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Imprensa x Redes Sociais: Cobertura das manifestações será avaliada em debate

 

A cobertura das manifestações de rua pela chamada grande imprensa e pelas redes sociais é o tema central do debate AS RUAS SOB O OLHAR DA MÍDIA, na próxima segunda-feira 12, no auditório da Fundação Visconde de Cayru, nos Barris, a partir das 19h. Promovido pelo recém-criado Instituto de Ação Geopolítica Zé Olívio Miranda (IZO), o evento terá como debatedores o jornalista e titular da coluna Panorama Político do jornal O Globo, Ilimar Franco, e o sociólogo Sérgio Amadeu, professor da UniABC e membro do Comitê Gestor da Internet no Brasil. As inscrições são gratuitas e podem ser feitas pela internet no endereço www.institutozeolivio.com.br.

Após o primeiro bloco, quatro convidados pela organização do evento comentarão as exposições de Ilimar Franco e Sérgio Amadeu. “Depois de estabelecido o contraditório, os comentaristas vão esquentar o debate antes de a plateia interagir com os convidados”, explica o presidente do IZO, o professor de História Sérgio Guerra. O editor-chefe do jornal Correio da Bahia, Sérgio Costa; a também jornalista Débora Cruz, ex-secretária de Mídias Sociais do Governo do Distrito Federal; o professor Pedro Cordier e um representante do grupo de jornalismo independente Mídia Ninja, compõem o time de comentaristas. A mediação ficará sob a responsabilidade do jornalista Ernesto Marques, vice-presidente da Associação Bahiana de Imprensa.

Para Sérgio Guerra, a proposta do debate surgiu em discussões entre membros do Instituto Zé Olívio em que as manifestações eram o tema principal, “mas as comparações entre a cobertura da imprensa convencional e de iniciativas como os Ninja terminavam empolgando mais do que as análises sobre as manifestações em si”. Para o presidente do IZO já houve inúmeras discussões sobre “as ruas”, inclusive com análises sobre o uso da tecnologia para mobilizar pessoas por todo o País, mas “sentimos falta de uma abordagem comparativa porque, até bem pouco tempo, acontecimentos como essas manifestações eram noticiadas basicamente com o ponto de vista das grandes empresas de comunicação”, justifica.

Dia: segunda-feira 12 de agosto, a partir das 19h

Local: auditório da Fundação Visconde de Cairu

Inscrições: gratuitas pelo endereço www.institutozeolivio.com.br

ILIMAR FRANCO

Nascido em Carazinho (RS), formou-se na UFRGS em Porto Alegre. Adotou Brasília desde a cobertura da Constituinte, em 1987. Trabalhei nos jornais ‘Correio do Povo’, ‘Zero Hora’ e ‘Jornal do Brasil’. No GLOBO há 12 anos, assina a coluna Panorama Político desde 2007.

SÉRGIO AMADEU

Paulista, o sociólogo Sérgio Amadeu é doutor em Ciência Política e professor da UniABC. Por sua atuação no Comitê Gestor da Internet no Brasil, é uma das principais referências no assunto, sempre procurado para discussões sobre o marco civil da internet brasileira e democratização da comunicação.

Divulgação: Fabíola Aquino  (71) 9608-4386

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Jornalismo domina redes sociais em protestos por todo o país

O noticiário produzido por jornais, portais e TVs brasileiros dominou os compartilhamentos em redes sociais durante os protestos que pararam o Brasil em junho.

Entre 6 e 22 de junho, links da mídia brasileira responderam por 80% dos endereços de maior alcance nas principais “hashtags” das manifestações no Twitter, segundo dados do site Topsy. Só 5% eram postagens em blogs.

No Facebook, embora não seja possível analisar a composição dos links, a imprensa também multiplicou seu alcance. Levantamento no site SocialBakers mostra que triplicou no período o volume de pessoas que comentam e compartilham textos de jornais e revistas brasileiros.

Foi o que ocorreu com a página da Folha de S.Paulo no Facebook: de uma média de 200 mil interações diárias antes dos protestos, o conteúdo do jornal saltou para quase 600 mil interações de 20 a 22 de junho. Com 1,7 milhão de fãs, nos dias do protesto o site do jornal viu mais do que dobrarem as visitas vindas do Facebook.

Autoridade

Segundo especialistas, reportagens de jornais e portais compartilhadas em ferramentas como Twitter e Facebook tiveram o papel de embasar informações, opiniões e críticas dos manifestantes.

Fábio Malini, coordenador do Laboratório de Estudos sobre Internet e Cibercultura da Universidade Federal do Espírito Santo, diz que os levantamentos confirmam estudos do seu grupo: “As autoridades [informativas] têm se caracterizado por ser da imprensa”. Com isso, os usuários de redes sociais usam notícias para legitimar afirmações: “É um papel estratégico que a imprensa ocupou”.

Rosental Calmon Alves, diretor do Centro Knight para o Jornalismo nas Américas, da Universidade do Texas, aponta a simbiose entre mídia social e jornalismo. “Apesar de ter sido articulado fora da mídia tradicional, o movimento se nutre do jornalismo. Este se torna ainda mais importante como instância verificadora, preparada para investigar e publicar fatos.”

Liderança

O relatório sobre Jornalismo Digital de 2013, divulgado na semana passada pelo Instituto Reuters, de Oxford, apresenta os brasileiros na dianteira mundial no compartilhamento de notícias.

Enquanto 44% dos brasileiros trocam e comentam reportagens via mídia social, só 8% dos alemães e dos japoneses o fazem. Os espanhóis chegam mais perto: 30%.

Realizada pela YouGov, a pesquisa ouviu 11 mil internautas de EUA, Reino Unido, França, Dinamarca, Alemanha, Itália, Espanha, Japão e Brasil. Os resultados “sugerem que a cultura de um país é o que define o engajamento com as notícias on-line”, segundo Nic Newman, ex-estrategista digital da BBC e coordenador do relatório.

A cultura brasileira “é muito social” fora da rede, comenta Newman, o que se reflete também no on-line.

Desmentir boatos

A imprensa teve outro papel nos protestos: o de validar ou desmentir informações desencontradas disseminadas por usuários das redes.

De um falso Jô Soares anunciando duas mortes em uma manifestação, no Facebook, ao alerta geral sobre um golpe militar, no Twitter, os boatos se espalharam sem controle naquele período.

Outro boato dizia que a presidente Dilma Rousseff havia declarado que desligaria a internet se as manifestações prosseguissem. A origem deste último foi identificada em sites de humor.

Mas os demais se perdem no emaranhado de versões que acabaram recebendo guarida em perfis do Facebook e contas do Twitter.

Um deles dizia que um dos depredadores da sede da Prefeitura de São Paulo seria a mesma pessoa que rasgou as cédulas de jurados na apuração do Carnaval de 2012, Tiago Ciro Tadeu Faria.

Na realidade o agressor era o estudante de arquitetura Pierre Ramon Alves de Oliveira, como revelou a imprensa.

“Você vai descascando, descascando, e é como telefone sem fio: lá atrás era outra coisa”, afirma Leonardo Sakamoto, professor de jornalismo da PUC-SP. Ele chegou a postar em seu blog no UOL, empresa do Grupo Folha, que edita a Folha, “os dez mandamentos para jornalista de Facebook e Twitter”. O primeiro é “não divulgarás notícia sem antes checar a fonte de informação”.

Por Marcelo Soares e Nelson de Sá, da Folha de S.Paulo

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ABI BAHIANA Notícias

ABI e OAB se unem contra a truculência da polícia baiana durante protestos

Um encontro histórico marcou no dia 25.06 o início de uma luta conjunta entre a Associação Bahiana de Imprensa e a Ordem dos Advogados do Brasil- seção Bahia, para manifestar reação contra as ações policiais durante as últimas manifestações populares, quando mais de 30 participantes foram presos e vários jornalistas agredidos.

Os dois presidentes, da ABI Walter Pinheiro e da OAB, Luiz Viana Queiroz, entregaram ao governador Jaques Wagner um documento repudiando o comportamento policial.

Para os dois presidentes o governo precisa apurar os excessos cometidos por policiais durante as manifestações. Cabe a imprensa o papel de mostrar o que está acontecendo. Mas, segundo o presidente da ABI, Walter Pinheiro, “o que se tem observado é que jornalistas têm sido agredidos e equipamentos destruídos. O ataque aos jornalistas não é novidade, e temos vários registros sobre este comportamento. O que precisamos é que o governador seja mais enfático no fazer entender aos policiais que o jornalista está ali, na manifestação, trabalhando”.

A partir do encontro realizado no dia 25.06 entre ABI e OAB, foi construída uma agenda de debates a respeito do Momento Brasil com discussão sobre as propostas divulgadas pela presidente Dilma Rouseff. Durante a reunião, a Associação dos Repórteres Fotográficos e Cinematográficos (Arfoc-Ba) também se posicionou contra a atuação policial que obrigou fotógrafos a destruírem as imagens já coletadas. A preocupação das duas entidades – ABI e OAB – se volta agora para o dia 27, quando está marcada uma nova manifestação. Onde, claro, a imprensa estará presente cobrindo mais uma manifestação passiva.

No último sábado, manifestantes pacíficos foram alvos de violência policial desmedida e desproporcional nas ruas de Salvador e jornalistas foram agredidos com palavrões, empurrões e spray de pimenta no rosto. Um deles foi preso e outro, obrigado a apagar imagens por ele colhidas quando da repressão aos atos de protestos.

A cobertura jornalística das manifestações populares que eclodiram no país, inclusive na Bahia e em Salvador, é prerrogativa da imprensa, que não pode ser sufocada pela ação deletéria de policiais despreparados à prática democrática.

A ABI – Associação Bahiana de Imprensa e a OAB – Ordem dos Advogados do Brasil-Seção Bahia apoiam este despertar do povo brasileiro e repudiam a ação violenta da polícia contra cidadãos pacíficos e jornalistas que cobrem os fatos.

Preocupadas com a situação, especialmente porque estão sendo noticiadas outras manifestações, a ABI e a OAB vêm ao Governador do Estado da Bahia, Jaques Wagner, Comandante em Chefe das forças policias baianas, solicitar apuração dos excessos e ordem expressa para que tais fatos não mais aconteçam.

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Salvador entre protestos pacíficos e confrontos com a Polícia

O protesto teve um pouco de tudo. Gente de cara limpa, jovens, estudantes, trabalhadores e gente que preferiu esconder o rosto. Foi o brado dos baianos contra a corrupção e os desmandos que ocorrem no país. Não havia uma pauta definida, mas muita indignação. Os primeiros passos do movimento foram dados no Campo Grande. Alguns manifestantes apareceram mascarados e chegaram a queimar uma bandeira. A passeata seguiu pacificamente até o Rosário, na avenida Sete.Na praça da Piedade, alguns funcionários da Secretaria de Segurança Pública da Bahia (SSP) foram aconselhados a não deixar o prédio até que o grupo passasse. Havia o receio de que pudessem ser alvo de algum tipo de agressão.

Da Piedade, o primeiro grupo seguiu em direção a Arena Fonte Nova. Mas enquanto o maior aglomerado seguia nessa direção, um segundo grupo chegava à região do Dique do Tororó, fechando completamente a via. Impasse criado, troca de insultos, ânimos exacerbados e surgiram as primeiras bombas de gás e spray de pimenta, lançados indiscriminadamente. Era o confronto que não se pretendia, mas se tornou inevitável. Os manifestantes queriam chegar à Fonte Nova e a PM tinha ordens de impedir a qualquer custo.

Daí em diante, os confrontos foram ganhando corpo entre manifestantes e policiais militares por toda zona central da cidade. Sem armas, mas já com o sentimento bélico aflorando, os manifestantes passaram a se valer de pedras portuguesas arrancadas do calçamento para tentar furar o bloqueio feito pelos PMs no entorno da Arena Fonte Nova. Um dos principais confrontos aconteceu na Avenida Joana Angélica, no bairro de Nazaré. A polícia reagiu disparando balas de borracha. Um ponto de ônibus foi quebrado em frente ao Colégio Central. Um policial foi ferido no rosto, sendo socorrido pelos companheiros. Com a fúria incontida, até um carro de passeio acabou apedrejado.

Com o começo da noite, o clima de confronto foi se tornando intenso, avançando por bairros periféricos, chegando até o começo da avenida Centenário, via de acesso a bairros nobres da cidade. A área virou uma praça de guerra, com lixo espalhado, banheiros químicos destruídos e jogados pela pista, nascendo os primeiros focos de incêndio.

Para dar maior impacto à manifestação, um ato que destoava com o propósito do protesto: um ônibus foi incendiado nas imediações do Instituto Médico Legal. Uma imagem que correu o Brasil, contrariando a todos que pregavam um protesto feito com paz.

Com grupos infiltrados, a tocar terror, um ponto de ônibus foi depredado ao lado da sede da Polícia Civil, na Piedade. Por volta das 18 horas, com vários focos de conflito espalhados, a Polícia Militar esclareceu, em nota, o uso do gás contra os manifestantes: “A Polícia Militar da Bahia esclarece que a utilização de granadas fumígenas com agente químico CS (gás lacrimogêneo), por integrantes da Corporação, atendeu a necessidade de garantir a proteção das pessoas e do patrimônio público e privado. A PM ratifica que as ações desenvolvidas estão em consonância com os padrões técnicos e legais do uso progressivo da força”.

Com a resistência da PM, impedindo que os manifestantes acessassem a Fonte Nova, usando para isso, inclusive, a cavalaria, o movimento estabeleceu um recuo tático, se espalhando por toda a área, mas sem fugir ao caráter ordeiro a que se propunha. Mas pequenos grupelhos seguiam protestando de uma forma não prevista, forçando portas e até arrombando lojas na avenida Sete.

No rastro de destruição deixado por alguns vândalos infiltrados no movimento, um carro de passeio foi incendiado nas imediações da Estação da Lapa. A PM emitiu, por volta das 19 horas, uma nota de repúdio aos atos registrados na cidade: “A Polícia Militar da Bahia repudia os atos de vandalismo de um grupo de manifestantes contra prédios e veículos públicos. No final da tarde desta quinta-feira (20), um grupo de pessoas, após atear fogo num ônibus, dificultou o trabalho do Corpo de Bombeiros, apedrejando os bombeiros e seus veículos”.

Minutos antes, carros da polícia foram depredados em frente ao Complexo da Polícia Civil dos Barris. E por fim, já quase às 20 horas, dois micro-ônibus da Fifa foram apedrejados no final da avenida Sete, logo após o Palácio da Aclamação, em frente ao Sheraton Hotel da Bahia, no Campo Grande.

Fonte: Tribuna da Bahia

 

 

 

 

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