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Novo livro de Nelson Cadena traz registro fotográfico da Bahia antiga

“A Cidade da Bahia” é o tema do livro que a Assembleia Legislativa da Bahia (AL-BA) e os Tribunais de Contas do Município e do Estado lançam nesta quarta-feira (20/12) a partir das 16 horas, no saguão da AL-BA. O livro de 140 páginas, capa dura, com selo editorial da editora P55, conta com textos do escritor e jornalista Nelson Varón Cadena e prefácio do professor Francisco Senna, membro da Academia de Letras da Bahia.

A obra é um registro fotográfico da Bahia antiga, com base no acervo da Fundação Gregório de Mattos. O texto de abertura destaca a importância das imagens da Cidade da Bahia, primeiro, a partir dos desenhos e aquarelas de viajantes estrangeiros e mais tarde, com a descoberta da fotografia, de fotos produzidas, na sua maioria, também, por estrangeiros que aqui residiram, ou, estiveram de passagem. Conta também a origem dos nomes toponímicos de algumas ruas e das motivações para a escolha do nome de pessoas ilustres, como indicativo das vias e avenidas.

Os capítulos temáticos, por sua vez, resgatam em fotografias e textos aspectos da cidade, alguns desconhecidos pelas novas gerações. É o caso da estátua do Cristo Redentor, originalmente erigida em Ondina, hoje na Barra; o impacto da passagem do zepellin pela Bahia; o hidroporto de Itapagipe, primeiro aeroporto de Salvador, e o Ground do Rio Vermelho onde na primeira década do século XX se realizavam corridas de cavalo, provas de pedestrianismo, corridas de bicicleta e de patins e também jogos de futebol do campeonato baiano.

*Informações do site Bahia Já 

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ABI BAHIANA

IGHB e ABI promovem seminário e lançamento de livro sobre impressos baianos

Em parceria com a Associação Bahiana de Imprensa (ABI), o Instituto Geográfico e Histórico da Bahia vai realizar nesta quinta (23/11), às 17h, o seminário “Panorama histórico dos impressos baianos”. O encontro seguirá com o lançamento do livro “Anotações sobre Cincinnato Melchiades e a sua Typographia Bahiana” (Salvador: e.a., 2017), do jornalista Luis Guilherme Pontes Tavares. O autor participará da mesa, ao lado da professora Vanilda Salignac Mazzoni, e dos jornalistas e pesquisadores Nelson Varón Cadena e Jorge Ramos. Na ocasião, o livro será vendido por R$ 20,00.

O IGHB é uma das 15 instituições apoiadas pelo programa Ações Continuadas a Instituições Culturais, iniciativa da Secretaria de Cultura do Estado da Bahia (SecultBA) através do Fundo de Cultura da Bahia (FCBA).

Programação completa:

17h – Seminário “Panorama histórico dos impressos baianos”

  • Professora Vanilda Mazzoni
    “Contribuição da Memória & Arte a preservação dos impressos raros da Bahia”
  • Jornalista Nelson Varón Cadena
    “A construção da História da Imprensa da Bahia”
  • Jornalista Jorge Ramos
    “Jornais e jornalistas cachoeiranos”
  • Jornalista Luis Guilherme Pontes Tavares
    “Cincinnato José Melchiades e a sua Typographia Bahiana”

18h – Lançamento do livro Anotações sobre Cincinnato Melchiades e a sua Typographia Bahiana, de Luis Guilherme Pontes Tavares.

Local: IGHB – Avenida Joana Angélica, 43
71 3329 4463/6336 – www.ighb.org.br

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Jornalistas lançam livro sobre a história da televisão no Brasil

Alguns dos mais importantes profissionais da TV foram entrevistados pelos jornalistas Flávio Ricco e José Armando Vannucci, para compor o livro Biografia da Televisão Brasileira – um painel amplo desse veículo que desde 1950 cativa corações e mentes brasileiros, e que se tornou um símbolo da cultura nacional. De acordo com a Associação Brasileira de Imprensa (ABI), o livro traz em dois volumes de 464 páginas cada provavelmente a maior, mais extensa e significativa pesquisa sobre a história da televisão no Brasil, com conhecimento, diversão e informação.

A obra recém-lançada pela Matrix Editora não segue uma ordem cronológica da primeira até a última página, mas o faz dentro de cada assunto tratado ao longo de seus 54 capítulos.

No primeiro volume, entre outros temas estão os pioneiros e sonhadores da TV. O aparecimento da Tupi, Record, Excelsior, Globo e Bandeirantes. Como as emissoras acabaram direcionando suas primeiras programações para o público feminino. Como eram exibidos os programas em cidades diferentes, num tempo em que não havia satélite, e como a força das novelas ajudou a moldar a programação, fazendo o sucesso de atores e atrizes.

No segundo volume, a evolução do jornalismo televisivo e das transmissões esportivas. Os programas de rádio tornam-se o grande referencial das emissoras de TV, fornecendo conteúdos e formatos. A evolução da teledramaturgia. Quem foram e quem são os grandes comunicadores. A chegada dos seriados, dos reality shows e das novas tecnologias, entre tantos outros assuntos importantes. A capa é de autoria de Hans Donner.

*Informações da Associação Brasileira de Imprensa (ABI)

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Jornalista brasileiro lança livro sobre mulheres estupradas por soldados no Haiti

“Se você gritar, eu te mato aqui mesmo”. Essa foi uma das frases ouvidas pela haitiana Martine Gestimé de um militar brasileiro, enquanto era estuprada dentro da base militar, em Porto Príncipe, capital do Haiti. A história de Martine está descrita no livro reportagem “Aquilo que resta de nós” (Páginas Editora), do jornalista  Igor Patrick. Escrita em 10 dias, a publicação de 146 páginas é o resultado de uma investigação que durou sete meses. Igor viajou ao país como correspondente da agência de notícias russa Sputnik, para cobrir o final da Missão das Nações Unidas para a Estabilização do país, a Minustah. Além do drama de Martine, a obra traz os relatos de outras haitianas vítimas da violência: Jacquendia, Régine e Fabiana. Com vidas marcadas pela miséria, em um país destroçado, física e simbolicamente como nação, elas têm em comum a luta pela sobrevivência.

O estupro ocorrido em 2007 deixou grávida a haitiana Martine Gestimê – Foto: Igor Patrick

A  violência sofrida por elas é mais um capítulo de um cenário trágico, onde militares foram convocados para promover a paz, mas distribuíam o horror. “Uma delas foi estuprada por um soldado brasileiro; outra, por um jordaniano; a terceira, por um nigeriano; e a última, por um africano, que ela nem sabe o país”, conta o autor. Cada página apresenta ao leitor, com riqueza de detalhes, o antes dessas mulheres, repleto de sonhos e desejos de uma vida mais justa. Mas, após os abusos, elas conheceram a crueza do pós-violência sexual, que trouxe o trauma, a culpa, a hostilidade dos familiares e o abandono das vítimas grávidas por seus algozes.

As quatro sobreviventes foram obrigadas a criar os filhos resultantes de seus estupros. No Haiti, o aborto é uma prática proibida pelo código penal. As mulheres podem ser presas e o profissional de saúde que realiza o procedimento pode ser obrigado a trabalhos forçados, situação que acaba obrigando muitas a levar a gravidez até o fim, mesmo quando em consequência de atos criminosos. Além disso, até 2008, a lei haitiana não permitia que crianças sem pais declarados fossem registradas. Com isso, aquelas que nasceram até então – como a filha de 9 anos de uma das personagens, estuprada pelo jordaniano – estão num limbo jurídico, sem documentos e sem existir oficialmente. “O que vemos no livro é a história de mulheres que, fragilizadas pela pobreza, foram alvo de soldados que deveriam promover a paz e a segurança. No lugar da ajuda, veio o estupro”, diz Igor Patrick.

O jornalista entrou em contato com o Ministério da Defesa sobre a denúncia feita pela sobrevivente Martine Gestimê contra o soldado brasileiro no livro. Dez dias depois, recebeu uma nota oficial sobre o orgulho do Exército nacional em não ter nenhum soldado na lista dos investigados da ONU. “Entrevistei o embaixador, e ele não quis entrar no mérito do caso contra o soldado brasileiro, porque a vítima diz ter sido atraída para a base militar nacional com a promessa de um pacote de biscoitos e estuprada ali dentro. Segundo ele, se isso fosse investigado e comprovado, ele precisaria de orientações do Itamaraty porque não tinha precedentes sobre o que fazer a respeito”, revela Patrick.

Ele  entrevistou várias mulheres haitianas que afirmam ter sido violentadas por brasileiros e, chegou, inclusive, a tentar ajudar uma delas – uma menina de 16 anos que foi violentada e já tem uma filha de 3 anos – mas descobriu por que quase nenhuma sobrevivente denuncia o crime. “O embaixador não aceita recebê-la porque estaria corroborando a denúncia. O advogado mais barato cobra US$ 200 só para ouvir o caso – de uma mulher que não tem dinheiro para comer”.

Os direitos autorais do livro foram integralmente revertidos para a organização Médicos Sem Fronteiras (MSF), que atua no Haiti prestando trabalhos de emergência pediátrica, obstetrícia, prevenção e tratamento da cólera e acompanhamento emergencial para vítimas de abuso sexual no país.

Legado de violência

Soldados brasileiros desembarcaram no Haiti, em 2004, para liderar tropas de diversas nações da Minustah. Após 13 anos, eles retornam ao Brasil como corresponsáveis por uma ação que deixou para o Haiti um legado de mais de 30 mil mortos, em decorrência da cólera, e mais de duas mil vítimas de abusos sexuais, entre outras violências. A missão de paz, encerrada pela ONU no último domingo (15), chegou a reunir em território haitiano 20 mil militares de várias nacionalidades, como Argentina, Bolívia, Chile, Equador, Filipinas, Guatemala, Indonésia, Jordânia, Nepal, Paraguai, Peru, Sri Lanka e Uruguai.

“A Minustah também fez muita violência contra os estudantes, contra os pobres que moram nas favelas. Estupraram as mulheres, os homens. Cometeram muita violência contra as pessoas no país e também trouxeram a epidemia de cólera. Foi um desastre muito grave feito pela ONU”, afirmou em entrevista ao Brasil de Fato o membro do partido Encontro dos Socialistas, Guerchang Bastia.

Em uma ação muito criticada, soldados brasileiros entraram na favela de Cité Soleil, habitada por 200 mil pessoas, e cometeram o que os haitianos consideram ser um massacre. Pelo menos 27 civis morreram durante a ação, sendo que 20 eram mulheres com menos de 18 anos. Bastia conta que o episódio é considerado um ensaio para as ações comandadas pelo Exército brasileiro nas favelas do Rio de Janeiro: “Os soldados brasileiros mataram muitas pessoas nas favelas do Haiti. Entendemos, porque o Brasil tem favelas, então, eles se preparam para lutar contra os pobres e, para isso, experimentaram essas novas estratégias nas favelas no Haiti”.

O cenário de violações será denunciado no Tribunal Popular que está organizando ações em todo o país para denunciar a ocupação. O Tribunal Popular, iniciado em julho, vai realizar atividades em todo o Haiti até 2018. As denúncias serão importantes para mensurar quantas pessoas morreram pelas mãos da Minustah, já que não há nenhum balanço efetivo das Nações Unidas com esses dados.

*Com informações de Jeff Lorentz para o portal Bhaz, jornal O Tempo e site Brasil de Fato.

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