quando as ordens de censura a mídias de comunicação e jornalistas não saturam os tribunais – atendendo a petições de políticos que se aproveitam da complacência da justiça – as questões são resolvidas na bala. Um desses crimes silenciou o jornalista paraguaio Pablo Medina, em outubro de 2014. O ex-prefeito da cidade paraguaia de Ypehú, Vilmar Acosta Marques, é apontado como o mandante intelectual do assassinato do comunicador, que investigava as ligações do então prefeito com o crime organizado e o narcotráfico na região.

“Neneco”, como é conhecido, foi encontrado pela Polícia Federal no Mato Grosso do Sul, no início de março. Nesta segunda-feira (30/3), o governo do Paraguai anunciou que encaminhou às autoridades brasileiras o pedido de extradição do ex-prefeito. Segundo a Reuters, o pedido de quase 300 páginas foi apresentado ao subsecretário-geral brasileiro Carlos Alberto Simas Magalhães, que se comprometeu a acelerar o trâmite. Não há prazo para que o governo do Brasil responda à solicitação.

*Informações do G1, Portal IMPRENSA e Diário do Nordeste.

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ABI BAHIANA Notícias

ABI repudia agressão à equipe da TV Oeste na paralisação de caminhoneiros

greve caminhoneiros-fotos-reproduçãoA Associação Bahiana Imprensa (ABI) repudia as agressões sofridas pela equipe de reportagem da TV Oeste, afiliada da Rede Bahia, durante cobertura da paralisação dos caminhoneiros, em Luiz Eduardo Magalhães, na BR 242, saída para a cidade de Barreiras. Na manhã da última sexta-feira (27), os jornalistas foram xingados pelos manifestantes, o carro de reportagem teve os pneus furados e o repórter Muller Nunes foi agredido por um caminhoneiro. Ao registrar as imagens da paralisação, o cinegrafista Fernando Correia também foi ameaçado pelos manifestantes. Com as câmaras de ar cortadas, o carro da equipe precisou ser transportado por um guincho para que os profissionais pudessem voltar à redação.

O presidente da ABI, Walter Pinheiro, se manifestou sobre o fato e considera imprescindível a apuração dos fatos e a punição dos responsáveis por esse ato que atenta contra a liberdade de imprensa, tentando impedir que profissionais da comunicação atuem na cobertura de fatos de interesse da sociedade.

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Chefe de Gabinete argentino rasga páginas do Clarín diante da imprensa

DEU NA EFE – O chefe de Gabinete do Executivo da Argentina, Jorge Capitanich, rasgou em pedaços nesta segunda-feira (2) duas páginas do jornal “Clarín” durante uma entrevista coletiva, na qual denunciou um “confronto político” de “meios opositores” contra o governo, após a justiça argentina ter desmentido recentemente uma notícia do jornal sobre a presidente Cristina Kirchner. Capitanich rasgou as páginas com uma matéria sobre a suposta existência de um esboço de denúncia do promotor Alberto Nisman, morto em circunstâncias não esclarecidas, no qual ele solicitaria a prisão de Cristina Kirchner por suposto acobertamento de acusados iranianos pelo atentado de 1994 contra a associação judia Amia.

Segundo o Clarín, a minuta da denúncia, com várias linhas riscadas, teria sido encontrada na lata de lixo da casa do promotor após sua morte, com um disparo na cabeça, em 18 de janeiro, e incorporada aos autos da investigação. A informação do Clarín foi desmentida horas depois pelo juiz do caso, Ariel Lijo. O magistrado esclareceu que as rasuras foram realizadas pelo próprio juiz e que na denúncia de Nisman não consta “nenhum pedido substancial em relação aos supostos acusados”.

Leia também: Jornalista que denunciou morte de Nisman deixa a Argentina por medo de morrer

Após rasgar as páginas do jornal, o chefe de Gabinete denunciou “um confronto político urdido nos meios opositores” e advertiu que em 2015 “isto vai ser assim, vai ser uma dinâmica muito ativa neste ano eleitoral”.

Alberto Nisman morreu em circunstâncias ainda não esclarecidas na véspera de apresentar no Congresso detalhes de sua denúncia contra a presidente argentina e vários de seus colaboradores. Segundo Nisman, a denúncia se baseia em evidências reunidas mediante escutas telefônicas sobre as manobras do governo argentino para “livrar de toda suspeita os acusados iranianos” e “fabricar a inocência do Irã” no atentado contra a Amia, que deixou 85 mortos.

Confira o vídeo abaixo:


Chefe de Gabinete argentino rasga páginas do… por thevideos11

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ABI BAHIANA Notícias

ABI repudia mortes de jornalistas e atentado à liberdade de expressão

Associação Bahiana de Imprensa (ABI) se junta às demais entidades de defesa da liberdade de expressão e da liberdade de imprensa para repudiar o ataque, na manhã desta quarta-feira (07), à sede do jornal francês Charlie Hebdo, que deixou pelo menos 12 mortos, dos quais oito eram jornalistas – incluindo-se quatro chargistas – e o editor da publicação satírica, Stephane Charbonnier, conhecido como Charb. O escritório do jornal já havia sido alvo de um ataque com bomba em 2011, após a publicação uma caricatura do profeta Maomé, o que irritou a comunidade muçulmana.

Para Walter Pinheiro, presidente da Associação Bahiana de Imprensa (ABI), “merece veemente condenação o ataque terrorista à revista Charlie Hebdo, em Paris, vitimando jornalistas e policiais franceses. Mais emblemático ainda, que tão sanguinária ação tenha ocorrido na capital da Nação que é consagrada como ‘o berço da democracia’. Não bastassem os 60 jornalistas mortos em 2014 no mundo, o ano novo já se inicia com esta barbárie que atinge a todos que militam na imprensa, claramente tipificada como uma inominada ameaça à liberdade de expressão, que coloca de luto os povos civilizados”.

Segundo uma testemunha, por volta das 11h da manhã (horário local), três homens encapuzados saíram de um carro preto estacionado na porta do prédio onde fica a redação. Eles invadiram o local armados com fuzis kalashnikov e um lança-foguetes. De acordo com a televisão pública France Télévision, os profissionais da redação do Charlie Hebdo estavam participavam da reunião editorial semanal quando ocorreu o ataque. Wolinski tinha 80 anos e era considerado um mestre da charge. Jean Cabut, outra vítima, era bastante popular na França, com passagens pela TV. Ele foi um dos fundadores da publicação Hara-Kiri, nos anos 1960. Charb e Tinous fizeram sua fama dentro das páginas da Charlie Hebdo.

Protestos e repercussão

O ataque provocou uma onda de indignação na França e levou mais de 100.000 pessoas a se manifestar espontaneamente em todo o país para denunciar o terrorismo. O presidente francês, François Hollande, classificou o ataque como terrorista e aumentou o nível do alerta de segurança em Paris. Capas de jornais no mundo inteiro repercutem o caso e as redações dos meios de comunicação franceses guardaram um minuto de silêncio em lembrança das vítimas e em apoio à publicação.

A Associação Americana de Cartunistas de Imprensa também se manifestou: “O ataque horrível nos faz lembrar que a liberdade de expressão como cartunista não está garantida em muitas partes do mundo. ‘Charlie Hebdo’ também foi atacada em 2011 e continuou a publicar. A associação condena este ato revoltante de violência e está em luto”. O Sindicato dos Editores de Revistas da França disse que o ataque foi “hediondo”. “Independentemente dos autores e dos ‘motivos’, é um ataque intolerável à democracia e liberdade de expressão.

No Brasil, profissionais e entidades ligadas à imprensa e aos direitos humanos condenaram o ataque. Em nota oficial, o presidente da Associação Brasileira de Imprensa (ABI), Domingos Meirelles, também repudiou o episódio e classificou o ato terrorista contra jornalistas e órgãos de imprensa como “repulsivo e de inominável barbárie”, além de exigir rigor na apuração dos crimes e punição exemplar para os culpados. “A Associação Brasileira de Imprensa condenou o atentado terrorista contra o jornal humorístico francês Charlie Hebdo classificando essa agressão como um ato terrorista repulsivo e de inominável barbárie contra um país com as tradições libertárias da França. Não se pode mais aceitar que manifestações de intolerância política e religiosa sejam utilizadas como instrumento de intimidação contra jornalistas e órgãos de imprensa na tentativa de impedir que cumpram sua missão de informar a opinião pública. A ABI exige que o trágico episódio seja apurado com rigor e celeridade pelas autoridades competentes e que os culpados sejam punidos de forma exemplar.” diz o comunicado.

A Federação Nacional dos Jornalistas (FENAJ) também repudia e condena o ataque à revista. “A FENAJ soma-se à Federação Internacional dos Jornalistas e à Federação Europeia dos Jornalistas na solidariedade aos familiares das vítimas e no firme propósito de que os criminosos sejam identificados e punidos. (…) É preciso rigor nas investigações para que este crime brutal não fique impune. A impunidade alimenta a violência contra jornalista”.

O Sindicato dos Jornalistas Profissionais do Município do Rio de Janeiro informou que se solidariza com os jornalistas franceses e com as famílias dos profissionais mortos. “O caso representa uma grave ameaça aos trabalhadores da imprensa de todo o mundo. Consideramos inadmissível, em qualquer hipótese, o uso de execuções sumárias para lidar com opiniões divergentes – por mais polêmicas que estas sejam. É a barbárie. Tampouco podemos permitir que essa repulsiva ação violenta contra as liberdades de expressão e de imprensa contribua para o avanço da xenofobia e da repressão contra a população islâmica na Europa – que nada tem a ver com o atentado”.

Detenções

Sete pessoas foram colocadas sob custódia nesta quinta-feira (8) em conexão com a investigação sobre o ataque, indicou o ministro francês do Interior, Bernard Cazeneuve. Os dois principais suspeitos do ataque – os irmãos Cherif e Said Kouachi, de 32 e 34 anos, estão foragidos. Seu suposto cúmplice, Hamyd Mourad (18) – que teria ajudado na fuga –, se apresentou à polícia em Charleville-Mézières, no nordeste da França, “depois de ver o seu nome circulando nas redes sociais”, indicou à AFP uma fonte próxima ao caso. Uma fonte judicial que não quis se identificar afirmou anteriormente que mulheres e homens próximos aos dois irmãos identificados como os autores do ataque estão atualmente sendo interrogados pela polícia, sem informar onde foram detidos.

O primeiro-ministro Manuel Valls, por sua vez, declarou à rádio RTL que os autores do ataque – que ainda estão foragidos – eram conhecidos pelos serviços de inteligência e, sem dúvida, eram seguidos antes do ataque de quarta-feira, mas “não existe risco zero”. Ele apontou a dificuldade da polícia devido ao alto “número de indivíduos que representam um perigo”.

*Com informações da Associação Brasileira de Imprensa e do G1.

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