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Mapeamento inédito do jornalismo brasileiro revela “deserto de notícias”

Em um momento de mudanças de paradigmas e de emergência da ideia de pós-verdade, é necessário se voltar a perguntas básicas, como: para que servem as notícias locais ou regionais? Como elas se relacionam com uma noção mais ampla de cidadania? Para ajudar a entender a configuração do jornalismo no país, a edição especial do Observatório da imprensa traz um mapeamento inédito do jornalismo em todo território brasileiro. Criado como um banco de dados aberto ao público a ser atualizado anualmente, o Atlas da Notícia revelou que mais de quatro mil municípios vivem em deserto de notícias, desprovidos de qualquer cobertura jornalística local.

O estudo foi produzido a partir de dados da ANJ (Associação Nacional de Jornais), a Secom (Secretaria de Comunicação do Governo Federal) e por meio de crowdsourcing, um processo colaborativo para agregar conhecimento. O Atlas pretende produzir um panorama dinâmico da profunda transformação do jornalismo — sobretudo o que produz notícias de interesse público no âmbito regional e local — em meio à chamada revolução digital e a uma persistente crise econômica.

Foram identificados, na primeira etapa do projeto, 5.354 veículos — entre jornais impressos e sites —, em 1.125 cidades de 27 unidades federativas. Um universo que compreende aproximadamente 130 milhões de pessoas, mais de 60% da população brasileira. Todos os estados do nordeste possuem, em média, um veículo mapeado a cada 100 mil habitantes. Os números indicam o predomínio dos meios impressos (63% contra 37% dos digitais).

Este primeiro retrato do jornalismo brasileiro revela que, quando se trata de apurar e publicar notícias, o território brasileiro repete o padrão histórico de grandes desigualdades socioeconômicas. Enquanto as regiões sul, sudeste e o Distrito Federal concentram a enorme maioria dos veículos, sejam impressos ou digitais, as regiões mais pobres, como o norte e nordeste são aquelas com o maior número dos chamados “desertos de notícias”: 4.500 municípios brasileiros (70 milhões de habitantes) não têm registros de jornal impresso ou site jornalístico.

Esta legião de brasileiros — quase 35% da população nacional — não dispõe de notícias sobre sua própria comunidade, onde não se cobre, entre outras coisas, a Prefeitura ou a Câmara Municipal – o que compromete a capacidade decisória dos cidadãos.

O levantamento é fruto de uma parceria entre o Projor – Instituto para o Desenvolvimento do Jornalismo e o Volt Data Lab, e se inspira no America’s Growing Deserts of News da revista Columbia Journalism Review.

Entenda a metodologia aqui.

*As informações são do Observatório da Imprensa.

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Brasil: Relatório revela que 37 jornalistas foram mortos em onze anos

Em lembrança ao Dia Mundial da Liberdade de Imprensa, celebrado em 3 de maio para chamar atenção sobre os princípios fundamentais da imprensa, a Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (Unesco) divulgou um relatório que revela que nos últimos 11 anos, 37 jornalistas foram assassinados no Brasil. Segundo o estudo, o Brasil é o 6º mais perigoso, perdendo apenas para a Síria, Iraque, Paquistão, México e Somália, que respectivamente ocupam as primeiras posições.

Ainda de acordo com o levantamento, as regiões Nordeste e Sudeste são as mais perigosas para o trabalho dos profissionais de imprensa. No período de 2006 a 2016, cada uma das regiões registrou 14 mortes de comunicadores, enquanto o Centro-Oeste teve seis mortes, duas no Norte e uma no Sul. O relatório de Unesco ainda aponta que apenas oito casos foram resolvidos, e outros 23 aguardam solução.

O monitoramento que foi feito em parceria com Associação Brasileira de Emissoras de Rádio e Televisão (Abert), Secretaria Especial de Direitos Humanos, Artigo 19, Committee to Protect Jornalists, Press Emblem Campaign e Repórteres Sem Fronteiras mostra o perfil das vítimas: radialistas, 16 mortes; jornalistas (12); blogueiros (6); cinegrafistas (2); e fotógrafos (1).

Fonte: Associação Brasileira de Imprensa

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Dia Mundial da Liberdade de Imprensa

Hoje, 3 de maio é o Dia Mundial da Liberdade de Imprensa. Criado pela Organização das Nações Unidas para a Educação, Ciência e Cultura (Unesco), no ano de 1993, a data busca alertar sobre os inúmeros casos de violência contra jornalistas, que em muitas situações são torturados e até mesmo assassinados como consequência de perseguições por informações apuradas e publicadas por estes profissionais.

De acordo com um levantamento feito pela organização Repórteres sem Fronteira (RSF), de junho de 2013 a dezembro de 2016 foram registrados mais de 300 casos de agressão a jornalistas em manifestações.  A instituição destaca ainda que há uma preocupação crescente com os comunicadores que cobrem pautas em favelas e comunidades – que sofrem represália policial – e em pequenas cidades, que tem menos visibilidade e ficam mais vulneráveis a ameaças de pessoas insatisfeitas com as denúncias feitas.

Segundo o presidente da Associação Bahiana de Imprensa (ABI), Antônio Walter Pinheiro, “é preciso aproveitar não só o dia de hoje, mas todos os momentos para enfatizar a importância da imprensa, denunciar casos de agressão contra os profissionais da área e tudo aquilo que possa impedir a prática do jornalismo”.

Mesmo diante dos problemas que a imprensa enfrenta diariamente, o presidente destaca os avanços. “Comparando com outros tempos, houve sim a quebra de inúmeras barreiras. Houve uma evolução marcada pelo surgimento das redes sociais, mas ainda há muito para conquistar, ainda mais que no Brasil muitos poderosos fazem uso do Poder Judiciário para silenciar a imprensa”, explicou.

A imprensa é parte importante da democracia do Brasil. É através dela que a sociedade pode se manifestar, emitindo opiniões, denúncias e cobrando soluções. Para o jornalista Florisvaldo Matos, membro da ABI, a permanência dessa democracia deve ser comemorada no dia dedicado a liberdade de imprensa. “Um requisito máximo para a nossa profissão é o respeito à liberdade. Quando surgiu a imprensa no Brasil, começou ali a ação positiva em defesa da liberdade de imprensa, fundamental para exercer a profissão e a democracia nos dias de hoje”.

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Conferência aborda o processo da Independência do Brasil na Bahia

O professor Manoel Passos fará uma conferência no Instituto Geográfico e Histórico da Bahia (IGHB), com o tema “Algumas notas sobre o processo da Independência do Brasil na Bahia”, nesta terça-feira (11), às 17h. O pesquisador pretende abordar uma cronologia deste processo da Independência do Brasil, dando maior ênfase entre os anos de 1820 e 1823, quando iniciou-se a Revolução Constitucional Vintista no Porto – evento que forçou o retorno da Família Real para Portugal e que desencadeou o movimento independentista, especialmente na Bahia. A entrada é gratuita.

As fontes documentais que estão sendo utilizadas no trabalho de elaboração da dissertação de mestrado em História e Património na Universidade do Porto se dividiram em dois blocos, sendo o primeiro formado pelas fontes primárias, enquanto o segundo pelas secundárias.

Serviço

O que: Conferência Algumas notas sobre o processo da Independência do Brasil na Bahia

Quando: 11/04, às 17h

Quanto: Gratuito

Informações: www.ighb.org.br
Avenida Joana Angélica, 43
Piedade, Salvador-BA
Foto: Vitória Brasileira – Recôncavo Baiano

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