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Sessão especial na ABI homenageia cineasta Guido Araújo

Uma sessão especial realizada na tarde desta quarta (7) homenageou o diretor de cinema e professor aposentado da Faculdade de Comunicação da Universidade Federal da Bahia (UFBA), Guido Araújo. A Sala de Exibição Cinematográfica Roberto Pires, da Associação Bahiana de Imprensa (ABI), recebeu pesquisadores, professores da UFBA e representantes da Secult, para a exibição do curta “Feira da Banana” (1972/73) – um dos filmes do cineasta que formam a trilogia do recôncavo. Depois da sessão, foi promovida uma mesa redonda, com a presença de Guido. O evento, que foi apoiado pela ABI, é uma iniciativa da professora da UNEB, Izabel de Fátima Cruz Melo, e da professora Laura Bezerra, coordenadora do Cineclube Guido Araújo, que funciona no Cecult-UFRB, no Campus de Santo Amaro.

A professora Izabel de Fátima Cruz ressaltou a trajetória de Guido na cultura cinematográfica baiana, especialmente no tocante à Jornada e sua contribuição no debate cultural baiano e brasileiro dos anos 70, como porto seguro para diretores, críticos e todas as pessoas interessadas em cinema. “A jornada também era um espaço de resistência cultural durante a ditadura militar, abrigando debates e filmes que dificilmente seriam exibidos em outros espaços”. Para ela, “Feira da Banana” funciona como um registro antropológico da região do recôncavo nos anos 72/73, pelas características econômicas e culturais abordadas pela obra.

Guido Araújo reflete sobre as circunstâncias de produção do curta "Feira da Banana" - Foto: ABI
Guido Araújo reflete sobre as circunstâncias de produção do curta “Feira da Banana” – Foto: ABI

Há mais de cinco décadas lutando e contribuindo para a afirmação da cultura na Bahia e no Brasil, Guido Araújo é uma força viva do cineclubismo e do cinema nacional. Sua trajetória foi iniciada em junho de 1950, quando participou da primeira sessão do Clube de Cinema da Bahia, cineclube fundado por Walter da Silveira. Formador de gerações de cineastas baianos, Guido Araújo idealizou e sustentou por 39 edições a Jornada Internacional de Cinema da Bahia, que se tornou um dos acontecimentos cinematográficos mais importantes do país, dando visibilidade aos filmes de curta metragem e às produções locais.

Durante o debate, Guido falou sobre as circunstâncias de realização de “Feira da Banana” e destacou a participação do fotógrafo, professor, produtor e diretor de cinema Thomas Farkas (1924-2011), um dos pioneiros da moderna fotografia do Brasil. Ele lembrou que, no período da ditadura, muitas reuniões da Jornada eram realizadas na ABI e reforçou sua relação com a entidade. “Eu tenho uma ligação muito grande com a Associação, praticamente desde a sua fundação. Também tive participação na aquisição da biblioteca de Walter da Silveira, na época da gestão de Jorge Calmon. É uma honra ser homenageado aqui”.

Ativo e participante, o cineasta destacou a importância de reconhecer as pessoas enquanto elas estão vivas. “É muito mais difícil se fazer um trabalho de pesquisa depois que a mola propulsora já faleceu. Eu acho importante e fico grato pela oportunidade. Espero ainda ter forças e memória para ajudar a muitos outros pesquisadores que procuram resgatar o meu trabalho, ao longo desses 50 anos aqui na Bahia”.

Sinopse “Feira da Banana” – Na margem esquerda do rio Jaguaribe, que atravessa a cidade baiana de Nazaré, tem lugar as quartas feiras a tradicional Feira da Banana. Neste dia da semana, Nazaré se transforma num entreposto de banana de todo o Recôncavo. O escoamento da mercadoria para a capital do Estado é feito em saveiros, que em números de algumas dezenas partem carregados do porto fluvial de Nazaré, com destino a Salvador. O aspecto geoeconômico da cultura da banana na região, sua comercialização e transporte para o mercado consumidor. Maior destaque é dado ao processo de mutação nos meios de transporte, com a chegada do ferry-boat e o surgimento de novas rodovias, ameaçando o saveiro na sua função econômica e a própria existência da Feira da Banana. (Resumo de Embrafilme/Arquivo CGV).

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Cineasta Guido Araújo será homenageado na ABI nesta quarta (7)

O diretor de cinema e professor aposentado da Faculdade de Comunicação da Universidade Federal da Bahia (UFBA), Guido Araújo, será homenageado em uma sessão especial a ser realizada às 15h de hoje (7/10), na Sala de Exibição Cinematográfica Roberto Pires, da Associação Bahiana de Imprensa (ABI). Depois da exibição do curta “Feira da Banana” (1972/73) – um dos filmes do cineasta que formam a trilogia do recôncavo –, será promovida uma mesa redonda, com a presença de Guido, para discutir a obra e a trajetória das Jornadas de Cinema da Bahia nos anos 70. A iniciativa, que conta com o apoio da ABI, é da professora da UNEB, Izabel de Fátima Cruz Melo, e da professora Laura Bezerra, coordenadora do Cineclube Guido Araújo, que funciona no Cecult-UFRB, no Campus de Santo Amaro.

Foto: Reprodução
Foto: Reprodução

Há mais de cinco décadas lutando e contribuindo para a afirmação da cultura na Bahia e no Brasil, Guido Araújo é uma força viva do cineclubismo e do cinema nacional. Sua trajetória foi iniciada em junho de 1950, quando participou da primeira sessão do Clube de Cinema da Bahia, cineclube fundado por Walter da Silveira. Formador de gerações de cineastas baianos, Guido Araújo idealizou e sustentou por 39 edições a Jornada Internacional de Cinema da Bahia, que se tornou um dos acontecimentos cinematográficos mais importantes do país, dando visibilidade aos filmes de curta metragem e às produções locais.

“Homenagear Guido Araújo, para nós, é homenagear e tratar de uma parte significativa da história do cinema na Bahia”, diz a professora Izabel Melo, que teve como tema de dissertação a “Jornada da Bahia”. Ela destaca que, através do Grupo Experimental de Cinema, da Jornada de Cinema da Bahia, da continuação do Clube de Cinema e da docência na UFBA, Guido foi e é uma pessoa fundamental para a formação de duas ou três gerações de pessoas interessadas em cinema, auxiliando, assim como Walter da Silveira, na criação de uma cultura cinematográfica no nosso estado. “Nossa expectativa é que as pessoas venham participar conosco do evento”, afirma.

SERVIÇO

Homenagem a Guido Araújo
Quarta-feira (7), às 15h00
Sala de Exibição Cinematográfica Roberto Pires, na ABI
(Rua Guedes de Brito, 1 – Praça da Sé)
Informações: [email protected]/ 3322-6903

 

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Solenidade na ABI marca doação do acervo de Walter da Silveira

A Associação Bahiana de Imprensa (ABI) reuniu em sua sede dirigentes da instituição, jornalistas, gestores públicos, pesquisadores, produtores e amantes do cinema, para acompanhar a assinatura do termo que oficializou, na tarde desta quarta (16), a doação feita pela família de Walter da Silveira à Biblioteca de Comunicação Jorge Calmon. À ABI cabe agora preservar e disponibilizar o acervo pessoal reunido pelo advogado, estudioso e crítico de cinema, responsável por formar gerações de cineastas. Em breve, centenas de livros, coleções de revistas especializadas, discos de vinil, fotografias dentre outras raridades estarão acessíveis a todos os interessados pela vida e obra desse baiano que completaria 100 anos em 2015.

Foto: Luiz Hermano Abbehusen
Foto: Luiz Hermano Abbehusen

A doação feita à ABI recompõe quase totalmente a biblioteca pessoal de Silveira, somando à parte do acervo adquirida em 1972 pela instituição, composto por obras que já estavam disponíveis na Biblioteca Jorge Calmon. O presidente da ABI, Walter Pinheiro, expressou o sentimento da instituição e reconheceu que assume, junto aos demais diretores, a grande responsabilidade de manutenção do precioso patrimônio deixado pelo crítico. “A ABI sente-se muito orgulhosa e feliz com a incorporação da biblioteca de Walter. Bendito o dia em que a cineasta Márcia Nunes, amiga da família, nos conheceu e, posteriormente, recomendou a doação, o que tornou possível essa solenidade”. O dirigente afirmou que a ABI se orgulha de atuar na área da cultura, para além de seu papel preponderante em defender a liberdade de expressão e a liberdade de imprensa.

Família Silveira - Foto: Joseanne Guedes/ABI
Família Silveira – Foto: Joseanne Guedes/ABI

Emocionada, a filha de Walter da Silveira, Kátia da Silveira Andrade, que resistia à ideia de transferir o acervo para um sítio da família, no interior, demonstrou gratidão. “A ABI abraçou a ideia com a maior alegria e isso me deixou feliz. Tenho certeza que todas as obras serão cuidadas com o mesmo carinho, por isso me sinto segura em saber que meu pai vai ser preservado e sua memória, continuada. Sempre que possível, estarei na ABI para matar a saudade”. Kátia esteve acompanha pelo filho Danilo da Silveira, pelas irmãs Márcia, Diana e Eliana, pela cunhada Tânia da Silveira, além do neto de Walter da Silveira, Paulo Ivan da Silveira, responsável pelo edital que possibilitou no ano passado a recuperação do acervo, que ficou fechado durante quarenta anos no escritório anexo ao apartamento em que vivia seu avô, no bairro da Graça.

“É uma honra muito grande e, ao mesmo tempo, uma responsabilidade enorme. Preservar acervos não é uma coisa fácil, nem barata. Mas eu tenho certeza que com esse acervo tão rico de Walter, pela atenção que desperta, pela importância dele para o cinema brasileiro, não só para o cinema da Bahia, encontraremos bons parceiros da iniciativa privada, além do apoio do poder público”, destacou Ernesto Marques, vice-presidente da ABI. Marques afirmou que o primeiro compromisso com a família seria a restauração e disponibilização do acervo para o acesso público. No futuro, a intenção é digitalizar para que qualquer pessoa no mundo possa saber quem foi e o que fez Walter da Silveira.

Foto: Luiz Hermano Abbehusen
Foto: Luiz Hermano Abbehusen

O ator, diretor e publicitário baiano Bertrand Duarte, gestor da Diretoria de Audiovisual (DIMAS), da Fundação Cultural do Estado da Bahia (FUNCEB), salientou a grandeza do acervo e a necessidade de se investir e incentivar a produção audiovisual na Bahia. “É um ganho imensurável para todas as áreas pelas quais ele passou, sobretudo, para o cinema e para o jornalismo. Walter da Silveira é um dos grandes cineclubistas do Brasil. Ele formou Roberto Pires, Glauber Rocha e todas as gerações que se seguiram”. Duarte também lembrou a recente inauguração do Cineclube Walter da Silveira, na sala de mesmo nome, em homenagem ao centenário do crítico. “Espero que não seja de forma tardia e que essa juventude, que não teve acesso a essa poesia do cinema e não assistiram a produções locais, tenham o pleno conhecimento da importância dele”.

O evento foi prestigiado por expoentes do cinema da Bahia, como o professor e cineasta Guido Araújo e o cineasta e produtor Roque Araújo, amigos e parceiros de Walter da Silveira, Glauber Rocha, Roberto Pires e outros notáveis do cinema. “Essa é a mais importante biblioteca de cinema na Bahia. Fico muito feliz em estar vivo para presenciar o reconhecimento e a preservação desse legado. Nossa relação foi de amizade profunda, como se fôssemos irmãos”, revela Guido Araújo, que manteve uma amizade com Walter da Silveira por quase 30 anos. “Se não fosse Walter, não existiria a cinema brasileiro, nem o Cinema Novo. Devemos trabalhar para que a obra de Walter ganhe dimensão audiovisual”, defende o diretor-geral do IRDEB, José Araripe Junior, que também é cineasta, roteirista e diretor.

Pesquisadora de História e Crítica do Cinema no Brasil, a professora da Universidade Federal do Recôncavo da Bahia, Cyntia Nogueira, está fazendo doutorado e se mostra entusiasmada com a disponibilização do acervo de um dos maiores pensadores sobre cinema no país. “A partir dessa biblioteca, há um potencial muito grande de novas pesquisas acadêmicas e publicações de materiais não explorados, porque, mesmo o que já temos acesso, ainda é muito pouco conhecido e aproveitado”. O acervo entregue pela família Silveira está sob os cuidados da equipe de conservação e restauro da ABI. Depois da fase de quarentena, onde passa pela desinsetização, o material vai ser disponibilizado para consulta local.

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Cerimônia formaliza doação do acervo de Walter da Silveira à ABI

A Associação Bahiana de Imprensa (ABI) vai receber a família de Walter da Silveira para o ato de doação do seu acervo pessoal à instituição, na próxima quarta-feira 16, às 15h, na Biblioteca de Comunicação Jorge Calmon, na sede da entidade. A ABI foi escolhida para cuidar do acervo reunido pelo crítico e estudioso de cinema que completaria 100 anos em 2015. O evento reunirá gestores da área cultural do Governo da Bahia e da Prefeitura de Salvador e representantes das entidades que reúnem produtores de cinema e vídeo, além de pesquisadores e aficionados pela sétima arte.

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Álbuns de recortes e originais das obras publicadas pelo crítico estão entre as raridades do acervo – Foto: ABI

Uma exposição trará algumas das raras obras reunidas por Walter, entre as quais estão centenas de livros, coleções de revistas especializadas, discos de vinil, fotografias, além de registros com Jorge Amado, livros autografados por Vinicius de Moraes e correspondências trocadas com Carlos Drummond de Andrade. A equipe da Biblioteca de Comunicação Jorge Calmon, da ABI, já iniciou o trabalho de restauração das obras, que em breve serão disponibilizadas para estudantes, pesquisadores e para o público em geral.

Leia também: o artigo “Cinema, preleção e debate

A biblioteca que Walter da Silveira deixou ocupava o escritório anexo ao apartamento em que ele vivia, no bairro da Graça, e havia sido transferida para a sede da ABI, na Praça da Sé. Essa recente doação feita à ABI recompõe quase totalmente a biblioteca pessoal de Silveira, somando à parte do acervo adquirida há anos pela instituição, composto por obras que já estavam disponíveis na Biblioteca Jorge Calmon.

A filha do crítico, Kátia da Silveira, resistia à ideia de transferir o escritório para um sítio da família, no interior, mas não via alternativas. A cineasta Márcia Nunes, amiga da família, conheceu a ABI na inauguração da Sala Roberto Pires – espaço dedicado ao audiovisual – e apresentou Kátia à instituição, viabilizando a doação. “A ABI recebeu com muito carinho o acervo do meu pai, que sempre utilizou as palavras ‘eterno’ e ‘efêmero’. Minha intenção é eternizar a memória dele. Estou entregando com toda a confiança porque acredito que na ABI todas as obras estarão em boas mãos”, afirmou Kátia.

 SERVIÇO:

O que: Cerimônia de doação acervo Walter da Silveira

Onde: Biblioteca de Comunicação Jorge Calmon, na Associação Bahiana de Imprensa (Rua Guedes de Brito, 1 – Praça da Sé)

Quando: 16 de setembro, às 15h

Informações: 3322-6903 / [email protected]

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